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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

OS SEGREDOS DA TÉCNICA DESVENDAM OS SEGREDOS DO PASSADO

Documentos carbonizados há quase 2000 anos foram “lidos” pela primeira vez

Os rolos de papiro de Herculano, queimados e esmagados durante a erupção do Vesúvio que também destruiu Pompeia, poderão finalmente revelar os seus segredos.
          Uma equipa internacional de cientistas acaba de realizar uma autêntica façanha, decifrando, pela primeira vez, algumas sequências de letras e fragmentos de palavras contidas em rolos de papiro calcinado – algo até aqui considerado tecnicamente impossível. Os resultados abrem o caminho à leitura de textos antigos dos quais não existem cópias, com o potencial de “melhorar o nosso conhecimento da literatura e da filosofia da Grécia antiga”, escrevem os autores num artigo publicado terça-feira na revista Nature Communications                                      

Os papiros estão em muito mau estado – como é fácil imaginar, considerando que foram soterrados por toneladas de cinzas vulcânicas ardentes. Vistos de fora, parecem bocados de carvão. E são também extremamente frágeis: não admira portanto que as tentativas que têm sido feitas ao longo de quase três séculos para os desenrolar se tenham saldado, essencialmente, pela sua destruição pura e simples, levando os especialistas a desistir dessa via.
O que Daniel Delattre, do Instituto de Investigação e de História dos Textos, em Paris, e colegas em França e Itália conseguiram agora fazer foi justamente mostrar que é possível ler estes manuscritos sem quase lhes mexer.
A própria natureza do material dos papiros e da tinta utilizada conspiram para aumentar a dificuldade da leitura dos papiros pelas mais avançadas técnicas não invasivas de obtenção de imagens, nomeadamente utilizando raios X.
Os raios X são mais ou menos absorvidos pelos materiais que atravessam – e é esse contraste que é explorado para visualizar o interior do corpo humano através da tomografia computadorizada de raios X. E nos últimos anos, tem surgido uma variante dessa técnica – dita de tomografia de raios X por contraste de fase – que é muito mais eficaz do que a primeira na visualização em pormenor das estruturas dos tecidos moles do organismo, que absorvem menos radiação. Os autores do estudo pensaram que esta técnica poderia aplicar-se aos papiros de Herculano.
Porquê? Porque a fibra vegetal carbonizada dos papiros e a tinta de carvão utilizada na antiguidade são materiais demasiado semelhantes – e o contraste gerado pela absorção dos raios X é insuficiente para os distinguir. A técnica por eles utilizada aproveita de facto um outro tipo de diferença que pode ser detectada iluminando uma amostra com raios X: o facto de estes raios serem desviados de maneira diferente quando atravessam os diversos componentes do material em causa, independentemente da sua composição química.
Todavia, essa técnica não poderia funcionar se os diversos componentes estivessem misturados – ou seja, se a tinta tivesse sido absorvida pelas fibras do papiro. Mas neste aspecto, os cientistas foram “ajudados” pelas características dos documentos em causa: a tinta de carvão não penetrava nas fibras de papiro, explicam os autores, o que fazia com que as letras ficassem como que pousadas no suporte vegetal. E foi precisamente esse ligeiríssimo relevo (da ordem dos 100 milésimos de milímetro!) que permitiu detectar as diferenças de fase dos raios X com o poderoso feixe gerado pelo ERSF – Sincrotrão Europeu, em Grenoble (que permite uma resolução precisamente dessa ordem). “As letras observadas no papiro, que têm dois a três milímetros, são completamente reveladas pelo processo de visualização”, escreve a equipa no seu artigo.
Mesmo assim, dado o comprimento da folha de papiro (até 15 metros), a espessura ínfima de cada camada enrolada e o tamanho das letras – mais o facto de o esmagamento dos papiros ter sem dúvida distorcido a escrita –, nada garantia o resultado.
Mas a experiência foi um sucesso: numa amostra de um papiro de Herculano enrolado, os cientistas conseguiram detectar todas as letras (menos duas) do alfabeto grego. E até sequências de letras que poderão ser palavras que significam “cairia” ou “diria”.
“Vitória! Conseguimos ver as letras! Vemos letras gregas distorcidas! Hurra! Incrível! ”, lembra-se ter exclamado Daniel Delattre (citado num comunicado) quando viu surgir as letras pela primeira vez.

A HISTÓRIA DA VIDA DE S. VICENTE PADROEIRO DE LISBOA

S. Vicente, diácono e mártir

 
          S. Vicente é o mais célebre dos mártires hispânicos, o único que se encontra incorporado na liturgia da igreja universal. O seu dia celebra-se a 22 de janeiro.
Desde muito cedo foi objeto de um culto amplamente difundido. Já o grande poeta Paulino de Nola, que viveu na segunda metade do século IV e na primeira do século V, lhe atribuía o mesmo estatuto que o de S. Ambrósio em Itália, ou o de S. Martinho de Tours na Gália. O seu contemporâneo Prudêncio dedica-lhe um longo poema, além de largo excerto noutro hino a propósito da cidade natal do mártir, Saragoça. Nos primeiros anos do século V, por volta de 410-412, Agostinho assim dizia em Cartago num dos sermões compostos para a missa da festa do mártir ("Sermo" 276, PL 38, 1257):
«Qual é hoje a região, qual a província, até onde quer que se estenda tanto o império romano como o nome de Cristo, que não rejubile por celebrar o dia consagrado a Vicente?»
Segundo a tradição hagiográfica, os acontecimentos ter-se-iam passado na sequência de uma série de decretos dos imperadores Diocleciano e Maximiano, emitidos nos anos 303 e 304, que intentavam reprimir o culto cristão por todo o império. Vicente seria diácono em Saragoça, quando é preso por um governador de quem não temos qualquer outra referência e cuja existência é muito problemática, de nome Daciano. Recusando revelar o sítio dos livros de culto e abjurar, como ordenava o decreto imperial, é levado para Valência (episódio singular, pois Saragoça e Valência pertenciam a províncias distintas, uma à Tarraconense, a outra à Cartaginense, cada uma com o seu próprio governador). Das sequelas do interrogatório sob tortura a que foi submetido, faleceu a 22 de janeiro do ano 304.
Após a morte, a hagiografia deixou-nos acontecimentos miraculosos, como o episódio do corvo e o do regresso do corpo a terra, após ter sido lançado ao mar. Poucos anos depois, a partir de 313, no tempo do imperador Constantino, constrói-se um sepulcro martirial em Valência, que mais tarde daria lugar uma basílica extramuros, onde o corpo era venerado pelos devotos.
O culto difundiu-se rapidamente. Corroborando os textos hagiográficos, Valência assumiu-se desde logo como sua sede privilegiada. Aqui ficava a igreja que acolhia o corpo do mártir, citada por Prudêncio e pela Paixão traduzida mais adiante. Além disso, uma inscrição transmitida por um manuscrito do século IX indica que o bispo Justiniano (527-548), membro de uma família de ilustres literatos e eclesiásticos, além de muito devoto do santo, terá deixado os seus bens em testamento a um mosteiro dedicado a S. Vicente, que a tradição identifica hoje com San Vicente de la Roqueta.
O outro local importante era Saragoça, onde Vicente fora diácono e onde o seu martírio começara. Já em finais do século IV e inícios do século V, o poeta Prudêncio refere o culto que aí se desenvolvia, aludindo a umas relíquias (fala de algum objeto com o sangue do mártir). Em 541, durante o cerco de Childeberto, rei da Nêustria, Saragoça teria sido salva pela intervenção miraculosa da túnica do mártir, em episódio mais adiante referido. Na primeira metade do século VII, o poeta Eugénio de Toledo dedica um epigrama a uma igreja do santo, aludindo ao sangue e à túnica, túnica que reaparece numa oração da missa composta na mesma altura. Eugénio foi, de resto, arcediago desta igreja.
Além de Valência e Saragoça, cidades indissociáveis da figura de S. Vicente, o culto cedo se estendeu a outras cidades da Hispânia. Em Sevilha, já antes de 428, quando os Vândalos invadem a cidade, a catedral onde Isidoro se recolheu na véspera de morrer estaria dedicada a S. Vicente. A catedral de Córdova também estaria sob a invocação do mártir em período anterior às invasões muçulmanas.
A epigrafia documenta-nos o desenvolvimento do culto em época recuada. Temos conhecimento, talvez no século V, de uma igreja em Toledo. No século VI, há notícia de três igrejas dedicadas ao mártir: uma em Nativola, Granada (consagrada em 594), outra em Cehegín na província de Múrcia, e uma terceira em Loja, perto de Córdova. No século VII, no ano 644, consagra-se um templo em Vejer de la Miel, perto de Cádis. Também o calendário epigráfico de Carmona, porventura do século VI ou VII, assinala o dia do santo. No século VII, o impulso dado ao culto é atestado pela significativa produção litúrgica (um hino, orações, uma missa, sermões), alguma da qual percorreremos nas páginas seguintes.
E desde o século VIII até ao século X, a proliferação de igrejas dedicadas a S. Vicente é notável por toda a Hispânia: cite-se apenas Oviedo, onde em 761 são depositadas umas relíquias trazidas de Valência.
Em África, sabemos que, por inícios do século V, o dia de S. Vicente era celebrado com grande solenidade. O ilustre Agostinho redigiu, entre 410 e 412, quatro sermões para este dia, um outro com larga referência, e, se acaso for do bispo de Hipona, um sexto entre 410 e 419 ("Serm4 De Iacob et Iesau")Em quatro deles indica expressamente que tinham acabado de escutar a leitura da Paixão do mártir. No século VI, o seu culto está atestado por um calendário litúrgico de Cartago, escrito entre 506 e 535, por alguns sermões anónimos e pela epigrafia.
Na Gália e Aquitânia, o culto remonta, pelo menos, a meados do século V. (...) O século IX assiste a uma notável expansão do culto de S. Vicente (...). Mas, de longe, a igreja mais famosa na Gália é a de Paris. Em 541, em campanha contra o rei visigodo Têudis, o rei Childeberto da Nêustria sitia Saragoça. A túnica de Vicente, mencionada por Eugénio de Toledo e na missa reelaborada no século VI na Hispânia, então reino dos Visigodos, foi levada em procissão em redor das muralhas e a cidade foi salva. Childeberto pediu então ao bispo da cidade relíquias do mártir. Este concedeu-lhe a estola (espécie de manto que se usava sobre a túnica). No regresso, Childeberto edificou em Paris uma basílica dedicada a S. Vicente onde depositou a relíquia, tendo sido consagrada em 558 pelo bispo de Paris, Germano. Este foi o panteão dos primeiros reis merovíngios. Nos finais do século X e inícios do século XI, a igreja foi reconstruída. Em 1163, a igreja foi dedicada de novo a S. Germano, sendo desde então conhecida como Saint-Germain-des-Prés. Em Itália, o culto também se desenvolveu desde muito cedo. (...)
Por estas brevíssimas notas, é evidente a espantosa difusão que o culto a S. Vicente alcançou nos séculos anteriores à nossa nacionalidade. Ora, sucede que os inícios do reino de Portugal, e, em particular, a cidade de Lisboa, estão indissociavelmente ligados ao diácono de Saragoça.
Já antes da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, temos notícia da existência de basílicas dedicadas ao mártir no que será mais tarde território português. Um documento do ano 830 (seguido de dois outros de cerca de 90S e do ano 911) refere uma igreja dedicada a S. Vicente em Infias, Braga, que poderá remontar ao século VII. Em 972, documentação referente ao mosteiro do Lorvão menciona uma igreja nas imediações de Coimbra; documentos dos anos 970 e 973 aludem a uma Porta de S. Vicente, nos limites das terras de um mosteiro designado "de Bacalusti", nas margens do rio Douro; em 978 e 1002 refere-se uma igreja de S. Vicente "de Pararia".
Antes de 1094, quando passa para a posse do bispo de Coimbra, o mosteiro da Vacariça, na região da Mealhada, associava a invocação a S. Vicente à de S. Salvador, e já antes de meados do século XI, o mosteiro de Guimarães tinha o mártir de Valência como um dos seus titulares secundários. O censual de Braga, escrito entre 108S e 1091, do qual se conserva apenas a parte respeitante à região entre o Lima e o Ave, refere oito igrejas dedicadas a S. Vicente, e mais duas em que o mártir se associa a outro patrono. Enfim, a documentação medieval identifica noutras regiões outras igrejas sob a invocação do mártir que podem remontar a período anterior a meados do século XII.
Em Lisboa, a mais antiga atestação remonta ao tempo do nosso primeiro rei. Ao sitiar Lisboa em 1147, D. Afonso Henriques fizera o voto de, se a cidade lhe caísse nas mãos e os infiéis fossem aniquilados, mandar construir dois mosteiros junto a dois cemitérios que se revelavam necessários para sepultar os cruzados que sucumbiam junto às muralhas do castelo. Uma das igrejas foi erigida junto ao cemitério dos teutónicos em 1148 sob a invocação de S. Vicente. Não sabemos se já ali haveria um culto mais antigo, se era uma criação expressa. Tendo o rei dado a escolher ao bispo D. Gilberto e aos cónegos uma das duas igrejas, estes optaram por Santa Maria dos Mártires (a atual Sé de Lisboa), junto ao cemitério dos ingleses. A igreja de S. Vicente ficou então na posse do rei, e foi dirigida por presbíteros ingleses, até D. Afonso Henriques nomear o primeiro prior, Gualter, de origem flamenga, a que se seguiram cónegos regrantes da confiança do rei. Isto é relatado na "Notícia da fundação do mosteiro de S. Vicente", redigida em 1188.
Mas o que liga intrinsecamente Lisboa a S. Vicente é a chegada das suas relíquias ocorrida em 1173. Conta a "Crónica de Al-Razi", composta no século X, que conhecemos por intermédio de uma tradução portuguesa do século XIV feita a mando de D. Dinis, que, durante a perseguição de Abderramán I (756-788), o corpo de S. Vicente fora levado de Valência, onde estaria na antiga igreja sob sua invocação, para o Promontório Sacro, hoje Cabo de S. Vicente, em Sagres. O caráter sagrado do local já na Antiguidade era assinalado, desde, pelo menos, o geógrafo Estrabão, que viveu nos séculos I a. C. e I d. c., Plínio (século I d. C.) e outros autores do mundo clássico. A "História PseudoIsidoriana" e o geógrafo Al-Idrisi em obra de meados do século XII afirmavam que ali existiria uma "igreja dos corvos". Porventura, desde época recuada, ali poderia ter havido uma capela. Esta tradição sustentava a pretensão de Lisboa, pretensão essa apoiada nos séculos XVI e XVIII por Ambrosio de Morales e Henrique Flórez: seria aqui que estavam efetivamente as relíquias do santo.
Diga-se que Lisboa não era a única cidade a presumir ter o corpo do mártir. Aimoin de Saint-Gerrnain-des-Prés conta que o corpo do mártir fora trazido, em 863, de Valência para Castres, uma cidade no sul de França. No século XI, um braço num relicário fora levado de Valência para Bari. Também San Vincenzo ai Volturno (desde inícios do século VIII), e depois Cortona e Metz, Benevento e Monembasia (no sul da Grécia), reclamavam deter o corpo do santo. Por outro lado, o século XII é um período de intenso "achamento" de corpos santos e relíquias, geralmente com o objetivo de promover a peregrinação e ampliar o prestígio e o estatuto das respetivas igrejas. Relembre-se apenas, no início do século, Braga e Compostela, que se dedicaram à disputa da posse de corpos santos.
Neste contexto, em 1173, de acordo com um texto de finais do século XII ou do século XIII da autoria de Estêvão, chantre da catedral de Lisboa, e que segundo Aires Nascimento, corresponde ao momento da instauração do culto na diocese de Lisboa, um anónimo alerta para a existência do corpo do mártir na ponta do Algarve, em mãos dos infiéis. No dia 15 de setembro, as relíquias chegam a Lisboa, ficando na igreja de Santa Justa, antes de se recolherem no dia seguinte na Sé, com a oposição da igreja real de S. Vicente. O mártir de Valência tornou-se assim o padroeiro de Lisboa, sendo o dia da chegada do seu corpo celebrado na liturgia e em animadas festas populares (15 de setembro). E este dia, que no século XIX mudou para 16 de setembro, foi comemorado até recentemente.
 
A memória de S. Vicente, padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e da diocese do Algarve, é evocada pela Igreja a 22 de janeiro. Neste dia, no ano 2000, o atual patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, recebeu a ordenação episcopal.
 
Paulo Farmhouse Alberto
In "Santos e Milagres na Idade Média em Portugal", vol. I, ed. Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Publicado em 21.01.2015

PARA ONDE CAMINHA ESTE MUNDO?

Daniel
16.01.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Primeiramente o seguinte artigo das fontes:
www.amormariano.com.br  e  www.sinaisdoreino.com.br (visita recomendada)
Original em:
http://escritosdesaomaximilianomariakolbe.blogspot.com.br
Denúncia de São Pe. Pio: “religiosos na maçonaria”
n/d
    O ímpio século XX teve dois grandiosíssimos santos, ambos franciscanos: o polonês São Maximiliano Maria Kolbe e o italiano São Pio de Pietrelcina, ou Padre Pio, como é popularmente conhecido.
    Eles sempre denunciaram a maior organização criada pelos filhos das trevas para corromper as almas: a maçonaria.
    O combate de São Maximiliano Maria Kolbe a essa seita é conhecido de seus verdadeiros devotos. Quanto  ao Santo Padre Pio, muitos só falam de seu hospital para cuidar dos doentes, como se ele não passasse de  “um bom velhinho”, esquecendo ou omitindo suas denúncias contra a maçonaria que, no decorrer dos séculos, vem destruindo na sociedade a noção de civilização cristã, do bem e do mal, do certo e do errado.
    Cumpre frisar que embora muitas pessoas não façam parte dos planos da maçonaria ou sejam membros desta, se possuírem um espirito revolucionário, igualitário, a favor do comunismo, da destruição da propriedade privada, do divorcio, do aborto e das práticas homossexuais, acabam por se filiar indiretamente a essa seita.
    É muito conhecida a denúncia de São Kolbe aos embustes demoníacos da seita maçônica, feitos a  pessoas da sociedade temporal (governantes em geral). O Padre Pio, por sua vez, denuncia os religiosos que fazem parte da referida seita, como veremos a seguir, em carta que ele escreveu ao seu diretor espiritual, a qual dispensa comentários:
    Meu caríssimo Padre,
    Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.
    Como a visita de Jesus angustiado causava-me muita dor, eu quis Lhe perguntar por que Ele sofria tanto. Não obtive resposta. Contudo, seu olhar recaiu sobre aqueles sacerdotes; mas, pouco depois, quase como se estivesse horrorizado e cansado de ver, Ele retirou o olhar e, quando o pousou sobre mim, com grande horror observei duas lágrimas que Lhe sulcavam  o rosto. Ele se afastou daquela multidão de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto em seu rosto, gritando: “Açougueiros!”.
n/d
    E voltando-se para mim, disse: “Meu filho, não creia que minha agonia durou apenas três horas, não; Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por Mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo de minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai à procura de qualquer gota de piedade humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença. A ingratidão e o sono dos meus ministros tornam mais aguda a minha agonia.
    Ai daqueles que correspondem mal ao Meu amor! E o que mais Me aflige e custa, é que à indiferença eles somam o desprezo, a incredulidade. Quantas vezes estive para fulminá-los, se não fosse impedido pelos anjos e pelas almas que Me veneram… Escreva ao seu diretor espiritual e narra-lhe tudo o que viu e ouviu de Mim esta manhã. Diga a ele que mostre sua carta ao Padre provincial…”
    Jesus ainda continuou, mas o que me disse jamais poderei revelar a nenhuma criatura deste mundo. Esta aparição causou-me tanta dor no corpo, e mais ainda na alma, que durante todo o dia fiquei prostrado e achei que ia morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado…
    Jesus tem infelizmente razão de lamentar de nossa ingratidão! Quantos de nossos irmãos desgraçados não correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na infame seita da Maçonaria! Oremos para  que o Senhor ilumine suas almas e toque seus corações.”
Fonte: Lettera di Padre Pio al Suo Padre spirituale P. Agostino, in “Padre Pio da Pietralcina-Epistolario I”, Lettera N°123, Pietrelcina 7 aprile 1913, pp.350-352, ed “Padre Pio da Pietrelcina”, 2002. (http://www.gris-imola.it/PadrePiomassoneria.php) e http://escritosdesaomaximilianomariakolbe.blogspot.com.br
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Nota final de www.rainhamaria.com.br
Por Dilson Kutscher
Pelo meu coração a serviço de Sua MAJESTADE REI JESUS, FILHO DO DEUS ALTÍSSIMO, O SANTO DE ISRAEL E DE SUA SANTÍSSIMA MÃE E RAINHA IMACULADA MARIA, publico novamente para alertar os verdadeiros católicos, fiéis zelosos e obedientes as LEIS E PRECEITOS DO ALTÍSSIMO.
Da sessão «Storia»
da revista: «Teológica» n. 14 - Marzo/Aprile 1998 - páginas 22-25
Edizioni Segno - Udine - Italia
por eles. O escândalo público de um Sacerdote destruirá milhares de vocações. Louvem aos Sacerdotes que por amor a uma mulher souberam deixar tudo, elogiem sua coragem por deixarem sua função sacerdotal e assumir vida junto de uma mulher. Sejam tolerantes com a homossexual
O PLANO MAÇÔNICO PARA A DESTRUIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA
Normas do grande Mestre da Maçonaria aos Bispos católicos maçons, efetivas desde 1962.
Todos os confrades maçons terão que referir sobre os progressos destas decisivas disposições.
Reelaboradas em outubro de 1993 como plano progressivo para o passo final.
Todos os maçons ocupados na Igreja, cito sacerdotes, bispos e cardeais, têm que acolhê-la e realizá-las.
Pequeno resumo elaborado por mim, Dilson Kutscher.
O PLANO...a partir de 1962...(há 53 anos atrás)
Reduzam as vocações ao Sacerdócio, fazendo perder aos leigos o temor reverencial idade do Clero. Digam aos fiéis que os sacerdotes infelizmente padecem de solidão, por isto precisamos compreender e perdoar suas atitudes de pecado. Que deveriam ser autorizados a casar e também constituir uma familia cristã, assim muitos desvios e escândalos seriam evitados.
Lembrem-se que podem induzir às monjas (consagradas) à traição de sua vocação se dirigem a sua vaidade, atrativo e beleza. Façam trocar o hábito Eclesiástico e isso as levará naturalmente a jogar no lixo seus Rosários.
Revelem ao mundo que tem divergência de opiniões em seus conventos. Isso dissecará suas vocações. Digam-lhes que não serão aceitas se não renunciam ao hábito. Também favoreçam o descrédito do hábito Eclesiástico naturalmente através das novas modas do mundo.
Digam aos catequistas de ensinar a amar mais as criaturas de Deus em vez do Próprio Deus. Amar abertamente é testemunho de maturidade. Façam que o termo "sexo" se converter em palavra de uso cotidiano em suas classes de religião. Façam do sexo uma nova religião. Introduzam imagens de sexo nas lições religiosas para ensinar às crianças a realidade. Certifiquem-se que as imagens sejam claras. Dêem coragem às escolas de tornarem-se pensadores progressistas no campo da educação sexual. Introduzam assim a educação sexual através da autoridade Episcopal, dessa maneira os padres não terão a possibilidade de dizer nada em contrário.
Esforcem-se para eliminar a Liturgia latina da Missa, adoração e cantos sacros. Eliminem a música sagrada do órgão. Introduzam guitarras, harpas, tambores, ruídos, palmas e risadas nas igrejas. Isso afastará os fiéis da oração pessoal, do silêncio e das conversações intimas com Jesus. Introduzam ao redor do altar danças litúrgicas com vestidos excitantes, teatros e concertos.
Tirem o caráter sagrado aos cantos da Mãe de Deus e de São José. Indiquem sua veneração como idolatria.
Convertam em ridículos os que persistem. Introduzam cantos mundanos. Anunciem mais o amor, a tolerância e a unidade, sem mencionar muito o nome de Jesus. Que o homem seja sempre o centro da vida na Igreja.
Afastem os fiéis de receber de joelhos a Comunhão. Digam aos consagrados que devem impedir aos pequenos antes e depois da Comunhão de ter as mãos juntas. Digam a eles que Deus os quer assim como são e deseja que se sintam completamente cômodos. Eliminem na igreja de estar de joelhos e cada genuflexão. Tirem os genuflexórios. Digam às pessoas que durante a Missa devem certificar sua fé em posição erguida. Façam distribuir a Comunhão por mulheres e leigos. Digam que este é o tempo dos leigos. Comecem dar a Comunhão na mão como os protestantes que tem a chamada "Ceia do Senhor", em vez de dar na boca sobre a língua. Expliquem que Cristo fez do mesmo modo, deu a Eucaristia na mão, permitindo que cada discipulo molhasse igualmente no vinho. Os Sacerdotes devem dar as costas à Eucaristia para honrar ao povo. O homem deve ser reverenciado e não Jesus.
Removam todas as relíquias dos Santos dos Altares e sucessivamente também os Altares mesmos. Substituem com mesas pagãs privadas de Consagração que possam ser usadas para oferecer sacrifícios para as crenças humanas. Eliminem a lei Eclesiástica que quer a celebração da Santa Missa somente sobre Altares que contenham Relíquias.
Interrompam a prática de celebrar a Santa Missa na presença do Santíssimo Sacramento no Tabernáculo. Não admitam algum Tabernáculo (Sacrário) sobre os Altares que são usados para a celebração da Santa Missa. A mesa deve ter o aspecto de uma mesa qualquer para expressar que ela não é absolutamente sagrada. Que a Cruz, que lembra o sacrificio de Jesus, seja retirada da vista dos fiéis.
Que coloquem ao menos uma cadeira central no Altar. O Sacerdote tem que sentar-se para indicar que depois da Comunhão ele descansa como depois de uma refeição. O Sacerdote não tem que estar nunca de joelhos durante a Missa nem fazer genuflexões. Nas refeições, de fato, não se ajoelha nunca. A cadeira do Sacerdote tem que ser colocada no lugar do Tabernáculo. Dêem coragem aos fiéis a venerar e também a adorar ao  celebrante no lugar da Eucaristia (Jesus Sacramentado). Digam aos fiéis que o Sacerdote é Cristo. (não necessitam mais adorar a Jesus Sacramentado) Coloquem o Tabernáculo num local diferente, fora da vista. Que Jesus Sacramentado fique isolado, esquecido num canto, para que se adore ao próprio homem.
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Este é o plano dos inimigos da Igreja e portanto dos inimigos de Deus...
Está em prática há 53 anos.
Acima fiz um pequeno resumo, porém, se você for um católico "inteligente", poderá observar que realmente desde o ano de 1962 até 2015, tudo que foi lido acima faz muito sentido. Estão mesmo fazendo uma verdadeira revolução dentro da Igreja, e trocando tudo que é Sagrado pelo profano (mundano)
Neste plano está contida a profecia de Daniel, a Abominação da Desolação....
E, na passagem da Sagrada Escritura, em II Tessalonicenses 2, 3-4, que diz:
"Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de TOMAR LUGAR NO TEMPLO DE DEUS, e apresentar-se como se fosse DEUS".
Comprova verdadeiramente a seguinte passagem...
"Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora". (I São João 2, 18)
Fazendo cumprir a profecia de Daniel...
"Tropas sob sua ordem virão profanar o santuário, a fortaleza; farão cessar o holocausto perpétuo e instalarão a abominação do devastador". (Daniel 11, 31)
PORQUE...
"Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel (9,27) então os habitantes da Judéia fujam para as montanhas.
Aquele que está no terraço da casa não desça para tomar o que está em sua casa. E aquele que está no campo não volte para buscar suas vestimentas. Ai das mulheres que estiverem grávidas ou amamentarem naqueles dias! Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, nem em dia de sábado; porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será.
Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia; mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados". (Sâo Mateus 24, 15-22)
ONDE SE ENCAIXA HOJE, NESTE MOMENTO ATUAL...
A SAGRADA ESCRITURA E SUAS PROFECIAS?
O exemplo que volto a mostrar, está acontecendo em muitas paróquias e igrejas, em ritmo acelerado de "transformação e reforma mundana",  essa remoção do Sagrado, talvez passe desapercebido a você, mas...
Diz também na Sagrada Escritura...
"Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido". (São Lucas 12, 2)
Este era o interior da Igreja Matriz da Paróquia Santa Cruz, São José, na grande Florianóplois SC.
n/d
Reparem que o Sacrário com Jesus Sacramentado, ainda se encontrava no Centro da Igreja. Lugar de Direito, Glória e Honra ao SENHOR do Santo Templo, o DEUS Altíssimo.
A igreja foi reformada...e então...ficou assim...
n/d
"Tiraram o Senhor e não sabemos onde o puseram". (João 20, 2)
Porque no Lugar de Honra e Glória do SENHOR...
No Lugar onde SEMPRE esteve JESUS SACRAMENTADO...o Centro da Igreja...
Agora senta a criatura para ser adorada como se fosse o próprio Deus.
n/d
Na imagem acima...o bispo auxiliar emérito da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann.
"...aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de TOMAR LUGAR NO TEMPLO DE DEUS, e apresentar-se como se fosse DEUS". (2 Ts.2, 3-4)
"Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel (9,27)". (São Mateus 24, 15)
"Tropas sob sua ordem virão profanar o santuário, a fortaleza; farão cessar o holocausto perpétuo e instalarão a abominação do devastador". (Daniel 11, 31)
Muitas são as igrejas que estão confirmando a profecia da Sagrada Escritura, e outras estão seguindo o mesmo plano destes homens impios, os anticristos do nosso tempo, já sob o comando do "Falso Profeta"...
"Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora". (I São João 2, 18)
Pois...conforme a profecia de Nossa Senhora de La Salette, no ano de 1846, reconhecida pela Igreja, que diz: "Roma perderá a fé, e converter-se-á na sede do anticristo".
Mais um exemplo abaixo da...abominação da desolação, da ordem de profanar o santuário, de TOMAR LUGAR NO TEMPLO DE DEUS, e apresentar-se como se fosse DEUS.
Nova Igreja de São Miguel Arcanjo e Santa Rita de Cássia, em SP.
Que segue os mesmos moldes do plano maligno, de adorar a criatura em vez do CRIADOR.
Adorar ao homem e não mais ao DEUS Altíssimo.
n/d
Reparem que a mesmo projeto moderno diabólico da Igreja Matriz da Paróquia Santa Cruz, São José, na grande Florianóplois SC, aqui na Nova Igreja de São Miguel Arcanjo e Santa Rita de Cássia, em SP.
Quantos filhos de DEUS se dirigem diariamente a essas Igrejas, reformadas com o espírito mundano, e lá chegando, na porta da entrada, ajoelham-se e fazem o sinal da Cruz para...a cadeira do bispo! Ato contínuo dirigem-se para dentro e ajoelhando-se no corredor central, ocorre que:  Adoram e rezam...olhando para a cadeira do bispo! Sim, pois JESUS está lá no canto, só, abandonado!!!
Também chamo a atenção, que Cristo...agora...não está mais na SUA CRUZ GLORIOSA.
Já imaginaram celebrarmos uma Semana Santa sem Cruz? O que faremos na sexta-feira santa? O que apresentaremos ao povo do Cordeiro Imolado?
Sem a Cruz na há salvação e como diz a carta aos hebreus:
“Segundo a Lei, quase todas as coisas se purificam com sangue; e sem efusão de sangue não há remissão” (Hebreus 9,22)
n/d
ASSIM TAMBÉM CUMPRE-SE A PROFECIA...
"É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração". (São Lucas 17, 25)
Novamente, no lugar de Jesus Sacramentado, Centro da Igreja e do coração dos verdadeiros filhos do Altíssimo...agora senta a criatura para ser adorada no Lugar de Honra a DEUS.
n/d
Pois diz o Senhor: “Porque me rejeitaste, também eu te rejeitarei”. (Oséias 4, 6)
A Casa de Deus, já não é mais a CASA DE DEUS, pois...
Os fiéis, filhos do Altíssimo...agora...rezam olhando para a cadeira da criatura humana, não mais para DEUS, para Jesus Sacramentado,  nem sequer podem contemplar e adorar verdadeiramente a Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma Igreja sem a Cruz com Jesus é uma Igreja herética, uma Igreja não mais de tradição católica, mas semelhante a "protestante". É de fato uma seita com alguns atributos católicos.
Este Santo Templo, já não é mais SAGRADO...agora é um lugar impuro, profano e mundano.
E...DEUS NÃO SE FAZ MAIS PRESENTE...
n/d
"Assim preferiram a glória dos homens, aquela que vem de Deus." (João 12,43)
Porque, no Fim dos Tempos, é necessário que a profecia da Sagrada Escritura se cumpra...
"É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração". (São Lucas 17, 25)
Dilson Kutscher - www.rainhamaria.com.br

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FALEMOS AINDA DA IDADE MÉDIA!

Um Santo Rei e Cruzado não teme terroristas!

A seita do “Velho da Montanha” havia
 sido fundada por Hassan Ibn el-Sabbah um sacerdote persa zoroastriano que se instalou no Cairo.
A seita era conhecida como a dos “Assassinos”, e marcou o Oriente Próximo durante perto de um século. O terror que ela causava ficou condensado na frase de um poderoso senhor local: “Eu não ouso mais obedecer-lhe nem desobedecer-lhe”. 
Um outro senhor que recebeu uma mensagem do “Velho da Montanha” intimando-o a se render, preferiu demolir seu castelo, sabendo estar ameaçado de morte a qualquer momento e ser assassinado em caso de desobediência, talvez por algum de seus familiares, drogado com maconha. 

No ano de 1090, os membros da seita ismaelita dos “Assassinos” se apoderaram da fortaleza de Alamut (o “refúgio dos abutres”) nas montanhas da Pérsia.
A partir dali, eles estenderam progressivamente sua influência pela Síria e pela Palestina. Desde aquele rochedo inexpugnável, logo rebatizado, o “refúgio da riqueza”, os grandes mestres da seita governavam por meio de intermediários.

Pelo fim do século XII, um deles de nome Rachid el-Din el-Sinan, era tão poderoso que negociava de igual a igual com Saladino

Nunca foi anunciada a morte de algum dos grandes mestres. Visavam assim fazer que os adversários acreditassem que eram imortais. 
Os cruzados francos apelidaram o poderoso chefe da seita de “Velho da Montanha”. 

Os jovens sem rumo que eram recrutados pela seita dos Assassinos tinham que jurar obediência, ficavam fanatizados e drogados com maconha (haschisch). De ali provinha o nome Haschuschin, que deu o termo “assassino”.

A função do “assassino” consistia em executar todo aquele que se recusasse a pagar tributo ao “Velho da Montanha”.

Para garantir a fidelidade dos “assassinos” o grande mestre mandava drogá-los e conduzi-los a uns jardins maravilhosos ao pé dos muros de sua fortaleza. 
Lá, no meio de fontes e flores, mulheres pagas se ofereciam a eles. Quando “acordavam”, os esbirros garantiam a eles que tinham tido um antegosto do Paraíso de Alá!
Enganados, eles não temiam morrer ou mesmo serem despedaçados, e obedeciam cegamente. Os “assassinos” eram tão cruéis que seus inimigos ficavam aterrorizados. 
Onde eles estavam ativos, ninguém podia se considerar seguro, nem os camponeses árabes, nem os peregrinos francos, nem os poderosos senhores, nem mesmo os reis.
Uma madrugada, um sultão hostil à seita acordou com um punhal cravado na cabeceira da cama. Horrorizado pela sinistra advertência, ele aceitou logo pagar o tributo e exonerou os “assassinos” de pedágios e impostos em seus domínios.
Um Santo Cruzado não teme assassinos

Quando São Luis IX desembarcou em Oriente, os Assassinos eram uma potência inevitável. Aliás, já na III Cruzada, heróis como Raimundo de Trípoli e Conrado de Montferrato tiveram que entrar em certo acordo com a seita e engajaram conversações.
O Velho da Montanha reinava sobre um vasto território, mas mantinha relações de boa vizinhança com os cristãos. Ele praticava um Islã cismático aos olhos dos outros muçulmanos. Estava constantemente em guerra com seus correligionários e chegou a se opor violentamente aos sucessores de Saladino.

Quando soube da derrota dos cruzados em Mansourah, em fevereiro de 1250, o Velho da Montanha enviou mensageiros a São Luis IX, para que ele também lhe pagasse tributo.

“Os príncipes que vos precederam – mandou dizer o misterioso chefe da seita – como o rei da Hungria ou o imperador da Alemanha pagaram tributo ao sheik Al-Jabal para tê-lo como amigo, tu que foste vencido deves fazer a mesma coisa”.
E para mostrar o poder de seu mestre, os embaixadores exibiram a faca, símbolo de sua força, e o lençol em que enterravam suas vítimas.
O rei da França não só recusou o pagamento, mas exigiu “receber antes de quinze dias cartas e presentes de amizade”. A firmeza do Santo impressionou o grande mestre dos Assassinos.

Duas semanas depois, ele fez chegar ao rei da França seu anel e sua própria camisa “porque a camisa está mais perto do corpo que qualquer outra peça do vestiário, assim o Velho mestre quer estar mais perto do rei franco do que qualquer outro”.
E para dar mais força à seus sinais de amizade, lhe enviou também suntuosos presentes: um jogo de xadrez feito de âmbar perfumado e um elefante e uma girafa de cristal.

Em troca, São Luis lhe ofereceu joias e legou um embaixador permanente: o frade dominicano Yves Le Breton. Esse religioso eminente selou uma verdadeira aliança entre seu rei e o grande mestre dos Assassinos.

O “Velho da Montanha” hoje

A história dessa seita penetra o presente. Só os mongóis de Hulagu conseguiram vencer o Velho da Montanha e se apoderar da fortaleza de Alamut, em 1256. 
Desde então, a seita se dispersou pela Síria, Líbano, Irã e Índia. Porém, a seita ismaelita subsiste, e os descendentes dos grandes mestres ainda são venerados em nossos dias na pessoa do Agha Khan.

*  *  *

Fonte: Blog “Gloria da Idade Média”

NA TUA LUZ VEREMOS A LUZ

Ano Internacional da Luz: Perspetiva bíblica, religiosa e cultural

 

O presidente do Pontifício Conselho da Cultura, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, que estará em Lisboa nos últimos dias de janeiro, participou hoje, em Paris, na cerimónia de abertura do Ano Internacional da Luz 2015, no âmbito da UNESCO.

Apresentamos a intervenção, centrada na luz enquanto símbolo teológico partilhado pelos seguidores de diversas tradições religiosas, incluindo também uma aproximação bíblica.

 
 
Luz, arquétipo simbólico universal

 Card. Gianfranco Ravasi
 
Em todas as civilizações, a luz passa de fenómeno físico a arquétipo simbólico, dotado de um espetro infinito de radiações metafóricas, sobretudo de qualidade religiosa. A conexão primária é de natureza cosmológica: a entrada da luz assinala o "incipit" absoluto do criado no seu ser e existir. Emblemático é o próprio início da Bíblia, que continua a ser o "grande códice" da cultura ocidental: «Wayy’omer ʼelohȋm: Yehȋ ʼôr. Wayyehȋ ʼôr», «Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita! (Génesis 1, 3). Um sonante acontecimento divino, uma espécie de "big bang" transcendente, gera uma epifania luminosa: rompe-se, assim, o silêncio e a treva do nada para fazer florescer a criação.
Também na antiga cultura egípcia, a irradiação da luz acompanha a primeira aurora cósmica, marcada por uma grande ninfa que sai das águas primordiais, gerando o sol. Será sobretudo este astro a tornar-se o próprio coração da teologia do Egito faraónico, em particular com as divindades solares Amon e Aton. Este último deus, com Amenofis IV-Akhnaton (séc. XIV a.C.), tornar-se-á o centro de uma espécie de reforma monoteísta, cantada pelo próprio faraó num esplêndido Hino a Aton, o disco solar: tal reforma, todavia, passará como um meteoro de breve duração no céu do tradicional politeísmo solar egípcio.
De maneira similar, a arcaica teologia indiana dos Rig-Veda considerava a divindade criadora Prajapati como um som primordial que explodia numa miríade de luzes, de criaturas, de harmonia. Não por acaso, noutro movimento religioso originário daquela mesma região, o seu grande fundador assumirá o título sagrado de Buda, que significa precisamente "o Iluminado".
E, para chegarmos a épocas históricas mais próximas de nós, também o islão escolherá a luz como símbolo teológico, dado que uma inteira "sura" do Corão, a 24.ª, será intitulada "An-nûr", "a Luz". No seu interior, um versículo estará destinado a um enorme sucesso e a uma intensa exegese alegórica na tradição "sufi" (em particular com o pensador místico al-Ghazali, nos séculos XI-XII). Trata-se do versículo 35, que clama assim: «Deus é luz no céu e na terra. A sua luz é como a de uma lâmpada colocada num nicho. A lâmpada está num cristal, é como uma estrela de esplendor deslumbrante e está acesa com o óleo de uma oliveira abençoada. Luz sobre luz é Deus. Ele guia quem ama para a sua luz».
Poder-se-ia continuar durante muito tempo com esta exemplificação, passando através das múltiplas expressões culturais e religiosas do Oriente e do Ocidente que adotam como pedra angular teológica um dado que está na raiz da comum experiência existencial humana. A vida, com efeito, é um "vir à luz" (como em muitas línguas é definido o nascimento), e é um viver à luz do sol ou a ser guiado na noite pela luz da lua e das estrelas.
 
A luz como símbolo "teo-lógico"
Dados os limites da nossa análise, satisfazer-nos-emos com apenas duas observações essenciais, destinadas apenas a intuir a complexidade da elaboração simbólica construída sobre esta realidade cósmica. Por um lado, aprofundaremos a qualidade "teo-lógica" da luz, que é uma analogia para falar de Deus; por outro lado, examinaremos a dialética luz-treva no seu valor moral e espiritual.
Teremos como ponto de referência exemplificativo a Bíblia, que gerou para a cultura ocidental um "léxico" ideológico e iconográfico fundamental. Ela pode oferecer-nos um paradigma sistemático exemplar geral, dotado de uma coerência interna significativa. As Escrituras judeo-cristãs foram, além disso, uma referência cultural capital durante vários séculos, como reconhecia um testemunho independente e alternativo como o filósofo Friedrich Nietzsche: «Entre o que sentimos na leitura de Píndaro ou de Petrarca e na dos salmos bíblicos, ocorre a mesma diferença que há entre a terra estrangeira e a pátria» ("materiais preparatórios" para "Aurora").
Diferentemente de outras civilizações que, falando simplificadamente, identificam a luz (sobretudo solar) com a própria divindade, a Bíblia introduz uma distinção significativa: a luz não é Deus, mas Deus é luz. Exclui-se, por isso, um aspeto realístico panteísta, e introduz-se uma perspetiva simbólica que conserva a transcendência, mas afirmando uma presença da divindade na luz que permanece, contudo, «obra das suas mãos». Devem entender-se assim as afirmações que pontuam os escritos do Novo Testamento atribuídos ao evangelista João. Neles, declara-se: «Ho Theòs phôs estín», «Deus é luz» (1 João 1, 5). O próprio Cristo apresenta-se assim: «Egô eímì to phôs tou kósmou», «Eu sou a luz do mundo» (João 8, 12). Nesta linha insere-se aquela obra-prima literária e teológica que é o hino que abre o Evangelho de João, onde o "Lógos", o Verbo-Cristo, é apresentado como «luz verdadeira que ilumina cada homem» (1, 9).
Esta última expressão é significativa. A luz é assumida como símbolo da revelação de Deus e da sua presença na história. De um lado, Deus é transcendente, e isto expressa-se pelo facto de a luz ser exterior a nós, precede-nos, excede-nos, supera-nos. Deus, porém, está também presente e ativo na criação e na história humana, mostrando-se imanente, e isto é ilustrado pelo facto de a luz nos envolver, distingue, aquecer, invadir. Por isso também o fiel se torna luminoso: pense-se no rosto de Moisés irradiando luz depois de ter estado em diálogo com Deus no cume do Sinai (Êxodo 34, 33-35). Também o fiel justo se torna fonte de luz, uma vez que se deixa envolver pela luz divina, como afirma Jesus no seu célebre "discurso da montanha": «Vós sois a luz do mundo... Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens» (Mateus 5, 14.16).
 
Prosseguindo nesta linha, se a tradição pitagórica imaginava que as almas dos defuntos justos se transformariam nas estrelas da Via Láctea, o livro bíblico de Daniel assume talvez esta intuição, mas liberta-a do seu realismo imanentista, transformando-a numa metáfora ético-escatológica: «Os que tiverem sido sensatos resplandecerão como a luminosidade do firmamento, e os que tiverem levado muitos aos caminhos da justiça brilharão como estrelas com um esplendor eterno» (12, 3). E no cristianismo romano dos primeiros séculos - depois de ter sido escolhida a data de 25 de dezembro para o Natal de Cristo (esse dia era a festa pagã do deus Sol, no solstício de inverno que assinalava o início do crescimento da luz, antes humilhada pela escuridão invernal) - começar-se-á a definir nas inscrições sepulcrais o que cristão lá jaz como «éliopais», «filho do Sol». A luz que irradiava Cristo-Sol era, assim, destinada a envolver também o cristão.
Na tradição cristã futura, estabelecer-se-á uma espécie de sistema solar teológico: Cristo é o sol; a Igreja é a lua, que brilha com luz refletida; os cristãos são astros, embora não dotados de luz própria mas iluminados pela suprema luz celeste. Trata-se aqui de uma visão essencialmente simbólica destinada a exaltar a revelação e a comunhão entre a transcendência divina e a realidade histórica humana, como é evidente num passo surpreendente mas coerente no último livro bíblico, o Apocalipse, onde na descrição da cidade ideal do futuro escatológico perfeito, a Jerusalém nova e celeste se proclama: «Não mais haverá noite, nem terão necessidade da luz da lâmpada, nem da luz do Sol, porque o Senhor Deus irradiará sobre eles a sua luz» (22, 5). A comunhão da humanidade com Deus será então plena e todo o símbolo desaparecerá para deixar espaço à verdade do encontro direto.
 
A dialética luz-trevas
 
É interessante notar que no texto citado se faz menção ao fim da noite e, portanto, ao ritmo circadiano [que tem a duração ou periodicidade de um dia]. Este é um lugar característico da escatologia (isto é, do fim dos tempos), como se lê no livro do profeta Zacarias, que, quando descreve o cumprimento final da história, representa-o como «um dia único, conhecido somente do Senhor, sem alternativa de dia e de noite, porque ao anoitecer brilhará a luz» (14, 7). Na existência histórica, esse ritmo quotidiano entre luz e obscuridade permanece, e torna-se também um sinal de natureza ético-metafísica. Pretendemos falar da dialética luz-trevas que surge já no texto acima citado do livro do Génesis. O ato criativo divino, expresso através da imagem da "separação", coloca ordem na "desordem" do nada: «Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz, e às trevas, noite» (1, 4-5).
É significativa a definição da luz como «tôb», adjetivo hebraico que é ao mesmo tempo ético, estético e prático, e, por isso, designa algo que é bom, belo e útil. Em contraste, a treva é a negação do ser, da vida, do bem, da verdade. Por esta razão, enquanto que o zénite paradisíaco está imerso no esplendor da luz, o nadir [ponto mais baixo] infernal está envolvido na escuridão, como se lê no livro bíblico de Job, onde os infernos são descritos como «região das trevas e da escuridão, terra tenebrosa e sombria,de escuridão e confusão, onde a própria luz é sombra» (10, 21-22).
Pelo mesmo motivo, a antítese luz-treva transforma-se num paradigma moral e espiritual. É o que ocorre em muitas culturas e que tem um ápice no citado hino-prólogo do Evangelho de João, em que a luz do Verbo divino «brilha nas trevas e as trevas não a venceram» (1, 5). E mais à frente, no mesmo quarto Evangelho, lê-se: «A Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz... Quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz... Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz» (João 3, 19-21). Também na comunidade judaica ativa desde o séc. I a.C. em diante, descoberta em Qumran, ao longo das margens ocidentais do mar Morto, um texto descreve «a guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas», seguindo um módulo simbólico constante para definir o contraste entre bem e mal, entre eleitos e réprobos.
Este dualismo reflete-se igualmente na oposição anjos-demónios ou nos princípios antitéticos "yang-yin", nas divindades em luta entre elas, como, nas cosmogonias babilónias o Marduk criador e a Tiamat destruidora, ou como Ormuzd (ou Ahura Mazdah) e Ahriman da religião persa mazdeísta, ou como Deva e Ashura no mundo indiano. A mesma dialética adquire uma nova forma no horizonte místico quando se introduz o tema da «noite escura», ilustrada por um grande autor místico e poético do séc. XVI espanhol, S. João da Cruz. Neste caso, o tormento, a prova e a espera da noite do espírito é como um ventre fecundo que se torna prelúdio da geração da luz da revelação e do encontro com Deus.
Em síntese, podemos partilhar a afirmação de Ariel no "Fausto" de Goethe: «Welch Getöse bringt das Licht!», «que tumulto traz a luz!» (II, ato I, v. 4671). Esse é, realmente, um sinal glorioso e vital, é uma metáfora sagrada e transcendente, mas não é inofensiva porque gera tensões com o seu oposto, a treva, transformando-se em símbolo da luta moral e existencial. A sua irradiação, portanto, do cosmo trespassa a história, do infinito desce ao finito, e é por isso que a humanidade anseia pela luz, como no grito final que se atribui ao mesmo Goethe, «Mehr Licht!», «mais luz!»: em sentido físico, por que se fechavam os olhos na agonia, mas também em sentido existencial e espiritual de aspiração a uma epifania suprema de luz. É o que invocava o antigo poeta hebraico dos Salmos: «Em ti está a fonte da vida, e é na tua luz que vemos a luz!» (Salmo 36, 10).
 
Card. Gianfranco Ravasi
Biblista. presidente do Pontifício Conselho da Cultura
In Pontifício Conselho da Cultura"
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 19.01.2015

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

DO EU AO OUTRO - A CAMINHO DA PAZ!

Esta rua onde “me” moro...



Hoje é um daqueles dias em que me sinto assim… isso mesmo… assim, neste assim que não sei definir e que, de vez em quando me (nos) bate à porta.
Neste momento, neste assim e neste aqui, no assim do aqui do agora em que escrevo este texto, estou a 30.000 pés de altitude, a fazer fé nas palavras do comandante. Destino? Budapeste. Destino final? Desconhecido... Ao certo, ao certo, não sei bem onde vou acabar hoje... mas a verdade é que ninguém sabe, por mais que pense na certeza do contrário.
Hoje, no assim do hoje, é assim... tem de ser assim, porque deixou de ser seguro ser de outra maneira! «Alguém estará à sua espera no aeroporto para o levar ao destino final...» - é que hoje, é assim... hoje como ontem, «o segredo é alma do negócio»; e hoje não é diferente, de tantos outros “hojes” que me veem partir em direção a um qualquer aeroporto... onde alguém me espera. Só que hoje, há cada vez mais medo nas ruas da minha cidade/mundo; mas nunca será o medo que me (nos) fará parar!
E eu penso, penso e pasmo. Se calhar a vida é mesmo assim e o que nos toca a todos sem exceção é isto mesmo... partir sem medo em direção ao medo, em direção a algum lugar, na esperança de que alguém «esteja à nossa espera».
É, é isso, só pode ser isso mesmo. Viver é assim. Passar do aqui que me habita para o ali que habitarei, para voltar a partir e para voltar a chegar.
Um dia, ao chegar, talvez até lá esteja eu, à minha espera e à espera de mim, para finalmente poder ficar... na rua onde “me” moro.
Por enquanto, nos entre(tantos), toca-me ir, hoje, cada hoje, à procura de mim e sair da minha “casa”... e ver... a rua cheia, cheia como eu nunca tinha visto; 1 milhão diz a polícia, 2 milhões dizem os jornais, 3 milhões alvitram outros!
Eu não sei. Não sei contar nem me sei contar, mas podem contar comigo; podem sempre contar comigo! Para quê? Nem eu sei, mas ainda que seja só para ir mais longe, eu vou, mesmo que seja só para chegar ao “tão longe” do outro lado da rua onde “me” moro, onde “me” vivo, onde não estou... eu vou!
Esta é a minha rua/mundo onde “me” moro.
Do outro lado da minha rua, fica a Rue Lambert, mais adiante, a Porte de Pantin, a Place de la Nation, um quarteirão mais abaixo é o recreio da escola de Peshawar, nas traseiras é Bagdad e mais longe, só um pouquinho mais longe fica Tikrit e Mossul, e fica a coragem do medo do meu mundo e o medo da coragem do meu ser... fica o meu medo e a minha raiva, fica o grito por gritar ou talvez não, aqui na minha rua onde se grita por Paris mas onde foram poucos os que gritaram pelos meninos e meninas mortos no recreio da escola em Peshawar. Por uns e por outros eu grito, são todos vizinhos da rua onde “me” moro e de onde “me” saio para chegar, e de onde “me” chego para partir.
É, é isso, só pode ser isso mesmo. Viver é assim. Passar do aqui que me habita para o ali que habitarei, para voltar a partir e para voltar a chegar.
Um dia, ao chegar, talvez até lá esteja eu, à minha espera e à espera de mim, para finalmente poder ficar... na rua onde “me” moro; finalmente em PAZ.
 
Fr. Fernando Ventura, ofm cap
Publicado em 18.01.2015
Fonte: Pastoral e Cultura    

SÃO PADRE PIO E A VISÃO PROFÉTICA

Uma visão profética do Padre Pio - São Pio de Pietrelcina

(Por Cristina Siccardi – Corrispondenza Romana)

Existe na história da Igreja, além da leitura dos acontecimentos, real ou falsa, uma outra leitura, a dos místicos, que têm o privilégio de ser objecto da predilecção divina e, portanto, de serem informados directamente pelo Céu sobre os eventos, fazendo-se de porta-vozes dos anúncios sobrenaturais e das profecias.
Nos tempos actuais de confusão, mistificação, engano e erro da e na Fé, torna-se muito interessante ler o que o São Padre Pio de Pietrelcina escreve ao seu confessor, Padre Agostinho, em 7 de abril de 1913. Neste sofrido escrito o Santo descreve uma aparição de Cristo agonizante devido ao comportamento dos sacerdotes indignos.

“Na sexta-feira de manhã encontrava-me eu ainda na cama, quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais diversos dignitários eclesiásticos; destes, alguns estavam celebrando, outros se desviando, e outros se despindo das vestes sagradas.
“A visão de Jesus angustiado causava-me muita pena, por isso quis  perguntar-Lhe por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Contudo, o Seu olhar dirigiu-se para aqueles sacerdotes; mas pouco depois, quase horrorizado e como se fosse parar de fitar, retirou o olhar e, quando o voltou para mim, observei com grande horror duas lágrimas que Lhe sulcavam o rosto. Distanciou-se daquela turba de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto na face, gritando: ‘Carniceiros!’

“E voltando-Se para mim, disse: ‘Meu filho, não acredites que a minha agonia foi de três horas, não; Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas, em agonia até ao fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia, meu filho, não se deve dormir.
“‘A Minha alma vai em busca de algumas gotas de compaixão humana, mas infelizmente  deixam-me sozinho sob o peso da indiferença. A ingratidão e o sono de meus ministros tornam a minha agonia mais pesada. Oh, como correspondem mal ao meu amor! O que mais me aflige é que à indiferença essas pessoas juntam o desprezo, a incredulidade.

“‘Quantas vezes Eu estive para fulminá-los, se não tivesse sido contido pelos anjos e pelas almas enamoradas de Mim… Escreve ao teu confessor e narra-lhe o que viste e ouviste de Mim esta manhã. Diz-lhe que mostre a tua carta ao Provincial …’. Jesus ainda continuou, mas o que Ele disse não posso jamais revelar a criatura alguma neste mundo. Esta aparição me causou uma tal dor no corpo, mas ainda mais na alma, que durante todo o dia fiquei prostrado e julguei que fosse morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado… Jesus infelizmente tem razão para lamentar a nossa ingratidão! Quantos desgraçados dos nossos irmãos correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na seita infame da Maçonaria!
Rezemos por eles, a fim de que o Senhor ilumine as suas mentes e toque os seus corações. Encoraje o nosso padre provincial, que receberá do Senhor um copioso socorro de favores celestes. O bem da nossa província-mãe deve ser a sua constante aspiração. Para isso devem tender todos os seus esforços. Para este fim devem ser direccionadas as nossas orações, tudo o que possuímos. Na reorganização da província, não podemos poupar ao provincial as dificuldades, as doenças, as fadigas; contudo, cuidar para não perder o ânimo, o misericordioso Jesus sustentará a empresa. A guerra dos cossacos vai se intensificando cada vez mais, mas não tenha medo, com a ajuda de Deus” (Padre Pio da Pietrelcina, Epistolario I, por Melchiorre da Pobladura e Alessandro da Ripabottoni, San Giovanni Rotondo 2004, pp. 350 e ss., carta no. 123).

O Padre Pio, como ele assinava, demonstra com este documento o seguinte:
1) Na Igreja existem ministros que fazem agonizar e irar (desejo de fulminá-los) o Filho de Deus;
2) Esses ministros demonstram a sua indiferença e ingratidão para com Quem os chamou a uma tão alta honra;
3) Eles desagradam seriamente ao Senhor Jesus, ao ponto de O fazerem gritar, referindo-se a eles, “Carniceiros!”, pelo facto de se aproximarem do Santíssimo Sacramento com indiferença, desprezo e descrença;
4) Eles são abertamente acusados de entrar e fazer parte da “seita infame da Maçonaria”;
5) A guerra lançada pelos maçons na Igreja é cada vez mais forte (estamos no ano 1913), mas não faz temer o Padre Pio, porque ele confia na ajuda do Omnipotente.
O que estamos a testemunhar hoje nas nossas paróquias, nas nossas dioceses, na nossa Roma só pode confirmar o que o santo de Pietrelcina escreveu um século atrás.