OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sábado, 23 de julho de 2016

O OUTONO DA VIDA! A UNIVERSIDADE DO CONHECIMENTO VIVIDO!

As cores do outono
Carlos Toniolo - 2009/07/21
outono.jpg
No outono, como se regidas por um misterioso maestro,as folhas despem-se do verde que lhes é comum e tomam emprestadas as cores do sol.
O universo é cheio de segredos. No entanto, ao longo dos séculos Deus foi iluminando certos homens para desvendarem os arcanos da Criação. Por exemplo, Arquimedes e Leibniz o fizeram no campo das ciências exatas; Hipócrates e Andreas Vesalius na medicina; e Aristóteles e São Tomás de Aquino na filosofia. Suas descobertas, e as de muitos outros, passaram para o patrimônio dos conhecimentos humanos, e hoje tanto jovens como adultos podem beneficiar- se dessas ciências nas diversas instituições de ensino disseminadas pelo mundo afora.
É bom ter presente, porém, que nem todos os ensinamentos se adquirem na escola ou na universidade; muitos deles, assaz úteis tanto para o intelecto quanto para a alma, estão postos ao alcance de nossa vista, e mesmo de nossas mãos.

Assim, contemplando a imensidão do oceano, podemos ter uma noção profunda a respeito da grandeza, como muitos tratados filosóficos não são capazes de dar. O cãozinho que continua a seguir o seu dono empobrecido, mesmo quando a comida não é abundante e o trato é pouco bondoso, pode falar-nos de fidelidade melhor do que muitos escritos bem alinhavados. Para não irmos mais longe, lembremos os insuperáveis exemplos do labor da formiga, da mansidão do cordeiro e da astúcia da raposa.

Contudo, vale a pena dar uma vista de olhos também no reino vegetal. Embora as descrições feitas adiante sejam mais 
folha do outono_europa..jpgpróprias aos países de clima temperado ou sub-tropical, elas certamente não serão de todo estranhas a quem vive em regiões de outras temperaturas, pois a veloz mídia moderna tratou de difundi-las por toda parte.

As plantas obedecem ao ciclo das estações. Ao despontar da primavera, os galhos das árvores cobrem-se de uma miríade de tenros e pequeninos pontos verdes, os quais de início surgem modestamente, mas, passados alguns dias, crescem com espantosa rapidez, numa explosão de vida que o rigor do inverno parecia ter sobrepujado.

As macias folhas primaveris estão, por assim dizer, em sua infância. Entretanto, logo o calor do verão lhes traz cores mais densas, elas se tornam mais rígidas e seu tamanho chega ao auge: já atingiram sua maturidade. Agora exuberantes, elas, contudo, não descansam, na sua incessante tarefa de proporcionar ar e luz para a árvore que as gerou. Poderiam olhar com certo orgulho para os suculentos frutos pendentes dos ramos, pois esses doces elementos são, em parte, resultantes de seu trabalho.

Mas seguem-se as semanas. A colheita já foi feita. Um discreto vento frio começa a soprar... As folhas talvez percebam que sua missão está encerrada, e pouco tempo lhes resta de vida. A árvore da qual todas nasceram começa a recolher sua seiva, e o pedúnculo que prende cada uma delas ao galho vai-se tornando aos poucos mais ressequido e quebradiço.
                 
É o momento de elas darem seu derradeiro lance. Como se regidas por um misterioso maestro, todas as folhas, quase ao mesmo tempo e numa mágica sinfonia, despem-se do verde comum a todas elas e tomam emprestadas as cores do sol... Disputando entre si numa maravilhosa competição de beleza, umas vestem um amarelo radiante, outras um laranja incomparável, outras ainda se tingem de um vermelho mais vivo que o sangue. Mesmo depois de terem sido arrancadas impiedosamente dos galhos, pelo vento, e atiradas ao chão, elas continuam por mais algum tempo a exibir suas cores fascinantes, num encantador mosaico que cobre o solo.

Na hora de se despedirem da vida, tornam-se mais belas do que jamais o foram em toda a sua existência. Em vez de trazer melancolia, seu adeus nos inspira uma alegre aceitação das regras simples e naturais, inerentes ao ciclo da existência nesta terra.

                                                        * * *

O singelo exemplo das folhas fala por si. Se as pobrezinhas chegam aos seus últimos dias com tanta "nobreza", porque não haveremos nós, homens, de fazer o mesmo? 

Deus deu a cada ser humano uma alma imortal. Assim, muito se engana quem imagina que, quando passam a pesar sobre os ombros de uma pessoa os anos e os incômodos da velhice, a vida já não tem para ela encanto nem razão de ser.                  

Sem dúvida, o físico decai, mas o espírito pode e deve buscar um contínuo aperfeiçoamento; e alguém que com sinceridade de coração almeja a verdade e o bem, no entardecer da vida poderá com despretensão oferecer a seus irmãos e semelhantes a generosa dádiva das virtudes, do bom exemplo e da experiência, cuja beleza sobrenatural supera em brilho as cores de todos os outonos... 
Fonte: Arautos-(Revista Arautos do Evangelho, Out/2006, n. 58, p. 50-51)
Outono da vida. outono_010516. Frase para refletir: “Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no por que! Pense nas folhas do outono, elas não caem. 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SER CRISTÃO É...

Estar no mundo e não ser do mundo

A construção de estruturas exteriores e a "cristianização", tentativa de conquistar «para Cristo» novos territórios geográficos e culturais/espirituais e anexá-los ao império cristão ("Christianitas [Cristandade]) já existente foi uma missão levada a cabo pelos cristãos durante a manhã da sua história. Em vez da conversão dos pagãos, uma "nova evangelização" deveria começar pela conversão dos cristãos, uma viragem do exterior para o interior, da letra para o Espírito, do estático para o dinâmico, do «sermos cristãos» para o «tornarmo-nos cristãos».
Se esse processo tiver de ser, em certo sentido, um regresso, não deverá constituir uma vã tentativa de regressar a qualquer uma das formas históricas extintas da Igreja, mas antes um regresso àquele que, embora sendo igual a Deus, escolheu a forma humana. Se nós desejamos seguir Cristo, devemos renunciar a qualquer anseio por que o cristianismo ocupe um lugar privilegiado neste mundo. Cada um de nós deve tornar-se "uma pessoa mais", e tomar a sério essa solidariedade para com as pessoas do nosso tempo, em favor das quais a Igreja se empenhou mediante as bonitas palavras do início da Constituição Pastoral "Gaudium et spes": «As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de Cristo».
Não receemos perder-nos assim no meio da multidão, ou perder a nossa identidade cristã. Aquilo que nos distinguirá da massa de gente que nos rodeia (mas também o que nos ligará àqueles com quem nós próprios não nos tentaríamos aliar) não são as cruzes nos estandartes nem nas paredes dos edifícios públicos, mas, precisamente, a nossa disponibilidade «para assumir a forma de servos». Tal atitude ("quenose" - o auto esvaziamento da nossa própria vontade) significa adotar uma postura acentuadamente não conformista no meio de uma civilização regida de forma predominantemente pelo êxito material: aqueles que vivem assim podem ser ao mesmo tempo um «sal da terra» oculto e também uma «luz do mundo» bem visível. Cristãos, não continueis a ser «um povo separado» - é assim que eu entendo a mensagem do Concílio. O apóstolo Paulo conduziu-nos para fora desses limites há muito tempo. Não tenhais medo de mergulhar no mundo, de ser um com as pessoas dos nossos dias, nos seus cuidados e interrogações, nas suas angústias e esperanças. Chorai com os que choram, alegrai-vos com os que estão alegres. Porém, nunca esqueçais: isto não é um apelo à conformidade, mas ao amor  
Poderá um discípulo de Jesus amar o mundo? Sobre este ponto - como sobre muitos outros - encontramos várias afirmações no Novo Testamento que - pelo menos à primeira vista - se contradizem mutuamente. Por um lado: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (João 3, 16). E por outro: «Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o estilo de vida orgulhoso - não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa e também as suas concupiscências, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre» (1 João 2, 15-17). (...)
Só se formos chamados por Cristo a segui-lo e se, graças a essa chamada, «o mundo foi crucificado para nós e nós para o mundo» (Gálatas 6, 14), podemos, paradoxalmente, amar o mundo. Isso não nos desliga do mundo nem nos separa das pessoas e dos seus anseios, necessidades, alegrias ou cuidados, mas do «espírito deste mundo», da superficialidade que distrai e constrange. Só então podemos amar o mundo «em Cristo e por Cristo». Não com um amor arrebatador e possessivo, mas com um amor "quenótico", autossacrificado e serviçal, seguindo o exemplo de Cristo. Ninguém tem maior amor do que esse, e o desejo final de Jesus, um novo e eterno mandamento, uma nova aliança (que nós continuamos a renovar em tantas palavras sempre que celebramos a Eucaristia, «a Ceia do Senhor»), é, precisamente, essa forma extrema de amor: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (João 15, 12).
Para o discípulo de Cristo, amar o mundo não significa amá-lo com o amor "acrítico" (idolátrico) e, muitas vezes manipulador dos «filhos deste mundo». Somos advertidos contra isso; trata-se da "concupiscentia" ("desejo") descrita por Agostinho - «concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e estilo de vida orgulhoso». O amor com que nós devemos amar o mundo é solidariedade e serviço. (...) O amor compassivo, serviçal e "quenótico" tem a ver com o mundo das pessoas, "o mundo do Tu". No entanto, até os componentes do mundo não humano, como os animais, as paisagens ou as obras de arte, se temos uma relação não manipuladora com elas, mas uma relação de verdadeiro cuidado, ternura e responsabilidade, podem pertencer não ao reino das "coisas", mas também podem assumir par nós o carácter de "Tu". Também eles se podem tornar um meio através do qual se vislumbra o Tu absoluto. (...)
Já dissemos que só podemos amar o mundo «em Deus». Isso significa: com o "desapego" ou distanciamento crítico que a fé nos confere, mas também com a responsabilidade e o afeto que também são o dom de uma fé e de um amor vivos. Se estamos ligados a Deus mediante a fé e o amor, Deus faz-nos participar parcialmente, tanto na sua transcendência como na sua imanência, na nossa relação com o mundo, permitindo-nos «estar no mundo mas não ser do mundo», para nos mostrarmos solidários, mas não nos conformarmos com ele. Estar no mundo, mas não ser do mundo, é outro dos "koans" que Jesus deu aos seus discípulos na Última Ceia, segundo João. É essa a fonte da dinâmica mais intrínseca da existência cristã no mundo, na sociedade e na história.
Sim, a transcendência e a imanência de Deus são hoje possivelmente mais evidentes para nós do que jamais o foram. Nós reconhecemos que Deus é "mais diferente" e , ao mesmo tempo, está "mais próximo" do que nós pensávamos no passado. (...) Um ato de fé é, hoje em dia, mais um ato de liberdade humana do que jamais o foi no passado (quando, até certo ponto, era impulsionado por uma imagem religiosa tradicional do mundo, transmitida pela cultura e sustentada pela sociedade); isso não impede, porém, que seja, ao mesmo tempo, um dom de Deus «mediante a graça». A fé requer a coragem de escolher e de confiar.
Daí as dificuldades da fé no nosso tempo, mas também a sua beleza e grandeza. A fé é difícil porque, se não quisermos que permaneça nos baixios dos sentimentos desprovidos de implicações, deve assumir a cruz da grande responsabilidade moral (precisamente a responsabilidade de que as pessoas muitas vezes se libertam transferindo-a para Deus). Porém, «o meu fardo é leve», garante-nos Jesus. «O amor tudo suporta», ensina o apóstolo.
O problema espiritual crucial do nosso tempo não é demonstrar fé "aos abalados" (no sentido de convencê-los da existência de Deus), mas, mais uma vez, associar a fé ao amor, porque só uma fé assim é viva e convincente. (...) O restabelecimento da confiança em falta (em particular nos casos em que a cultura da sociedade civil foi suprimida por muito tempo ou deliberadamente destruída por regimes autoritários) é um processo a longo prazo. Quando perguntaram, há muitos anos, a Alexandre Solzhenitsyn qual seria o futuro da Rússia depois da queda do comunismo, ele respondeu: uma longa, longa, longa recuperação.
Naturalmente, a nossa confiança no mundo humano não pode ser tão ingénua e acrítica que subestimemos o mal e o perigo que os poderes do mal representam. O restabelecimento da confiança pressupõe sempre uma certa coragem para correr riscos e também uma disponibilidade para o sacrifício. O mesmo se pode dizer da nossa confiança no mundo, bem como do nosso amor por nós mesmos; se esta falha, não somos capazes de um amor genuíno para com os outros ou para com Deus; se for excessivo e acrítico, a nossa capacidade de amar os outros e a Deus será igualmente afetada. Não admira; afinal, "nós" ainda somos "o mundo". Contudo, a frase «o mundo... ou seja, nós», tem outro significado possível: o mundo é sempre um «mundo com» (...).
Todas as crises e experiências trágicas da "modernidade tardia", com as quais o humanismo secular teve de se confrontar desde a Primeira Guerra Mundial, o mais tardar (e, há que acrescentar, para as quais contribuiu sem dúvida devido à sua unilateralidade), também o ajudaram a amadurecer. Além do secularismo militante e do agressivo "novo ateísmo" (relativamente ao qual não há verdadeiramente nada de novo além da sua surpreendente intolerância), podemos encontrar autores entre os herdeiros do racionalismo iluminista que são muito percetivos acerca das dimensões morais, espirituais e muitas vezes abertamente sagradas da realidade, e que constituem potencialmente valiosos parceiros em termos de diálogo para os teólogos.
Esta transcrição omite as notas de rodapé.

Tomáš Halík 
In "Quero que tu sejas - Podemos acreditar no Deus do amor?", ed. Paulinas 
Publicado em 20.07.2016
 Fonte: Pastoral da Cultura

OS GRANDES DITADORES SANGUINÁRIOS COMEÇAM E RENASCER DESTE CAOS PLANETÁRIO!?




VOLTAR

Turquia – Um destino mais do que turístico

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A pior das memórias é a que não esquece – a frase não é minha e já foi atribuída a muitos, sem certezas de autoria
Talvez seja um sintoma da idade, mas as memórias que tenho aparecem-me de regresso com uma nitidez quase patológica. É a pior das memórias, essa, não por permanecer mas sobretudo por incomodar, normalmente aqueles a quem a contrapomos.

                        Historiador, Professor Universitário; investigador da área de Ciência das Religiões

Historiador, Professor Universitário; investigador da área de Ciência das Religiões





Por exemplo, acabo de lembrar-me da primeira viagem que fiz à Turquia, da emoção que tive no Palácio Dolmabahçe, em Istambul (maior emoção do que na visita à mesquita azul ou Mesquita do Sultão Ahmed, grande edificação do século XVII mas que a minha devoção, que promove o secular sendo profundamente laica, impediu sempre de apreciar com o rigor que lhe será devido, o que lamento, sou apenas um intérprete da estética e não do que procura transcender).
No Dolmabahçe, no entanto, como estava a dizer, as coisas foram-me mais profundas. Ali morreu Mustafa Kemal Atatürk, visionário fundador da República da Turquia, melhor dizendo de uma Turquia moderna. Certo é que Atatürk tomou como sua a cidade de Ankara e foi a partir dali que liderou a Guerra da Independência Turca.
Para quem não sabe, foi a primeira Guerra Mundial que ditou o fim do Império Otomano e foi Mustafa Kemal Atatürk quem estabeleceu um governo provisório em Ankara e derrotou as forças enviadas pela Triple Entente, aliança militar entre o Reino Unido, a França e o Império Russo, constituída sobretudo para enfrentar uma nova política mundial ansiada e iniciada pelo kaiser Guilherme II da Alemanha, em 1899 (parece que a Alemanha, cuja verdadeira história só começou por volta de 1870, sempre quis mandar no mundo).
Confesso que adoptei logo a figura de Atatürk, um admirador do iluminismo, que procurou transformar as ruínas do Império Otomano numa nação-Estado democrática e secular. A sua Turquia era o esplendor e a fundação do Estado turco moderno surgiu como resultado da sua inteligência e visão estratégica.
Imaginem um pomar e uma maçã pequena no chão, sem brilho nem viço. É o que me parece ao comparar Atatürk e o presidente atual Erdogan. Uma grande Turquia e uma pequena Turquia, tão pequena que até o regresso da pena de morte reclama agora.
Sem alinhar no lado fácil das teorias da conspiração sobre o golpe falhado na Turquia, ocorre-me pensar que, distante da completude política e pessoal de um Atatürk , herói da guerra e da paz, Recep Erdogan tem pelo menos a qualidade de aproveitar o vento que, talvez inesperadamente, empurrou o barco da história para o seu lado. O seu desejo de um regime presidencialista absolutista, ávido da concentração de poderes e distante da democracia, do Estado de Direito e do respeito pelos Direitos Humanos, teve no golpe falhado uma prenda providencial.
Desejoso de um bode expiatório, Erdogan ressuscitou das sombras Fethullah Gulen, religioso islâmico e opositor assumido do presidente turco. O Himzet – ou movimento Gulen – é poderoso. Teceu uma rede influente pelo mundo, possui uma rede de escolas a funcionar em muitos países, apresenta-se às claras como uma organização não governamental, influencia órgãos de comunicação, a opinião pública, a polícia e a justiça. E tem a força religiosa que se desprende do carisma do seu líder. Gulen promove uma mistura de misticismo sufi e uma filosofia de harmonia entre as pessoas com base no islão – um islão aberto à educação e à ciência.
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Palácio Dolmabahçe, em Istambul

Há, portanto, a Turquia de Fethullah Gulen e a de Recep Erdogan. E algumas memórias da outra, sonhada por Mustafa Kemal Atatürk. E há ao mesmo tempo a Turquia que alimenta as lutas nacionalistas contra os curdos (com início após a Guerra de Independência Turca ) e aquela que vê na União Europeia um oásis desfocado de oportunidades.
Há ainda a herança nunca cicatrizada de um império Otomano ferido de morte e as novas ideias e práticas fundamentalistas que atuam cobardemente por todo o lado. E ainda há aqueles povos estranhos que vivem nas fronteiras turcas (povos de oito países; a noroeste a Bulgária, a oeste a Grécia, a nordeste a Geórgia, a Arménia e o enclave de Nakichevan do Azerbaijão, a leste o Irão e a sudeste o Iraque e a Síria).
País asiático e europeu – Bipolar? Ou diz-se transcontinental e euro asiático? – tem muito que se lhe diga. Acho mesmo que voltarei a dizer, isto é, a falar da sua complexidade – agora a prosa vai muito extensa.
Voltar à Turquia é fascinante, isso tenho como certo.
 Fonte: Tornado-Nota: o autor escreve ao abrigo do AO90

PARA ONDE ESTÁ A CAMINHAR ESTA SOCIEDADE PARASITA E SEM VALORES HUMANOS!?


CUSTOS

“Eutanásia pode ser uma boa opção para os pobres”

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Rimantė Šalaševičiūtė, ministra lituana da Saúde, membro do PSD Lituano, declarou pouco depois de tomar posse, em 2014, que a eutanásia deveria ser considerada como uma boa opção para os pobres que não podem pagar os cuidados de saúde
… nomeadamente os cuidados paliativos.
Rimantė Šalaševičiūtė

Rimantė Šalaševičiūtė, ex-ministra lituana da Saúde, membro do PSD Lituano
Rimantė Šalaševičiūtė, afirmou que a “Eutanásia pode ser uma boa opção para os pobres” e disse claramente que era uma solução para quem não quiser sobrecarregar a sua família, uma vez que na Lituânia não existe estado social, com custos ou com a visão do espectáculo do seu sofrimento.
Como se o sofrimento fosse um espectáculo. Como se um pobre sofredor devesse ser morto para evitar que os outros o vejam.
Este é um dos objectivos de muitos defensores da eutanásia: reduzir custos com despesas de saúde com aqueles que não podem pagar os elevados preços dos cuidados de saúde, encurtando-lhes a vida prematura e deliberadamente.
E não se trata só de pobres com doenças terminais. Na mesma ocasião a ministra lituana também considerou a eutanásia como adequada para as crianças com doenças graves. Estas podendo representar custos elevados quando as suas doenças se tornam crónicas ou incapacitantes como as deficiências físicas ou mentais.
As declarações da então ministra foram reproduzidas em diversas revistas da especialidade, nomeadamente na BioEdge especializada em bio-ética. Em Portugal não tiveram eco.
Este é o tipo de solução que o Bloco de Esquerda, proponente de legislação para legalizar a eutanásia, quer para Portugal? Uma vez a porta aberta, a vida do pobre não valerá nada em face do potencial de redução de custos que o seu assassinato representará.
Provavelmente será até o FMI e a União Europeia a exigir a implementação de tais leis para melhorar o deficit orçamental.
Rimantė Šalaševičiūtė teve de se demitir, em Fevereiro de 2016, depois de confessar ter tentado subornar um médico.
Fonte:Tornado

quarta-feira, 20 de julho de 2016

UMA VISITA À CAPELA SISTINA?


Um tour virtual pela Capela Sistina
Do Gênesis ao Juízo Final, graças à colaboração entre o Vaticano e a Universidade de Villanova, na Pensilvânia
The sistine chapel with Michelangelo's fresco


Este é talvez o mais famoso edifício de toda Cidade do Vaticano, ao lado da Basílica de São Pedro. É também parte da residência papal oficial (essa que Francisco abriu mão de ocupar), o Palácio Apostólico. Hoje, graças à colaboração entre o Vaticano e a Universidade americana de Villanova, na Pensilvânia, a Capela Sistina pode ser visitada online clicando aqui.
Enquanto a obra mais famosa da capela é uma das obras-primas de Michelangelo Buonarroti (a bem conhecida composição de mais de doze mil quadrados, que vai do Livro do Gênesis ao Juízo Final), também as paredes da capela estão cobertas com peças de Rafael Sanzio, Bernini e Botticelli.
 Em um passeio regular a pé, considerando a quantidade de visitantes que enchem a entrada e fazem fila para ter acesso à Capela, mal se tem tempo de desfrutar de cada um dos detalhes dessas obras-primas. Não estamos dizendo que a experiência online supera a de estar lá, mas oferece a valiosa possibilidade de parar, sem um guia apressando seu passo e sem dor no pescoço, e observar aspectos que, caso contrário, poderiam passar despercebidos.
Fonte: Aleteia

terça-feira, 19 de julho de 2016

A MISERICÓRDIA QUANDO PRATICADA COM AMOR SUPERA EM TUDO AS LEIS IMPOSTAS PELOS HUMANOS!

ARTHUR HERLIN

Este padre celebrou um casamento “ilegal” – e não se arrepende

A misericórdia vai (muito) além das mesquinhas leis humanas

“A minha perspectiva é a da fé do pastor que ajudou uma das suas ovelhas a morrer feliz”. É assim que o padre Maurice Franc explica que não se arrepende em absoluto do que fez.
Ele é pároco em Notre Dame du Rocher, na cidade francesa de Biarritz, e, no dia 14 de junho celebrou o matrimônio de um casal que não estava previamente unido por ato civil. Na França, isto é proibido pelo artigo 433-21 do código penal – herdado da Revolução: esse artigo determina que todo casamento deve ser reconhecido civilmente pela prefeitura e que só depois é permitido realizar cerimônias religiosas.
Mas o padre aceitou unir os esposos porque a mulher estava com câncer em fase terminal.
“Sophie teve dificuldades para se expressar durante o consentimento mútuo; o ‘sim’ que ela pronunciou foi tão comovente quanto solene. Só de lembrar, me escapam as lágrimas”, compartilha, emocionado, o sacerdote. “A última coisa que Sophie viveu realmente foi aquele ‘sim’”.
A cerimônia aconteceu no quarto da mulher, prostrada na cama. “Éramos quinze pessoas no quarto. Não tinha nada de clandestino”, afirma o padre, desmentindo taxativamente as insinuações de certos meios de comunicação.
A mulher, de cinquenta anos, teve de ser tratada com sedativos naquela mesma tarde e faleceu dois dias depois.
Os votos matrimoniais: fruto de um caminho espiritual trilhado pelos esposos
Fazia apenas dois anos, o padre Franc tinha acompanhado Sophie na preparação para o batismo: “Fazia tempo que Sophie queria se casar, mas Jean-Claude, seu cônjuge, não estava pronto. Foi o batismo de Sophie, e não a sua doença, o que despertou nele uma autêntica reflexão que culminou no matrimônio”, relata o sacerdote.
Mas o câncer surgiu no ano seguinte e o casal teve de adir os planos. Apesar da enfermidade, “Sophie irradiava uma fé profunda e resplandecente”, assegura o padre Franc, acrescentando que “um grupo de fiéis se reuniu em torno a ela para lhe dar apoio até o momento da morte”.
“O casamento que eu celebrei não foi ilegal. Há uma indulgência do legislador. O artigo do código penal diz de maneira muito clara: ‘Todo ministro de culto que celebrar, de maneira habitual…’. Esta é a prova de que o legislador é consciente de que pode haver condições excepcionais. O ato deve ser reiterado para ser reprovável”, destaca o sacerdote, de 54 anos.
Veículos de mídia divulgaram que o esposo teria encaminhado uma solicitação à prefeitura para fazer “constar o seu estado de homem casado”, insinuando interesse no patrimônio da esposa, agora falecida.
O padre Franc é categórico: “Não é verdade que ele tenha ido à prefeitura para fazer valer seus direitos civis. Ele mesmo me diz que, em todo caso, Sophie não tinha nada. Nem ele imagina que tipo de herança poderia reclamar”.
O mundo laicista pode não querer entender, mas existem pessoas que se casam por amor.
Fonte: Aleteia