Sobre o Santo Baptismo, Discurso 40, 46; PG 36, 425
Imediatamente após o teu batismo, ficarás de pé diante do grande santuário para significar a glória do mundo que está para vir. O canto dos salmos que te acolherá é o prelúdio dos louvores celestes. As candeias que acenderás prefiguram esse cortejo de luzes que conduzirá ao noivo as nossas almas resplandecentes e virgens, munidas das candeiacesa da fé.
Tenhamos o cuidado de não nos abandonarmos ao sono, por descuido, não vá Aquele que esperamos surgir de improviso sem que O tenhamos visto chegar. Não nos deixemos ficar sem provisões de azeite e de boas obras, não aconteça que sejamos excluídos da sala das núpcias. [...] O esposo entrará com grande pressa, e as almas prudentes entrarão com Ele. As outras, atarefadas a preparar as suas candeias, não terão tempo para entrar e ficarão de fora, no meio das lamentações. Só quando já for demasiado tarde se darão conta do que perderam devido ao seu descuido. [...]
Elas assemelham-se àqueles convidados para as núpcias que um nobre pai celebra em honra de um jovem nobre, e que se recusam a tomar parte nelas: um, porque acabava de se casar; outro, porque tinha comprado um campo; um terceiro, porque adquirira uma parelha de bois (Lc 14,18s). [...] Porque não há lugar no Céu para o orgulhoso e o descuidado, para o homem que não se vestiu convenientemente, que não usa o trajo de núpcias (Mt 22,11), ainda que na Terra fosse considerado digno do esplendor celeste, e se tivesse introduzido furtivamente no grupo dos fiéis, alimentando falsas esperanças.
Que acontecerá em seguida? O Esposo sabe o que nos ensinará quando estivermos no Céu, e sabe que relações estabelecerá com as almas que aí tenham entrado com Ele. Creio que viverá em sua companhia e lhes ensinará os mistérios mais perfeitos e mais puros.
Fonte: EAQ