Lisboa
está cheia de testemunhos de Santo António – o seu santo mais
querido e popular. Os museus e bibliotecas portuguesas possuem
quase tudo o que um erudito pode querer saber sobre este
português fora do vulgar, que viveu nos primórdios da
nacionalidade. Porém para a maioria dos lisboetas que não vão
às bibliotecas e raramente aos museus, o dia 13 de Junho não
passa de um agradável feriado em honra de Santo António, onde
se aproveita para ir comer caldo verde e sardinhas assadas, de
preferência junto aos bairros da Sé e ver as marchas
populares.
As crianças já não pedem umas moedas para
enfeitar o trono do Santo e as meninas solteiras provavelmente já
não lhe pedem um namorado. Tanta popularidade, mais de
oitocentos anos depois do seu nascimento, leva-nos a recordar
aspectos da vida deste santo, passada entre Lisboa, Coimbra e
Pádua.
Igreja de Santo António de Lisboa
Foi
canonizado, em 1232, ainda se não completara um ano sobre
a sua morte. Caso único na história da Igreja Católica.
Já que nem São Francisco de Assis teve tal privilégio. Os
santos como Santo António, há muito que desceram dos
altares para conviverem connosco, os simples mortais, que
tomamos como nosso protector e amigo. O seu sumptuoso
sepulcro, em mármore verde em Pádua, na igreja de Santo
António é o tributo do povo que o amou e é muito mais do
que um lugar de peregrinação e de oração. Através dos
séculos, a sua fama espalhou-se por todos os continentes.
No dia 13 de Junho de cada ano, Lisboa e Pádua comemoram a
passagem por este mundo de um português que pregou a fé e
morreu em Pádua. Como todos os santos, é universal.
Uma das lendas que me foi transmitida em criança:
Dizia-se que Fernando(Sto. António) era um menino muito brincalhão. E, uma das suas travessuras mais frequente, era partir a bilha em pedaços, das moçoilas, pois fazia-as quase sempre chorar, quando iam buscar água à fonte. Vinha por trás delas e partia-lhes a cantarinha, muitas eram empregadas em casas senhoriais. Ao verem a bilha em pedaços, ficavam deveras aflitas, frente ao autor da brincadeira, mas ele cheio de compaixão, depois ter feito o mal, pegava nos pedaços e entregava- lhas de novo inteirinhas, sem qualquer defeito.
Por isso, no dia 13 de Junho, na minha infância, quase sempre a aldeia em peso ia para o largo da fonte e entre as várias brincadeiras dessa tarde, um dos rapazes, de olhos vendados, era convidado a partir a bilha que voava em todas as direcções, também íamos saltar a fogueira de Sto António. Era sempre agradável, deixar o trabalho do campo para se ir divertir na tarde de Sto. António. Os santos populares eram três, mas o que mais nos fazia divertir, era, de facto, Santo António, devido talvez, às lendas que iam passando de geração em geração. Para finalizar esta minha pequena reflexão, também se recorria ao santo para encontrar os objectos desaparecidos, apenas tínhamos de atar um cordel a uma cadeira e rezar o responso de Sto António! Quase sempre se obtinha resposta!
SANTO ANTÓNIO DE LISBOA, ROGAI POR NÓS
Reflexão Pessoal/ Nema, escrava de Maria
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