OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sábado, 18 de junho de 2016

JESUS CRISTO NOS ENSINA O CAMINHO DA PERFEIÇÃO!

ESTE ENSINAMENTO É DIRIGIDO AOS HUMANOS DESTE MUNDO ACTUAL!
                 
Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. 
Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?                                 
Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? 
Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? 
E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam;                       mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.                    
Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? 
Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ 
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. 
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. 
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado». 
               




São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas 
Conferência de 21/02/1659 


«Procurai primeiro o reino de Deus»

«Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.» [...] É-nos dito que procuremos o reino de Deus. «Procurai-o» é apenas uma palavra, mas parece-me significar muitas coisas. Quer dizer [...] trabalhar incessantemente para o reino de Deus, e não permanecer num estado ocioso e estático, prestar atenção ao interior para bem o regrar, e não aos divertimentos exteriores. [...] Procurai a Deus dentro de vós, visto que Santo Agostinho confessa que, enquanto O procurou fora dele, não O encontrou. Procurai-O na vossa alma, como sua morada agradável e base onde os seus servos se esforçam por levar à prática todas as virtudes. A vida interior é imprescindível, e é necessário ampliá-la; se não tivermos vida interior, nada temos. [...] Procuremos tornar-nos interiores. [...] Procuremos a glória de Deus, procuremos o reino de Jesus Cristo. [...]                        
«Mas, dir-me-eis, há tanto a fazer, tanto trabalho em casa, tantas tarefas na cidade, no campo; o trabalho é muito; quer dizer que temos de deixar tudo para pensar unicamente em Deus?» Não, mas temos de santificar estas ocupações procurando a Deus nelas, e de fazê-las para O encontrar, mais do que para as ver feitas. 
Nosso Senhor quer, antes de tudo, que procuremos a sua glória, o seu reino, a sua justiça; por isso, que o nosso tesouro seja a vida interior, a fé, a confiança, o amor, os exercícios espirituais [...], os trabalhos e as dores com vista a Deus, nosso soberano Senhor. [...] Uma vez assim constituídos na procura da glória de Deus, temos a certeza de que o resto se seguirá.


Fonte: EAQ


sexta-feira, 17 de junho de 2016

O HOMEM NÃO É NADA PERANTE A NATUREZA EM FÚRIA!

 O    último dia de Pompeia em uma animação
16 DE JUNHO DE 2016                                               
O Vesúvio é o único vulcão ativo na Europa continental. Localizado na costa oeste da Itália, é conhecido pela erupção que, no ano 79 d.C., devastou a cidade de Pompeia. Ainda hoje, o Vesúvio é considerado uma ameaça potencial para Nápoles e os vilarejos vizinhos que crescem nas encostas do vulcão.
Segundo Sêneca (filósofo do Império Romano), quando o Vesúvio devastou Pompeia no ano 79, a cidade estava se recuperando da devastação causada por um terremoto do ano de 62.
Plínio, que viu a erupção do vulcão a partir da cidade vizinha Miseno, descreveu a coluna de fumaça como “semelhante a um pinheiro Mediterrâneo. Como se fosse uma árvore excepcionalmente alta, a coluna de fumaça ergueu-se e expandiu-se em diferentes ramos. Às vezes branco, às vezes manchado por areia e cinzas”.
Este vídeo, produzido pela Zero One para o Museu de Melbourne, mostra a evolução da erupção, hora a hora, vista a partir da própria Pompeia.
Fonte: Aleteia

AINDA SOBRE ORLANDO! A MORTE A VIA MAIS NEFASTA DA ACTUALIDADE!

- Rui Santiago cssr

S

Ontem aconteceu Orlando de outra maneira. Ontem, não foi notícia o Disneyworld. Não quero abusar das palavras, mas não consigo seguir como se nada tivesse acontecido. Choca-me a brutidade daquela matança. Choca-me todo o tipo de estupidez, mas aquela que procura fundamentação religiosa ainda me escandaliza mais. Choca-me o extremismo islâmico e todos os outros tipos de extremismo religioso, coisa que os EUA conhecem tão bem e alimentam também tão ferozmente. A desumanidade é um enigma que não decifro inteiramente. 

Depois da brutidade e da matança, vem a imbecilidade, em onda, como réplicas daquele primeiro impacto, vergonhosas réplicas de ódio e maldade. E isto, confesso, acho que ainda me fere mais. Porque explico melhor a brutidade de uma pessoa que faz aquilo do que as reacções de milhares de pessoas nas redes sociais que confirmam o terror e batem palmas. É como uma onda imbecil, igualmente desumana. 

Para uns, o inimigo é o islão; para outros, o inimigo são os gays. Quando perceberemos que o inimigo, afinal, está dentro de nós, e é um monstro mesquinho e preconceituoso, que alimentamos com doses generosas de ignorância e medo? 

Às vezes faz-nos falta saber donde vêm as palavras. Fobia vem do grego "fobos", que significa medo, pânico. Islamofobia, Homofobia, e qualquer outra fobia, é uma criação do medo. É uma cedência ao medo. E poucas coisas nos fazem ser mais terríveis e impiedosos do que o medo diante do desconhecido. É às escuras que desferimos os nossos golpes mais mortais. Quando estamos às cegas, brandimos as espadas e as lanças com um vigor tão desordenado que nos torna perigosamente mortais. 

É de medo que falamos. Dos medos que nos habitam, das fobias que nos dominam e nos levam à impiedade. E, acima de tudo, dos monstros - também dentro de nós! - que estes medos alimentam e que acabam por fazer tanto mal. 

E, como resposta de um crente em Deus, o Misericordioso, ao homem que fez a matança naquela discoteca, e a todos os que conseguem arranjar argumentos para aplaudir um pecado tão grave, partilho de novo uma reflexão que fiz para a homilia há umas semanas. Um apontamento sobre a homofobia, e o que Jesus disse sobre isso. Publiquei na página "Plano B" no facebook, mas volto a pôr aqui o texto, comentário ao texto evangélico em que um centurião romano manda pedir a Jesus que lhe cure um servo com quem ele vivia em intimidade (Lc 7, 1-10).

O homem era pagão. Não só pagão, mas romano. Não só romano, mas centurião. Está o cenário todo montado para que um Profeta lhe mande dar uma volta. Um chefe militar do império colonizador, e parece que tinha "um servo a quem estimava muito". Quer dizer, se vamos a traduzir mesmo o que está no original, a coisa em português fica assim: "que vivia na intimidade dele". A palavra grega que está traduzida por "estimava muito" é "entímos", origem do vocábulo "íntimo", em português. 
Ou seja: mais esta!

Entendamo-nos, então. Segundo a cultura militar romana, era proibido um centurião ser casado. Ter mulher e filhos seria uma dificuldade para o cargo militar que ocupava. Entretanto, tinha-se tornado comum e bem aceite que os centuriões tivessem junto de si jovens rapazes, como seus servos, com quem partilhavam a intimidade. Não podemos avaliar estas coisas segundo critérios da nossa cultura actual, evidentemente. Este costume era bem aceite, estava encaixado na estrutura militar, e em nada se assemelhava a predação sexual ou pederastia. Tempos. 
O que interessa aqui é percebermos quem é este centurião e o motivo pelo qual ele não quer que Jesus vá lá a casa. Se entre os romanos as relações homossexuais não levantavam nenhum problema moral, não era assim entre os judeus. A lei judaica era muito explícita na condenação à morte que mereciam todos os que fossem acusados de relações homossexuais. Era uma imoralidade gravíssima. 
Se parecia que a descrição daquele homem, a olhos judaicos, não podia piorar, fomos apanhados de surpresa. Pagão. Colono. Chefe militar. E imoral. 
Bem vindo ao admirável mundo de Jesus!
                      
Alguma coisa teria de muito especial este homem, porque os próprios anciãos de Cafarnaum intercedem por ele. Ou era muito generoso e sensível, ou era um diplomata hábil. Construir sinagoga para os judeus podia ser as duas coisas: generosidade ou técnica de colonização. Todos os impérios usam prendas para amansar quem têm pela rédea. Percebes porque se chamam "prendas"?...
O que é certo é que intercedem por ele, e Jesus sabia quem era e do que se tratava. E não encontramos na sua boca uma palavra de condenação, nem uma recusa. É admirável contemplarmos, nestas passadas dos evangelhos, o que não está lá. O que Jesus não disse. O que Jesus não fez. O que lá não está diz-nos muito do que Jesus é e da maneira como se posiciona diante das pessoas. 
Não só não o condena nem rejeita o seu recado, não só não o ignora nem vulgariza o seu sofrimento, como lhe dá um louvor. "Nunca vi tão grande fé, nem em Israel!" Jesus diz isto de um pagão, chefe militar dos colonizadores, que lhe mandou recado movido pelo amor que tinha àquele servo com quem vivia em intimidade. Nós que somos de vez em quando tão dados a homo e outras fobias, talvez precisássemos de conhecer os evangelhos um bocadinho melhor. 

Já agora: o louvor da Fé. A mim toca-me profundamente o motivo pelo qual Jesus louva a Fé daquele estrangeiro. Porque ele, o estrangeiro, intuiu qualquer coisa fundamental, e Jesus gostou disso. A Fé é Obediência. É por isso que a Fé daquele centurião é grande e boa e louvável, porque ele entende a Fé como Obediência: um diz, o outro faz; um manda, o outro obedece. 
É este carácter obediencial da Fé que nos falta tantas vezes! Perdemo-nos em devoções sem motivo nem porquê, deixamo-nos enganar facilmente por causa da ignorância da nossa Tradição e do desconhecimento das Escrituras, pensamos que a Fé se reduz a um sentimento ou a uma referência teórica a determinados valores universais, e foge-nos o essencial: ter Fé é Obedecer a Jesus Cristo. 
              
Ele diz, a gente faz.
Ele faz, a gente imita.
Ele pede, a gente alegra-se.
Ele gosta, a gente deseja. 
A sua paixão foi o Reino de Deus.
Ainda é.
Por outras palavras: que Deus mande!
Que a gente viva como Deus manda!
Manda quem pode. Obedece quem deve. 

Foi há pouquinho, apenas três versículos antes, neste evangelho de Lucas, que Jesus desabafou uma das suas queixas mais profundas: "Porque é que vocês me andam sempre a chamar 'Senhor, Senhor', mas não fazem o que eu mando?!"                   
Grande era a Fé daquele homem. Foi isso que Jesus viu. Foi disso que Jesus falou. Foi com isso que Jesus se interessou.


Fonte: blog derrotar montanhas-Indje

quarta-feira, 15 de junho de 2016

SERÁ DESTA QUE O TRATAMENTO DO CANCRO TERÁ SUCESSO!?

CIÊNCIA & SAÚDE   

CIENTISTAS DESCOBRIRAM COMO MATAR À FOME AS CÉLULAS DE CANCRO

 
Imagem de células do fígado e da estrutura química da glutamina obtida em microscópio de fluorescência
Imagem de células do fígado e da estrutura química da glutamina obtida em microscópio de fluorescência
Uma equipa de investigação europeia conseguiu matar à fome células de cancro do fígado, através do bloqueio de uma proteína que é essencial para a proliferação da doença. Uma descoberta que abre a porta a novas formas de tratamento.
A pesquisa, realizada na Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, foi publicada no jornal científico Genes & Development.
Segundo os autores do estudo, o procedimento é baseado na ideia de que “vários tumores desenvolvem uma dependência da glutamina para apoiar a proliferação celular descontrolada” – ou seja, as células cancerosas alimentam-se de glutamina para se multiplicarem.
Os investigadores descobriram que uma proteína chamada “receptor de fígado homólogo 1″ (LRH-1) é a responsável pela digestão da glutamina em pequenas moléculas, que são então avidamente consumidas pelas células hepáticas cancerosas.
O LRH-1 coordena “vários genes-chave que estão envolvidos no metabolismo da glutamina”, explicam os investigadores, constatando que este receptor “impulsiona o desenvolvimento de tumores no fígado ajudando as células cancerosas a converterem glutamina em moléculas que são directamente necessárias para a proliferação”.
Deste modo, “bloquear o LRH-1 leva as células do cancro a morrerem de fome e reduz consideravelmente o desenvolvimento de cancro do fígado em ratos, enquanto preserva células normais”, concluem os cientistas da EPFL.
“Encerrar esta via, inibindo o LRH-1, anula a utilização da glutamina como combustível e leva as células cancerosas a uma tremenda angústia metabólica“, explica à EurekAlert! o investigador Pan Xu, da Universidade de Maryland e autor principal do estudo.
Os cientistas ainda descobriram que bloquear a função deste receptor também funciona como umaprotecção contra o desenvolvimento do cancro do fígado.
Estas conclusões abrem assim, a porta para novas formas de tratamento do cancro do fígado, podendo, nomeadamente, levar ao desenvolvimento de medicamentos eficazes contra a doença.
Esse passo já está em curso, havendo a expectativa de que a descoberta possa também ajudar a tratar outro tipo de cancros – nomeadamente do pâncreas e dos ovários, onde o receptor LRH-1 também existe.
Fonte:SV, ZAP

AS CORRENTES DE ORAÇÃO SOB AMEAÇA NÃO SÃO DE DEUS!

 
ORAÇÃO & VIDA INTERIOR
PE. HENRY VARGAS HOLGUÍN
Correntes de oração com ameaças embutidas: muita calma nessa hora!
As ameaças e fórmulas mágicas para conseguir resultados são contrárias à verdadeira fé
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“Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus”(Mt 18, 19).
Jesus, nesta passagem do Evangelho, nos declara a importância de nos unirmos em oração para pedir a graça do Pai – mas não estabelece condições estritas e muito menos ameaças quanto ao modo de fazermos isto. Quem quiser unir-se a uma intenção de oração pode fazer a prece que preferir, na hora e no lugar que desejar, sozinho ou acompanhado.
Mas é importante distinguir o seguinte: uma coisa é unir-se em oração por uma intenção concreta e real, mesmo quando as pessoas participantes da oração não se conhecem; outra coisa bem diferente é aderir às chamadas “correntes de oração”, que hoje, graças à internet, não apenas se difundem profusamente como ainda “ameaçam” com certos castigos àqueles não as seguirem à risca.
A Igreja não admite que a oração seja instrumentalizada e reduzida a essa espécie de “chantagem psicológica”. É por isso que essas “correntes de oração” merecem clara censura.                          
Em primeiro lugar, porque elas “prometem desgraça” a quem não as fizer, ou a quem as interromper temporária ou definitivamente, ou a quem não as repassar. Além disto, procuram sustentar tais ameaças citando falsos exemplos ou testemunhos de pessoas que supostamente as romperam e sofreram punições. Quem promove essas correntes em nome de Deus é um falso profeta: ninguém pode ameaçar ninguém em nome de Deus.
Em segundo lugar, essas correntes enganam o próximo, já que obrigam as pessoas a fazerem mau uso da oração, desvirtuando-a ou banalizando-a. Este é, no fundo, o verdadeiro objetivo desse tipo de “cadeia de oração”.
Vincular desgraça ou prêmio a uma determinada corrente de oração é contrário aos ensinamentos da Igreja. Nem prêmio nem condenação decorrem de se participar ou deixar de participar de uma “corrente”. Trata-se de mera superstição: atribui-se à simples materialidade dessas supostas orações uma eficácia que elas não têm.
O catecismo nos lembra que atribuir eficácia à materialidade de orações ou de sinais sacramentais, prescindindo das disposições interiores exigidas, é cair em superstição (cf. núm. 2111). E toda superstição desvia de Deus a nossa confiança e a transfere para práticas ridículas, o que acaba se tornando uma ofensa contra Deus: são formas, no fim das contas, de se desconfiar d’Ele.
A superstição contraria o primeiro mandamento da lei de Deus e é um sinal claro de ausência de fé verdadeira. Por isso, não só comete falta quem envia e difunde essas correntes de oração, mas também quem acredita nelas.
Esse tipo de superstição envolve uma série considerável de erros:
  • As correntes se valem de uma suposta necessidade alheia para forçar os participantes a buscarem benefício pessoal.
  • Apresentam receitas ou fórmulas mágicas para se conseguir resultados em detrimento da fé.
  • Fazem ameaças a quem não realiza certas práticas, o que envolve uma atitude de medo de Deus e confiança em homens que pretendem falar em nome d’Ele.
  • Difundem preces e imagens com erros teológicos, o que é grave porque leva as pessoas de fé pouco sólida a cultivarem uma imagem cada vez mais equivocada de Deus.
  • Fomentam a frustração com Deus quando Ele não “cumpre” o que se esperava que cumprisse.
  • “Motivam” os outros a propagar uma suposta oração a fim de conseguir resultados fáceis, rápidos e interesseiros, sem levarem em conta a verdadeira vontade de Deus.
Outro problema, que não é de caráter religioso, mas nem por isso é irrelevante, é que essas correntes, quando encaminhadas por e-mail, ainda servem com frequência para captar informações pessoais ou espalhar vírus informáticos.
A verdadeira motivação da oração deve ser o amor. Ora-se de verdade quando se ora por autêntico amor a Deus e aos irmãos e irmãs; quando se ora sem esquecer que a oração deve acomodar-se à vontade de Deus e não “pressionar” Deus para se Ele se acomode àquilo que desejamos (ou exigimos). A oração é para nos colocarmos nas mãos de Deus, para confiarmos ao Seu Coração amoroso a nossa vida, “como bebês nos braços da mãe” (cf. Sal 131, 2).
Não podemos manipular Deus. Ele não se pauta pela vontade humana nem é um dispensador de milagres a nosso bel-prazer.
Confiar em Deus é reconhecê-lo como Pai e saber que o triunfo está garantido, mas não ao estilo dos homens ou segundo as lógicas humanas. Confiar em Deus é ter a certeza de que a cruz não é o fim do caminho. Confiar em Deus é saber que, mesmo quando as coisas não saem do jeito que gostaríamos, Ele nunca nos desampara, pois sabe o porquê de cada experiência que nos permite viver. Confiar em Deus é saber que somos amados por Ele. A autêntica oração, portanto, é um ato de confiança em Deus, pedindo-lhe como filhos, mas deixando que Ele decida como Pai.
As “correntes de oração” que fogem a essa relação filial com Deus merecem somente uma resposta: não! E ninguém deve sentir-se mal por ignorá-las tal como elas merecem.
Fonte: Aleteia

terça-feira, 14 de junho de 2016

DEUS É O ÚNICO SENHOR DA VIDA E DA MORTE E NÃO O HOMEM!

DESTAQUES
ALETEIA TEAM
De arrepiar: a carta ao médico que lhe recomendou abortar a filha com Síndrome de Down
A mãe escolheu a vida. E, aos 15 meses, a pequena Emersyn vem tocando o coração de milhões de pessoas
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Ela se chama Courtney Baker. É uma corajosa mamãe que escolheu a vida da filha, Emersyn, diagnosticada com síndrome de Down – apesar dos conselhos que o médico lhe dera para abortar. E foi a esse médico que Courtney enviou esta carta extraordinária:
* * *
“Querido doutor,
Um amigo me contou, faz pouco tempo, uma história que me dilacerou. Quando o especialista em ecografias viu o filhinho dele no ventre materno, disse ao pai: “Ele é perfeito!”. Meses depois, o filho nasceu com síndrome de Down. Meu amigo foi visitar o mesmo médico, que olhou para o bebê e reiterou: “Eu disse a você: ele é perfeito!”.
Esta história me dilacerou porque, mesmo agradecida ao meu amigo por compartilhá-la, eu me enchi de dor por não ter tido esse médico. Como eu gostaria que esse médico tivesse sido você!
Eu fui até você no momento mais difícil da minha vida. Eu estava completamente aterrorizada, ansiosa e desesperada. Ainda não sabia da verdade sobre a minha bebê, e era disso que eu precisava desesperadamente. Mas, em vez de apoio e de incentivo, você sugeriu que eu ‘interrompesse a gestação’ da nossa filha. Eu disse a você o nome dela, e você nos perguntou se entendíamos a ‘baixa qualidade de vida’ que teríamos com uma criança com síndrome de Down. Você sugeriu que reconsiderássemos a decisão de levar a gravidez adiante.
Desde essa primeira consulta, nós temíamos todas as consultas seguintes. O momento mais difícil da minha vida se tornou quase insuportável, já que você nunca me contou a verdade: a minha filha era perfeita.
Não estou com raiva. Não estou com rancor. Estou muito triste.
Estou triste porque esses pequenos corações palpitantes que você vê todos os dias não o enchem de admiração perpétua. Estou triste porque os intrincados detalhes e o milagre desses doces dedinhos de mãos e pés, pulmões, olhos e ouvidos não o fizeram refletir. Estou triste porque você disse que um bebê com síndrome de Down diminuiria a nossa qualidade de vida. E o coração se despedaça com a possibilidade de que você diga o mesmo, hoje, a outra mãe. Mas, acima de tudo, estou triste porque nunca teria tido o privilégio de conhecer a minha filha Emersyn.
Como você pode ver, a Emersyn não só aumentou a nossa qualidade de vida como também tocou o coração de milhares de pessoas. Ela nos deu um propósito e uma alegria que é impossível de expressar. Ela nos deu os maiores sorrisos, mais risos e os beijos mais doces que jamais teríamos conhecido. Ela nos abriu os olhos para a verdadeira beleza e para o amor puro.
Por isso, eu rezo para que nenhuma outra mãe passe por isso que eu passei. A minha oração é também para que você veja a verdadeira beleza e o amor puro em cada ecografia que fizer. E a minha oração é para que, quando você vir a próxima criança com síndrome de Down ainda escondida no ventre da sua mamãe, você olhe para essa mãe e diga a ela a verdade: ‘O seu filho é perfeito’”.

emersynemersyn e mamae



                                                                                                                                                                      
Fonte: Aleteia

segunda-feira, 13 de junho de 2016

O CÉU QUE JÁ NÃO SE VÊ À NOITE!

BREAKING ZAPS

 

UM TERÇO DA POPULAÇÃO MUNDIAL JÁ NÃO CONSEGUE VER AS ESTRELAS

 
A Via Láctea, vista do Paquistão
A Via Láctea, vista do Paquistão
Mais de 80% da população mundial vive debaixo de céus contaminados por luzes artificiais, e um terço da população mundial não consegue ver a nossa galáxia, a Via Láctea, devido ao brilho das luzes artificias das cidades.
Lembra-se do tempo em que conseguia ver as estrelas?
A poluição luminosa é uma das formas mais generalizadas de alteração ambiental, e criou um nevoeiro luminoso à volta do planeta que esconde as estrelas e constelações do céu nocturno.
Um estudo, publicado esta semana na Science Advances, analisou esta poluição luminosa e concluiu que cerca de um terço da população mundial já não consegue ver a Via Láctea no céu nocturno.
Este valor sobe para os 60% na Europa e para os 80% nos EUA.
Para Fabio Falchi, investigador do Instituto Italiano de Ciência da Poluição Luminosa e autor principal do estudo, “esta situação é uma perda cultural de uma magnitude sem precedentes“.
“Algures pelo caminho, perdemos alguma coisa”, diz Falchi, citado pelo The Guardian.
“Mas como é que calculamos o valor desta perda?”, interroga-se o investigador.
Fabio Falchi et al. / Science Advances
Atlas Global da Poluição Luminosa
Atlas Global da Poluição Luminosa
Usando satélites e dados de luminosidade do céu, os cientistas criaram um atlas global da poluição luminosa.
Segundo este atlas, os países mais poluídos do mundo são Singapura, o Kuwait, o Qatar, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Coreia do Sul.
As regiões do planeta com o céu mais limpo são (sem surpresa) a Gronelândia, a Somália, a República Centro-Africana e a ilha de Madagáscar.
Na Europa, os países mais poluídos são a Áustria e norte de Itália, o triângulo Benelux, e o Reino Unido. Mas Portugal, com um litoral particularmente iluminado, não fica nada bem na fotografia.
Fabio Falchi et al. / Science Advances
Atlas da Poluição Luminosa da Europa
Atlas da Poluição Luminosa da Europa
“Há gerações inteiras de pessoas nos Estados Unidos que nunca viram a Via Láctea”, diz Chris Elvidge, investigador do Centro de Informação Ambiental de Boulder, no Colorado, um dos cientistas que trabalhou na criação do atlas.
“Todas as vezes que vi a nossa Via Láctea foram uma experiência mágica“, diz Elvidge.
“Mas o nevoeiro luminoso em que envolvemos o planeta tirou essa experiência a uma grande parte da população mundial”, lamenta o investigador.
Fonte: ZAP

HOJE 13 DE JUNHO DIA DA FESTA DE SANTO ANTÓNIO DE LISBOA!

António, o santo casamenteiro que chegou a general       


12 Junho 2016
Casamenteiro e amigo dos namorados, Santo António é um dos santos favoritos dos portugueses. Mas o que poucos sabem é que à função de padroeiro juntou uma outra - a de general do Exército Português.
Apesar de muito acarinhado pelos lisboetas que, todos os anos, celebram uma festa em seu nome, Santo António é também um dos santos favoritos dos portugueses e um dos mais populares da Igreja Católica. Desde 1934 que é padroeiro de Portugal, juntamente com a Imaculada Conceição, de acordo com o designado pelo Papa Pio. Mas os títulos atribuídos ao santo lisboeta não se ficam por aqui.
Padroeiro da cidade de Lisboa, título que partilha (e disputa) com São Vicente, Santo António tem ainda sob a sua alçada os barqueiros, os marinheiros, os náufragos, os viajantes, os velhos, os pobres e oprimidos, as solteiras, as grávidas, as estéreis e os namorados. Venerado em Portugal, mas também no estrangeiro, a popularidade do santo é tal que todos o querem para si. Santo António de Pádua em Itália e Santo António de Lisboa em Portugal, foi preciso que o Papa Leão XIII lhe chamasse o santo de todo o mundo para resolver a questão. Afinal, é preciso não esquecer que António não é de ninguém — é de todos.
Às funções de santo e padroeiro, Santo António conseguiu ainda acumular uma carreira militar de sucesso, pela qual recebeu inúmeras distinções e medalhas. Tornou-se soldado durante a Guerra da Restauração, foi subindo de posto e lutou junto ao Regimento de Infantaria n.º 19 durante as invasões francesas. No Brasil, ajudou a afastar os holandeses da costa e em Espanha a conquistar territórios no norte de África. Na paz ou na guerra, Santo António sempre foi uma fonte de consolo e de força para aqueles que o procuravam.

Um santo muito lisboeta

Santo António — ou melhor, Fernando de Bulhões — nasceu em Lisboa por volta de 1191, no local onde foi depois construída a Igreja de Santo António, junto à Sé.
A popular Igreja de Santo António, junto à Sé de Lisboa, encontra-se no local da casa onde Santo António nasceu e viveu a sua infância.
 No seio de uma família da pequena nobreza. Foi ao pé de casa que iniciou os estudos, com os cónegos da Sé de Lisboa, ingressando depois aos 18 anos como noviço na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Aos 20 anos, transitou para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde se dedicou ao estudo da Filosofia, Teologia e Direito Canónico, até que, em 1220, decidiu abraçar o espírito da evangelização. Inspirado pelo martírio de cinco franciscanos decapitados em Marrocos, cujos restos mortais foram transladados nesse ano para Coimbra, decidiu abandonar a regra de Santo Agostinho e ingressar na Ordem de São Francisco, mudando-se então para o Convento de Santo Atão dos Olivais onde adotou o nome de António em homenagem ao eremita.
O nome latino de Atão é Antonius e, por esse motivo, em algumas traduções o eremita surge como António.
Partiu no mesmo ano para Marrocos, para pregar as escrituras. Mais tarde, mudou-se para Itália, para onde foi desviado por uma tempestade durante a viagem de regresso a Portugal. Em terras italianas, distinguiu-se como exímio orador e pregador, ganhando ama de santo e de sábio. Conhecido pela eloquência e caridade para com os pobres, começou a reunir à sua volta multidões, que se sentavam ao pé do santo para o ouvir falar.

Foi em Itália, em Arcela, junto de Pádua, que morreu a 13 de junho de 1231. O seu corpo foi sepultado na Igreja de Santa Maria Mater Domini, em Pádua, que depressa se tornou centro de peregrinação.
O túmulo do Santo fica no interior da basílica e é rodeado de cartões, fotos e agradecimentos por graças recebidas. Atrás do altar se encontram suas relíquias.
Resultado de imagem para igreja de mater domini em pádua
Os primeiros milagres não tardaram a aparecer e, por esse motivo, António foi canonizado em tempo recorde, menos de um ano depois da sua morte.A cerimónia de canonização aconteceu a 30 de maio de 1232, e foi levada a cabo pelo Papa Gregório IX. Em 1946, Santo António foi proclamado Doutor da Igreja, com o título de Doutor Evangélico, pelo Papa Pio XII. Apesar de o título só ter vindo 700 depois da sua morte, “Santo António sempre foi tratado como Doutor da Igreja“, explicou ao Observador Pedro Teotónio Pereira, diretor do Museu de Lisboa — Santo António.
Na data da sua morte, 13 de junho, celebra-se todos os anos o dia de Santo António, feriado municipal em Lisboa e ponto alto das festas da cidade.

O soldado António

A carreira militar de Santo António começou cerca de 400 anos depois da sua morte, em meados do século XVII. De acordo com Isabel Dâmaso dos Santos, especialista em Santo António e autora do texto sobre a faceta militar do santo que se encontra no guia oficial do museu lisboeta, foi a partir dessa altura que “deu início à tradição” de lhe atribuir “um papel de relevo no campo militar”. Ao longo dos séculos seguintes, este foi sendo distinguindo com várias promoções que lhe permitiram ascender a diferentes postos dentro da hierarquia militar, que nem sempre respeitavam a ordem instituída.
A primeira referência à entrada do santo para o Exército Português data de 1623, numa altura em que Portugal estava nas mãos da dinastia filipina, de Espanha. Apesar disso, Isabel Dâmaso dos Santos defende que só se pode considerar 1665 como a data do início da carreira militar de Santo António, uma vez que foi nesse ano que o rei D. Afonso VI ordenou que o santo “fosse alistado no exército, como seu patrono” e que “assentasse praça como soldado” e lhe fosse pago o respetivo soldo”.
Santo António começou por assentar praça no Terço da Câmara de Lisboa, pouco tempo antes de 17 de junho de 1665, data em que foi travada a Batalha de Montes Claros, entre portugueses e espanhóis. Foi, aliás, durante os confrontos entre Portugal e Espanha, durante e depois da Restauração da Independência, que o santo começou a destacar-se enquanto protetor das forças portuguesas. Entre os soldados, começou a surgir a crença de que a presença da sua imagem em batalha redobrava a sua força e confiança. “Era uma época muito insegura e de grandes perigos, e Santo António era uma fonte de consolo”, salientou Pedro Teotónio Pereira.
A primeira promoção do soldado António aconteceu depois da Guerra da Restauração. Como reconhecimento pelas vitórias alcançadas frente aos espanhóis, D. Pedro II ordenou que o santo fosse integrado no Regimento de Infantaria n.º 2 de Lagos. À entrada para o regimento, em finais de janeiro de 1668, seguiu-se em 1733 a promoção a capitão. O santo começou então a receber um soldo de dez mil réis, conforme uma carta régia emitida por D. João V. Mais tarde, o capitão António foi aumentado, passando a recebeu 15 mil réis mensais.
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Livro de Registos do Regimento de Infantaria n.º 2 de Lagos, onde está registado o pagamento mensal do soldo a Santo António
Em 1777, o major Hércules António Carlos Luís Joseph Maria de Albuquerque e Araújo de Magalhães Homem, do Regimento de Lagos, homem com um nome que fazia jus ao cargo que ocupava, entregou a D. Maria I uma petição em que pedia que Santo António fosse promovido ao posto de major tendo em conta o seu desempenho militar exemplar.
“Durante todo o tempo, em que tem sido capitão, vai quase para cem anos, constantemente cumpriu seu dever com o maior prazer à frente de sua companhia, em todas as ocasiões, em paz e em guerra, e tal que tem sido visto por seus soldados vezes sem número, como eles todos estão prontos para testemunhar: e em tudo o mais tem-se comportado sempre como fidalgo e oficial”, escreveu Magalhães Homem à rainha, citado pelo general Kaúlza de Arriaga num artigo publicado na revista A Esfera, 1944, explicando ser “por todos estes motivos” que o considerava “muito digno e merecedor do posto de major” ou de “quaisquer outras honras, graças ou favores que aprouver a S.M. conferir-lhe”.
Na petição enviar a D. Maria, o major do Regimento de Lagos fez ainda questão de certificar que não existia “alguma nota relativa a Santo António, de mau comportamento ou irregularidade praticada por ele: nem de ter sido em tempo algum açoitado, preso, ou de qualquer modo punido durante o tempo que serviu como soldado raso no regimento”.
"Certifico que não existe alguma nota relativa a Santo António, de mau comportamento ou irregularidade praticada por ele: nem de ter sido em tempo algum açoitado, preso, ou de qualquer modo punido."
Major Magalhães Homem, do Regimento de Infantaria de Lagos, em carta a D. Maria I
Apesar dos apelos de Magalhães Homem, a promoção a major nunca chegou a acontecer. Em vez disso, o santo foi promovido três anos depois ao posto de oficial-general.

Santo António contra Napoleão Bonaparte

No século XIX, o culto a Santo António Militar foi trazido de Lagos para Cascais, onde foi incorporado no Regimento de Infantaria n.º 19. Este passou a fazer-se acompanhar da imagem do santo, que era sempre transportada no dorso de um cavalo, incluindo em batalha.
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Gravura de Thomas S. St. Clair da Batalha do Buçaco, a 27 de setembro de 1810
Numa altura de crises, marcada pelas invasões francesas (1808-1814), a imagem de Santo António Militar tornou-se mais uma vez numa fonte de esperança e de consolo para as tropas portuguesas. A figura costumava acompanhar o Regimento de Infantaria n.º 19 nas lutas contra os franceses, tendo chegado a participar na importante Batalha do Buçaco (1810), onde as forças napoleónicas foram derrotadas pelo exército anglo-português, comandado pelo Duque de Wellington.
A influência da imagem de Santo António no moral das tropas portuguesas era tal que chegou mesmo a ser roubada pelos franceses, que acreditaram assim poderem derrotar o exército português. Porém, ao descobrirem que a estátua tinha desaparecido, os portugueses atacaram com toda a força as tropas francesas. Tudo para recuperar o santo mais do que querido.
Curiosamente, durante as guerras napoleónicas, Santo António chegou a estar alistado em dois exércitos diferentes — o português e o inglês, que lutavam lado a lado contra as forças de Napoleão.
A imagem encontra-se hoje no Museu Militar do Buçaco, e ostenta ao peito a Cruz da Guerra Peninsular, pelas lutas travadas contra as forças napoleónicas. Como forma de agradecimento pela vitória sob o exército francês, D. João VI atribuiu ainda ao santo a patente de tenente-coronel de infantaria, em 1814, já após a guerra. No mesmo ano, este recebeu ainda a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Com a extinção das ordens religiosas em 1834, durante o reinado de D. José e o governo de Marquês de Pombal, a estátua de Santo António Militar só voltou a sair à rua em 1895. É dessa altura que data um incidente que marcou a história da imagem. “Fez-se uma procissão do Chiado até à Sé, mas a imagem foi atacada pela maçonaria na Baixa e a população teve de fugir”, contou Pedro Teotónio Pereira.
Foi também por volta dessa altura, de modo a assinalar a comemoração dos 700 anos do nascimento de Santo António, que surgiu a ideia de promover o santo a coronel. Porém, a promoção nunca chegou a andar para a frente e o santo permaneceu para sempre general.

Santo António Militar no Brasil e além fronteiras

A carreia militar de Santo António não se ficou por Portugal, estendendo-se às colónias ultramarinas, como Angola, onde a tradição do santo militar se manteve bem viva até meados do século XX, Moçambique ou Macau, e a outros países europeus, como Itália ou Alemanha.
Em Espanha, existe inclusive uma lenda que o liga à conquista da cidade de Oran, no norte de África, em 1731. Diz a história que, antes de partir para o norte de África, o oficial responsável pela campanha militar visitou uma capela dedicada a Santo António em Espanha para pedir auxílio. Em troca da ajuda do santo, o oficial espanhol colocou aos seus pés o seu chapéu de plumas e uma espada.
Ao chegar a Oran, o exército espanhol deparou-se com um cenário inesperado — ao contrário do que seria de esperar, a população não ofereceu resistência. Quando questionados sobre a situação, os locais contaram que, antes da chegada das forças espanholas, tinha passado por ali um frade com um chapéu de plumas e uma espada que lhes disse que, se tentassem lutar contra os espanhóis, que a cidade seria destruída.
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Fotolitografia do século XX, de autor desconhecido, que mostra Santo António com o chapéu de plumas e a espada do oficial espanhol espanhol
Já no Brasil, a entrada do santo para o exército deu-se antes que em Portugal, no final do século XVI. De acordo com Isabel Dâmaso dos Santos, o primeiro posto militar de Santo António no Brasil data de 1595, altura em que assentou praça como soldado na Baía, cidade onde chegou a ser homenageado por ter ajudado a população a vencer o cerco imposto pelos holandeses que, depois da morte de D. Sebastião, tentaram por diversas vezes invadir o Brasil. Posteriormente, foi promovido a capitão e, mais tarde a tenente-coronel.
Mas a carreira militar de Santo António não se ficou pela Baía. Passou pelo Rio de Janeiro, onde foi nomeado capitão de infantaria pelo Governador da cidade, que lhe pediu auxílio contra o exército francês, por Paraíba do Norte, pela Fortaleza da Barra e por Goiás. Em 1645, foi declarado padroeiro de Pernambuco, passando a figurar nas bandeiras dos regimentos que lutavam contra as forças holandesas. Na mesma cidade, chegou a atingir o posto de tenente. No Brasil, como em Portugal, Santo António ressurgiu como um símbolo de resistência contra as forças invasoras.
"O Coronel António de Pádua vai quási em três séculos de serviço. Nomeie-o general e ponha-o na reserva."
Artur Bernardes, numa carta ao Ministro da Guerra brasileiro
Em São Paulo, recebeu a maior patente da sua carreira no Brasil — a de coronel — e em meados do século XVIII foi homenageado como protetor e vereador da Câmara de Iguarassu. Em 1799, começou a receber o soldo de capitão, que lhe foi atribuído pelo município de Ouro Negro até 1904.
Em 1924, o santo ainda constava como elemento do Exército Brasileiro, facto que levou o então Presidente do Brasil, Artur Bernardes, a emitir um despacho ao Ministro da Guerra, Fernando Setembrino de Carvalho, em que pedia a reforma de Santo António. Segundo a investigadora Isabel Dâmaso dos Santos, Santo António figura desde então no Anuário Brasileiro, na lista dos oficiais da reserva do Exército da República do Brasil.
Imagens: Wikimedia Commons
Imagens de Santo António Militar: cedidas pelo Museu de Lisboa — Santo António
Fonte: Observador

Um pequeno louvor a Santo António:
"Se milagres desejais, recorrei a Santo Antônio;
Vereis fugir o demônio e as tentações infernais.
Recupera-se o perdido, rompe-se a dura prisão;
E no auge do furacão, cede o mar efurecido.

Pela Sua intercessão; foge a peste, o erro, a morte;
O fraco torna-se forte e o enfermo são.
Todos os males humanos se moderam e se retiram; 
digam-no aqueles que o viram e mormente os Paduanos."