OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

AFINAL PARA QUE SERVE O BANCO MUNDIAL?

Mundo  ,

Investigação revela que Banco Mundial provoca “rasto de miséria”

                            
O Banco Mundial desrespeita com frequência as suas próprias regras sobre a proteção de pessoas em detrimento dos projetos que patrocina e com consequências devastadoras para as populações mais vulneráveis, refere uma investigação.
Um trabalho de investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), do diário digital norte americano The Huffington Post e 20 outros parceiros mediáticos, concluiu que pelo menos 3,4 milhões de pessoas foram física e economicamente afetadas desde 2004, em particular através de deslocações forçadas, devido a projetos apoiados pelo Banco Mundial.
Considerado o mais prestigiado credor dos países em desenvolvimento, o Banco Mundial financia anualmente centenas de projetos governamentais com o objetivo de “combater a propagação da pobreza através do apoio à construção de sistemas de transporte, centrais elétricas, barragens e outros projetos”, teoricamente dirigidos às populações mais pobres do planeta.
No entanto, os trabalhos de investigação divulgados pelo Huffington Post denunciam o “rasto de miséria” que os projetos patrocinados pelo Banco Mundial impuseram em diversas regiões do mundo.
Barragens, centrais elétricas e outros projetos apoiados pela instituição financeira forçaram milhões de pessoas a abandonar as suas casas, as suas terras ou a colocar as suas vidas em perigo, sustenta a investigação.
A primeira reportagem, divulgada nesta sexta-feira, relata as condições de comunidades indígenas do oeste do Quénia que dizem ter sido forçadas a abandonar as suas florestas ancestrais devido a um programa de conservação do Banco Mundial.
Este projeto mediático também indica que o Banco Mundial e a International Finance Corp. (IFC, membro do Grupo Banco Mundial e a maior instituição de desenvolvimento global voltada para o setor privado nos países em desenvolvimento) financiaram governos e companhias acusadas de violações dos direitos humanos incluindo violação, rapto, assassínios e tortura. Em alguns casos, os credores continuaram a financiar estes responsáveis após terem sido divulgadas provas dos abusos.
A investigação permitiu ainda detetar que entre 2009 e 2013 os credores do Grupo Banco Mundial canalizaram 50 mil milhões de dólares (47 mil milhões de euros) em projetos que resultaram num elevado risco de impactos sociais e ambientais “irreversíveis e sem precedentes”, e que duplicaram em relação ao anterior quinquénio.
A equipa global coordenada pelo ICIJ congrega mais de 20 organizações mediáticas, incluindo o The Huffington Post, The Guardian, El País, Fusion, o GroundTruth Project, o Investigative Fund, a Agência Pública do Brasil ou o BalkanInsight.com, entre outras.
Estas reportagens serão publicadas num “microsite” divulgado pelo Huffington Post e que também inclui fotografias e vídeos de comunidades deslocadas em todo o planeta.
Neste projeto participaram 50 jornalistas de 21 países, que durante 11 meses investigaram o falhanço do Banco em proteger diversas populações do globo, marginalizadas em nome do progresso.
Os organizadores sublinham que este trabalho implicou a análise de milhares de documentos do Banco Mundial, entrevistas a centenas de pessoas e reportagens no terreno em 14 países (Albânia, Brasil, Etiópia, Honduras, Gana, Guatemala, Índia Kosovo, Nigéria, Peru, Quénia, Sérvia, Sudão do Sul e Uganda).
Fonte: Zap/Lusa

quinta-feira, 16 de abril de 2015

ANO DO JUBILEU DA DIVINA MISERICÓRDIA... PARA QUÊ?

Por que foi convocado Ano Santo da Misericórdia? O Papa explica
porta santa basílica são pedro vaticano.jpg
Porta Santa - Basílica de São Pedro, Vaticano
Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 15-04-2015, Gaudium Press) -
 
 Após a leitura da apresentação oficial do Jubileu Extraordinário do Ano Santo da Misericórdia, sábado, na Basílica Vaticana, o Papa explicou por que decidiu antecipar em dez anos a convocação de um novo Jubileu.
O Papa foi objetivo e direto em suas palavras explicativas: tratou do essencial. "Simplesmente porque a Igreja é chamada, neste tempo de grandes mudanças epocais, a oferecer mais vigorosamente os sinais da presença e proximidade de Deus. Este não é o tempo para nos deixarmos distrair, mas para o contrário: permanecermos vigilantes e despertarmos em nós a capacidade de fixar o essencial", disse o Santo Padre.

Mas o Papa lançou também uma advertência misericordiosa aos cristãos: O Jubileu do Ano Santo da Misericórdia, disse, "é o tempo para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai (cf. Jo 20, 21-23). Por isso o Ano Santo deverá manter vivo o desejo de individuar os inúmeros sinais da ternura que Deus oferece ao mundo inteiro, e sobretudo a quantos estão na tribulação, vivem sozinhos e abandonados, e também sem esperança de ser perdoados e sentir-se amados pelo Pai".

O Papa apontou para todos os católicos como deverá ser interpretado e vivido o Jubileu: "Um Ano Santo para sentirmos intensamente em nós a alegria de ter sido reencontrados por Jesus, que veio, como Bom Pastor, à nossa procura, porque nos tínhamos extraviado. Um Jubileu para nos darmos conta do calor do seu amor, quando nos carrega aos seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai".

O Santo Padre ainda mostrou, ao concluir, as consequências para aqueles que se colocarem no caminho do Senhor e abrirem seus corações à luz do Cristo.
Eles poderão, salientou o Pontífice: ser "transformados pela sua misericórdia para nos tornarmos, também nós, testemunhas de misericórdia.
Eis o motivo do Jubileu: porque este é o tempo da misericórdia".
JESUS EU CONFIO EM VÓS
 (JSG)Da Redação Gaudium Press, com informações Rádio Vaticano
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/68886#ixzz3XVVrKCYJ
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

TOMAR- CIDADE DOS TEMPLÁRIOS- FESTA DOS TABULEIROS!

 O TEMPO NA CIDADE ILUMINA A NOITE E DEIXA-A SEM LUZ!
 

A MINHA TERRA EM FESTA, ESPEREMOS QUE SEM O MAU TEMPO!





A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal. Segundo os investigadores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres. A sua cristianização pode dever-se à Rainha Santa Isabel que lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito Santo, movimento de solidariedade cristã que em muitos lugares do reino absorveu as primitivas festas pagãs. O ponto alto das festividades que juntava ricos e pobres sem qualquer distinção ocorria no Domingo de Pentecostes, dia em que as línguas de fogo desceram sobre os Apóstolos simbolizando a igualdade de todos perante Deus.
Esta Festa de «Acção de Graças» e de oferendas manteve as suas características inalteráveis até ao século XVII. Algumas das alterações que foram surgindo justificam-se no sentido de conferir uma maior grandiosidade a esta Festa. A tradição continua e muitas das suas cerimónias como o Cortejo da chegada dos Bois do Espírito Santo que tem o nome de Cortejo do Mordomo, o Cortejo dos Tabuleiros, a sua bênção, a forma do tabuleiro, os vestidos das raparigas portadoras dos Tabuleiros e a Pêza ou distribuição do pão e da carne mantêm-se (desde há alguns anos a esta parte também se distribui o vinho).
 
A principal característica da Festa dos Tabuleiros é o Desfile ou Procissão, com um número variável de tabuleiros, em que estão representadas as dezasseis freguesias do concelho. Esta procissão de dignidade, cor, brilho e emoção percorre as principais ruas da cidade, num percurso de cerca de 5 Km,

 por entre colchas pendentes nas janelas, milhares de visitantes nas ruas e uma chuva de pétalas que de forma entusiástica é lançada sobre o Cortejo.

A Festa é do Tabuleiro

 
que deve ter a altura da rapariga que o leva à cabeça, sendo constituído por trinta pães enfiados em cinco ou seis canas que partem de um cesto de vime ou verga
 e é rematado ao alto por uma coroa encimada pela Pomba do Espírito Santo ou pela Cruz de Cristo.
 
O início da Festa dos Tabuleiros é marcado pela chamada do povo para uma reunião pública, convocada pelo Presidente da Câmara, para o Salão Nobre dos Paços do Concelho onde se decide se há Festa dos Tabuleiros no ano seguinte e se a opinião do povo for favorável é escolhido o Mordomo. Após a decisão sobre a Festa e se o povo decidir que há Festa são lançados três foguetes a anunciar que há Festa...
Porquê tanto tempo de antecedência?
A Festa dos Tabuleiros engloba vários Cortejos, o trabalho de várias centenas de pessoas que durante mais de seis meses confeccionam as flores que vão ornamentar os tabuleiros e decorar as ruas populares a maioria situadas no centro histórico da cidade.
A necessidade de planear, de organizar e de angariar fundos e subsídios leva à necessidade de se começar a trabalhar com muito tempo de antecedência (mudança dos tempos). Por outro lado a Festa engloba várias cerimónias tradicionais como o Cortejo das Coroas, o Cortejo dos Rapazes, o Cortejo do Mordomo ou a chegada dos Bois do Espírito Santo,
a abertura das Ruas Populares Ornamentadas, os Cortejos Parciais, os Jogos Populares, o Grande Cortejo ou Cortejo dos Tabuleiros e a Pêza que necessitam de serem pensadas e organizadas devidamente porque o fundamental é cumprir o que os nossos bisavós e avós também fizeram., ou seja, manter a tradição e principalmente respeitá-la.
Além destas cerimónias tradicionais, durante o período da Festa decorrem vários espectáculos culturais e recreativos que são uma mostra do que de melhor fazem as várias Associações do Concelho.
Após a eleição o Mordomo começa os contactos necessários à constituição da Comissão Central onde se encontram os Mordomos responsáveis pelas várias Comissões sectoriais como por exemplo: Cortejo, Bodo, Mordomo, Rapazes, Ornamentações, Ruas Populares ornamentadas, Logística, Contactos Institucionais, Gestão Financeira, Serviços Jurídicos, Programa Cultural, Angariação de Fundos, Trânsito e Transportes, Feira e Arraial, Publicidade e Marketing, Espectáculos Populares, Secretariado, Relações Públicas, Comunicação e Som e Serviços Técnicos. O Presidente da Câmara, o Prior e o Provedor da Misericórdia são por inerência dos seus cargos membros efectivos da Comissão Central.
 

Cortejo das Coroas

 
 
Apesar da decisão da realização da Festa dos Tabuleiros ser tomada com um ano de antecedência, as cerimónias só têm início no Domingo de Páscoa do ano seguinte. O Cortejo das Coroas é o primeiro acto solene da Festa dos Tabuleiros e destinava-se, antigamente, a anunciar à população a próxima celebração da sua Festa maior. No chamado terceiro ciclo da Festa (após 1950), O Cortejo sai da Misericórdia fiel depositária do Pendão e Coroas da cidade de Tomar, dirige-se à Igreja de S. João Baptista ou Igreja de Santa Maria do Olival onde é celebrada a Missa Solene do Espírito Santo na presença das Coroas e dos Pendões que são colocados na capela-mor.
Terminada a Missa, o Primeiro cortejo das coroas percorre o itinerário do Cortejo dos Tabuleiros.
Como é uma Festa religiosa há sete saídas de Coroas. 7 é o número perfeito a nível da Igreja Católica: 7 dias da semana; 7º dia é o da plenitude da caminhada (quando Deus descansou); 7 Dons do Espírito Santo; 7 domingos da Páscoa ao Pentecostes quando se celebra a plenitude da Vida Nova.
A primeira saída é no Domingo de Páscoa, a segunda no Domingo de Pascoela e as restantes de quinze em quinze dias até ao dia 24 de Junho, último Cortejo de Coroas antes da Festa dos Tabuleiros. O percurso das restantes saídas de Coroas é variável e tem sido adaptado ao crescimento da cidade pretendendo-se levar o anúncio da Festa à maioria dos habitantes.
As ruas estão decoradas com colchas coloridas nas janelas e o chão com verdura. À passagem do Cortejo o povo vai lançando flores criando assim um efeito de cor ímpar e o clima de alegria que se vive sempre em anos de Festa dos Tabuleiros.
A antecipar o Cortejo e bem à frente vai o fogueteiro anunciando a aproximação da procissão; em seguida vêm os gaiteiros e tamborileiros, a Banda, o Pendão do Espírito Santo, as três Coroas do Espírito Santo da cidade, as dezasseis Juntas de Freguesia representadas por um Pendão e por uma Coroa, os membros das diferentes Comissões e o povo.
Nas demais saídas vai havendo rotatividade entre as dezasseis Juntas de Freguesia que só se voltam a juntar no dia do Cortejo dos Tabuleiros.

                      Cortejo dos Rapazes



 Desde o início das suas actividades, os Jardins de Infância e Escolas de 1º ciclo do concelho de Tomar tiveram como filosofia trabalhar junto da comunidade local dando a conhecer o meio, preservando a cultura e tradições e principalmente transmitindo esses valores às crianças com quem trabalhavam. Desta ideia inicial e com o aproximar da Festa dos Tabuleiros de 1991 rapidamente se passou, com o apoio dos elementos da Comissão de então, dos pais e das crianças, para uma ideia mais arrojada: porque não participar e reviver o «Cortejo dos Rapazes» que se tinha realizado a última vez em 1892?
Tudo é feito como se se tratasse do Cortejo dos Tabuleiros dos «adultos». As crianças levam os trajes de tradição: as meninas vestidas de branco com uma fita de cor à cintura e à tiracolo, sogra ou rodilha e transportam o tabuleiro que terá a sua altura e os rapazes trajam calça preta, cinta preta, barrete preto no ombro, camisa branca e gravata habitualmente da cor da fita da menina. A alegria e o entusiasmo da população foi tanta que em 1995 o número de crianças já foi maior e no Cortejo dos Rapazes de 2003 estiveram envolvidas cerca de duas mil crianças dos Jardins de Infância e Escolas do 1º ciclo do concelho.
A Festa dos Tabuleiros é, essencialmente, uma festa de cor e movimento.
Uma das formas mais características da população mostrar a alegria pela realização da Festa é a ornamentação das suas ruas, chamadas de populares porque a maioria se encontra no chamado centro histórico da cidade onde o bairrismo ainda vive.
Assim, centenas de pessoas despendem milhares de horas de trabalho durante mais de seis meses, a confeccionar milhares de flores de papel com que vão ornamentar as suas ruas. A ornamentação é da sua autoria e responsabilidade e o segredo é sempre mantido até à sexta-feira à noite em que se dá a abertura oficial das ruas populares. O talento e o trabalho dos «decoradores» é premiado e avaliado pela Comissão que oferece placas que premeiam por exemplo a Cor, a Harmonia, a Tradição sendo contempladas todas as ruas concorrentes.
 
Cortejos Parciais
No sábado de manhã decorrem os chamados «Cortejos Parciais». A necessidade de reunir os Tabuleiros das diferentes freguesias para o Cortejo de Tabuleiros levou, a partir dos anos 50, à introdução de um elemento novo – um desfile em separado dos tabuleiros das diversas freguesias que partindo de um local previamente escolhido passam junto ao edifício dos Paços do Concelho onde são recebidos pelo Mordomo, Presidente da Câmara e Vereação dirigindo-se para a Mata Nacional dos Sete Montes onde ficam em exposição até ao Cortejo de domingo.

 

 

Cortejo dos Tabuleiros

O motivo principal da Festa dos Tabuleiros é o Grande Cortejo dos Tabuleiros que adquiriu tanta importância que deu o nome à Festa que hoje só é conhecida por Festa dos Tabuleiros.

Como afirmava o saudoso Dr. Fernando Araújo Ferreira «o tabuleiro é um hino de cor. Um poema nascido da arte popular tomarense. Das mãos e inspiração do seu povo. Obedecendo a regras tradicionais, é ele que o arma é ele que o ornamenta. De gerações em gerações passou o jeito, a herança bonita. O Tabuleiro é uma oferta de pão, por isso o pão deve ficar à vista, a ornamentação pertence ao gosto de quem o decora, com flores de papel e verdura se for caso disso. O Cortejo vive e encanta pela variedade de cores e ornamentações.»




 Não resistimos a transcrever algumas das palavras do Dr. Manuel Guimarães, historiador, que traduzem a emoção que percorre quem vai no Cortejo e quem assiste à sua passagem: «As raparigas, figuras principais, desfilam em duas longas filas ao lado dos seus ajudantes (os rapazes) que seguem do lado de dentro mas sempre atentos às companheiras. Dirigem-se à Praça da República onde o Cortejo enrola harmoniosamente até preencher sem sobressaltos a placa central. Um representante da Igreja vem à Praça, paramentado, dar a bênção aos Tabuleiros. Depois, a um sinal do sino, é a elevação, um momento inesquecível. Uma moldura humana impressionante, aplaude comovida este momento mágico, único, pela sua grandiosidade, simbolismo e beleza, único na nossa arte e na nossa cultura. "Era um velho costume tomarense. De sensibilidade, de respeito, de alegria, de tradição.
 Muito especialmente quando das Festas que falavam à alma da sua gente e eram herança duma cultura popular. Tomar, nesses dias, era um mar de cores na diversidade das colchas pelas janelas.
 Colchas ricas e colchas mais modestas - umas de seda, outras de chita.
Cada uma a enfeitar como podia - mas com a mesma largueza de ânimo, a mesma entrega, a mesma adesão aos Cortejos sempre lindos desta terra.
Com o mesmo carinho e a mesma alma.
Eram os filhos, os que nasceram a ouvir o chorar das rodas e o repenicar dos sinos de S. João, e quantos que para aqui vieram e se renderam, pelo coração, a este pequeno mundo, aderindo à sua vivência, aos seus costumes - que hoje têm como coisa sua.
Vêm aí os Cortejos das Coroas - o primeiro em domingo de Páscoa - e a finalizar o desfile incomparável, policromo, secular dos Tabuleiros.
Como homenagem a uma Festa que nos prestigia - e também à terra onde vivemos – e faz aflorar, aos olhos de muitos, lágrimas de comoção, de tomarensismo e de reconhecimento pelos nossos avoengos, é necessário voltar aos hábitos cujas raízes mergulham num passado que vem de longe - mas ainda cheio de vida (e assim perdure pelo tempo dos tempos como força anímica do povo deste concelho).
Tu, filho e neto de festeiros, tu, tomarense, tu que algum dia chegaste a esta terra e dela fizeste a tua terra, enfeita de colchas as janelas da tua casa à passagem dos Cortejos.
É uma mensagem de ADESÃO... de AMOR! Lança pétalas de flores bonitas sobre o «sonho» que passa, um sonho que é um rio colorido a correr pelas nossas ruas e a enchê-las de poesia e encanto.
Assim recebia a Festa a velha gente de Tomar."
DR. NINI FERREIRA
















Fonte:Tabuleiros. org (ilustração é da minha autoria)

terça-feira, 14 de abril de 2015

A LOUCURA DA CRUZ!?

Vede: a Cruz,

Que aos olhos do século parece não ser mais que um símbolo de tristeza, é, entretanto, a obra prima da alegria; e, portanto, a maior das felicidades humanas é essa loucura de que nos fala São Paulo.
O século sempre entendeu esta loucura erradamente, servindo-se dela para zombar da fé, caluniar o cristão e apresentá-lo como o refugo da natureza humana, cuja ciência consiste em bestializar a inteligência, obliterar o sentimento e atrofiar o coração.
Nunca foi esta a doutrina da Igreja, que, bem longe de assim entendê-lo, quando, no século 17, homens saídos de seu seio, mal interpretando as palavras do Apóstolo, fizeram uma guerra encarniçada à ordem natural, à razão humana, ao desenvolvimento da inteligência e às necessidades legítimas do coração, condenou essa doutrina –o Jansenismo – e reprovou a sua moral.
A loucura da Cruz, como a entende a Igreja, não é, pois, a mutilação do homem; não é a renúncia de seus sentimentos, nem do que eleva o seu espírito, dilata o seu coração e alegra a sua vida.
A doutrina da Igreja, é que a Graça não destrói a natureza: purifica-a, aperfeiçoa-a
Santo Agostinho dizia que a Encarnação não é senão um vasto sistema higiênico e curativo para a natureza humana; e, se bem compreenderdes este pensamento do egrégio doutor da Igreja, vós tereis a justa ideia do que seja a loucura da Cruz.
Nas práticas da vida cristã, nas humilhações do homem que quer purificar-se, há uma espécie de loucura; mas loucura somente para os instintos depravados da natureza corrompida.
Como em todo remédio há uma parte por assim dizer ignóbil, vil, desprezível, repugnante à natureza; há também isso no aparelho curativo da Igreja.
O homem é também doente do espírito e do coração; e os remédios de que precisa esta sua enfermidade são como os do corpo, duros, amargos, repugnantes à vaidade e ao orgulho.
É uma loucura humilhar-se, abater-se pedir perdão das ofensas, amar os inimigos?!
Pois é a loucura da Cruz!
É uma loucura ser casto, renunciar aos gozos animais, rivalizar com os anjos?! Pois é a loucura da Cruz! É uma loucura repudiar a avareza a ambição da glória, o furor do bem-estar?! Pois é a loucura da Cruz!
Reparai, porém: esta loucura é um verdadeiro remédio, porque nos despoja do velho homem, restaura as partes nobres da nossa natureza, que só se purifica e regenera pela crucificação, isto é, pelo aniquilamento de suas partes más.
E não foi essa loucura que regenerou o mundo, quando, num momento solene da história, para libertá-lo da gangrena romana, foi preciso lavá-lo no sangue das virgens, dos confessores, dos mártires?! E, hoje, que falta ao nosso século?
É justamente a loucura da Cruz!
Porque o homem moderno é tão vaidoso, tão cheio de ambições, tão sensual, tão rebelde? Porque não ama a Cruz de Jesus Cristo e zomba do cristão que procura reproduzi-la em si? Porque na política a impostura, a mentira, a perfídia?
Na ciência – o orgulho, na literatura – a luxúria, nas artes – a prostituição do belo, o repúdio de todas as formas nobres da imaginação? Porque o estadista, o sábio, o filósofo, o poeta e o artista não conseguem fazer feliz a humanidade moderna?
Percorrei o mundo inteiro, batei a todas as portas; perguntai aos homens, nos palácios ou nas choupanas, se eles são felizes; e um gemido doloroso saído de todos os corações vos responderá: não, não somos felizes.
Mas porque o homem moderno, no meio de tantos esplendores da civilização material, é verdadeiramente desgraçado? Porque ele não ama a Cruz de Jesus Cristo.
Vós, homem moderno, podeis pretender todas as glórias: a de terdes surpreendido, com um pedaço e vidro, o infinitamente pequeno nas profundezas da terra, o infinitamente grande nas profundezas do céu;
A de terdes dado aos vossos olhos o prodigioso óptico poder de verem no solo o arbusto crescer, a verem no espaço o astro girar; a de terdes reunido nas vossas exposições universais as riquezas espalhadas pelo globo;
A de terdes consorciado nos vossos museus as faunas e as floras do mundo inteiro; a de terdes pelejado com os seus ventos e tempestades, medido mesmo a profundeza dos seus oceanos. Há uma glória, porém, que vós não podeis reclamar:
A de terdes medido a inanidade dos vossos prazeres, domado os ímpetos do vosso orgulho, medido a profundeza incomensurável da vaidade universal, que não deixa ver na Cruz de Jesus Cristo a salvação do mundo, e na loucura da Cruz – a sabedoria verdadeira!
*   *   *
Fonte: retirado do livro “A Paixão” do Rev. Pe. Júlio Maria de Lombaerde.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

EIS UMA PODEROSÍSSIMA PRECE PARA CRESCERMOS EM SANTIDADE!

São João Eudes recomendava a recitação desta prece pela conversão dos pecadores e à cabeceira dos enfermos.

A Santíssima Virgem lhe prometeu que aqueles que, devotamente, a recitarem em estado de graça crescerão em devoção a cada louvor. Quanto aos pecadores, mesmo empedernidos, seria salutar excitá-los a rezar esta prece, ou pelo menos a aceitar que outros o façam por eles. É um poderosíssimo meio de conversão e de santificação.

Ave Maria, Filha de Deus Pai.
Ave Maria, Mãe de Deus Filho.
Ave Maria, Esposa do Espírito Santo.
Ave Maria, templo de toda a Divindade.
Ave Maria, alvíssimo lírio da Trindade, fulgurante e sempre sereno.
Ave Maria, rosa resplandecente de celestial amenidade.
Ave Maria, Virgem das Virgens, Virgem fiel, de quem quis nascer e de cujo leite quis se amamentar o Rei dos Céus.
Ave Maria, Rainha dos Mártires, cuja alma foi transpassada pelo gládio da dor.
Ave Maria, Senhora do Mundo, a quem foi dado todo poder no Céu e na Terra.
Ave Maria, Rainha do meu coração, Mãe, vida, doçura e esperança minha caríssima.
Ave Maria, Mãe amável.
Ave Maria, Mãe admirável.
Ave Maria, Mãe de misericórdia.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
E bendito é o vosso Esposo, São José.
E bendito é o vosso Pai, São Joaquim.
E bendita é a vossa Mãe, Sant'Ana.
E bendito é São João, a quem fostes confiada ao pé da Cruz.
E bendito é o vosso Anjo, São Gabriel.
E bendito é o Eterno Padre que Vos escolheu.
E bendito é o vosso Filho que Vos amou.
E bendito é o Espírito Santo que Vos esposou.
E benditos são eternamente os que Vos bendizem e crêem em Vós.
(São João Eudes)
(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2004, n. 29, p. 2)