DA
ORDEM DOS TEMPLÁRIOS À ORDEM MILITAR DE CRISTO
Reflexão
Pessoal
Tendo
terminado de frequentar um pequeno curso de História Medieval online
sobre a Ordem dos Templários cujo professor foi o Pe. Paulo Ricardo,
que muito apreciei, interessei-me, como filha da terra dos
Templários, em investigar um pouco mais sobre a continuação da
ordem que foi extinta pelo Papa Clemente V. Mas que continuou em
Portugal a pedido do Rei D. Dinis, passando a chamar-se Ordem Militar
de Cristo. Aqui ficam dois excertos retirados da Internet sobre o
tema: HISTÓRIA
DA ORDEM MILITAR DE CRISTO |
A Ordem Militar de Cristo foi
instituída pelo Rei D. Dinis em 1318 e confirmada pela Bula Ad ea ex
quibus dada pelo Papa João XXII em Avignon, em Março de 1319. A
Bula foi emitida a pedido do Rei D. Dinis para que a Ordem criada
sucedesse à Ordem do Templo, extinta em 1311 pelo Papa Clemente V.
Os bens dos Templários ficaram assim
atribuídos à nova Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, que teve a
sua primeira sede na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Castro
Marim. Em 1356, a sede transferiu-se para o Castelo de Tomar, antiga
sede da Ordem do Templo em Portugal.
Tratava-se então de uma ordem
religiosa no seu mais estrito sentido, tendo o Papa como soberano e
sendo os Grão-Mestres da Ordem cavaleiros professos com voto de
pobreza. O primeiro Grão-Mestre foi D. Gil Martins, então também
Mestre de Avis.
O momento fundamental para o futuro da
Ordem surge com a nomeação do Infante D. Henrique, Duque de Viseu,
como “governador e administrador”. O célebre Infante, senhor de
grande parte das terras do Reino, não podia fazer voto de pobreza,
tendo por isso sido criado o novo cargo.
Sendo função do Infante a
administração dos bens da Ordem, não surpreende a utilização dos
seus importantes recursos no grande desígnio nacional que eram então
os Descobrimentos. A Cruz de Cristo, símbolo da Ordem, conquistou os
mares desconhecidos, erguida nas velas das caravelas portuguesas,
tornando-se um dos mais reconhecidos símbolos nacionais.
A Coroa Portuguesa exercia, por isso,
um total controlo sobre a Ordem de Cristo, muito embora a Santa Sé a
continuasse a tratar como ordem religiosa. Por este motivo, a Ordem
passou a exercer não apenas a administração espiritual sobre os
territórios descobertos mas também a administração temporal, o
que lhe deu um vigor singular.
A administração da Ordem permaneceu
ligada à Coroa por razões circunstanciais. O Infante D. Manuel era
governador da Ordem no momento da sua aclamação como D. Manuel I.
Pela bula Constante fide,
D. Manuel I foi o primeiro Rei Grão-Mestre da Ordem de Cristo.
No entanto, só no reinado de D. João
III, os mestrados das Ordens Militares foram concedidos pelo Papa
Júlio III, in perpetuum,
à Coroa portuguesa. A bula Praeclara Clarissimi, de 30 de Novembro
de 1551, tornou hereditária a administração das Ordens, marcando
uma separação entre a Ordem e a Santa Sé que se havia de confirmar
com a sua evolução. Ainda no reinado de D. João III, o rei convoca
Frei António de Lisboa, frade dos Jerónimos de Guadalupe,
incumbindo-o da missão de reformar a Ordem de Cristo, suprimindo o
braço de cavalaria e impondo a regra de clausura. Data desta época
a construção dos claustros e dependências conventuais que dão
corpo ao complexo monumental do Convento de Cristo, acrescentando-lhe
um vasto domínio rural conhecido por cerca conventual, hoje Mata dos
Sete Montes.
Filipe II de Espanha, herdeiro da Coroa
portuguesa, recorre ao apoio da Ordem de Cristo para assumir o novo
reino, pelo que realizou Cortes em Tomar, no Convento de Cristo, em
15 de Abril de 1581. Do período filipino ficou, entre outras, a
extraordinária obra de engenharia hidráulica, do aqueduto
conventual, no qual se destaca a construção aérea do vale dos
Pegões,
pela sua monumentalidade. Após a ocupação filipina, o
Convento de Cristo e os frades da ordem, seguiram a vida monástica
até à extinção das ordens religiosas em 1834, altura em que o
Convento de Cristo passa para a fazenda pública.
Na actualidade a Ordem de Cristo é uma
Ordem
Honorífica Portuguesa inserida no grupo das Antigas Ordens
Militares que têm, como o nome sugere, origem nas antigas ordens
militares, com o objectivo de galardoar serviços, feitos ou méritos
prestados ao País, que mereçam ser especialmente distinguidos.
É frequente encontrar retratos dos
Reis de Portugal em que usam as insígnias da Ordem de Cristo, o que
parece atestar a importância que a Ordem teve ao longo dos séculos.
Com a reforma da Rainha D. Maria I, pela Carta de Lei de 19 de Junho
de 1789, os monarcas passaram a ostentar a Banda das Três Ordens.
No que se refere à Ordem de Cristo, a
lei deixou claro que os membros da Ordem de Cristo continuavam a ter
precedência sobre os de Avis e os de Sant’Iago da Espada, havendo
preocupação manifesta na referência a que desta ordem não “se
possa concluir, nem pretender que os Grans-Cruzes de Sant-Iago são
inferiores aos de Christo” (MELO,
Olímpio de; Ordens Militares Portuguesas e outras Condecorações,
Imprensa Nacional, Lisboa, 1922, p. 33).
Ficaram também defenidos, na Carta de
Lei, os fins aos quais estaria associada a concessão da Ordem de
Cristo no futuro: “Os maiores Postos, e Cargos Politicos,
Militares, e Civis, serão ornados havendo Serviços, com o Habito da
Ordem de Cristo” (Ibid., p. 34).
O indiscutível prestígio da Ordem,
enquanto sucessora da Ordem do Templo e impulsionadora dos
Descobrimentos, encontrou assim continuação no fim que lhe foi
associado enquanto ordem honorífica, o de agraciar os mais altos
cargos da nação.
Extinta pelo Decreto de 15 de Outubro
de 1910, juntamente com as “antigas ordens nobiliárquicas”, foi
restabelecida pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1918, ficando então
“destinada a premiar os serviços relevantes de nacionais ou
estrangeiros prestados ao país ou à humanidade, tanto militares
como civis”.
Não
poderia deixar de falar de outro monumento que junto com o Convento
de Cristo se tornou também de suma importância na época da Ordem
dos Templários, a Igreja de Santa Maria dos Olivais. Eis mais um
excerto mas agora sobre a História da Igreja de Santa Maria na
margem oposta ao rio Nabão.
Durante a Idade
Média, a cidade de Tomar cresceu entre o
monte do castelo e o rio. Os terrenos da outra margem, onde ficava
Santa Maria, estavam cobertos de olivais que cercavam a igreja. Foi
daí que lhe ficou o nome.
Ao mesmo
tempo que constrói o castelo, Gualdim Pais manda erguer uma igreja
sobre as ruínas dum velho mosteiro que aqui existia (século VII).
Ao lado, edificou uma poderosa torre, para proteger o templo de
possíveis ataques.
A meio do
século XIII os Templários ergueram, desta vez sobre a igreja de D.
Gualdim, o templo que hoje conhecemos. É nesta altura que termina a
guerra com os árabes e a paz também ajudou a nascer em Portugal um
novo estilo de construir, o gótico.
A igreja
de Santa Maria dos Olivais foi dos primeiros monumentos construídos
neste estilo e serviu de modelo a grande parte das igrejas góticas
construídas em Portugal. Uma delas foi a de S. João Baptista.
Os
Templários também edificaram Santa Maria para servir de panteão
aos Mestres da sua Ordem de cavaleiros religiosos. Foram todos cá
sepultados, a começar por Gualdim Pais. Mesmo quando os Templários
se transformaram na Ordem de Cristo, os seus Mestres continuaram a
ter aqui o túmulo.
A igreja
templária vai sofrer grandes alterações no século XVI,
especialmente no tempo de D. João III.
A maior
transformação foi o acrescento de mais um corpo à igreja. A grande
varanda com alpendre, que se vê à direita do templo, serviu para
acrescentar mais cinco capelas à igreja.
Foi neste
período que Frei António de Lisboa, encarregado pelo rei para
dirigir as obras, mandou arrasar todos os túmulos dos Mestres
Templários e da Ordem de Cristo.
Ao longo
dos séculos, o desprendimento de terras à volta do templo ia
soterrando a igreja. Por outro lado o monumento foi sofrendo
acrescentos que lhe alteraram o aspecto original. Em 1940, Santa Maria sofreu um grande
restauro que procurou resolver estes problemas e deu ao templo o
aspecto que lhe conhecemos hoje.
Parte
do túmulo de D. Martim Martins, Mestre dos Templários que viveu
em meados do séc. XIII
A
LENDA DO TÚNEL QUE ATRAVESSA A CIDADE ATÉ
À IGREJA DE SANTA MARIA
Existe
uma lenda que fala de um túnel feito pelos Templários, ligando o
castelo a Santa Maria dos Olivais. No chão da igreja existe uma
laje maior que as outras e alinhada de forma diferente, diz a
lenda que ali terminava o túnel…
Quando
foram destruídos os túmulos dos Mestres Templários e da Ordem
de Cristo, sobraram apenas 4 lápides funerárias, uma delas a de
D. Gualdim Pais.
É na
segunda capela, vindo da entrada, que está a lápide funerária
de D. Gualdim. A ele se deve a construção do castelo e a
fundação de Tomar (1160).
Lápide funerária de D. Gualdim Pais, século XII. "Aqui jaz o irmão Gualdim, Mestre da Ordem dos Templários de Portugal, em 1195 nos idos de Outubro, aqui no Castelo de Tomar, que como muitos outros povoou. Descanse em paz." (tradução adaptada)
A grande importância
da igreja na época
medieval é comprovada
pela existência de uma bula
papal, passada ainda
durante o período templário, que colocou este templo na dependência
direta do Papa
e da Santa
Sé, fora da alçada de
qualquer diocese.
Mais tarde, através
de duas bulas,
uma do Papa
Nicolau V (1454)
e outra do Papa
Calisto III (1456),
foi concedida ou dada obrigação à Ordem de Cristo de estabelecer o
direito espiritual sobre todas as terras encontradas pelo Reino
de Portugal, como
territórios "nullius
diocesis",
tornando esta Sé matriz de todas as igrejas matrizes dos territórios
encontrados na Ásia,
na África
e na América,
sendo-lhe conferida a honra de Sé
Catedral. A este fato não
foi estranha a intensa participação da Ordem de Cristo nos
Descobrimentos
Portugueses.
Assim
como a Ordem dos Templários foi importante para manter Jerusalém
sob os auspícios da vida Cristã durante largos anos, até sucumbir
às mãos dos muçulmanos, assim a Ordem de Cristo foi de
extrema importância na época dos Descobrimentos, mesmo que na
actualidade se anule a História das grandes façanhas dos homens do
mar, que deram novos mares e novos mundos ao Munda. Assim eu me
orgulho de ter nascido, precisamente em terras dos Templários,
e poder dar a conhecer, com a minha vivência e estudo a quem, talvez nunca tenha ouvido falar delas, quão importante foram estas terras da Nabância e arredores que ainda hoje, embora com algum desprezo pelo traço original, ainda cantam as glórias dum povo destemido e aventureiro através dos monumentos e porque não através da escrita apurada e erudita, dum poeta que se chama Luís Vaz de Camões e o seu livro, um poema épico:
e poder dar a conhecer, com a minha vivência e estudo a quem, talvez nunca tenha ouvido falar delas, quão importante foram estas terras da Nabância e arredores que ainda hoje, embora com algum desprezo pelo traço original, ainda cantam as glórias dum povo destemido e aventureiro através dos monumentos e porque não através da escrita apurada e erudita, dum poeta que se chama Luís Vaz de Camões e o seu livro, um poema épico:
Nema, escrava de Maria
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