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domingo, 18 de janeiro de 2015

HISTÓRIA: DA ORDEM DOS TEMPLÁRIOS À ORDEM DE CRISTO

DA ORDEM DOS TEMPLÁRIOS À ORDEM MILITAR DE CRISTO
Reflexão Pessoal
Tendo terminado de frequentar um pequeno curso de História Medieval online sobre a Ordem dos Templários cujo professor foi o Pe. Paulo Ricardo, que muito apreciei, interessei-me, como filha da terra dos Templários, em investigar um pouco mais sobre a continuação da ordem que foi extinta pelo Papa Clemente V. Mas que continuou em Portugal a pedido do Rei D. Dinis, passando a chamar-se Ordem Militar de Cristo. Aqui ficam dois excertos retirados da Internet sobre o tema: HISTÓRIA DA ORDEM MILITAR DE CRISTO | 

A Ordem Militar de Cristo foi instituída pelo Rei D. Dinis em 1318 e confirmada pela Bula Ad ea ex quibus dada pelo Papa João XXII em Avignon, em Março de 1319. A Bula foi emitida a pedido do Rei D. Dinis para que a Ordem criada sucedesse à Ordem do Templo, extinta em 1311 pelo Papa Clemente V.

Os bens dos Templários ficaram assim atribuídos à nova Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, que teve a sua primeira sede na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Castro Marim. Em 1356, a sede transferiu-se para o Castelo de Tomar, antiga sede da Ordem do Templo em Portugal.


Tratava-se então de uma ordem religiosa no seu mais estrito sentido, tendo o Papa como soberano e sendo os Grão-Mestres da Ordem cavaleiros professos com voto de pobreza. O primeiro Grão-Mestre foi D. Gil Martins, então também Mestre de Avis.

O momento fundamental para o futuro da Ordem surge com a nomeação do Infante D. Henrique, Duque de Viseu, como “governador e administrador”. O célebre Infante, senhor de grande parte das terras do Reino, não podia fazer voto de pobreza, tendo por isso sido criado o novo cargo.

Sendo função do Infante a administração dos bens da Ordem, não surpreende a utilização dos seus importantes recursos no grande desígnio nacional que eram então os Descobrimentos. A Cruz de Cristo, símbolo da Ordem, conquistou os mares desconhecidos, erguida nas velas das caravelas portuguesas, tornando-se um dos mais reconhecidos símbolos nacionais.
 

 Livro de Lisuarte de Abreu Livro de Lisuarte de Abreu (1)

A Coroa Portuguesa exercia, por isso, um total controlo sobre a Ordem de Cristo, muito embora a Santa Sé a continuasse a tratar como ordem religiosa. Por este motivo, a Ordem passou a exercer não apenas a administração espiritual sobre os territórios descobertos mas também a administração temporal, o que lhe deu um vigor singular.

A administração da Ordem permaneceu ligada à Coroa por razões circunstanciais. O Infante D. Manuel era governador da Ordem no momento da sua aclamação como D. Manuel I. Pela bula Constante fide, D. Manuel I foi o primeiro Rei Grão-Mestre da Ordem de Cristo.

No entanto, só no reinado de D. João III, os mestrados das Ordens Militares foram concedidos pelo Papa Júlio III, in perpetuum, à Coroa portuguesa. A bula Praeclara Clarissimi, de 30 de Novembro de 1551, tornou hereditária a administração das Ordens, marcando uma separação entre a Ordem e a Santa Sé que se havia de confirmar com a sua evolução. Ainda no reinado de D. João III, o rei convoca Frei António de Lisboa, frade dos Jerónimos de Guadalupe, incumbindo-o da missão de reformar a Ordem de Cristo, suprimindo o braço de cavalaria e impondo a regra de clausura. Data desta época a construção dos claustros e dependências conventuais que dão corpo ao complexo monumental do Convento de Cristo, acrescentando-lhe um vasto domínio rural conhecido por cerca conventual, hoje Mata dos Sete Montes.

Filipe II de Espanha, herdeiro da Coroa portuguesa, recorre ao apoio da Ordem de Cristo para assumir o novo reino, pelo que realizou Cortes em Tomar, no Convento de Cristo, em 15 de Abril de 1581. Do período filipino ficou, entre outras, a extraordinária obra de engenharia hidráulica, do aqueduto conventual, no qual se destaca a construção aérea do vale dos Pegões,
pela sua monumentalidade. Após a ocupação filipina, o Convento de Cristo e os frades da ordem, seguiram a vida monástica até à extinção das ordens religiosas em 1834, altura em que o Convento de Cristo passa para a fazenda pública.

Na actualidade a Ordem de Cristo é uma Ordem Honorífica Portuguesa inserida no grupo das Antigas Ordens Militares que têm, como o nome sugere, origem nas antigas ordens militares, com o objectivo de galardoar serviços, feitos ou méritos prestados ao País, que mereçam ser especialmente distinguidos.

Insígnia da Ordem de Cristo Marquês de Pombal com insígnia da Ordem de Cristo

É frequente encontrar retratos dos Reis de Portugal em que usam as insígnias da Ordem de Cristo, o que parece atestar a importância que a Ordem teve ao longo dos séculos. Com a reforma da Rainha D. Maria I, pela Carta de Lei de 19 de Junho de 1789, os monarcas passaram a ostentar a Banda das Três Ordens.

No que se refere à Ordem de Cristo, a lei deixou claro que os membros da Ordem de Cristo continuavam a ter precedência sobre os de Avis e os de Sant’Iago da Espada, havendo preocupação manifesta na referência a que desta ordem não “se possa concluir, nem pretender que os Grans-Cruzes de Sant-Iago são inferiores aos de Christo” (MELO, Olímpio de; Ordens Militares Portuguesas e outras Condecorações, Imprensa Nacional, Lisboa, 1922, p. 33).

Ficaram também defenidos, na Carta de Lei, os fins aos quais estaria associada a concessão da Ordem de Cristo no futuro: “Os maiores Postos, e Cargos Politicos, Militares, e Civis, serão ornados havendo Serviços, com o Habito da Ordem de Cristo” (Ibid., p. 34).

O indiscutível prestígio da Ordem, enquanto sucessora da Ordem do Templo e impulsionadora dos Descobrimentos, encontrou assim continuação no fim que lhe foi associado enquanto ordem honorífica, o de agraciar os mais altos cargos da nação.

Extinta pelo Decreto de 15 de Outubro de 1910, juntamente com as “antigas ordens nobiliárquicas”, foi restabelecida pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1918, ficando então “destinada a premiar os serviços relevantes de nacionais ou estrangeiros prestados ao país ou à humanidade, tanto militares como civis”.

Não poderia deixar de falar de outro monumento que junto com o Convento de Cristo se tornou também de suma importância na época da Ordem dos Templários, a Igreja de Santa Maria dos Olivais. Eis mais um excerto mas agora sobre a História da Igreja de Santa Maria na margem oposta ao rio Nabão.

Durante a Idade Média, a cidade de Tomar cresceu entre o monte do castelo e o rio. Os terrenos da outra margem, onde ficava Santa Maria, estavam cobertos de olivais que cercavam a igreja. Foi daí que lhe ficou o nome.

Ao mesmo tempo que constrói o castelo, Gualdim Pais manda erguer uma igreja sobre as ruínas dum velho mosteiro que aqui existia (século VII). Ao lado, edificou uma poderosa torre, para proteger o templo de possíveis ataques.
A meio do século XIII os Templários ergueram, desta vez sobre a igreja de D. Gualdim, o templo que hoje conhecemos. É nesta altura que termina a guerra com os árabes e a paz também ajudou a nascer em Portugal um novo estilo de construir, o gótico.
 

A igreja de Santa Maria dos Olivais foi dos primeiros monumentos construídos neste estilo e serviu de modelo a grande parte das igrejas góticas construídas em Portugal. Uma delas foi a de S. João Baptista.

Os Templários também edificaram Santa Maria para servir de panteão aos Mestres da sua Ordem de cavaleiros religiosos. Foram todos cá sepultados, a começar por Gualdim Pais. Mesmo quando os Templários se transformaram na Ordem de Cristo, os seus Mestres continuaram a ter aqui o túmulo. A igreja templária vai sofrer grandes alterações no século XVI, especialmente no tempo de D. João III.
A maior transformação foi o acrescento de mais um corpo à igreja. A grande varanda com alpendre, que se vê à direita do templo, serviu para acrescentar mais cinco capelas à igreja.

Foi neste período que Frei António de Lisboa, encarregado pelo rei para dirigir as obras, mandou arrasar todos os túmulos dos Mestres Templários e da Ordem de Cristo.
Ao longo dos séculos, o desprendimento de terras à volta do templo ia soterrando a igreja. Por outro lado o monumento foi sofrendo acrescentos que lhe alteraram o aspecto original. Em 1940, Santa Maria sofreu um grande restauro que procurou resolver estes problemas e deu ao templo o aspecto que lhe conhecemos hoje.




Parte do túmulo de D. Martim Martins, Mestre dos Templários que viveu em meados do séc. XIII

A LENDA DO TÚNEL QUE ATRAVESSA A CIDADE ATÉ
À IGREJA DE SANTA MARIA
Existe uma lenda que fala de um túnel feito pelos Templários, ligando o castelo a Santa Maria dos Olivais. No chão da igreja existe uma laje maior que as outras e alinhada de forma diferente, diz a lenda que ali terminava o túnel…


Quando foram destruídos os túmulos dos Mestres Templários e da Ordem de Cristo, sobraram apenas 4 lápides funerárias, uma delas a de D. Gualdim Pais.
É na segunda capela, vindo da entrada, que está a lápide funerária de D. Gualdim. A ele se deve a construção do castelo e a fundação de Tomar (1160).

   Lápide funerária de D. Gualdim Pais, século XII. "Aqui jaz o irmão Gualdim, Mestre da Ordem dos Templários de Portugal, em 1195 nos idos de Outubro, aqui no Castelo de Tomar, que como muitos outros povoou. Descanse em paz." (tradução adaptada) 

A grande importância da igreja na época medieval é comprovada pela existência de uma bula papal, passada ainda durante o período templário, que colocou este templo na dependência direta do Papa e da Santa Sé, fora da alçada de qualquer diocese.

Mais tarde, através de duas bulas, uma do Papa Nicolau V (1454) e outra do Papa Calisto III (1456), foi concedida ou dada obrigação à Ordem de Cristo de estabelecer o direito espiritual sobre todas as terras encontradas pelo Reino de Portugal, como territórios "nullius diocesis", tornando esta Sé matriz de todas as igrejas matrizes dos territórios encontrados na Ásia, na África e na América, sendo-lhe conferida a honra de Sé Catedral. A este fato não foi estranha a intensa participação da Ordem de Cristo nos Descobrimentos Portugueses.
                                                                  

       
 
 
 
 
Assim como a Ordem dos Templários foi importante para manter Jerusalém sob os auspícios da vida Cristã durante largos anos, até sucumbir às mãos dos muçulmanos, assim a Ordem de Cristo foi de extrema importância na época dos Descobrimentos, mesmo que na actualidade se anule a História das grandes façanhas dos homens do mar, que deram novos mares e novos mundos ao Munda. Assim eu me orgulho de ter nascido, precisamente em terras dos Templários,
e poder dar a conhecer, com a minha vivência e estudo a quem, talvez nunca tenha ouvido falar delas, quão importante foram estas terras da Nabância e arredores que ainda hoje, embora com algum desprezo pelo traço original, ainda cantam as glórias dum povo destemido e aventureiro através dos monumentos e porque não através da escrita apurada e erudita, dum poeta que se chama Luís Vaz de Camões e o seu livro, um poema épico:                        

                    


 
Nema, escrava de Maria

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