OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sábado, 7 de março de 2015

O HOMEM E AS VERDADES ABSOLUTAS!

Um mundo ideal – Não é uma utopia
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 1.jpg
Redação (Segunda-feira, 02-03-2015, Gaudium Press)
 
 Ao homem de nossa época lhe foi preciso umas décadas para dar-se conta que não é suficiente satisfazer as necessidades materiais para alcançar a felicidade. A vida -particularmente no mundo ocidental- foi organizada para que as pessoas vissem seus apetites sensíveis mais ou menos satisfeitos. E, é claro, isso não é intrinsecamente mau, pois se é certo que "nem somente de pão vive o homem", também de pão, segundo indicou o Senhor.
 
  Entretanto, uma mensagem que vinha sendo veiculada de forma mais ou menos sutil em toda a propaganda do 'American Way of Life' é que estabelecendo adequadamente a sociedade para a produção de abundantes bens materiais, o homem alcançaria a felicidade total. Pois resulta que não. E o que agora observamos com horror são legiões de jovens que buscam nos sinistros deleites da droga esse algo que não encontraram no estilo "Miami" ou "Nova York"; ou outros -poucos abundantes graças a Deus, pelo menos por hora- que fazem de tanto em tanto "acampamentos de verão" com assassinos na Síria ou no Iraque.
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 2.jpg
Ocorre que o homem não é só corpo, nem só sentidos, mas é também vontade desejando o bem infinito e inteligência buscando a verdade absoluta. E nem a vontade se satisfaz com a possessão de uma casa ou quatro automóveis, nem a inteligência com todos os estudos que o mundo pode oferecer. A vontade tem sede de água viva que se sacia oferecida por Jesus à Samaritana, e a inteligência do homem tem ânsia do mistério, inclusive aquele não inteiramente claro para a razão mas reluzente à luz da Fé.
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 3.jpgEvidentemente essa Água Viva, e esse Mistério Reluzente tem nome próprio, pessoal, e se chamam Deus. A felicidade só se encontra em contato com Deus, e de maneira plena no Céu, com Deus por toda a eternidade.
No entanto, Deus já nesta vida nos dá sua graça -que é uma participação criada de seu ser divino-, nos presenteia seus sacramentos, nos permite compartilhar sua liturgia, e ainda nos dá a possibilidade de voltar ao interior de sua essência divina, na imaginação dos possíveis de Deus.
 
Normalmente (bom, hoje por hoje as coisas não são muito 'normais') todo homem se encanta diante de uma bela paisagem. Quem desce uma colina até um vale que se abre em ampla planície, sulcada por um pequeno córrego, pouco antes do ocultamento do sol, poderá sentir vibrar em sua alma cordas que afinam com a grandeza divina, com a magnanimidade do Criador, Aquele que não repete o ocaso, Esse que sempre oferece sua infinita variedade nas tíbias e matizadas luzes do entardecer. É verdade que Deus -que nunca é avarento com sua graça- aproveita muitos desses instantes no qual a alma levanta seus olhos do solo de seu egoísmo até o céu, para infundir a noção de seu Ser no espírito humano e dar-lhe a degustar misticamente algo da alegria que se goza no Reino celestial.
Mas Deus não apenas nos deu os objetos para fazer uma boa meditação a partir da beleza da ordem criada, mas inclusive nos obsequiou com a capacidade de aperfeiçoar e transcender essa mesma ordem. Como nasceu o Chenonceaux? Não recordamos a história lida outrora, mas sempre após essas maravilhas encontramos ao menos uma alma que sonhou não apenas em uma ponte para de forma "prática" evitar o obstáculo de um rio, mas que idealizou um ponto do céu e daí surgiu o Chenonceaux.
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 4.jpg
 
Qual é a utilidade prática, o beneficio "material" de fazer algo tão dispendioso, tão elaborado como o Chenonceaux? Parece que não são poucos os turistas que vão à França com a esperança de deleitar-se no mítico Castelo das Damas, e ali deixam seu dinheiro (satisfeita, pois, a utilidade 'prática'). Mas os turistas vão gastar seu dinheiro ali no fundo porque buscam entrar em contato com um objeto especialmente sublime que lhes fala da sublimidade do céu, da beleza infinita, um pedaço pequeno do Reino celestial. Em tal sentido, Chenonceaux não é uma mera ponte sobre o rio Cher: é uma ponte rumo ao céu, ao paraíso, uma ponte rumo a Deus.
Agora bem -e aqui vem a maior utilidade 'prática' para a vida de cada um- antes que Chenonceau fosse realidade material, ele já foi realidade mental nas almas que o conceberam. Algum ou alguns, à procura da perfeição absoluta, pensaram em uma ponte com três ou quatro andares de altura, que tivesse 7 ou 8 corpos de colunas sobre o plácido rio unidos em arcos de meio ponto, e em um edifício principal torreonado em um lado. Imaginaram que devia canalizar-se o rio de certa maneira, que deviam semear-se jardins desta outra e com tais figuras, etc. E assim Chenonceaux nasceu do espetacular Cher, mas antes de viver na realidade, habitou nessas almas idealistas e alegrou a vida dessas almas. Uma alma que sonha os bons sonhos, esses que caminham à perfeição, vê alegrar sua vida.
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 5.jpg
 
De fato, e de maneira mais profunda, Chenonceaux já existia inclusive antes de viver nas mentes que o conceberam. Residia na Essência divina, como um possível a ser criado. Imaginar um mundo mais perfeito acaba sendo sinônimo de peregrinar em Deus. Que coisa tão maravilhosa!
Mas ocorre que ao 'peregrinar dentro de Deus', de algum modo Deus se vai fazendo presente em nossas vidas. E essa é a maior força que um homem pode receber. E que logo pode usar.
Um mundo ideal ? Não é uma utopia 6.jpg
Por Saúl Castiblanco
Traduzido por Emílio Portugal Coutinho
 
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/67616#ixzz3TjtmVGl5
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte
 
 

CARTA DE EINSTEIN LEILOADA- DEUS CRIOU O MUNDO

Leiloada carta de Einstein na qual revela que Deus criou o mundo
  Redação (Terça-feira, 03-03-2015, Gaudium Press)
 
"Deus criou o mundo com muita elegância e inteligência", assim Albert Einstein revelou que Deus criou o mundo. A frase é o eixo central de uma carta que o físico alemão escreveu a seu Leiloada carta de Einstein na qual revela que Deus criou o mundo 1.jpgcolega italiano Giovanni Giorgio no dia 12 de julho de 1925, e que no dia 15 de fevereiro saiu à luz após ser leiloada nos Estados Unidos e comprada por um anônimo pelo valor de 75 mil dólares.
O testemunho epistolar do físico é uma pequena mensagem escrita no verso de um postal e assinado "Suo Einstein", que traduzido do italiano quer dizer "Seu Einstein", ao reconhecido cientista que na Itália era toda uma autoridade no eletromagnetismo. Ali, além de referir-se a Deus, Einstein conclui a seu colega: "Não tenho dúvidas sobre a validade da teoria da relatividade".
Esta carta, que pertencia a um colecionador francês que obteve o manuscrito após uma coleta de artigos científicos italianos, vem a contrapôr outra carta na qual o físico alemão nega a existência de Deus e que dirigiu em janeiro de 1954 ao filósofo Eric Gutkin um ano antes de sua morte, a qual também foi leiloada alguns anos atrás.
Apesar de Einstein ter sido agnóstico declarado, afirmava Leiloada carta de Einstein na qual revela que Deus criou o mundo 2.jpgcrer em um Deus "que se revela na harmonia de tudo o que existe". Em uma ocasião disse: "Minha religião consiste em uma humilde admiração do ilimitado espírito superior que se revela nos mais pequenos detalhes que podemos perceber com nossa frágil e débil mente".
"A mais bela e profunda emoção que nos foi dado sentir é a sensação do místico. Ela é a que gera toda verdadeira ciência. O homem que desconhece essa emoção, que é incapaz de maravilhar-se e sentir o encanto e o assombro, está praticamente morto. Saber que aquilo que para nós é impenetrável realmente existe, que se manifesta como a mais alta sabedoria e a mais radiante beleza, sobre a qual nossas embotadas faculdades só podem compreender em suas formas mais primitivas. Esse conhecimento, essa sensação, é a verdadeira religião", continuava o físico alemão.
É a Einstein a que se atribui a autoria da frase "Deus não joga dados com o homem". (GPE/EPC)
 
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/67623#ixzz3TjrPjE29
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

O PRÍINCIPE DO MAL A MATÉRIA E O HOMEM!

“Doutor dos hereges, mestre dos impudicos, Pai dos mentirosos, Príncipe do mal”, é ele o autor do sofrimento…

O demônio é o autor responsável de nossos sofrimentos

O homem pecou por instigação do demônio: era justo que fosse punido; e Deus o puniu abandonando-o, até certo ponto, ao poder do demônio.

Se não fora alongar-nos, caberia neste ponto explicar com detalhes como todo o mal que existe no mundo, todas as desordens perturbadoras da natureza, todas e quaisquer destruições, resultam da maldita influência deste grande espírito, criado por Deus para ser como que administrador de todo o mundo material.
 Tais desordens e destruições não podem provir de Deus, que é a ordem infinita; tão pouco provém dos anjos, que são ministros de paz, de ordem e de vida; não procedem dos elementos materiais, de si destituídos de poderes e movimento:
 
Logo vêm desta força secreta e detestável chamada o demônio, que, posto que não possa destruí-la, perturba a bela harmonia da natureza.

  Assim é que, por mais de mil maneiras, que os sábios chamam causas secundárias, o autor do mal a espaços conturba a atmosfera e nela produz os temporais, as tempestades, o granizo, o raio e quantas assolações os acompanham.
 
É assim que, para fazer mal ao homem e às demais criaturas de Deus, ele empeçonha esta e aquela planta, este e aquele suco, e comunica o seu furor a alguns animais.

É também assim que, com permissão divina, ele suscita no ar e na água animálculos microscópicos, que difundem sobre a terra terríveis epidemias, essas tão assoladoras enfermidades contagiosas: a peste, a cólera, a varíola, todas as variedades de febres, etc.
A Medicina e a Ciência reconhecem os efeitos dessas enfermidades; combatem e por vezes cerceiam-lhes os estragos, mediante remédios, nos quais é latente o influxo benefício e misericordioso de Deus e dos anjos;

Mas só a fé descortina a causa invisível de todos esses males, disseminados pelo inimigo de Deus e dos homens, o pai do mal, o horrível demônio, que está escondido como malfeitor que é.

É a fonte de que dimanam todos os males que sofremos.
 
 Instigador de todos os crimes

Mais do que ninguém, aquele que deve vergar ao peso de nossa indignação, quando nos vemos a braços com a perversidade e com as ruins paixões dos homens, é ele tão somente, que os incita ao pecado.

EIS O QUE ESPERA O HOMEM QUE SEGUE AS SUAS PAIXÕES
 
 A inveja, a cólera, a impiedade que mataram Abel, foi ele que as suscitou no coração de Caim; deste modo fez, primeiro que todos, correr o sangue do homem e espremeu-lhe as primeiras lágrimas.

Foi, é e será até o fim o instigador de todos os crimes, de todas as rebeldias, de todas as cruezas, de todos os erros, de todas as infâmias do gênero humano.
Todo pecado, toda a desordem o tem por fundamento. Por isso a Igreja, em sua linguagem enérgica e profunda, o cognomina doutor dos hereges, mestre dos impudicos, pai dos mentirosos, príncipe do mal.

E sua astúcia, que poucas vezes falha, consiste em se esconder sempre e em persuadir suas desditosas vítimas a achar que vêm de Deus os males que sofrem.

Daqui procede a blasfêmia, extraordinário e abominável mistério, pelo qual o homem infiel, quando a si próprio faz mal ou quando lho fazem, clama e se irrita contra Deus, ameaça-o e maldiz o seu santo nome.

O blasfemador que maldiz a Deus assemelha-se ao indivíduo que, ameaçado por um assassino e defendido por um amigo, confunde-se um com o outro, e, deixando intacto o assassino, arremetesse contra o amigo e o matasse.

O demônio é, pois, o autor secreto e universal do mal, e portanto do sofrimento. Todos e quaisquer males, vêm direta ou indiretamente dele; assim como todos e quaisquer bens direta ou indiretamente vêm de Deus.

Nunca imputemos a Deus o que é obra do demônio…
E assim como Deus distribui a vida a todas as criaturas pelo ministério de seus anjos fieis, assim também Satanás, o maior dos anjos rebelados, difunde na criação a rebeldia, a desordem e o mal, coadjuvado por todos os outros anjos maus, que o acompanharam em sua rebeldia.

Essa luta invisível, que em nós tão dolorosamente repercute, só no fim do mundo acabará, porque a fidelidade ou infidelidade dos anjos não lhes pode torcer a vocação, que consiste em administrar ou governar os elementos da matéria.

De fato, não é à míngua de poder ou de bondade que o Senhor tolera o influxo maléfico dos demônios através dos séculos; sua soberana sabedoria assim o requer, porque não pode a criatura mudar a seu talante os planos do Criador.

Muitos veem as coisas por um prisma falso só porque ignoram isso.

Conheci uma senhora, bastante piedosa e de muitas virtudes até então, que, não tendo podido livrar uma filha de terrível enfermidade, perdeu, pode-se assim dizer, a fé, acreditou que Deus era mal e surdo aos seus rogos, deixou de servi-lo e passou o resto da vida em sombrio desespero. Infeliz! Se ela soubera, ou antes, se tivesse querido saber!

O mesmo sucedeu a um excelente pai de família, da Bretanha, cristão prático, que, tendo perdido consecutivamente a mulher e um filho, tão cegamente pôs à conta de Deus sua desgraça, que, há já vinte anos, deixou de rezar e de participar de qualquer ato de piedade; nem mais vai à Igreja.

Durante o cerco de Mans pelos prussianos, declarava uma senhora que, se estes penetrassem na cidade, nunca mais rezaria nem iria à Missa. “Se, dizia a infeliz desvairada, eles entrarem, será sinal evidente de que os Céu nos abandonou. E então para que invocar mais a Deus?”

Cumpre que estejamos precatados contra as ilusões, e que nunca imputemos a Deus, extremamente o bom, o que é obra do demônio e daqueles que o servem.
 
*   *   *
Fonte: retirado do livro “Aos que sofrem, consolações” de Mons. de Ségur.

sexta-feira, 6 de março de 2015

O GATO UM MISTO DE TERNURA E FELINO

Fera ou anjo?
Irmã Isabel Cristina Lins Brandão Veas, EP - 2012/03/08
       
gato_.jpg

Encantadoramente vivaz, delicado e distinto em todos os seus gestos, o gato é um verdadeiro bibelô vivo. Mas conserva em seu olhar a terrível e atraente superioridade do mistério.
Irmã Isabel Cristina Lins Brandão Veas, EP
 
Apesar de tão irracionais quanto o universo inanimado, os animais realçam aos nossos olhos a grandeza e a sabedoria do Altíssimo, no insondável mistério da vida, a qual enobrece as criaturas a ponto de uma minúscula formiguinha ocupar, na ordem dos seres, posto mais elevado do que um imponente penhasco sobre o qual esteja caminhando.
Mas o mundo animal nos sugere também outras ideias. Enquanto as espécies mais elegantes e atraentes nos reportam logo à Beleza Suprema, diante daquelas disformes e repulsivas "sentimos melhor nossa dignidade natural, compreendemos a fundo a hierarquia que o Senhor pôs no universo e, amando nossa própria superioridade e a santa desigualdade da criação, elevamonos também até o Criador".1
Ademais, tal é a magnificência da fauna que, observando-a em seus detalhes, veremos como muitas espécies apresentam, em seu modo de ser, analogias com qualidades e defeitos do homem, proporcionando valiosos conhecimentos a quem as analisa. Pode-se aplicar, aqui, as palavras de Jó: "Pergunta, pois, aos animais, e eles te ensinarão, às aves do céu e elas te instruirão. Fala aos répteis da terra, e eles te responderão, e aos peixes do mar, e eles te darão lições" (Jó 12, 7-8).
Vejamos, então, que ensinamentos nos proporciona um animal de extraordinária riqueza de aspectos: o gato.
Difícil de ser definido é o seu comportamento, capaz de atingir extremos opostos. Tomando ares de pouco caso a respeito do que se passa à sua volta, o sutil felino não se desliga em nenhum momento da realidade exterior; deita de vez em quando um olhar vigilante, deixando entrever uma cautela disfarçada pela aparente despreocupação. Cautela tão acesa que ele nunca escorrega dos estreitos muros onde caminha, dando mostras de desconhecer a vertigem. E, se o derrubam, sempre cai de pé. Porém, ao mesmo tempo, por detrás dos olhos perscrutadores desse membro da família dos felídeos, se oculta um tigrezinho disposto a arranhar, morder ou quebrar tudo quanto estiver à sua frente, quando alguém ousa perturbá-lo.
 
Contudo, quando essa pequena fera é domesticada, sua rudeza natural desaparece e ela se transforma em um animal "encantadoramente vivaz, delicado e distinto em todos os seus gestos, expressivo em suas atitudes, carinhoso, mimoso, em suma, um verdadeiro bibelô vivo. Bibelô, entretanto, que não tem certo ar de bagatela, inseparável em geral até dos bibelôs mais finos. Porque em seu olhar, que tem algo de magnético e insondável, de reservado e enigmático, o gato conserva a terrível e atraente superioridade do mistério".2 Amansado pelos cuidados da civilização e acostumado ao convívio das pessoas educadas, o bichano adquire um cunho de graça e vivacidade, e quase parece ter algo de espiritual.
Sob tal aspecto, não será difícil ao homem encontrar nesse felino uma semelhança com sua própria natureza, pois, muito mais do que no gato, há nesta uma dualidade: "O homem, concebido em pecado original, tem em si, por assim dizer, uma fera e um anjo".3
Com o Batismo, é dado ao homem o elemento indispensável para tornar-se semelhante aos espíritos celestes: a graça. Fiel a ela, o cristão adquire tal similitude com o mundo angélico que o Apóstolo não hesita chamá-lo de "homem espiritual" (I Cor 2, 15). E aqui cessam as analogias entre gato e homem, sob este ponto de vista. A alma santificada em nada se assemelhará a um mimoso felino, porque a graça não produz bibelôs, mas forma heróis, em sua principal e constante batalha contra a "fera" que se encontra dentro de si mesma.
1 CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Não se deve tirar o pão dos filhos para lançálo aos cães. Ambientes, Costumes,
Civilizações. In: Catolicismo. Campos dos Goytacazes. Ano VII. N.81 (Set., 1957); p.7.
2 CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Civilização e Tradição. Ambientes, Costumes, Civilizações. In: Catolicismo.
Campos dos Goytacazes. Ano X. N.109 (Jan., 1960); p.7.
3 Idem, ibidem.
(Revista Arautos do Evangelho, Março/2012, n. 123, p. 50-

quarta-feira, 4 de março de 2015

QUANDO A NATUREZA QUER O ESPECTÁCULO SURGE!

Ondas congeladas nos Estados Unidos

28/02/2015
O frio extremo que se abateu sobre os Estados Unidos nas últimas semanas congelou a água de uma praia de Massachusetts. Um surfista capturou o momento.
Na quarta-feira passada, Jonathan Nimerfroh deslocou-se à praia de Nantucket e foi surpreendido por ondas de gelo.
 "O horizonte estava estranho. Do cima das dunas, reparei que o oceano estava a congelar. Eram ondas de sonho", contou ao jornal "Daily Mail".
O cenário manteve-se no dia seguinte para espanto dos surfistas e pescadores locais, que garantiram que era a primeira vez que assistiam aquele fenómeno.
 
 As baixas temperaturas registadas nos EUA nas últimas semanas quebraram diversos recordes e transformaram fevereiro num dos meses mais frios da história do país.
 

 
 Fonte: DN

OS ÍDOLOS DA MODERNIDADE!

Nenhum libertador se faz rei

DEUS POR EXCELÊNCIA DO CONSUMISMO MODERNO!
Para aprender a renascer é preciso reaprender a morrer, o que está muito esquecido. A civilização do consumo é, antes de qualquer outra coisa, uma tentativa gigantesca para exorcizar a morte, o limite, o envelhecimento; uma enorme e sofisticadíssima indústria de entretimento perpétuo que não deve deixar tempo e espaço para pensar que, um dia, o grande jogo do consumo há de acabar, o carrocel há de entrar na sua última volta.
 
OS ÍDOLOS DA NOSSA SOCIEDADE
 Assim se apaga do horizonte do capitalismo o último dia; celebram-se cultos aos seus ídolos que se nutrem dos produtos de mercado. Os ídolos prometem exorcismos da morte e da dor errados e ineficazes. O Génesis e o Êxodo são sublimes e eternos cânticos à vida, a toda a vida; por isso são também profundos ensinamentos sobre a morte. Abraão, Isaac, Jacob e José ensinam-nos a viver e ensinam-nos a morrer «saciados de dias», com «bonita cabeleira branca». A morte de Moisés, misteriosa e totalmente diversa, é o ponto culminante da sua vida, o sentido último das palavras que tinha escutado da "voz", a manifestação plena da vocação sua e da de quem quer responder a um apelo de libertação para uma terra prometida.  
Com a construção da morada, que passou a ser possível graças às mãos e à mente abençoadas dos trabalhadores, encerra-se o livro do Êxodo.
Moisés, o libertador da escravidão, aquele que revelou ao povo o nome de Elohim e a sua Lei, o único homem que falava com Deus "diretamente" (Números 12,8), morre fora da terra prometida. O Senhor mostra-lha de longe, mas não poderá entrar nela: «Para o outro lado do Jordão tu não passarás» (Deuteronómio 3, 28).
Os patriarcas do Génesis tinham morrido de modo diverso, circundados por mulher, filhos, filhas e netos, as muitas "estrelas" prometidas no dia do chamamento. Morreram em casa, muitos deles foram sepultados na mesma gruta de Macpela (Génesis, 23), o único pedaço de terra prometida que Abraão possuiu. Moisés morreu sozinho, sem ninguém a acompanhá-lo na última viagem, sem a consolação dos afetos. Morreu como tinha vivido, dentro daquele diálogo solitário e contínuo com a voz que o tinha chamado da sarça quando, sozinho, pastoreava o rebanho do sogro Jetro no Horeb; e com a qual mais tarde, naquele mesmo monte, tinha sozinho falado na tenda da reunião.
 
Não sabemos se naquela última viagem, no monte Nebo, a voz continuou a falar-lhe, se o acompanhou ou se se retirou, como aconteceu a muitos profetas que morreram no silêncio da voz. Podemos imaginá-lo na companhia do seu Deus, tendo presentes as expressões do livro do Êxodo que nos sugerem um relacionamento muito íntimo entre Moisés e o Senhor: «amigo de Deus» (cf. Êxodo 33,11), «tenho confiança em ti e és do meu agrado» (33,17). Para a tradição midrash, enquanto Moisés exala o último suspiro o Senhor beija-o na boca, continuando até ao fim o diálogo "boca a boca" misterioso e único.
Nesta morte misteriosa e dolorosa revela-se em toda a sua força e plenitude a natureza da vocação de Moisés, mas também a de todos os fundadores de comunidades e de movimentos carismásticos, de grandes obras espirituais. Todos os profetas morrem fora da terra prometida, porque a promessa não era para eles mas para o "povo" libertado.
Moisés é o libertador da escravidão e o guia na travessia do deserto; não é o soberano do novo reino de Canaã. Os profetas são os companheiros no êxodo, na travessia do deserto; habitam em tenda móvel de arameu errante. A sua tarefa é tirar-nos da escravidão, proteger-nos dos ídolos, levar-nos à reconciliação e a recomeçar, depois de traições coletivas, conduzir-nos até ao limiar da nova terra, apontá-la aos nossos olhos. Sem ir além. A terra deles é a que está entre os campos de trabalho forçado e Canaã, entre o Nilo e o Jordão. São os homens e as mulheres do atravessamento noturno do rio da libertação, da passagem, do limiar.
Para não se tornar um ídolo e tomar o lugar da voz – o grande risco de qualquer profeta – ele deve "morrer2, deve pôr-se de lado, apagar-se e ser apagado num momento preciso. É o último grande decisivo ato que garante definitivamente que as palavras escutadas e transmitidas ao povo não eram da sua voz, que falava no lugar de outro ("pro-phetés"), que as suas palavras eram grandes porque não eram suas.
Todos os fundadores morrem antes do Jordão; e se o ultrapassarem tornando-se reis da nova terra prometida, significa que ou aquela terra não é a da promessa, ou eles são falsos profetas. A terra onde se chega é a da promessa se o profeta não chegar lá. Não por estranha punição de Deus (Moisés sempre foi justo), mas pela natureza íntima da vocação. Neste aspeto Moisés vai mais longe que Noé, o qual subiu também para a arca que tinha construído. Moisés constrói uma arca que não é para ele; por isso é o profeta maior de todos: «Nunca mais voltou a aparecer no povo de Israel um profeta como Moisés, com quem o Senhor tratava pessoalmente» (Deuteronómio 34,10).
Na morte de Moisés encontra-se também um paradigma da fé bíblica. Deus não se vê, não pode ser representado. É uma voz que chega até nós através da voz dos profetas. No entanto, com o tempo, a fronteira entre a voz que fala ao profeta e a voz do profeta torna-se cada vez mais ténue, mais subtil, quase desaparece; e para o povo acabam por tornar-se uma só voz. O profeta distingue-se do falso profeta porque certo dia sabe pôr-se de lado, desaparecer, apagar-se, dizendo: "eu não sou Elohim para vós". Se Moisés foi o maior de todos, então a fé bíblica não é posse. A fé é saber habitar a "margem" entre a promessa e o fim do deserto, saber manter-se no vau sem deixar-se arrastar pela corrente do rio. É esta margem que permite que a fé se não torne idolatria, adoração de ídolos, de outras pessoas, de si mesmos.
Na morte de Moisés, por fim, encontramos ainda uma maravilhosa lição sobre a condição humana. Não existe terra prometida que possa ser alcançada: a vida é caminho, peregrinação, êxodo. Chegará o momento – quase sempre antes da última volta do carrocel – no qual nos damos conta de que as promessas da vida não se realizaram. Mesmo quando a vida foi estupenda, mesmo quando vimos Deus "face a face", os silvados a arder, o maná descer do céu, a nuvem poisar sobre a nossa tenda, sentimos que a promessa era outra, a que está além do Jordão.
A história e a morte de Moisés, no entanto, dizem-nos que o afastamento entre a terra prometida e a terra aonde nós chegámos não é fracasso: é simplesmente a vida, é a nossa boa condição humana. O vau do rio que não atravessámos diz a todos, incluindo Israel, que a verdadeira promessa não é uma terra firme; é caminho nómada através de um deserto, atrás de uma voz. Para no final descobrir que a terra prometida era precisamente o deserto que se estava a atravessar; foi lá que se desenrolou a nossa história de amor (Oseias). Foi lá que vimos descer a coluna de fogo, foi lá que escutámos a voz e recebemos as suas palavras, foi lá que libertámos escravos e os protegemos dos ídolos; foi lá que vimos a terra prometida para o nosso povo, foi lá que falámos com Deus "diretamente".
A conclusão da vida de Moisés repete-nos, uma vez mais e definitivamente, a palavra que nos acompanhou durante toda a meditação do livro do Êxodo: gratuidade. A gratuidade maior que o profeta vive é o desprendimento da terra prometida; pode e deve vê-la sem a ela chegar. Porque o preço da gratuidade do profeta é manter vivo para todos o afastamento entre cada terra e cada promessa; é nesse afastamento que se acende a vida, é lá que se alimentam os desejos e os sonhos grandes (o grande engano do nosso tempo é extinguir com produtos do mercado os desejos das crianças).
 
É este afastamento que nos recorda que toda a terra prometida é para a "nossa descendência", não é para nós. O mundo viverá enquanto continuarmos a libertar alguém da escravidão, enquanto caminharmos para uma terra prometida a oferecer aos filhos e aos netos, aos jovens de hoje e de amanhã. A felicidade mais importante não é a nossa, mas sim a dos filhos de todos.
 
Luigino Bruni In "Avvenire" Trad.: José Alberto BF, António Bacelar Publicado em 03.03.2015

O FILME "O TUBARÃO" ESTÁ A COMEMORAR 40 ANOS!

sobre o filme “Tubarão
 
O blockbuster que deixou meio mundo com medo da água comemora quatro décadas este ano. Mergulhámos nas memórias atribuladas da rodagem e descobrimos um predador com nome de gente.

Autor- Fonte: Observador
1. Tubarão comemora em breve 40 anos, mas a verdade é que podia nem ter chegado a estrear. A rodagem do filme arrancou em maio de 1974 e foi um verdadeiro pesadelo onde nem a meteorologia ajudou. Spielberg, então com 27 anos, foi muito criticado por ter escolhido rodar grande parte das cenas no Oceano Atlântico, com todas as contrariedades e imprevistos que o mar pode implicar, e não num lago ou num tanque em Hollywood. Apesar de todas as dores de cabeça, nunca se arrependeu da escolha. “A água de um lago ou de um tanque não tem a mesma textura e até violência que o oceano, e esta precisava de ser uma história convincente sobre um tubarão branco gigante, ou ninguém acreditaria nela”, diz o realizador no documentário Jaws, the Inside Story, realizado por ocasião dos 35 anos do filme.
rodagem
2. Chamar aos problemas de produção do filme uma dor de cabeça é um grande eufemismo. Como diz o realizador no mesmo documentário, Tubarão foi a melhor e a pior experiência da sua vida. Para além de ter de lidar com os enjoos da equipa em alto mar e de ter de esperar que os barcos à vela saíssem do horizonte ao mesmo tempo que lutava contra as correntes, a rodagem enfrentou o grande problema de ter um tubarão mecânico construído de propósito para a história sempre a avariar. Houve dias em que só se aproveitaram segundos de filmagens, o que fez com que a equipa batizasse o filme de Flaws (falhas), em vez de Jaws (mandíbulas), e com que Spielberg apelidasse a área técnica de “departamento de defeitos especiais”.
Os cálculos iniciais também foram, literalmente, por água abaixo, e o orçamento de cerca de quatro milhões de dólares, assim como o calendário que apontava para 55 dias de filmagens, triplicaram. Ironia das ironias, ainda bem que foi assim. Com os atrasos, não só o guião pode ser aperfeiçoado, como Spielberg se viu obrigado a usar mais cenas em que sugere a presença do tubarão sem o mostrar, aumentando assim o suspense do filme. Como afirma o livro dedicado ao realizador na Coleção Grandes Realizadores da Cahiers du Cinéma, essa é a força da película: “Tubarão é um modelo de precisão e eficácia, um jogo perverso com as fobias universais associadas ao risco que se esconde debaixo de água.” O próprio realizador haveria de dizer, em várias entrevistas: “O facto de o tubarão não funcionar fez com que Jaws passasse de um filme de terror japonês de sábado à tarde para um thriller à Hitchcock. É o que não vemos que é realmente assustador.”
Jaws3
3. Antes de ver o resultado final, o realizador estava de tal forma receoso do descontentamento da sua equipa, presa numa ilha durante mais de cinco meses, que nem esteve presente na rodagem da última cena. Quando confrontado com a fuga, o realizador disse que acreditava que o iam atirar para dentro de água assim que ouvissem o último “corta”. Os motivos podem não ter sido os mais nobres, mas a verdade é que nasceu aí uma tradição: em muitos filmes depois desse, o realizador voltou a escolher não estar presente na cena final.
4. A ilha em questão era Martha’s Vineyard, uma localidade ao largo de Massachusetts que até ao verão de 1975 era tida como um refúgio idílico, local de eleição para o descanso da família Kennedy. Spielberg transformou-a num inferno à beira-mar quando a escolheu como cenário de Amity, a ilha fitícia do filme. Entre as razões para a escolha esteve a profundidade do mar e um fundo de areia que permitia rodar até 19 quilómetros ao largo, cena atrás de cena à tona da água, com um tubarão-robot pousado no fundo e sem uma tira de terra à vista. Com o seu porto marítimo e casinhas de madeira, Martha’s Vineyard era perfeita para recriar a localidade pacata da história. Só havia uma questão importante, exigida pelo realizador ao departamento de arte: evitar a cor vermelha tanto no cenário como no guarda-roupa, para o sangue resultante dos ataques do tubarão ter ainda mais impacto.
Jaws2
5. Na história, o terror é provocado por um tubarão branco com cerca de oito metros, mas na realidade havia não um mas três tubarões mecânicos, comandados através de um sistema de roldanas ligado a uma espécie de barco com tanta parafernália que era conhecido como garage sale (venda de garagem). Para além das barbatanas e de uma cabeça, havia uma metade direita do tubarão, oca do outro lado, uma metade esquerda, para cobrir a outra parte, e um tubarão completo. Todos foram desenvolvidos por uma equipa de efeitos especiais sob a supervisão de Bob Mattey, que já tinha experiência em monstros marinhos por ter criado a lula gigante do filme 20.000 Léguas Submarinas. Ameaçador para os espectadores, entre a equipa o predador era chamado pelo primeiro nome, como um animal de estimação. O nome era Bruce, por causa do advogado de Spielberg, Bruce Raimer, um tubarão dos tribunais que ainda hoje defende o realizador.
jaws-bruce
6. Sempre cheia de referências à história do cinema, a Pixar não deixou passar a deixa da alcunha quando inventou a personagem do tubarão vegetariano em À Procura de Nemo. Ele apresenta-se assim que aparece em frente a Dori e Marlin: “Hi, my name is Bruce.” Só não come peixinhos e pessoas, como o original.
Bruce

7. Tubarão foi baseado num livro escrito por Peter Benchley com o mesmo nome. Richard Zanuck e David Brown, produtores na Universal Pictures, descobriram a história através da mulher de Brown, então editora de lifestyle na revista Cosmopolitan, e de uma crítica que terminava com a frase: “pode dar um bom filme”. Os produtores leram o livro e tiveram a mesma opinião, embora Brown tenha dito mais tarde, no documentário The Making of Jaws, incluído nos extras da edição especial em DVD, que se tivessem lido o livro uma segunda vez nunca teriam comprado os direitos do filme.
Sem tempo para parar e pensar como é que iriam executar certas cenas como a do tubarão gigante a saltar para cima do barco e a engolir um homem, os produtores avançaram, embora não na direção certa. Inicialmente, o filme era para ter Dick Richards ao leme, mas o realizador foi dispensado no momento em que disse que sempre tinha querido fazer um filme com uma baleia. Sem confundir espécies marinhas, Steven Spielberg foi o nome que surgiu a seguir. O norte-americano tinha acabado de rodar The Sugarland Express para Zanuck e Brown e tinha-se mostrado interessado na história ao ler uma cópia do livro pousada na secretária dos produtores.
8. Benchley escreveu o thriller depois de ler a notícia de um pescador, Frank Mundus, que apanhou um tubarão branco de duas toneladas junto às praias de Long Island, em 1964. O escritor acabou por estar bastante envolvido na rodagem: foi co-argumentista da versão cinematográfica e teve ainda uma pequena participação no filme como ator, no papel do repórter Alan Cray.
9. Uma das frases mais memoráveis do filme: “You’re gonna need a bigger boat” (vais precisar de um barco maior), dita pelo chefe de polícia Brody quando vê o tubarão pela primeira vez, foi na verdade improvisada por Roy Scheider, que interpreta a personagem, porque não estava no argumento. “A deixa passou a fazer parte da linguagem das pessoas quando enfrentam um problema invencível”, diz o ator no documentário The Making of Jaws.
10. Assim que estreou, dia 20 de junho de 1975 (25 de março de 77 em Portugal), Tubarão foi um “êxito fenomenal”, ao ponto de aparecer na capa da revista Time de 23 de Junho de 1975 com o título “Super Shark”. Aos 28 anos, Spielberg foi considerado o rei de Hollywood e fez com que nunca mais ninguém conseguisse nadar da mesma maneira. Quatro décadas depois, a forma como se vê o filme também mudou. Citando a Cahiers du Cinéma: “O que surpreende quando visionamos hoje Tubarão é que este filme que inventou o conceito de blockbuster não se parece em nada com uma superprodução, mas apenas um filme B muito bem montado.”
Jaws1
11. Apesar de todo o sucesso, o próprio Spielberg chamou ao filme “básico”. Em entrevista à revista Sight and Sound, em 1977, o realizador declarou: “Com Tubarão, optei por fazer um filme que atingisse o público de duas maneiras: primeiro o pânico, depois o suspense. Nunca ambicionei mais que isto. (…) Por vezes sacrifico completamente o estilo em prol do conteúdo. Para mim, Tubarão não tem estilo. Tubarão resume-se ao conteúdo, e à experiência. (…) Ao revê-lo, apercebi-me de que era o filme mais básico que alguma vez vi na minha vida. Resume-se ao movimento, ao suspense e ao medo.”
12. A música foi essencial para criar a atmosfera de suspense e John Williams ganhou um Óscar por isso. O compositor transformou a presença do tubarão num tema feito de tons baixos e graves repetidos, retirados “do fundo da orquestra” para “indicar o ataque irracional e instintivo do tubarão”. “Esta coisa ataca-nos e não a podemos combater sem a destruir devido ao seu impulso imparável”, disse o músico em Jaws, the Inside Story.
13. Não bastou quebrar a barreira da rodagem no mar, Spielberg quebrou também um tabu de Hollywood ao matar uma criança no grande ecrã. “A morte do rapazito do colchão amarelo regressará, qual memória indelével e culpada, aos filmes mais tardios do cineasta, disfarçada de pequeno robô afogado em I.A. — Inteligência Artificial, ou do filho de Tom Cruise em Relatório Minoritário”, escreve a Cahiers du Cinéma.
14. Segundo o mesmo livro da mítica revista francesa, a cena da morte da criança é uma homenagem a outro filme de terror, porque quando ela acontece o que vemos é a cara de Roy Scheider filmada através de um efeito especial retirado de A Mulher que Viveu Duas Vezes, de Hitchcock: “o famoso efeito de travelling para a frente, combinado com um zoom para trás, vertigem paralisante da impotência.”
15. Num mise en abyme de homenagear o filme que homenageou outros, Tubarão tem sido repescado por diversas vezes, quer em sequelas — nenhuma com a participação de Spielberg –, quer em versões 3D ou mesmo em paródias que transformam o cartaz noutro filme onde o destaque é dado a umas nada ameaçadoras patinhas.
Paws

Recentemente, o filme deu até origem a produções de moda. Na edição atualmente nas bancas (março de 2015), a Harper’s Bazaar aproveitou a deixa dos 40 anos do filme para pôr a sua estrela de capa, Rihanna, a nadar com tubarões. Numa das fotografias da produção, no entanto, a cantora deita-se na boca de uma maquete falsa. É uma recriação da famosa cena de Spielberg fotografada durante a rodagem, com o realizador a apanhar sol dentro da boca escancarada de Bruce.
Jaws-Spielberg
Rihanna

terça-feira, 3 de março de 2015

IMAGENS DO INTERIOR DE UM VULCÃO!


erupção 
Extraordinárias imagens do interior de um vulcão

  • erupção
  • gopro
  • kouronis
  • lava
  • marlow
  • marum
  • vanuatu
  • vulcão
  • O objetivo era estudar a vida microbiana em ambientes com condições e localizações extremas. Para tal, os exploradores Sam Crossman e George Kouronis projetaram um drone equipado com câmaras GoPro, capaz de resistir durante mais tempo ao calor da lava e aos gases expelidos por um vulcão.
    Apesar de o dispositivo ter sido destruído momentos mais tarde, o grupo de cientistas publicou o vídeo do interior da cratera Marum, em Vanuatu (Sul do Pacífico), enquanto ardia a mais de 1090 ºC. O vídeo foi então divulgado pela National Geographic.
    O geobiólogo Jeffrey Marlow do Instituto da Tecnologia da Califórnia explica que estas gravações oferecem material muito importante para a ciência, porque são “um bom exemplo do que irá acontecer no planeta e do que já aconteceu ao longo do tempo geológico”. O explorador acrescenta que “é como ouvir o som do coração da Terra”.
    Além da informação sobre as colónias de microrganismos em ambientes vulcânicos e sobre o dinamismo geológico destas regiões, o grupo de cientistas conseguiu recolher milhares de fotografias do vulcão. Esse álbum vai permitir criar uma imagem tridimensional da cratera, o que traz vantagens ao estudo do ecossistema local. A cratera Marum é composta por basalto e tem uma caldeira com 12 km de comprimento. É um dos pontos mais ativos do arquipélago de Vanuatu e faz parte dos cerca de 500 vulcões ativos no planeta Terra.
     
    Fonte: Observador

    MAÇONARIA- UMA SEITA SECRETA?

    Perguntas e respostas. A maçonaria explicada ao mundo profano
    O que é afinal a maçonaria, quem é convidado e que correntes existem? Uma enciclopédia inteira não chegaria para explicar as origens, os rituais e a simbologia maçónica, mas o i resumiu as principais dúvidas e perguntas.
     
    O que é a maçonaria?
     
     Existem seis características básicas e fundamentais: a maçonaria é uma ordem iniciática (porque só entra quem se sujeitar a uma cerimónia de iniciação), ritualista (porque assenta em ritos e simbolismos), universale fraterna (o objectivo último é o estabelecimento de uma fraternidade universal), filosófica (por procurar responder às interrogações profundas do ser humano) e progressista (porque visa o progresso da humanidade). Todos estes princípios assentam no livre pensamento e na tolerância, permitindo o aperfeiçoamento do homem, a edificação de uma sociedade justa e igualitária e o progresso da humanidade através da elevação moral e espiritual.
    A palavra vem do francês “maçonnerie” – “pedreiro-livre” em português
     
    Como e quando surgiu?
     
    As raízes são antigas. A maçonaria é herdeira das associações de artistas do mundo antigo, especialmente do Egipto, Grécia e Roma, estando também ligada às corporações de pedreiros
    da Idade Média. Porém, o movimento e a maçonaria moderna recua a 1717,
    quando quatro lojas de Londres se juntaram numa especial de federação: a Grande Loja de Londres. O movimento cresceu e, menos de duas décadas depois, já havia mais de uma centena de “oficinas” em Inglaterra. Em meados do século xviii é implementada em França e em 1727 é introduzida em Portugal por um católico inglês que abriu uma loja em Lisboa.
     

    Existem correntes diferentes?

    Sim. Pode falar-se em dois grandes ramos. O primeiro, chamado regular ou tradicional, representa a corrente mais conservadora e é reconhecida pela Grande Loja de Inglaterra. Depois há um segundo, liberal. A maçonaria regular não aceita a participação de mulheres e exige que os maçons sejam crentes numa entidade revelada (um deus, independentemente da sua forma) e na imortalidade da alma. A liberal – ou irregular – aceita a mulher em condições de igualdade e não exige a crença num deus.
      Que obediências existem em Portugal?

    O Grande Oriente Lusitano (GOL) é a mais antiga e influente e faz parte da corrente liberal. A Grande Loja Legal de Portugal (GLRP) representa a corrente tradicional. Existe ainda uma terceira obediência com alguma expressão: a Grande Loja Simbólica de Portugal, criada em 2011.
    É a menos expressiva, a mais discreta e a mais ritualista das três obediências, praticando um rito próprio: o antigo e primitivo de Memphis Misraïm. Existe ainda, desde 1997, a Grande Loja Feminina de Portugal, que conta com cerca de 250 membros.


    Quantos maçons há em Portugal?

    Estima-se que sejam entre 5 e 6 mil.

    A maçonaria é uma sociedade secreta?

    Os maçons garantem que não, até porque os locais de reunião são do conhecimento público e, regra geral, visitáveis. Ainda assim, admitem que se trata de uma ordem discreta: os ritos e encontros não são abertos ao público e só os membros têm conhecimento de certas práticas e saberes.
    se não é secreta, para que serve (e em que consiste) o segredo maçónico?

    A explicação não é linear. O segredo maçónico é impossível de comunicar ao mundo profano (os comuns mortais não maçons). Dele fazem parte, por exemplo, o simbolismo dos ritos, dos sinais, de palavras. Esse simbolismo pode ser revelado e explicado, mas só os iniciados conseguem verdadeiramente compreendê--lo. Por outro lado, o segredo maçónico não é material: é um sentimento e o resultado do tal processo de aperfeiçoamento pessoal. Por ser íntimo, individual e do domínio do transcendente e do sentir, considera-se que é um mistério incomunicável, interior. No entanto, também se traduz
    em aspectos mais práticos: o segredo maçónico impede o maçon de revelar a identidade dos seus irmãos.


    A maçonaria serve para controlar a política, os tribunais e o mundo dos negócios?

    Teórica e filosoficamente, não. Os maçons procuram o aperfeiçoamento moral, o conhecimento e a evolução do seu templo interior (o seu “eu”). O bom maçon é obediente à fraternidade, mas deve ser sobretudo justo e aplicar os resultados da sua elevação moral na vida familiar e profissional. Partindo destes pressupostos, qualquer tentativa de controlo de sectores da sociedade é inaceitável e injusta.

    Então porque é que essa questão é tantas vezes discutida?


    Historicamente, as lojas maçónicas foram palcos
    de conspirações e, em determinadas épocas, estiveram muito ligadas à política. Além de essa ideia ter permanecido, de tempos a tempos surgem escândalos – como o Caso Moderna ou, mais recentemente, o caso da Loja Mozart – que parecem apontar para a existência de uma outra face da maçonaria, palco de uma mão invisível. Por outro lado, trata-se de uma fraternidade. Como tal, os irmãos devem ajudar-se e apoiar-se – um dever que por vezes é levado ao extremo.  

    Quem é convidado para a maçonaria?

    Cerca de 80% dos membros da maçonaria não são socialmente influentes ou endinheirados. Aquando do recrutamento a pessoa deve já ter a sua vida profissional resolvida. Até porque o ingresso na ordem implica uma série de compromissos financeiros: o pagamento de uma espécie de jóia de adesão e de quotas mensais, além de disponibilidade financeira para frequentar os eventos e as reuniões das lojas e participar em acções filantrópicas e beneméritas. Mais importante que o dinheiro, asseguram
    os maçons, é garantir que os candidatos sejam exemplares do ponto de vista social e moral e que estejam disponíveis para iniciar uma vida nova e um processo de transformação abraçando os ideais maçónicos.


    Como é feito o convite?

    Parte de outros membros. Os candidatos são observados e investigados antes de serem convidados. Procura-se recolher informação sobre o comportamento da pessoa, se é bem formada, como interage em grupo ou se tem problemas de ordem financeira ou criminal. Inicia-se depois um período de sindicância, com entrevistas com três maçons diferentes – que averiguam, através de conversas e perguntas, se a pessoa terá um perfil adequado. Só depois é que o nome é apresentado e votado pelos mestres na loja maçónica. Se for aceite, o candidato tem de passar por um interrogatório e pelo rito iniciático – que simboliza a morte para o mundo profano (fora da maçonaria).

    O que é que implica entrar?

    O aprendiz tem de adoptar uma conduta no mundo profano coincidente com os princípios e ideais maçónicos. Terá de ser assíduo e participar nas reuniões da loja, onde receberá trabalhos de estudo e de pesquisa maçónica – que visam aprofundar a sua viagem interior. À medida que for cumprindo essas missões e com a passagem do tempo, subirá ao grau seguinte: companheiro e, mais tarde, mestre. Um maçon cumpridor e empenhado consegue passar de aprendiz a mestre em três anos.

    Os maçons têm de esconder que o são?

    Não. A decisão de se assumirem pertence à esfera de cada um. A única obrigação  é não revelarem a identidade dos restantes maçons.

    É preciso pagar para estar na maçonaria?

    Sim. Actualmente, o valor médio das quotas mensais ronda os 30 euros. Há ainda um valor a pagar na iniciação, que varia, consoante as obediências, entre os 200 e os 500 euros.

    Porque é que os maçons usam avental?

    O avental simboliza o trabalho maçónico. Os aprendizes e companheiros usam um avental totalmente branco, enquanto os dos mestres têm ornamentos bordados a vermelho ou azul, conforme o rito praticado.

    O que acontece nos rituais iniciáticos?

    É como que um baptismo maçónico. Os aspirantes a aprendizes são vendados. O rito representa a morte, o abandono do mundo profano e  o início de uma nova vida. Acredita-se que com a entrada na maçonaria se sai das trevas para a luz e é por isso que a venda só é retirada no final da cerimónia. E, se quando o candidato a põe está tudo escuro na sala em que se encontra, quando a retira é confrontado com um espaço completamente diferente: a loja ritualmente preparada e os irmãos vestidos a rigor, consoante o grau. A iniciação é considerada o acto mais importante da vida do maçon.

    Porque é que a igreja e a maçonaria não se dão?

    Por razões históricas. E porque os pensamentos são substancialmente distintos – ainda que a maçonaria descenda da tradição judaico-cristã. A Igreja Católica é dogmática, enquanto na maçonaria vale o livre pensamento. Coube ao Papa João XXIII eliminar do direito canónico a norma que determinava a excomunhão directa dos membros da “seita maçónica”. E na maioria dos templos maçónicos o livro sagrado adoptado é a Bíblia.
     
    É incompatível ser-se católico e maçon?

    Não. Um bom cristão será, à partida, um bom maçon – pela partilha de ideais como a caridade e o amor pelo próximo. Aliás, várias figuras importantes da Igreja foram maçons.
     
    Os maçons acreditam em deus?

    Acreditam num grande arquitecto do mundo – cuja representação pode ser a que o maçon entender. Para os maçons católicos, será Deus. Para um maçon muçulmano, poderá ser Alá. Outros maçons não acreditam numa entidade revelada. A designação utilizada para abranger todas as formas diferentes de crença é a de “grande arquitecto do universo”.

    Os maçons protegem-se e arranjam emprego uns aos outros? Até que ponto?

    Protegem. No fim de contas, é uma fraternidade.

    Se um maçon mudar de ideias e quiser sair, pode fazê-lo? Mediante que condições?

    Pode, mas não deverá revelar conteúdos do segredo maçónico e expor de alguma maneira os antigos irmãos.

    Fonte: jornal I