FRANCISCO VÊNETO
3 vícios que desrespeitam o ritmo da natureza – e nos prejudicam todos os dias
A luz e o sono; o cérebro e o foco; o tempo sequencial e os resultados
Muitas das suas atitudes do dia-a-dia interferem diretamente no seu estado de humor, na sua produtividade, na qualidade do seu descanso, no seu bem-estar. Mudar atitudes é difícil, especialmente quando elas já viraram hábitos, mas… é fundamental rever alguns comportamentos cotidianos e nocivos se você quiser seriamente melhorar a sua qualidade de vida.
Aqui vão 3 hábitos nocivos que você tem, que vão contra os ritmos da natureza e que você precisa controlar agora:
1 – A luz azul de curto-comprimento: chega de smartphone antes de dormir!
A nossa sociedade cada vez mais artificializada tende a dar cada vez menos atenção aos ritmos da natureza, seja no longo prazo, seja no dia-a-dia. No entanto, as consequências deixam claro que esses ritmos não podem simplesmente ser ignorados como se pudéssemos mandar na ordem natural (e não é pouca a quantidade de gente que pensa que mandamos na natureza…).
Um dos elementos naturais que variam ao longo do dia com mais evidência é a luz.
Você já ouviu falar na luz azul de curto-comprimento? Pois bem: os raios de sol contêm altas concentrações desse tipo de luz. Quando expomos os olhos a ela, o nosso organismo interrompe a produção da melatonina, que é o hormônio indutor do sono, deixando-nos, portanto, mais atentos. Já quando os raios solares perdem a luz azul, no final da tarde, acontece o contrário: o nosso corpo volta a produzir melatonina e, por consequência, vai nos deixando sonolentos. Por fim, durante a noite, quando os raios do sol não nos atingem e o nosso cérebro naturalmente não espera exposição à luz, ficamos especialmente sensíveis à luz azul de curto-comprimento, com consequências para o nossoo humor, nível de energia e qualidade do sono.
Acontece que muitos dispositivos nos quais estamos viciados, como smartphones, notebooks e tablets, emitem a luz azul de curto-comprimento diretamente aos nossos olhos. E o que acontece com a produção de melatonina quando somos expostos a essa luz? Ela é interrompida, interferindo em nosso sono. E o que acontece no dia seguinte quando a qualidade do nosso sono foi ruim? E o que acontece quando isto se repete todas as noites e todos os dias? Pois é, está na hora de voltar a respeitar um pouco mais esses ritmos da natureza.
2 – Os 15 minutos consecutivos de foco: chega de interrupções, avisos e alarmes!
O nosso cérebro precisa, em média, de 15 minutos consecutivos para focar em uma tarefa única. Ao atingirmos o foco nessa tarefa, entramos num fluxo contínuo de produtividade no qual rendemos cinco vezes mais do que quando ficamos interrompendo a concentração.
Mas o que é que tendemos a fazer ao longo do dia? Olhar as mensagens na rede social, conferir os resultados do campeonato, dar uma passeada pelos portais de notícias, fazer (mais) uma “pequena” pausa para um “breve” lanchinho… Tudo isso nos tira do ambiente de concentração e… exige mais 15 minutos de dedicação contínua, após cada interrupção, para voltarmos ao estado de foco.
Isso vale também para um hábito que pode até parecer produtivo, mas não é: o de programar notificações, alertas e alarmes que nos distraem ao longo do dia todo. Cada vez que somos notificados de uma nova mensagem ou tarefa pendente, somos também tirados daquele fluxo de produtividade que o nosso cérebro tinha demorado 15 preciosos minutos de foco ininterrupto para conseguir atingir! Em vez de sabotar a sua própria concentração com avisos sonoros e visuais espalhados pela jornada, trace horários fixos nos quais você vai responder aos e-mails, verificar as mensagens, fazer pausas. Assim você preserva a sua concentração nas tarefas específicas de cada um dos seus objetivos e vai avançando mais rápido, focando em uma coisa de cada vez, fazendo bem feito e evitando refazer ou ter de recomeçar porque se distraiu (de novo).
3 – O começo só começa ao começar: sim, isto é óbvio, mas… então por que você fica adiando?
A ordem normal do tempo, conforme a nossa experiência natural no cotidiano, é sequencial: primeiro vem o “antes”, depois vem o “durante” e por fim vem o “depois”. Excetuando realidades paralelas muito interessantes da ficção científica, é nesta ordem que as coisas acontecem: elas começam, prosseguem e terminam.
Mas muita gente não começa! Fica imaginando como será a vida “depois que” eu resolver tal pendência, “depois que” eu arrumar a casa, “depois que” eu ler tal livro, “depois que” eu fizer tal trabalho, “depois que” eu conquistar tal objetivo, “depois que” eu solucionar tal problema que estou empurrando com a barriga há meses e meses… Aí sim eu “vou ser” feliz, eu “vou saber” tal idioma, eu “vou ter” uma casa bem ordenada, eu “vou fazer” o meu trabalho com mais cuidado, eu “vou ter tempo” para a família, para os amigos, para Deus…
É uma tentação comum a de esperar para começar a fazer algo só quando temos a “certeza” de que vai dar certo. É evidente que não se pode fazer as coisas costumeiramente aos trancos e barrancos e sem planejamento, mas também deveria ser evidente que ficar a vida toda planejando, sonhando e calculando e nunca tirar nada do papel também não dá! Como você pretende produzir algo se não começar nunca? Como você espera melhorar os resultados se não testar as suas ideias e identificar na prática o que pode ser ajustado? Se você escrever uma página ruim, poderá editá-la; mas nunca poderá editar uma página em branco.
Agora veja também os 3 vícios que você tem de manhã e que prejudicam todo o resto do seu dia: confira aqui!
Fonte: Aleteia