OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

domingo, 29 de junho de 2014

SOLENIDADE DO PERCURSOR DO MESTRE E DOS SEUS MENSAGEIROS

CELEBRAÇÃO DO NASCIMENTO DE S. JOÃO BAPTISTA - A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO





Comentário do dia: 24-06-2014
Liturgia de rito siríaco Hino atribuído a Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja

«Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz» (Jo 1,6-7)
É a ti, João, que reconhecemos como novo Moisés, 
Pois viste a Deus com toda a claridade e já não em figura;

É a ti que reconhecemos como novo Josué, 
Pois fizeste passar os homens dum mundo ao outro nas águas do Jordão 
E já não passar apenas o Jordão duma margem à outra; […] 

És tu o novo Samuel, pois baptizaste o Filho de David e já não apenas ungiste a David;
És tu o novo David, que foste morto pelo rei Herodes e já não apenas perseguido pelo rei Saul; 
És tu o novo Elias, nutrido por Deus com gafanhotos e mel silvestre no deserto 
E já não apenas com pão por um corvo; 

És tu o novo Isaías, que proclamaste o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29)
E já não apenas que a Virgem havia de dar à luz o Emanuel (Is 7, 14) […]
Bem-aventurado és tu, João, eleito por Deus, que tiveste as mãos suspensas sobre o teu Mestre 
E entre elas a chama cujo brilho faz encandear os anjos! 

Estrela da manhã (Nm 24,17), tu mostraste aos homens a manhã verdadeira;
Amanhecer da alegria (Sl 30,6), manifestaste ao género humano o dia da verdadeira glória; Lâmpada ardente e luminosa (Jo 5,35), apontaste aos homens a Luz sem ocaso; 

Mensageiro do Deus da reconciliação (Is 9,5 LXX), à tua frente foi enviado o arcanjo Gabriel
A anunciar-te a Zacarias, para quem foste muito mais do que o fruto esperado; […] 
O maior entre os nascidos de mulher (Mt 11,11), surgiste antes do Emanuel, 
Aquele que excede toda a Criação; 

Enfim, primogénito de Isabel, precedeste o Primogénito de toda a criatura (Col 1, 15).
 
IGREJA DE S. JOÃO BAPTISTA EM TOMAR - PORTUGAL
 


 

S. PEDRO - APÓSTOLO QUE DETEM AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS!

«Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares  na terra será desligado nos Céus.

Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo - Tu és Pedro! (Pe. Paulo Ricardo nos fala)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
Mateus (Mt 16, 13-19)
Neste Domingo, celebra-se a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, festa propícia para refletir sobre a missão do Sumo Pontífice. Como sucessor de Pedro, ele é continuador do encargo que Cristo confiou a esse apóstolo, como se lê no Evangelho proclamado nesta Liturgia.
São João Paulo II, em sua encíclica Ut unum sint, de 25 de maio de 1995, ao falar da função e do ministério petrinos, manifestou a solicitação que alguns lhe faziam “para encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova”. Ele pediu que “o Espírito Santo (...) ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este ministério possa realizar um serviço de amor, reconhecido por uns e por outros” .
É claro que, ao falar de “uma situação nova”, o santo Papa Wojtyla não pretendia deformar ou esvaziar a imagem do papado, como fazem alguns teólogos contemporâneos. Reformar o papado é diferente de instaurar uma revolução, que acabe por transformar a Igreja em uma espécie de anglicanismo, com uma comunidade acéfala. No entanto, soa conveniente para muitos grupos – como para os arquitetos de um “governo mundial”, para os socialistas e para os islâmicos – que a autoridade do Papa seja questionada e reduzida à de uma mera personagem política ou religiosa. Afinal, trata-se de um homem que tem o poder, dado pelo próprio fundador da religião cristã, de governar e orientar todos os seres humanos: governar e pastorear os católicos, mas orientar também aqueles que erram longe do redil de Cristo, a fim de reconduzi-los ao aprisco.
Para corresponder de modo genuinamente católico ao apelo do Papa João Paulo II, é preciso partir do que, neste campo, já foi definido como dogma infalível pelo Concílio Vaticano I, por meio da constituição dogmática Pastor Aeternus, de 18 de julho de 1870. Vale a pena debruçarmo-nos sobre este documento, aproveitando a ocasião deste que é o “dia do Papa”.
O primeiro capítulo da Pastor Aeternus lembra que São Pedro é o primeiro dos apóstolos: seja pelo número de vezes em que é citado no Novo Testamento – 195 vezes, enquanto os Apóstolos, em conjunto, são citados apenas 130 vezes; seja por realmente aparecer como o primeiro nas listas dos autores sagrados ; seja pelos privilégios que Nosso Senhor lhe concedeu, ao habitar em sua casa  e escolher subir em seu barco para pregar, antes da pesca milagrosa ; seja por aparecer individualmente a ele após a Ressurreição ; seja por dar-lhe a missão de apascentar as Suas ovelhas .
No relato de Mt 16, 13-19, Jesus usa três símbolos ao falar com Pedro: o da rocha, que contém a ideia da base sobre a qual se constrói uma casa ; o das chaves, que repete um oráculo do profeta Isaías sobre Eliacim: “Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá” [8]; e o de ligar e desligar, que, na linguagem rabínica, quer dizer tanto proibir e permitir, na interpretação da lei mosaica, quanto condenar e absolver, na aplicação da disciplina. Aqui é visível o poder pontifício nos campos da fé e da moral.(...)

O capítulo 3 da constituição do Vaticano I destaca que o primado do Papa sobre os demais bispos é de efetiva jurisdição. O Corpo de Cristo, sendo visível, também possui um chefe visível, que é o Santo Padre [10].
De fato, Nosso Senhor não deu o governo da Igreja a uma “coletividade democrática”, mas aos Apóstolos, cujos sucessores são os bispos. É claro que estes receberam esse poder diretamente de Cristo – eles não são, portanto, “vigários do Papa” –, mas é sabido que há uma grande diferença entre o Papa e os bispos. Aquele é responsável pelo que faz somente diante de Deus, enquanto estes não só estão submetidos a Deus, como realmente devem satisfação do governo de suas dioceses ao Papa. Não à toa o Sumo Pontífice tem o poder de intervir nas dioceses do mundo inteiro, podendo até mesmo depor autoridades episcopais e nomear outras.(...)

O Papado não é a biografia de uma pessoa, mas uma instituição. Nos tempos recentes vimos uma fragilização da instituição. Parece que só estamos prontos a venerar o Papa, mas não o Papado. Admiramos São João Paulo por seu carisma, Bento XVI por sua teologia, Francisco pela sua pobreza e humildade... Mas quem estaria disposto a seguir o Papa por causa do Papado?

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CELEBRAÇÃO DA SOLENIDADE DE S. TOMÉ, APÓSTOLO( 3-07-2014)
Evangelho-Jo.20
    (...)Disse o Senhor a Tomé:« Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Disse-lhe Jesus:« Porque me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
 

 Hoje, enquanto meditava as leituras do Ofício do Dia, olhei para trás e veio-me à memória um poema que estudei em criança, nos bancos da escola e até o declamei e por isso ficou no meu sótão " Batem leve, levemente" e como este apóstolo era o meu mais conhecido, devido à sua incredulidade, acabei por deixar aqui para vós mais uma reflexão pessoal.

Poema da Desgraça /Balada da Neve  

Inda há pouco, há poucochinho
Ouvi, notícias desagradáveis


Á porta do meu vizinho.
Serão verdade? Que dizeis???
As notícias avançadas na FFENT
                                         São  uma mistura de verdade e ficção
Ou então uma mera invenção
De quem em bicos de pés quer passar à frente!
Fui... confirmar tamanha barbaridade! 
Não é possível! Não pode ser!
Haver crianças 
A morrer de fome,
Todos os dias, desde a tenra idade,
E os poderosos a fazerem e desfazerem-se  em alianças!?
Que mundo é este ? Meu Senhor e meu Deus Poderoso!?
«««««Ó sociedade de altas esferas»»»»»»
Ó mentores do ódio, soberbos e egoístas
Quereis progresso, de interesse próprio e pomposo!?
Finges-te protector e ages pior que as feras!
Senhor do Universo, olhai e vede as criancinhas
Famintas de pão, de amor e sozinhas
Neste caminho pedregoso?
Porque padecem assim!...
É uma infinita tristeza,
Uma profunda consternação
Entrou dentro de mim
E em mim ficou presa
Geme e agoniza a Natureza
Do mesmo modo sofre o meu coração. Nema, escrava de Maria

 Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.  
Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... - Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza - e cai no meu coração.
Augusto Gil, Luar de Janeiro


Porto de Abrigo



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