OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

sábado, 4 de outubro de 2014

NOVENA A NOSSA SENHORA DE APARECIDA 2014

A NOVENA TEM INÍCIO HOJE- 03-10-2014
 
Aparecida - São Paulo (Sexta-feira, 03-10-2014, Gaudium Press) A Novena deste ano em honra a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em vista de sua tradicional festa litúrgica, começa nesta sexta-feira, 3 de outubro, e estende-se até o dia 11, finalizando no dia seguinte com a grande Festa dedicada a Virgem Maria.
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SANTUÁRIO NACIONAL EM APARECIDA
O Santuário Nacional em Aparecida, interior de São Paulo, acolherá os fiéis, convidados a celebrar os Mistérios Dolorosos da Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como permanecer ao lado de Maria Santíssima, rememorando desta forma o caminho de dor do Filho de Deus e as realidades encontradas em nossa sociedade atual.
As festividades em memória a Aparecida contam com uma programação, que trará diversas celebrações de Missas e ao longo dos dias, como a eucaristia de Aparecida, às 9h, seguida pela Consagração a Nossa Senhora Aparecida. Novenário da Tarde às 15h e a Novena Solene às 19h.
Além disso, a Novena da Tarde terá a presença de Missionários Redentoristas, oriundos de diversas províncias brasileiras. A Novena Solene de logo mais será presidida pelos bispos diocesanos do Brasil.
Esta noite, o Bispo Auxiliar de Belo Horizonte (MG), Dom Wilson Luís Angotti Filho, estará presente na Casa da Mãe Aparecida.
Ao longo dos dias da novena preparatória para a Festa de Nossa Senhora, estarão disponíveis os roteiros das celebrações, com os temas da reflexão diária.

 
"Com a Mãe Aparecida, ser solidário na dor"
Na manhã desta sexta-feira, houve uma coletiva de imprensa no Santuário Nacional de Aparecida, com a participação do Bispo Auxiliar Dom Darci José Nicioli e do reitor, o Padre Domingos Sávio, que esclareceram alguns detalhes pertinentes à programação da novena.
Segundo o prelado, os Mistérios Dolorosos guiarão cada dia das celebrações. O Bispo Auxiliar, inclusive, lembrou-se que nos anos anteriores, foram os Mistérios Gozosos e os Mistérios Luminosos que intensificaram as orações dos devotos.
"Vamos refletir essa temática e como isso vai nos ajudar a crescer na Fé", assinalou Dom Darci.
Por sua vez, o Padre Domingos Sávio comentou a respeito da programação da Novena e Festa de Nossa Senhora, destacando entre os pontos mais altos desta extensa cerimônia a oração do Santo Terço rezado em comunhão com o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no dia 10 de outubro.
"Todos estes momentos nos ajudam a rezar e estar em sintonia com a Casa da Mãe Aparecida", acrescentou.
Dom Darci aproveitou para dizer que todos esses momentos são considerados uma oportunidade para que os devotos marianos participem das comemorações pelos "300 anos de bênçãos", em alusão ao Jubileu de 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida em 2017. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações A12
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/63395-Santuario-de-Aparecida-inicia-comemoracoes-a-Padroeira-do-Brasil#ixzz3F7zt86EL Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

OS SANTOS ANJOS

2 de outubro de 2014
Dos Sermões de São Bernardo, abade
(Sermo 12 in psalmum Qui habitat, 3.6-8: Opera omnia, Edit.Cisterc.    (Séc.XII)
 Eles te guardem em todos os teus caminhos
A teu respeito ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por sua misericórdia e suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o teu Unigênito, infundes o teu Espírito, prometes até a visão de tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os teus santos espíritos a servir-nos, confias-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos. A teu respeito, ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção.

          Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor. Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam. 
Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados. 

Assim, irmãos, nele amemos com ternura seus anjos como futuros co-herdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob tutela quais meninos que em nada diferem dos servos. 
Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu.
 

 

















Responsório Sl 90(91),11-12.10
 
R. O Senhor deu uma ordem a seus anjos,
para em todos os caminhos te guardarem.
* Haverão de te levar em suas mãos
para o teu pé não se ferir nalguma pedra.
V. Nenhum mal há de chegar perto de ti,
nem a desgraça baterá à tua porta
Liturgia- ofício do dia

Quinta-feira 02 de Outubro – Mt 18, 1-5.10 – Quem é o maior?

Desde que foi escolhido para ser um dos doze apóstolos, Simão Pedro recebe vários sinais que mostram preferência por parte do Senhor. O mais evidente foi quando Jesus diz que Simão Pedro seria a pedra fundamental da Igreja que fundará, e acrescenta: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 16-19).
Mas houve outras demonstrações de apreço em relação a esse Apóstolo. Cristo subiu ao alto de uma montanha levando apenas Pedro, Tiago e João. Lá em cima, os três foram os únicos a testemunhar a transfiguração de Jesus. Também é bastante significativo o episódio da cobrança do imposto do Templo. Jesus não era obrigado a pagar, mas para evitar confusão com as autoridades locais, diz a Pedro para ir pescar, que dentro da boca do primeiro peixe que fisgasse ele encontraria um estater (uma moeda): “Toma-o e dá-o por mim e por ti” (Mt 17, 24-27). São Jerônimo escreveu a respeito disso: “Não esqueçamos que os demais apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo”. Tanta atenção a Pedro poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Vem, então, muito a propósito a questão dos discípulos de Jesus, que se aproximam dele e lhe perguntam: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”.
Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória esteve presente, mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Como seus seguidores admiravam-se mais com seus feitos do que compreendiam suas palavras, Jesus procura mostrar que para partilhar da sua glória era necessário passar pela cruz: “O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens!” (Lc 9, 44). De imediato, os discípulos não o entendem. Não podiam compreendê-lo porque faziam uma ideia menos trágica e mais gloriosa da vinda do Messias.
Escreve São Jerônimo: “Pacientemente, Jesus quer agora purificar, por meio da humildade, o desejo de glória manifestado por eles”. Ele se assenta, como no sermão da Montanha, e profere um solene apelo, pois não se trata simplesmente de uma situação hierárquica ou posição social. O essencial não é o lugar que os apóstolos ocuparão junto a Ele, mas a condição necessária para entrar no Reino de Deus. E esta consiste em seguir o Mestre e abraçar como sentido de sua vida o amor a Deus e ao próximo.
Para tanto, há uma exigência, a de conversão, que requer mudança na maneira de ser e de pensar. Pois, disse Jesus: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9, 35). Ele exemplifica tomando uma criança e colocando-a no meio deles. Com este gesto, segundo Orígenes, o Senhor procurou simbolizar a humildade, obra do Espírito Santo na vida de quem o segue.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

ESCRAVA DE MARIA POR AMOR/ SER ESCRAVA SEQUESTRADA...

Fonte: Pastoral de Cultura

A escrava- por sequestro

O século XIX foi profícuo no surgimento de congregações religiosas, principalmente femininas, chamadas de "vida ativa", cujos fundadores e fundadoras, confrontadas com as pobreza(s) da época que afetavam os mais diferentes setores da sociedade, decidiram servir a Deus na entrega da vida aos irmãos mais necessitados.
Daí o florescimento do imenso leque de carismas fundacionais, plenos de vigor, audácia e frescura profética, caminhando decididamente para as periferias da humanidade, no ensino, na saúde, na marginalidade, entre outros.
Como às vezes se diz em tom jocoso, «nem o Espírito Santo sabe quantas congregações Religiosas haverá» - dada a enorme variedade de estilos de vida, hábitos, atividades.
As fundadoras de algumas congregações religiosas (também a que eu pertenço), desejando exprimir veementemente o espírito de que estavam imbuídas e a mais genuína doação das suas vidas, quiseram apelidar-se de «Escravas». 
E aí as temos ainda hoje, utilizando este nome (após a abolição da escravatura): escravas do Sagrado Coração de Jesus, escravas da Santíssima Eucaristia, escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade, entre muitas outras.

 





Algumas congregações até já pensaram abolir o nome de «escravas», substituindo-o pelo de «servas»… mas tal não foi possível devido ao desagrado da maioria dos seus membros, os quais se reveem no significado e no simbolismo, o que lhes faz todo o sentido para continuar a mantê-lo.
Aqui chegados, é caso para dizer «escravas há muitas». Na minha congregação diz-se que «nós o somos por opção», facto que nos coloca determinantemente ao serviço da libertação daquelas que o são «à força»... pois com certeza.
Santa Maria Micaela dizia que «somos escravas do amor», e que este «não é um nome vazio, é real e verdadeiro». Para especificar melhor o seu pensamento, acrescentava: «Estamos presas ao sacrário como que por uma corrente, igual à que os escravos o estão aos seus donos».
E assim, todos os dias, nos acontecimentos extraordinários e nos mais banais; sempre aprendendo na Eucaristia a «tomai e comei… aqui está o meu Corpo, o meu Sangue, a minha vida, entregue por vós».
Também Maria, mãe de Jesus, não encontrou melhor fórmula para se descrever a si própria: «Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim…». E acrescentaria que «Ele enaltece os humildes».

 
Uma outra Maria (como tantas outras) voou para Portugal nas asas do sonho, entre nuvens escuras que ela acreditava se tornariam brancas como a neve ao aterrar no país à beira mar plantado. Mas não! As nuvens que a esperavam no destino, eram terríficas. As promessas converteram-se em pesadelos infernais. Presa (sequestrada) dentro de uma casa isolada, com o portão, as portas e as janelas fechadas a cadeado, era-lhe dito e redito centenas de vezes: «Tu nasceste escrava, e é assim que eu te trato». As violências de toda a ordem (sexual, física, psicológica), com o constante relembrar da sua condição: «Escrava não fala», repetia-lhe o dono de cada vez que abusava dela.
Para dar o salto da pobreza para a fantasiada riqueza de recursos e de oportunidades, Maria teve de submeter-se à força a um casamento de conveniência. Tudo legal e tudo ilícito; tudo promissor e tudo falso; tudo luxuoso e tudo sombrio no meio da pacatez rural, apenas suavizada com a contemplação das verdejantes margens do rio Zêzere e o sereno passeio das suas águas a caminho da foz.

 
A escravatura continua, afinal, nos dias de hoje, com histórias trágicas, no Sul e no Norte do planeta.
O tráfico de seres humanos é hoje, talvez mais do que outrora, uma realidade transversal ao mundo inteiro, levado a cabo por pessoas e em lugares mais insuspeitos.
A exploração convive perfeitamente ao nosso lado, sem nos apercebermos disso.
Segundo narra a Maria, no lugar do seu cativeiro e durante o longo tempo que nele permaneceu, jamais ninguém se apercebeu que ela estava ali...
Será isto possível? É. Mas como provar, a quem de direito, a situação de escravatura dentro das quatro paredes da casa?
Um estudo recente, conclui que foram detetadas dezenas de «pequenas redes» organizadas, cuja finalidade será facilitar a entrada e saída de pessoas no país.
É precisamente esta complexidade e, ao mesmo tempo, normalidade, que dificulta detectar e ajudar as Marias a saírem da sua reclusão e encetar uma senda nova, fazendo caminho com elas, apostando em escolhas certas e livres, integradas e integradoras.
 Ir. Maria Júlia Bacelar, adoradora
Publicado em 01.10.2014
 
MARIA, MÃE AUXILIADORA, SENHORA E RAINHA DOS POVOS, ROGA POR NÓS HOJE E SEMPRE E LIBERTA AS MARIAS DA ESCRAVATURA  DAS MÃOS DOS TARADOS SEXUAIS!
Nema, escrava de Maria 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS- MEMÓRIA

30 de setembro de 2014

01 de Outubro – Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)

 
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
1873-1897
01 de Outubro – Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do “Deus duro e vingador”, ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros “Infância espiritual” e “História de uma alma”, editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.
 
Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.
 
Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.
 
Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir… Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
 
Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.
 
Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como “padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier”. Esta “grande santa dos tempos modernos” foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.
 Fonte: paulinas.org.br

 Da Autobiografia de Santa Teresa do Menino Jesus, virgem
(Manuscrits
autobiographiques, 
 Lisieux1957,227-229)          
  (Séc.XIX)
 
 No coração da Igreja serei o amor
Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz. 
Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso. 
Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno. 
Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.
 Fonte: Ofício do Dia
(...)
«Confiança e amor» são, portanto, o ponto final da narração da sua vida, duas palavras que como faróis iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar os outros pela sua mesma «pequena via de confiança e de amor» da infância espiritual. Confiança como a do menino que se abandona nas mãos de Deus, inseparável do compromisso forte e radical do verdadeiro amor, que é dom total de si, para sempre, como diz a santa contemplando Maria: «Amar é dar tudo, e dar-se a si mesmo».
Assim Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver plenamente a graça do Batismo na doação total de si ao amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o seu mesmo amor por todos os outros.
Bento XVI
6.4.2011
Publicado em 01.10.2014
 






   
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS VELA E ROGA POR NÓS JUNTO À MÃE DO BELO AMOR: REI E SENHOR NOSSO!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

COMO VIVER A IDADE MAIOR?

Os muitos dias que já não nos saciam!

 "Uma coisa só o magoava: começava a ficar velho e tinha que deixar a terra lá onde ela estava. É uma injustiça de Deus: depois de ter gasto a vida a comprar os seus bens, quando se consegue possuí-los – e bem se gostaria de ter ainda mais – é preciso deixá-los! E assim, quando lhe disseram que era tempo de deixar as suas coisas e pensar na alma, saiu para o pátio como louco, cambaleando; pôs-se a matar à bengalada os seus patos e os seus perús e gritava: - ‘Coisas minhas, venham comigo!’ "                                                                  
Giovanni Verga, La roba [Os bens]

O progresso não é um conjunto de vetores orientados todos na mesma direção. Em muitas dimensões da vida, a modernidade trouxe grandes melhoramentos e desenvolvimento; não foi assim com a arte de envelhecer e de morrer que está a passar por rápida e forte marcha atrás.

 A fase final do ‘ciclo de Jacob’ está tingida pela dor e pela morte, principalmente, de mulheres.
Depois da triste história de Dina, surge a morte de Débora, “ama de Rebeca” (35,8), sepultada debaixo do “Carvalho do Pranto”. E depois a morte de Raquel, a mulher que Jacob amava. Morreu de parto, ao dar à luz o seu segundo filho: “... teve um parto bastante difícil. Ao vê-la assim em dificuldades, a parteira disse-lhe: “Não tenhas medo! Tens aqui outro rapaz!”. “Antes de dar o último suspiro Raquel deu ao seu filho o nome de ‘Benoni’ [filho da minha dor]; mas o pai mudou-lhe o nome para ‘Benjamim’ [filho da prosperidade]” (35,18). Jacob continua a mudar de terra, peregrino e exilado, através da terra prometida. É ainda como caminhante que dá sepultura a Raquel junto de Belém (a ‘casa do pão’), ao longo do caminho que o levava de novo à terra do seu pai Isaac (Hebron). Sobre a sepultura de Raquel erigiu, também ele, uma estela, marcando deste modo para sempre a sua vida e aquela terra.
 
As mulheres continuam a gerar-nos nas dores de parto; e por maiores que sejam os progressos da medicina, o parto é sempre um momento crucial da vida das mães: confere-lhes valor e dignidade únicos no universo. Ainda demasiadas são as mulheres que morrem no parto (cerca de mil por dia), mesmo em países tecnologicamente mais avançados. Por vezes, nestes encontros de morte e vida repete-se a alquimia de Raquel: o menino ‘filho da dor’ e da morte recebe um nome novo e transforma-se em ‘filho da prosperidade” e da vida. Nestas transformações e autênticas ressurreições é geralmente o pai que dá ao filho o nome novo; e depois revê para sempre nele, como em cada outro filho (e mais ainda), a figura da mãe-esposa.
Por fim, morre Isaac também: “Jacob foi ver depois o seu pai Isaac, em Mambré. Antes de Isaac, já Abraão alí tinha vivido também. Isaac tinha cento e oitenta anos quando morreu. Viveu feliz até essa idade avançada (velho e saciado de dias). Os seus filhos Esaú e Jacob deram-lhe sepultura” (35,27-29). A morte de Isaac imita quase literalmente a de seu pai Abraão: “... viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu feliz numa idade já bastante avançada (velho e saciado de dias), e foi juntar-se aos seus antepassados. Os seus filhos Isaac e Ismael deram-lhe sepultura na gruta de Macpela” (25,7-9). Abraão e Isaac morrem depois de uma longuíssima vida, ‘saciados de dias’, ‘com bonitos cabelos brancos’; e a morte do pai é ocasião de encontro entre filhos que tinham estado em conflito – esplêndida cena que de vez em quando se repete também nas nossas histórias quotidianas. Em ambas estas belas mortes encontramos o verbo ‘expirar’: morrendo restituímos aquele ‘sopro vital’ que o Adam tinha recebido no momento da criação e que cada homem recebe ao vir ao mundo. A vida não é produto que se possa manufaturar; é aquele grande mistério que está entre um primeiro respiro doado e um último respiro redoado.
A contemplação da bela morte dos Patriarcas não deve fazer-nos esquecer que nem todas as mortes – dantes como agora – são boas.

 No caso de crianças e jovens a morte chega como um ladrão, um inimigo que vem buscar o que não é seu. Mas tantas outras mortes existem – a maior parte – que poderiam ser boas; bastaria que tivéssemos recursos espirituais e morais para as viver bem. As religiões, a piedade popular, a ética e a espiritualidade da família, muitas civilizações tradicionais não ocidentais e até mesmo as grandes ideologias do séc. XX, deram origem a uma boa gestão da dor e da morte, porque elaboraram uma cultura do envelhecimento e do fim da vida muito mais sustentável que a que se está afirmando na nossa civilização dos consumos. Muitos dos velhos de ontem (mesmo se nem todos) morreram ‘saciados de dias’ e com ‘bonitos cabelos brancos’; como o meu avô Domenico, por exemplo.

 
                      Hoje, porém, compreendendo-se cada vez menos – e por isso não se aceitando – a idade do declínio do corpo e da vida, criam-se como sucedâneos ‘mercados da juventude’ cada vez mais na moda; esquece-se então que, por mais que a adiemos com dispendiosos tratamentos de estética, ginásio e percursos de manutenção exigentes, a idade do pôr do sol há de inexoravelmente chegar. O encontro não preparado com a decadência física é devastador, porque a morte é percebida como o morrer de tudo: nós mesmos, os amores, ‘as coisas’, o passado, o mundo. Não dando valor e não amando a velhice nossa e dos outros, não damos valor e não amamos os velhos que se tornaram assim uma grande ‘periferia’ do nosso tempo. E com isso a sociedade e a economia delapidam um património de grande valor e valores.
 
 
Temos vital necessidade de novos carismas que nos ensinem de novo a arte da saciedade dos dias e dos bonitos cabelos brancos, que tenham olhos para ver diversamente esta grande pobreza do nosso tempo, que a amem. Sem uma dócil reconciliação com a velhice, paradoxalmente ela acaba por dominar até os anos da juventude que escorre veloz com a obsessão de que vai acabar. Pelo contrário, se soubermos amar e acolher a velhice, ela põe em evidência até as suas delicadas, escondidas mas não pequenas belezas. A beleza sempre foi algo de espiritual, muito mais ética do que estética. Conheci Rita Levi Montalcini, Madre Teresa, Nelson Mandela quando estavam já na idade avançada e sempre me pareceram belíssimos, não menos belos que os meus sobrinhos ou que os jovens da minha universidade.
É assim uma enorme injustiça o facto de hoje demasiados idosos passarem os últimos anos de suas vidas sem, à sua volta, netos e crianças essenciais para tornar alegre cada velhice e belas as brancas dos nossos cabelos. Uma cultura que sempre mais obriga os seus idosos a morrerem sós ou em ‘companhia’ de outros velhos sós é uma cultura oca e profundamente ingrata. Hoje em dia, na Itália, 62.5% das mulheres idosas vivem sozinhas (face a 30% dos homens); um dado muito grave, sobretudo quando se pensa que estas mulheres dispenderam os melhores anos da sua vida cuidando dos seus velhos, renunciando (mais ou menos livremente) a diversões e, em muitos casos, a bem sucedidas carreiras profissionais.
 
Uma geração inteira de mulheres está a morrer com um enorme ‘crédito de cuidados’: os que recebem na sua velhice são infinitamente menores que os que doaram quando eram jovens. No futuro haveremos de encontrar um novo equilíbrio entre gerações e entre os dois sexos (melhor que o de hoje, esperemos), e os créditos serão reduzidos; mas isso nada tira da dor-injusta de uma geração inteira de verdadeiras ‘exiladas do cuidado’.
A felicidade e a sabedoria de uma civilização medem-se sobretudo por como ela sabe envelhecer e sabe morrer. Quando um jovem vê um dos pais ou a avó morrer mal, é a sua própria vida que fica triste, ainda que disso se não aperceba. Um velho que consegue envelhecer e morre com ‘bonitos cabelos brancos’ realiza grande ato de esperança e amor pelos jovens, pelos seus filhos, por toda a gente, afinal. Poderá também suceder que um justo envelheça e morra mal e desesperado; e que continue a ser justo. Faz parte da vida boa lutar ‘a noite inteira’ e arrancar, por fim, a bênção ao anjo da morte.
Os ‘belos cabelos brancos’ e a ‘saciedade de dias’ de Abraão e Isaac (e depois Jacob: 49,33) são impressionantes e  comovedores, tanto mais se pensarmos que naquela fase histórica para o povo de Israel a vida para além da morte era um conceito muito diluído, vago e escuro (o Sheol). O Deus da Aliança e da Promessa era o “Deus dos vivos”, não o deus dos mortos. Para eles JHWH agia e falava na terra. Para muitos personagens bíblicos a dor pela morte próxima é sobretudo a que nasce do pensamento de não mais poder ver o Senhor, que conheciam como o Senhor da vida, que encontravam, ouviam e seguiam vivendo no mundo. A fé bíblica é encontro, aliança, seguimento, história. A experiência religiosa é um facto histórico, dá-se no tempo e no espaço, é uma dimensão fundamental da vida. Foi esta, e não outra, a fé que nos transmitiram Abraão, Isaac e Jacob. Neles se encontra a raiz profunda da verdadeira laicidade: o lugar da fé é a história, a terra prometida é a nossa terra. Enquanto houver história e terra, aquela mesma voz que os encontrou poderá encontrar-nos a nós, surpreendendo-nos: “Na verdade JHWH está neste lugar e eu não sabia” (28,16). É esta a maior herança que nos legaram.
Depois de sepultar seu pai Isaac com o irmão Esaú, “Jacob instalou-se na terra de Canaã, onde seu pai tinha habitado algum tempo (como estrangeiro)” (37,1).


   
 
Luigino Bruni Avvenire, 8.6.2014
Trad.: P. António Bacelar
Publicado em 28.09.2014
    

O QUE SÃO OS ANJOS? CELEBRAÇÃO DOS ARCANJOS!

OS GUERREIROS QUE NENHUM SER HUMANO PODE VENCER


Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa
 (Séc.VI)
 A palavra anjo indica o ofício, não a natureza
É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos.
Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia.
Por este motivo também a eles são dados nomes especiais para designar, pelo vocábulo, seu poder na ação. Naquela santa cidade, onde há plenitude da ciência pela visão do Deus onipotente, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros. Mas quando vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Assim Miguel significa: “Quem como Deus?”; Gabriel, “Força de Deus”; e Rafael, “Deus cura”.
Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. Por isto, o antigo inimigo, que por soberba cobiçou ser igual a Deus, dizendo: Subirei ao céu, acima dos astros do céu erguerei meu trono, serei semelhante ao Altíssimo ( cf. Is 14,13-14), no fim do mundo, quando será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz João: Houve uma luta com Miguel arcanjo (Ap 12,7). A Maria é enviado Gabriel, que significa “Força de Deus”. Vinha anunciar aquele que se dignou aparecer humilde para combater as potestades do ar. Portanto devia ser anunciado pela força de Deus o Senhor dos exércitos que vinha poderoso no combate.
Rafael, como dissemos, significa “Deus cura”, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que num ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou “Deus cura”.

Os anjos foram dotados por Deus de inteligência perfeitíssima e, no entanto pecaram, revoltando-se contra seu Criador. Mistério do mal...  São Miguel,  por sua fidelidade, recebeu em prêmio a missão de  proteger a Santa Igreja.
Divididos em nove coros subordinados um ao outro, os anjos que se conservaram fiéis formam um exército invencível. Seu número é incalculável. Só há três anjos cujos nomes próprios as Escrituras Sagradas nos dão a conhecer.
São Miguel é o grande capitão do exército celeste. Seu nome Mi-cha-el significa, quem é igual a Deus? Quando Lúcifer, cego pelo ANJO_2.jpgorgulho, quis igualar-se ao Altíssimo, Miguel exclamou com voz trovejante: "Quem é igual a Deus?" E acompanhado pelos anjos fiéis, precipitou do alto dos céus a tropa rebelde dos apóstatas. Assim se tornou o generalíssimo do incontável exército dos santos anjos. Vê-se, nos profetas, que era o protetor do povo de Israel; agora o é da Igreja.
São Gabriel, cujo nome significa Força de Deus, anuncia ao profeta Daniel a época da grande obra de Deus, a época do Filho de Deus feito homem, Cristo condenado à morte, a remissão dos pecados, o Evangelho pregado a todas as nações, a ruína de Jerusalém e de seu templo, a condenação final do povo judeu. É o mesmo anjo Gabriel que prediz ao sacerdote Zacarias, no templo, no santuário, junto ao altar dos perfumes, o nascimento de um homem que será chamado João, ou cheio de graça, e que não mais anunciará a vinda do Salvador, mas que o apontará: "Eis o Cordeiro de Deus! Eis quem tira os pecados do mundo!" É o mesmo arcanjo, sempre enviado para anunciar grandes coisas, que irá à humilde casa de Nazaré anunciar à Virgem Maria a maior de todas as coisas; comunicar que, sem deixar de ser virgem, ela daria à luz ao Filho do Altíssimo, que seria chamado Jesus ou Salvador, porque seria o Salvador do mundo. É esse glorioso arcanjo que nos ensina a dizer tal como ele: "Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres!"
São Rafael, cujo nome significa Médico ou cura de Deus, dá-se a conhecer a Tobias: "Quando oráveis, vós e Sara vossa nora, ou apresentava o memorial de vossas orações diante do santo; e quando sepultáveis os mortos, estava presente junto de vós. Quando não vos recusáveis a levantar-vos da mesa e deixar vosso jantar para amortalhardes um morto, o bem que praticáveis não permanecia oculto; pois eu estava convosco. E por que éreis agradáveis a Deus, foi necessário que fosseis provados. Agora, porém, Deus enviou-me para curar-vos, a vós e a Sara, esposa de vosso Filho. Sou Rafael, um dos sete anjos que apresentam as orações dos santos, e que podem defrontar a majestade do Santíssimo!
* * * * * * * *
Todos os domingos, um incontável número de fiéis no orbe católico canta ou recita durante a celebração da sagrada Eucaristia o símbolo da nossa fé. As verdades de nossa santa religião são proclamadas, uma após outra, numa inspirada e sublime síntese, até completar a totalidade da única doutrina da fé: "Assim como a semente da mostarda contém num pequeníssimo grão um grande número de ramos - ensina-nos São Cirilo de Jerusalém -, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento".
"Creio em Deus Pai todo-poderoso!" Depois desta primeira e fundamental afirmação, da qual dependem todos os outros artigos do Credo, proclamamos em seguida "o começo da história da salvação": "Criador do Céu e da terra!"

O mistério da criação
Deus, Ser absoluto e eterno, não precisava de nenhuma criatura que Lhe rendesse homenagens e reconhecesse sua grandeza sem limites. Entretanto, em sua misericórdia, quis criar, não para aumentar a própria glória, intrínseca e sempiterna, mas para manifestar seu amor todo-poderoso e "comunicar sua glória" aos seres por Ele criados, fazendo-os participar de sua verdade, sua bondade e sua beleza.
Uma imensa multidão de criaturas diversas e desiguais - seres visíveis e invisíveis, inteligentes ou desprovidos de razão, dispostos numa maravilhosa hierarquia - constituiu então a Ordem do universo, reflexo da perfeição adorável danjo_3.jpgo Ser infinito, que só se manifestaria totalmente, na plenitude dos tempos, por seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, o Verbo eterno encarnado.
Explica o Doutor Angélico que "todo efeito representa algo da sua causa". Assim, em todas as criaturas podemos encontrar vestígios da eterna Sabedoria que as tirou do nada: nos astros que enchem as vastidões do firmamento e cujas constelações encontram-se separadas, às vezes, por milhões de anos-luz; nos diminutos grãos de areia, jamais iguais entre si, que cobrem desertos e praias; na variedade assombrosa de vegetais, que vai da "erva do campo que hoje existe e amanhã é queimada" (Mt 6, 30) às seculares sequóias e jequitibás; no admirável instinto dos insetos, na fidelidade quase inteligente de um cão, na delicadeza virginal de um arminho, nos milhares de micróbios que podem pulular numa gota de água... Mas quis Deus espelhar-se sobretudo no homem, criando-o à sua imagem. E ao constituí-lo um composto de corpo corruptível e alma imortal, o tornou elo de ligação entre a matéria e o mundo espiritual.

O mundo angélico
Porém, no alto desta grandiosa hierarquia, "superando em perfeição todas as criaturas visíveis", colocou Deus a natureza angélica: espíritos puros, inteligentes e capazes de amar, cheios da graça divina desde o início de sua existência, na aurora da primeira manhã da criação. Distribuídos e ordenados por Deus em nove coros - Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos - constituem o exército da celeste Jerusalém e receberam a tríplice missão de perpétuos adoradores da Santíssima Trindade, executores dos divinos desígnios e protetores do gênero humano.
Imensa e incalculável é esta corte do Senhor. "Porventura podem ser contadas as suas legiões?", pergunta o livro de Jó (25, 3). E o profeta Daniel, abismado, escreveu: "Eram milhares de milhares os que o serviam, e mil milhões os que assistiam diante d'Ele" (Dn 7, 10). Entretanto, cada um desses espíritos possui uma personalidade própria, inconfundível e específica, não havendo sido criado um igual ao outro.

O primeiro dos anjos
A tanta diversidade e esplendor quis Deus colocar um ápice, um ponto monárquico, um ser que espelhasse de modo inigualável a luz eterna e inextinguível. Maravilha dentre as maravilhas, obra-prima do mundo angélico, fulgurava no mais alto dos coros e todos extasiavam-se diante dele. "Tu és o selo da semelhança de Deus, cheio de sabedoria e perfeito na beleza; tu vivias nas delícias do paraíso de Deus e tudo foi empregado em realçar a tua formosura!" (cf. Ez 28, 12-13).
Sendo o primeiro dos serafins, iluminava todos os espíritos celestes com os reflexos da divindade que sua inteligência ímpar discernia com o auxílio da graça. Lúcifer era seu nome: o que levava a luz...
 
A prova dos espíritos celestes
Entretanto, antes de poder contemplar, por toda a eternidade, a essência de Deus, deviam os anjos passar por uma prova, e apesar da altíssima perfeição da sua natureza, "não podiam dirigir-se a esta bem-aventurança por sua vontade, sem ajuda da graça de Deus".
Diante deles a face do Ser infinito permanecia como que envolta em penumbras e só seus reflexos eram capazes de alimentar o ardente amor das legiões do Senhor.
Segundo afirmam Tertuliano, São Cipriano, São Basílio, São Bernardo e outros santos, a prova que decidiu o destino eterno dos espíritos angélicos foi o aSan Gabriel Pq S Sulpice Fougeres.jpgnúncio da Encarnação do Verbo, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o qual haveria de nascer da Virgem Maria.
Podemos imaginar, então, que um frêmito de assombro percorreu as fileiras das milícias celestes ao conhecerem intuitivamente, por uma ação de Deus, o plano da Salvação: o Criador eterno, inacessível, todo-poderoso, se uniria hipostaticamente à natureza humana, elevando-a assim até o trono do Altíssimo; e uma mulher, a Mãe de Deus, tornar-se-ia medianeira de todas as graças, seria exaltada por cima dos coros angélicos e coroada Rainha do universo!
O inexplicável surgia diante dos anjos como sendo o píncaro e o centro da obra da criação.
A prova havia chegado. Amar sem entender! Amar sobre todas as coisas ao Deus Altíssimo que numa sublime manifestação de seu amor havia tirado do nada todas as criaturas! Reconhecer, num supremo lance de adoração e submissão, a superioridade infinita da Bondade absoluta e eterna! Era este o ato que confirmaria os espíritos angélicos na graça divina e os introduziria na visão beatífica para todo o sempre.

A primeira revolução da História
Lúcifer, porém, duvidou diante de um mistério que ultrapassava seu angélico entendimento. Será que Deus ignorava a natureza perfeitíssima dos anjos e preferia unir-Se a um ser humano, tão inferior a eles na ordem das criaturas? Ele, o mais alto dos serafins, seria compelido a adorar um homem? "Esta união hipostática do homem com o Verbo pareceu-lhe intolerável e desejou que fosse realizada com ele", afirma Cornélio a Lápide. Sim, só a ele mesmo, Lúcifer, "o perfeito desde o dia da criação" (Ez 28, 15), deveria Deus unir-Se e deste modo constituí-lo como o mediador único e necessário entre o Criador e as criaturas. Assim, "aquele que do nada havia sido feito anjo, comparando-se, cheio de soberba, com o seu Criador, pretendeu roubar o que era próprio do Filho de Deus", conclui São Bernardo.
"O anjo pecou querendo ser como Deus" e o príncipe da luz tornou- se trevas.
Fez-se ouvir o primeiro grito de revolta da história da criação: "Não servirei! Subirei até o Céu, estabelecerei o meu trono acima dos astros de Deus, sentar-me-ei sobre o monte da aliança! Serei semelhante ao Altíssimo!" (cf. Is 14,13-14).

O defensor da glória de Deus
Ecoou, então, um brado no Céu: "Quem como Deus?"
Entre o anjo revoltado e o trono do Todo-Poderoso erguia-se "um dos primeiros príncipes" (São Miguel.jpgDn 10, 3), um serafim incomparavelmente mais esplendoroso e forte do que havia sido "o que levava a luz". Quem era este que ousava desafiar o mais alto dos anjos e agora refulgia invencível, revestido do "poder da justiça divina, mais forte que toda a força natural dos anjos"?
Quem era este? Chama viva de amor, labareda de zelo e humildade, executor da divina justiça.
"Quem como Deus?" - Milhões de milhões dos espíritos celestes repetiram o mesmo brado de fidelidade. "Quem como Deus?" - Este sinal de fidelidade, que em hebraico se diz Mi-ka-el, passou a ser o nome daquele serafim que por sua caridade ímpar foi o primeiro a levantar-se em defesa da Majestade ofendida.
Michael, Miguel: nome que exprime, em sua sonora brevidade, o louvor mais completo, a adoração mais perfeita, o reconhecimento mais cheio de amor da transcendência divina e a confissão mais humilde da contingência da criatura.

A primeira batalha de uma guerra eterna
"Houve no Céu uma grande batalha" (Ap 12, 7). Luta entre anjos e demônios, luta da luz contra as trevas, da fidelidade contra a soberba, da humildade e da ordem contra o orgulho e a desordem. "Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele" (Ap 12, 7).
Satanás, desvairado de orgulho e "obstinado em seu pecado", "arrastou a terça parte" (Ap 12, 4) dos espíritos angélicos, submergindo-os consigo nas trevas eternas da revolta. Porém, estes não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no Céu. Foi precipitado aquele grande dragão, que se chama demônio e Satanás, e foram junto com ele os seus anjos (cf. Ap 12, 8-9) nos abismos tenebrosos do inferno (cf. 2Pd 2, 4).
Um imenso clamor encheu o universo: Como caíste do céu, ó astro resplandecente, que no nascer do dia brilhavas? (cf. Is 14, 12). A tua soberba foi abatida até os infernos! (cf. Is 14, 11). E enquanto o serafim revoltado era visto "cair do céu como um relâmpago" (Lc 10, 18) e ser condenado ao fogo inextinguível, "preparado para ele e os seu anjos" (Mt 25, 41), São Miguel era elevado pelo Rei eterno ao píncaro da hierarquia dos anjos fiéis e se tornava o "gloriosíssimo príncipe da milícia celeste", como é designado pela liturgia da Santa Igreja Católica.

O novo campo de batalha
Restabelecida a ordem nos céus angélicos, o campo de batalha onde prosseguiu a luta entre a luz e as trevas passou a ser a terra dos homens. O anjo destronado conseguiu seduzir nossos primeiros pais a pecarem, como ele, contra o Altíssimo, querendo ser como deuses (cf. Gn 3,5), e o Senhor Deus declarou guerra ao tentador: "Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela" (Gn 3, 15).
San Miguel Pquia-San-Miguel-Dijon-Francia.jpg
A partir deste momento uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história da humanidade. Iniciada na origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem.
Neste combate, além das armas decisivas da graça de Deus, que recebemos superabundantemente por meio dos sacramentos, contam os homens com o auxílio e a proteção dos anjos. E ao príncipe da Jerusalém celeste corresponde a capitania de todas as legiões angélicas na luta contra as forças do inferno, pela salvação das almas. Assim, São Miguel continua na terra a luta triunfal que iniciou no Céu.
 
Protetor do povo eleito e da Santa Igreja
Foi São Miguel o anjo tutelar do povo de Israel.
Nas Sagradas Escrituras, é ele mencionado pela primeira vez no livro de Daniel. Este profeta, ao escrever as revelações recebidas do anjo Gabriel sobre o combate para libertar a nação eleita da servidão aos persas, afirma que ninguém a defenderá "a não ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10, 22). E acrescenta ao narrar as tribulações de épocas vindouras: "Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande príncipe, o protetor dos filhos de seu povo" (Dn 12, 1).
O serafim da fidelidade não cessou de proteger o povo de Israel e velar pela fé da Sinagoga até o momento supremo da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Escureceu-se o sol e houve trevas, a terra tremeu, fenderam-se as rochas e o véu do Templo - monumental tecido de jacinto, púrpura e escarlate que cobria a entrada do impenetrável "Santo dos Santos" - rasgou-se em duas partes, de alto a baixo (cf. Mt 27, 51; Mc 15, 38; Lc 23, 45). Narra- nos o famoso historiador judeu, Flávio Josefo, que depois desses acontecimentos os próprios sacerdotes do Templo escutaram dentro do recinto sagrado uma misteriosa voz que clamava repetidas vezes: "Saiamos daqui!" (15).
São Miguel, a sentinela de Israel, abandonava definitivamente o Templo da Antiga Aliança, inútil agora, porque o único e verdadeiro sacrifício acabava de consumar-se no alto do Calvário. Do coração trespassado do Cordeiro Imaculado nascia a Santa Igreja, Corpo Místico de Cristo, Templo eterno do Espírito Santo. E a partir desse instante, Miguel o triunfador, o primeiro adorador do Verbo encarnado, tornou-se também o vigilante protetor da única Igreja de Deus.
A este respeito escreveu o cardeal Shuster: "Depois do ofício de pai legal de Jesus Cristo, que corresponde a São José, não há na terra nenhum ministério mais importante e mais sublime do que o conferido a São Miguel: protetor e defensor da Igreja" (16).

O ÚNICO A MERECER O TÍTULO DE SENHOR!

O Único a merecer o título de Senhor

22, setembro, 2014 Deixar um comentário 


Santa Teresa de Ávila
Vendo o Senhor e com ele conversando tão contínua e intimamente, comecei a sentir por ele maior amor e confiança.
Compreendi que é Deus, mas é também homem e não se espanta das fraquezas dos homens. Conhece bem nossa miserável natureza, sujeita a muitas quedas em consequência do primeiro pecado que ele veio reparar.
Embora seja Senhor, posso tratar com ele como com um amigo. Verifiquei que não é como os potentados da terra, que fazem consistir todo o seu poderio no aparato exterior.
Marcam dias e horas para suas audiências e só certas pessoas lhes podem falar em particular. Se um pobrezinho tem algum negócio a tratar, à custa de quantos rodeios, empenhos e trabalhos chega a aproximar-se!
E que será falar com o rei! Aqui é proibida a entrada à gente pobre sem brasões. Não há remédio senão recorrer aos mais privados, que certamente não serão pessoas que tenham o mundo debaixo dos pés.
Estes nada temem nem devem temer, e por isso dizem a verdade: não são feitos para os palácios onde não se usa de franqueza. Na corte é forçoso calar o que se desaprova, e nem sequer se ousa ter um pensamento contrário, pelo receio de ser desfavorecido.
Ó Rei da glória e Senhor de todos os reis, vosso império não é uma armação de pauzinhos. É reino que não tem fim! Não há necessidade de intermediários para chegar a vós!
Só de contemplar vossa pessoa, logo se vê que sois o único a merecer que vos chamem Senhor. É tal a Majestade que mostrais que não há necessidade de séquito nem de gente de guarda para dar a conhecer que sois rei.
Um rei da terra, estando só, dificilmente se fará reconhecer como tal. Por mais que se queira dar a conhecer, não o acreditarão, pois em si mesmo não tem mais que os outros.
É preciso que se veja aparato régio, para crer. É justo usar de certas pompas que conferem autoridade. Se não as tiver, não o respeitarão. É que não lhe vem de si a aparência de poderoso. A autoridade lhe vem de outros.
Ó Senhor meu! ó Rei meu! Quem saberia descrever agora a majestade que tendes! É impossível deixar de ver que sois imperador, por serdes vós quem sois. A vista de vossa Majestade enche de assombro.
A par de tanta grandeza, Senhor, mais espanta ver vossa humildade e o amor que mostrais a uma criatura como eu. Em tudo podemos tratar e falar como quisermos convosco.
Passado o primeiro espanto e temor de ver a Vossa Majestade, fica-nos um temor ainda maior, para nunca mais vos ofendermos. Não é por medo de castigo, Senhor meu. Este não conta comparado ao mal de vos perder.
Sta Teresa D’Avila, Livro da vida. cap.37, n.5-6.
Fonte: anjosdeadoracao.blogspot

 COMO O HOMEM NÃO ENXERGA PARA ALÉM DO SEU ÚMBIGO! COMO PODE DESCARTAR AQUELE QUE É O REI DOS REIS, O SENHOR DOS SENHORES, O ÚNICO MERECEDOR DO NOME DE SENHOR, MAJESTADE INFINITA!
 
MEU AMADO SENHOR COMO SOFRES!- O mundo abandonou-Me, como predito, e a maior traição sobre o Meu Corpo foi infligida
Terça-Feira, 15 de Julho de 2014, 18:00 h.
 
Minha querida e amada filha, o mundo abandonou-Me, como predito, e a maior traição sobre o Meu Corpo foi infligida. 
A Minha Palavra está a ser rasgada em pedaços e muitos dos que dizem que são sábios dos Meus Ensinamentos vão alhear-se da perseguição que será infligida sobre a Minha Igreja. Assim como Eu fui amaldiçoado durante a Minha Crucificação, por aqueles que orgulhosamente se gabavam da sua suprema sabedoria dos Meus Caminhos, Eu serei condenado a isso pela Minha segunda vez quando vier reclamar o Meu Reino. 
As almas ingratas, desprovidas de simplicidade e humildade, elas nunca aceitam a voz daqueles que consideram indignos de proferir a Verdade. Elas nunca aceitarão a Verdade, uma vez que quando elas aceitam falsidades em Meu Nome, não haverá nenhum espaço nos seus corações para o Espírito de Deus inundar as suas almas. Em vez de prepararem a humanidade para a Minha Misericórdia - o Dia que Eu prometi ao mundo - elas irão voltar as suas costas. Elas não reconhecerão os Sinais Divinos enviados para abrir prontamente os seus corações a Mim, por causa dos seus corações orgulhosos e endurecidos. Elas farão, também, tudo o que puderem para impedir que a Palavra de Deus alcance todos os pecadores do mundo, e para que Eu nunca os deixe esquecer isso. ( cada vez mais a confusão se vai instalando nas religiões, que tristeza) 
Aquele que Me perde uma alma, perde a sua própria. Aquele que bloqueia o Meu caminho não terá lugar algum para onde se virar. Aquele que jura contra a Vontade de Deus será amaldiçoado. O que realmente vós aprendestes de Mim, se não conseguis recordar a Verdade da Minha Promessa de vir de novo? O Meu Reino virá sobre a Terra como no Céu e aqueles que falharem a compreensão do que Eu digo não terão sabedoria alguma. Eles terão desperdiçado as Graças que Eu envio agora e barricar-se-ão numa prisão de tal escuridão que cegarão pela Minha Luz no Grande Dia. 
O Meu Tempo está próximo e há, porém, muito que Eu posso fazer para vos preparar. O Meu Amor permanece tão Grande como Misericordioso, mas deveis também ajudar-vos a vós mesmos, porque não é fácil serdes dignos da Minha Promessa de Salvação.   
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