OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

SOLENIDADE DA RAINHA SANTA ISABEL DE PORTUGAL

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Redação - (Quinta-feira, 03-07-2014, Gaudium Press) - Mãe e rainha, bondosa e decidida, corajosa e pacificadora, foi amada com paixão por seus súditos. Seu segredo: o amor a Jesus crucificado acima de todas as coisas. A história desta Santa, que a Igreja comemora dia 4 de julho, nós vamos transcrever hoje:
Quem alguma vez teve a aprazível oportunidade de visitar Coimbra, certamente terá admirado suas numerosas maravilhas: desde o precioso jazigo de Dom Afonso Henriques, fundador do Reino de Portugal, até os variados e belos parques que adornam a cidade. Brilha ainda a histórica Universidade que, através de suas sólidas raízes e requintados frutos, é a instituição que representa a maior expressão da Língua Portuguesa.santa_isabel_de_portugal.jpg
Contudo, quem vem de longe não deixa de notar o sincero carinho dos habitantes por sua insigne padroeira, a Rainha Santa Isabel: o anjo de bondade e de paz que o Senhor mandou para Portugal.
Curiosamente, Santa Isabel não é portuguesa de nascença. Quis a mão da Providência colhê-la no solo aragonês, onde veio ao mundo no longínquo ano de 1271. Precedeu-a em nobreza e santidade sua tia-avó, Santa Isabel da Hungria, de quem herdou, além do nome, os mais excelentes predicados. A pequena filha de Pedro III de Aragão e de Constança da Sicília foi, a exemplo de sua tia, grande seguidora de São Francisco de Assis e uma alma toda voltada para os pobres e necessitados.
Pacificou ânimos e guerras desde o berço até a hora da morte, e não houve, entre o primeiro nobre e o último, doente quem se furtasse à sua tão benéfica influência. Todos saíam de sua presença dispostos a reconciliar-se com Deus e a perdoar o próximo.
Uma menina que dulcificava os corações
Quando nasceu Santa Isabel, havia uma briga entre seu pai e seu avô, Jaime I, o Conquistador. Há tempo não se falavam, porque esse rei de Aragão não aprovava o casamento de seu filho Pedro com Dona Constança. Apenas nasceu a santa menina, foram-se apagando as desavenças domésticas e houve grande harmonia naquela casa real. O destemido avô não ocultava sua grande predileção por essa criança e fez questão de que ela fosse educada em seu palácio, para poder gozar de sua companhia. A razão mais profunda pela qual não queria separar-se dela era o sensível influxo de bênçãos e a suavidade que emanavam de sua pessoa. Num ambiente carregado de tensões e pesados encargos, aquele precioso tesouro dulcificava os corações. Após o falecimento de Jaime I, a infanta permaneceu ainda alguns anos com seus pais. Muito em breve ela se tornaria rainha de Portugal.
Na corte de Portugal
Em 1282 partiu para as terras lusas, a fim de contrair matrimônio com Dom Dinis, que acabava de subir ao trono. Nunca se tinha visto ali uma soberana de tamanha modéstia e amabilidade. Seu recolhimento e união com Deus não tardaram a cativar o povo, o qual logo retribuiu o amor de que estava sendo objeto. Para aumentar a confiança de todos na jovem soberana, concorreu a paz que ela obteve, logo ao chegar, entre Dom Dinis e seu irmão que lhe disputava a coroa.
Sua vida na corte foi uma constante busca do sobrenatural. Sem omitir nenhuma das obrigações impostas pela sua condição de rainha, o seu coração não se prendeu a esta terra. Estava presente em todas as festividades do reino e sinceramente se regozijava com o povo; cingia a coroa e trajava os mais ricos vestidos para, ao lado do rei, receber as autoridades ilustres que vinham honrá-la e colocarse a seu serviço. Entretanto, nem por isso envaideceu-se e desejou aquelas glórias para si. Julgava-se pecadora e teria preferido mil vezes ser pobre a possuir todos os tesouros reais.
Precursora da devoção à Imaculada
A oração e a vida de piedade exerceram papel primordial em sua existência, e foram a causa de todas as conquistas pelo bem do reino e das almas que ela obteve. Toda manhã assistia à Santa Missa em seu oratório com o espírito absorto em santas considerações. Desde os oito anos de idade recitava o Ofício Divino, e acrescentou depois a recitação diária dos salmos penitenciais e outras devoções em honra dos Santos e de Nossa Senhora.santa_isabel_de_portugal_2.jpg
Sua devoção a Maria Santíssima foi terna e fecunda, legando à posteridade um traço indelével para a espiritualidade luso- brasileira: o patrocínio da Imaculada Conceição. De fato, foi Santa Isabel quem A escolheu como padroeira de Portugal e fez com que se celebrasse por primeira vez a sua festa, em 8 de dezembro de 1320, quando os raios das disputas teológicas em favor da Conceição Imaculada de Maria espargiam seus primeiros fulgores.
Sofrimentos de esposa e rainha
Assim amparada pelas forças divinas, ela preparou-se para as grandes cruzes e dissabores que a aguardavam. Após o nascimento de seus dois filhos, Constança e Afonso, a Rainha Santa suportou heroicamente a vida dissoluta que Dom Dinis passou a levar. Sem murmurar ou impacientar-se, ela muito rezou e fez penitência pela conversão do soberano.
Assistiu ainda com maior sofrimento às inimizades entre governantes cristãos seus parentes, que por ambição disputavam entre si terras e honrarias e, em conseqüência de suas pretensões, causavam derramamento de sangue.
Corajosamente, Santa Isabel ergueu- se em toda a sua estatura e impediu uma grande quantidade de combates que estavam a ponto de estalar. Dom Dinis e Dom Afonso - irmão do rei - estavam em pé de guerra pela coroa de Portugal. O mesmo rei seu esposo tinha com o monarca de Castela, Sancho IX, sérias contendas em torno das fronteiras entre os reinos. Anos mais tarde, Dom Fernando IV de Castela - seu genro - e Dom Jaime II de Aragão - seu irmão - nutriam mutuamente uma feroz inimizade que caminhava para um terrível enfrentamento. Seu irmão, Frederico da Sicília, e Roberto de Nápoles guerreavam violentamente por razões políticas...
Quantas lágrimas este quadro desolador custou a seu reto coração! Erguendo constantes preces a Deus e implorando a cada um desses soberanos que ouvisse a voz da justiça, ela saiu vitoriosa em todas as desavenças nas quais interveio. A Rainha Santa provou que a paz não se deve tanto a tratados e a considerações de caráter econômico, quanto a almas santas que aplaquem a ira e o ódio por meio da mansidão e da clemência. Coragem e intrepidez de mãe
A mais pungente atuação de Santa Isabel, a que lhe custou mais sofrimentos e angústias, foi a de enfrentar a rebeldia de seu filho contra o rei. Desejoso de mandar logo no reino e julgando que a coroa tardava muito, o invejoso herdeiro quis proclamar-se rei e declarou guerra a Dom Dinis. Desprezando todos os bons exemplos que sua mãe sempre lhe dera, organizou um exército e defrontou-se contra o autor de seus dias.
De um lado, o rei marcha diante de seus homens, disposto a tudo para manter o cargo que lhe cabe por direito. De outro, o filho insolente o enfrenta e despreza o mandato divino que obriga a honrar pai e mãe. No momento em que o silêncio nos dois campos inimigos indica o início da batalha, surge a figura intrépida da rainha: em sua veloz montaria, ela rasga a arena da discórdia e se interpõe entre as criaturas que mais ama neste mundo, para implorar o perdão e a paz.
Seu olhar, sempre carregado de doçura, volta-se desta vez severo e penetrante para o filho ambicioso: "Como te atreves a proceder deste modo? Pesa- te tanto assim a obediência que deves a teu pai e senhor? Que podes tu esperar do povo no dia em que te caiba governar o reino, se estás a legitimar a traição com este mau exemplo? Enfim... se de nada te servem os meus conselhos e carinho de mãe, teme ao menos a ira de Deus, que justamente castiga os escândalos!"
Seria possível resistir a este apelo materno, feito diante de milhares de súditos? Arrependido e cheio de confusão, o filho ajoelha-se sem replicar, pede perdão ao rei e jura-lhe fidelidade. Mais uma vez a Rainha Santa afasta as negras nuvens do horizonte e faz brilhar, para gáudio de todos, o arco-íris da bonança.
A caridade e o amor aos pobres
A par de seu espírito pacificador, foi na prática da caridade e no amor aos pobres que o seu amor a Deus se projetou inteiramente. Tanto se dedicou aos fracos, cuidou dos enfermos, fundou hospitais e protegeu toda categoria de desvalidos, que não é possível encontrar explicação humana para a fecundidade assombrosa de suas iniciativas.
Quando a querida rainha saía no paço, uma multidão de infelizes a seguia, pedindo socorro, e nunca algum deles se retirava sem ser generosamente atendido. Gostava de cuidar pessoalmente dos leprosos mais repugnantes, tratar-lhes as chagas e lavar- lhes as roupas; encaminhava para uma vida digna os órfãos e as viúvas e até na hora da morte não abandonava os infelizes, para os quais providenciava uma sepultura digna e mandava celebrar Missas em sufrágio de suas almas. Como corolário de sua fé inabalável, não poucos eram os doentes que saíam de sua presença inteiramente curados.
Morre como terciária franciscana
Ao morrer Dom Dinis, em 1325, Santa Isabel contava 54 anos de idade, e ainda viveu mais onze. Nesse período abraçou a Ordem Terceira de São Francisco e abandonou as pompas da corte, a fim de viver exclusivamente para a oração e a caridade. Sua virtude heróica e a doação de si mesma atingiram o máximo esplendor; ela estava pronta para reinar no Céu.
No dia 4 de julho de 1336, enquanto intermediava uma ação de paz em Estremoz, veio Maria Santíssima buscá-la para a pátria definitiva, onde gozaria da glória eterna. Enquanto todos choravam a perda insuperável, ela se rejubilava por estar na iminência da posse definitiva do Deus a quem tão bem servira. Suas últimas palavras foram: "Maria, Mãe da graça, Mãe de misericórdia, protege nos do inimigo e recebe-nos à hora da morte". Era desejo seu ser enterrada em Coimbra, no convento de Santa Clara, fundado por ela.
Sua memória rapidamente ultrapassou as fronteiras do reino, e em todo o orbe cristão era conhecida aquela soberana que foi o mais belo ornato do glorioso Portugal.
Uma canonização singular
O modo singular como Santa Isabel foi canonizada bem serve para mostrar o quanto, sendo a vontade Deus glorificar algum de seus filhos ilustres, nenhum obstáculo humano é capaz de impedi-Lo.
Inumeráveis foram os milagres obtidos junto a seu corpo, que permanecia surpreendentemente incorrupto e exalava um bálsamo odorífico. Em Portugal e na Espanha os devotos ansiavam por vê-la nos altares e dedicar igrejas em sua honra. Os soberanos que dela descendiam insistiam junto às autoridades eclesiásticas para acelerarem o processo.santa_isabel_de_portugal_3.jpg
Nos primórdios do séc. XVII, a canonização era o termo final de uma série de autorizações concedidas pela Santa Sé para a veneração dos santos. Sendo assim, era comum que apenas em algumas dioceses ou regiões se pudesse celebrar um bem-aventurado, massaindo daquela jurisprudência o culto já não fosse oficial. Esse sistema, somado a uma série de numerosas canonizações naquele período, acabou levando o Papa Urbano VIII a instituir um sistema minucioso e cauto para a admissão de novos bem-aventurados no rol dos santos.
Neste intuito reformador, apenas subiu ao sólio pontifício e logo declarou que não haveria de canonizar nenhum santo! E justo agora que tudo propiciava a glorificação definitiva da querida Rainha Isabel... Que fizeram os devotos agradecidos? Encomendaram aos céus o filial intento, e obtiveram pela oração o que pelos meios humanos não conseguiram.
Após ter enviado várias cartas reforçando o pedido, e também um representante que muito insistiu junto a Urbano VIII, tudo o que o soberano então reinante, Filipe IV, conseguiu foi que o Papa, por educação e cortesia, aceitasse uma imagem da veneranda rainha.
Entretanto, pairava um desígnio superior sobre o intrincado caso. Tendo o Papa caído gravemente enfermo, com febres malignas e já quase sem esperança de vida, lembrou-se da rainha de Portugal. Tanto se falava de seu amor pelos doentes, de seu incansável zelo por curar-lhes o corpo e a alma... Encomendou-se a ela o Papa também, esquecendo-se de sua prudente reserva para com os justos de Deus.
Eis que no dia seguinte amanheceu bom, sem nenhum risco de vida! Tão comovido ficou por ver a bondade de sua protetora que mudou seu parecer. Canonizaria, por uma especial exceção, a rainha de Portugal; e o faria com o "coração grande", alistando-se ele também nas fileiras de seus devotos. Assim se explica a magnífica cerimônia que teve lugar na Basílica de São Pedro, em 25 de maio de 1625. Nem antes nem depois, nos 21 anos de seu pontificado, Urbano VIII canonizou qualquer outro santo!
* * *
Como é eloquente o exemplo que nos deu a bondosa rainha Santa Isabel, a qual se abriu sem reservas para a mensagem do Evangelho e compreendeu que o tempo é breve e a figura deste mundo passa! Enfrentando as amargas consequências do vício e da vanglória que a rodeavam, ela manteve a integridade de quem não se entregou ao pecado e correspondeu com alegria aos desígnios divinos. Em Coimbra se conserva um precioso manuscrito com estas belas palavras a seu respeito: "A Cruz e os espinhos do meu Senhor são o meu cetro e a minha coroa". Eis o segredo de todos os maravilhosos frutos que ela colheu ao longo de sua vida: o amor a Jesus crucificado acima de todas as coisas. Sigamos seu rastro luminoso de quem só almeja os bens do alto, e obteremos também o inestimável dom da paz para nossos dias.
(in "Revista Arautos do Evangelho", Julho/2007, n. 67, p. 22 à 25)


Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/60485-Santa-Isabel-de-Portugal---Rainha-da-bondade-e-da-Paz#ixzz36UYzBASL
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Reflexão pessoal ainda sobre a nossa  Rainha Santa Isabel.
Como acontece com a vida de muitos santos, também na vida  da Rainha Santa se deram acontecimentos que passaram a lendas.
As duas lendas que aqui contarei, foram retiradas dos meus manuais escolares da 1ª e da 3ª Classe. Ei-las:
    A lenda do Milagre das Rosas - Conta a lenda que D. Dinis não gostava que a Rainha saísse da Corte para se encontrar com a plebe. Assim sendo, ela tentava essas saídas sem o rei saber.
     Assim, saída D. Isabel do Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, com o manto cheio de pão e de moedas de ouro, para dar aos pobrezinhos que já a esperavam, quando, de repente, surge el-rei D. Dinis e lhe perguntou:
- Que levais escondido em vosso manto que tão volumoso está, Senhora?
- São rosas, meu Senhor!
- Rosas em Janeiro!?- Observou o rei, incrédulo.
   Santa Isabel, na sua simplicidade, abriu então o regaço, desdobrou o manto e mostrou ao rei as mais lindas rosas que os seus olhos viram. O pão e o dinheiro das esmolas tinham-se transformado em rosas brancas e vermelhas, que juncaram e perfumaram o chão.
    A lenda da Laranjeira de Santa Isabel - Depois da morte do rei, já o povo lhe chamava Rainha Santa e acorria sempre por onde ela passava a implorar a sua caridade. Certa vez, quando  seguia pela estrada de Coimbra ao Porto, entrou Santa Isabel numa casa que servia de estalagem, para descansar das fadigas da jornada. Estava lá uma criança cega de nascença e bastou que a Rainha Santa passasse a sua mão pela cabeça da criança, para que os seus olhitos se abrissem à luz do sol.
   - Real Senhora, como vos hei-de agradecer tamanho milagre?- Perguntou a mãe da criancinha,  emocionada.
- Está muito calor!- disse D. Isabel. - Dá-me uma laranja do teu quintal.
    Grande foi a confusão da mulher, pois só tinha laranjeiras que davam a fruta azeda. Mas, para não desobedecer à Rainha, correu a buscar algumas laranjas.
    Ao comer uma, a Rainha Santa deixou cair uma semente que ficou no chão. E, desta semente, nasceu uma laranjeira que dava laranjas doces, que traziam no pé o símbolo: as cinco quinas das armas de Portugal.
     Nessa terra que dizem, chamar-se Arrifana de Santa Maria, nunca mais se esqueceram os milagres da Rainha Santa! A laranjeira ficou no tempo, mas a lenda ainda é lembrada como a Laranjeira de Santa Isabel.

Fonte: manuais escolares do M. E.N. 1944  Nema, escrava de Maria

domingo, 29 de junho de 2014

SOLENIDADE DO PERCURSOR DO MESTRE E DOS SEUS MENSAGEIROS

CELEBRAÇÃO DO NASCIMENTO DE S. JOÃO BAPTISTA - A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO





Comentário do dia: 24-06-2014
Liturgia de rito siríaco Hino atribuído a Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja

«Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz» (Jo 1,6-7)
É a ti, João, que reconhecemos como novo Moisés, 
Pois viste a Deus com toda a claridade e já não em figura;

É a ti que reconhecemos como novo Josué, 
Pois fizeste passar os homens dum mundo ao outro nas águas do Jordão 
E já não passar apenas o Jordão duma margem à outra; […] 

És tu o novo Samuel, pois baptizaste o Filho de David e já não apenas ungiste a David;
És tu o novo David, que foste morto pelo rei Herodes e já não apenas perseguido pelo rei Saul; 
És tu o novo Elias, nutrido por Deus com gafanhotos e mel silvestre no deserto 
E já não apenas com pão por um corvo; 

És tu o novo Isaías, que proclamaste o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29)
E já não apenas que a Virgem havia de dar à luz o Emanuel (Is 7, 14) […]
Bem-aventurado és tu, João, eleito por Deus, que tiveste as mãos suspensas sobre o teu Mestre 
E entre elas a chama cujo brilho faz encandear os anjos! 

Estrela da manhã (Nm 24,17), tu mostraste aos homens a manhã verdadeira;
Amanhecer da alegria (Sl 30,6), manifestaste ao género humano o dia da verdadeira glória; Lâmpada ardente e luminosa (Jo 5,35), apontaste aos homens a Luz sem ocaso; 

Mensageiro do Deus da reconciliação (Is 9,5 LXX), à tua frente foi enviado o arcanjo Gabriel
A anunciar-te a Zacarias, para quem foste muito mais do que o fruto esperado; […] 
O maior entre os nascidos de mulher (Mt 11,11), surgiste antes do Emanuel, 
Aquele que excede toda a Criação; 

Enfim, primogénito de Isabel, precedeste o Primogénito de toda a criatura (Col 1, 15).
 
IGREJA DE S. JOÃO BAPTISTA EM TOMAR - PORTUGAL
 


 

S. PEDRO - APÓSTOLO QUE DETEM AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS!

«Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares  na terra será desligado nos Céus.

Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo - Tu és Pedro! (Pe. Paulo Ricardo nos fala)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
Mateus (Mt 16, 13-19)
Neste Domingo, celebra-se a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, festa propícia para refletir sobre a missão do Sumo Pontífice. Como sucessor de Pedro, ele é continuador do encargo que Cristo confiou a esse apóstolo, como se lê no Evangelho proclamado nesta Liturgia.
São João Paulo II, em sua encíclica Ut unum sint, de 25 de maio de 1995, ao falar da função e do ministério petrinos, manifestou a solicitação que alguns lhe faziam “para encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova”. Ele pediu que “o Espírito Santo (...) ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este ministério possa realizar um serviço de amor, reconhecido por uns e por outros” .
É claro que, ao falar de “uma situação nova”, o santo Papa Wojtyla não pretendia deformar ou esvaziar a imagem do papado, como fazem alguns teólogos contemporâneos. Reformar o papado é diferente de instaurar uma revolução, que acabe por transformar a Igreja em uma espécie de anglicanismo, com uma comunidade acéfala. No entanto, soa conveniente para muitos grupos – como para os arquitetos de um “governo mundial”, para os socialistas e para os islâmicos – que a autoridade do Papa seja questionada e reduzida à de uma mera personagem política ou religiosa. Afinal, trata-se de um homem que tem o poder, dado pelo próprio fundador da religião cristã, de governar e orientar todos os seres humanos: governar e pastorear os católicos, mas orientar também aqueles que erram longe do redil de Cristo, a fim de reconduzi-los ao aprisco.
Para corresponder de modo genuinamente católico ao apelo do Papa João Paulo II, é preciso partir do que, neste campo, já foi definido como dogma infalível pelo Concílio Vaticano I, por meio da constituição dogmática Pastor Aeternus, de 18 de julho de 1870. Vale a pena debruçarmo-nos sobre este documento, aproveitando a ocasião deste que é o “dia do Papa”.
O primeiro capítulo da Pastor Aeternus lembra que São Pedro é o primeiro dos apóstolos: seja pelo número de vezes em que é citado no Novo Testamento – 195 vezes, enquanto os Apóstolos, em conjunto, são citados apenas 130 vezes; seja por realmente aparecer como o primeiro nas listas dos autores sagrados ; seja pelos privilégios que Nosso Senhor lhe concedeu, ao habitar em sua casa  e escolher subir em seu barco para pregar, antes da pesca milagrosa ; seja por aparecer individualmente a ele após a Ressurreição ; seja por dar-lhe a missão de apascentar as Suas ovelhas .
No relato de Mt 16, 13-19, Jesus usa três símbolos ao falar com Pedro: o da rocha, que contém a ideia da base sobre a qual se constrói uma casa ; o das chaves, que repete um oráculo do profeta Isaías sobre Eliacim: “Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá” [8]; e o de ligar e desligar, que, na linguagem rabínica, quer dizer tanto proibir e permitir, na interpretação da lei mosaica, quanto condenar e absolver, na aplicação da disciplina. Aqui é visível o poder pontifício nos campos da fé e da moral.(...)

O capítulo 3 da constituição do Vaticano I destaca que o primado do Papa sobre os demais bispos é de efetiva jurisdição. O Corpo de Cristo, sendo visível, também possui um chefe visível, que é o Santo Padre [10].
De fato, Nosso Senhor não deu o governo da Igreja a uma “coletividade democrática”, mas aos Apóstolos, cujos sucessores são os bispos. É claro que estes receberam esse poder diretamente de Cristo – eles não são, portanto, “vigários do Papa” –, mas é sabido que há uma grande diferença entre o Papa e os bispos. Aquele é responsável pelo que faz somente diante de Deus, enquanto estes não só estão submetidos a Deus, como realmente devem satisfação do governo de suas dioceses ao Papa. Não à toa o Sumo Pontífice tem o poder de intervir nas dioceses do mundo inteiro, podendo até mesmo depor autoridades episcopais e nomear outras.(...)

O Papado não é a biografia de uma pessoa, mas uma instituição. Nos tempos recentes vimos uma fragilização da instituição. Parece que só estamos prontos a venerar o Papa, mas não o Papado. Admiramos São João Paulo por seu carisma, Bento XVI por sua teologia, Francisco pela sua pobreza e humildade... Mas quem estaria disposto a seguir o Papa por causa do Papado?

Arquivo para download

CELEBRAÇÃO DA SOLENIDADE DE S. TOMÉ, APÓSTOLO( 3-07-2014)
Evangelho-Jo.20
    (...)Disse o Senhor a Tomé:« Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Disse-lhe Jesus:« Porque me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
 

 Hoje, enquanto meditava as leituras do Ofício do Dia, olhei para trás e veio-me à memória um poema que estudei em criança, nos bancos da escola e até o declamei e por isso ficou no meu sótão " Batem leve, levemente" e como este apóstolo era o meu mais conhecido, devido à sua incredulidade, acabei por deixar aqui para vós mais uma reflexão pessoal.

Poema da Desgraça /Balada da Neve  

Inda há pouco, há poucochinho
Ouvi, notícias desagradáveis


Á porta do meu vizinho.
Serão verdade? Que dizeis???
As notícias avançadas na FFENT
                                         São  uma mistura de verdade e ficção
Ou então uma mera invenção
De quem em bicos de pés quer passar à frente!
Fui... confirmar tamanha barbaridade! 
Não é possível! Não pode ser!
Haver crianças 
A morrer de fome,
Todos os dias, desde a tenra idade,
E os poderosos a fazerem e desfazerem-se  em alianças!?
Que mundo é este ? Meu Senhor e meu Deus Poderoso!?
«««««Ó sociedade de altas esferas»»»»»»
Ó mentores do ódio, soberbos e egoístas
Quereis progresso, de interesse próprio e pomposo!?
Finges-te protector e ages pior que as feras!
Senhor do Universo, olhai e vede as criancinhas
Famintas de pão, de amor e sozinhas
Neste caminho pedregoso?
Porque padecem assim!...
É uma infinita tristeza,
Uma profunda consternação
Entrou dentro de mim
E em mim ficou presa
Geme e agoniza a Natureza
Do mesmo modo sofre o meu coração. Nema, escrava de Maria

 Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.  
Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... - Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza - e cai no meu coração.
Augusto Gil, Luar de Janeiro


Porto de Abrigo