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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A HISTÓRIA SE OBSERVA PELA REPETIÇÃO, MAS CADA VEZ MAIS SINISTRA, SACRÍLEGA E BELICISTA!

Turquia. De terror do mundo a doente da Europa

02 Agosto 2016138


O poderio do Império Otomano era tal que parecia inevitável subjugar toda a Cristandade, mas conheceu um penoso declínio. Esta é  última parte de um especial sobre a Turquia.

A queda da Maçã Dourada

A queda de Constantinopla, a 29 de Maio de 1453, às mãos do jovem sultão Mehmed II, foi um momento funesto e traumático para a Cristandade, não tanto pelo real significado estratégico – o Império Bizantino estava há muito reduzido a uma ínfima parte do seu poderio e da sua extensão – mas pelo significado simbólico, pois punha termo ao Império Romano do Oriente, que perdurara quase mil anos para lá do fim do Império Romano do Ocidente, e confirmava a ascendência irresistível do poder otomano.
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O sultão Mehmed II aproxima-se de Constantinopla com o seu exército e um dos canhões gigantes que foram usados para derrubar as muralhas da cidade. Quadro de Fausto Zonaro, 1903
O bispo Isidoro de Kiev, legado papal em Constantinopla, escapou ao massacre pelos soldados turcos sedentos de sangue e pilhagem vestindo as suas faustosos trajos a um cadáver, que foi decapitado e exibido pelas ruas, enquanto Isidoro, envergando roupas comuns, foi arregimentado com outra gente de condição humilde e vendido como escravo. Em Julho desse ano, conseguiu enviar, a partir de Creta, uma missiva ao papa Nicolau V, narrando o assédio otomano e advertindo-o de que Mehmed era um “precursor do Anti-Cristo” e que o seu objectivo era “subjugar pelas armas a vossa cidade de Roma”.
Angelo Giovanni Lomellino, líder da comunidade genovesa de Galata, nos arredores de Constantinopla, também assistiu à queda da capital bizantina e, nesse mesmo dia enviou uma carta ao irmão, em Génova, relatando que “o sultão afirmou que em dois anos estará em Roma”. Escreve Anthony Pagden, em Mundos em guerra: 2500 anos de conflito entre o Ocidente e o Oriente (Edições 70), que “a percepção que existia do outro lado dos Dardanelos era de que a Cristandade oriental desaparecera de vez. No seu lugar, encontrava-se a potência mais imponente a ameaçar as liberdades dos povos da Europa desde Xerxes”.
As atitudes tomadas por Mehmed II após a conquista da Maçã Dourada (assim designavam os otomanos a capital bizantina, identificando-a como símbolo de riqueza e poderio) confirmavam os temores destas testemunhas: instalou a capital otomana na cidade recém-conquistada e intitulou-se Kaiser-i-Rumi (“César dos Romanos”). Mais tarde, em 1480, fez questão de ser retratado por um pintor europeu, Gentile Bellini, o mais prestigiado pintor veneziano do seu tempo, que tinha sido enviado a Constantinopla pelo governo da república do Adriático. O quadro tem uma atmosfera de consagração e apoteose e uma inscrição na base atribui a Mehmed o título de Imperator Orbis (“Imperador do Mundo”).
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Mehmed II, o Conquistador (1432-1481), por Gentile Bellini, 1480

Afinal de contas, Mehmed II tinha a seu favor um hadith (relato verbal de palavras e ensinamentos do Profeta, que, embora não fazendo parte do Corão, tem relevância na jurisprudência e mundividência islâmicas) que profetizava que um dia um líder muçulmano conquistaria Constantinopla e Roma.

O terror do mundo

“Do lado [dos turcos] estão os recursos de um poderoso império, de força intacta, acostumado à vitória, à tenacidade, à unidade, à disciplina, à frugalidade e à vigilância. Do nosso lado temos pobreza pública, luxos privados, uma força debilitada, espírito alquebrado, falta de resistência e treino; os soldados são insubordinados, os capitães, avaros; impera o desprezo pela disciplina; libertinagem, imprudência, bebedeira e deboche são uma praga; e, pior do que tudo, o inimigo está habituado à vitória e nós à derrota. Quem tem dúvidas sobre qual será o resultado? Só a Pérsia joga a nosso favor; quando o inimigo se apresta para nos atacar, tem de manter olho nesta ameaça à sua retaguarda. Mas a Pérsia apenas adia o nosso fado, não pode salvar-nos. Quando o Turco tiver ajustado contas com a Pérsia, saltará às nossas gargantas com o poderio de todo o Oriente”.
Estas palavras, escritas em 1560, são do barão Ogier Ghiselin de Busbecq (1522-1592), um flamengo ao serviço dos Habsburgos, que foi embaixador imperial junto da Sublime Porta, em meados do século XVI. Publicou em 1581 um livro sobre os seus anos em Constantinopla – Itinera Constantinopolitanum et Amasianum, republicado como Turcicae epistolae (“Cartas turcas”) – e era um dos europeus com mais profundo conhecimento do Império Otomano.
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Ogier Ghiselin de Busbecq, por Melchior Lorck, 1557

As palavras de Busbecq foram escritas um século depois da queda da capital do Império Romano do Oriente e, nesse interim, o império otomano continuara a expandir-se à custa da Cristandade e havia motivos para temer que, mais tarde ou mais cedo, os turcos pudessem entrar em Roma. Em 1597, um cronista inglês dizia dos otomanos que “o terror que o seu nome inspira ainda deve fazer os reis e príncipes do Ocidente […] estremecerem com medo das suas forças vitoriosas”.
Porém, por essa altura, a invencibilidade otomana já fora posta em causa em Lepanto (1570) e seria desmentida ainda mais cabalmente em Viena, em 1683, ano que marca o apogeu da extensão territorial do Império Otomano. Seguir-se-ia um longo declínio, que levaria o czar Nicolau I, em Janeiro de 1853, a dizer ao embaixador britânico na Rússia, que “a Turquia parece estar a desfazer-se aos bocados […] Temos um doente nos braços, um doente muito grave, e será uma grande desgraça se um destes dias eles nos fugir das mãos sem que as necessárias medidas tenham sido tomadas”. A observação do czar deve ser entendida na acepção mais cínica: Nicolau I não exprimia compaixão pela debilidade otomana, queria antes obter um acordo com a Grã-Bretanha para a partilha dos haveres do moribundo.
A agonia do doente terminaria no final de 1918 com a humilhante entrada de forças de ocupação britânicas, francesas e italianas em Constantinopla e o último prego no caixão seria a deposição do último sultão e a proclamação da República da Turquia, em 1922.
Que razões levaram a um desfecho tão afastado das previsões dos “especialista em assuntos otomanos” dos séculos XV e XVI?
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Istambul, 25 de Maio de 1919: Turcos manifestam-se contra a ocupação da cidade pelas forças aliadas. A ocupação só terminaria em 1923

O império contra-ataca

“Nenhuma nação do mundo demonstrou maior prontidão do que os turcos para se dotar das invenções úteis dos estrangeiros”, registava em 1560 o já citado Ogier de Busbecq. Com efeito, os turcos foram lestos a adoptar as inovações ocidentais no domínio bélico: como escreve Ian Morris em Why the West rules – for now: The patterns of history and what they reveal about the future (2010), editado em Portugal pela Bertrand como O domínio do Ocidente, mesmo estados ricos como Génova e Veneza eram pobres quando comparados com os sultões, pelo que estes tiveram facilidade em recrutar europeus como almirantes, artilheiros e engenheiros militares.
Porém, os otomanos cultivavam um arrogante sentido de superioridade e não manifestavam interesse pelo mundo ocidental fora das temáticas bélicas, ao contrário dos europeus, que estavam razoavelmente informados sobre os otomanos.
Como refere Bernard Lewis em What went wrong?: Western impact and Middle Eastern response (2002, Phoenix), “havia no lado muçulmano relutância em viajar para a Europa”. Havia mesmo um consenso entre os juristas muçulmanos clássicos de que “não seria possível a um muçulmano viver uma vida muçulmana com rectidão num país infiel” (uma posição que parece ser ignorada pelos milhões de muçulmanos que, no final do século XX e no início do século XXI, viram e vêem nos países infiéis da Europa do Norte o El Dorado). Mesmo viagens pontuais eram desaconselhadas: “os doutores da lei [islâmica] proibiam tais deslocações, excepto se tivessem propósitos específicos e limitados [no tempo]” (Lewis). Na prática, entre “os raros viajantes do Médio Oriente que se aventuravam no Ocidente para diplomacia ou comércio, uma proporção significativa não eram muçulmanos, mas membros de comunidades religiosas minoritárias”, como judeus, gregos ou arménios.
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Súbditos judeus no Império Otomano, século XVII
À medida que o desfecho dos confrontos com os europeus deixava de lhes ser favorável, os otomanos tomaram consciência de que a sua civilização estava a ser ultrapassada. Não bastava imitar competente e rapidamente as inovações europeias na construção de canhões ou de navios de guerra; talvez fosse possível que a superioridade tecnológica e militar dos europeus fosse consequência da forma como as suas sociedades estavam organizadas.
Segundo Anthony Pagden, “em 1719, o grão-vizir Damad Ibrahim Pasha enviou a Paris […] Mehmed Said Effendi, com instruções no sentido de ‘estudar minuciosamente os meios civilizacionais e educacionais, e informar acerca dos que forem susceptíveis de aplicação’”.
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Mehmed Said Effendi (?-1761) viveu em Paris em 1720-21, onde desempenhou funções de secretário pessoal do pai, Mehmed Çelebi, embaixador otomano em França. Retrato de Joseph Aved, realizado quando Mehmed Said Effendi regressou a Paris, em 1742, agora na qualidade de embaixador
Ao longo do século XVIII foram contratados especialistas europeus para reformar as forças armadas, os corpos de bombeiros e o ensino da matemática e da geometria (ainda que focado sobretudo nas aplicações militares destas disciplinas).
O sultão Selim III (reino: 1789-1807) foi mais longe do que qualquer dos seus antecessores, ao promover um conjunto de reformas que ficaram conhecidas como Nizam-i-Cedid (“A Nova Ordem”), com incidência no treino e organização das forças armadas, na cobrança de impostos e no ensino, tradicionalmente confiado aos clérigos e que passou a ser também da responsabilidade do Estado. Selim III também estabeleceu embaixadas nos principais países europeus, algo que não merecera grande atenção dos seus antecessores, enquanto os países europeus sempre tinham mantido consulados e embaixadas permanentes no mundo otomano.
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Selim III concede audiência a dignitários em frente da Porta da Felicidade, no palácio de Topkapi, em Constantinopla
As reformas de Selim III foram mal recebidas pelas forças conservadoras, nomeadamente pelos janízaros, que acabaram por revoltar-se e depor o sultão em 1806. Os janízaros, uma das principais forças de inércia do império, só deixariam de ser um impedimento a reformas quando Mahmud II os extinguiu em 1826. De outro modo, é bem possível que tivessem sabotado o ambicioso programa de reformas que ficou conhecido como Tanzimat (“reorganização”), que começou a ser aplicado em 1839.
A viagem de Abdülaziz I (reino: 1861-1876) pela Europa, em 1867, que passou, entre outras cidades, por Nápoles, Marselha, Paris, Londres, Bruxelas, Viena e Budapeste, foi algo de inédito, já que nunca um sultão visitara a Europa – em contexto diplomático, entenda-se, já que os Balcãs, a Hungria e a Áustria tinham recebido várias “visitas” de sultões acompanhados de exércitos.
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A rainha Vitória recebe o sultão Abdülaziz I a bordo o iate real. Quadro de George Housman Thomas, 1867
Porém, estas reformas e aberturas ou foram insuficientes ou demasiado tardias e não impediram o estado do doente de continuar a agravar-se. E, por outro lado, se a consciência da ruína do Império Otomano levava alguns espíritos a tentar encontrar respostas na organização e costumes dos países europeus, também desencadeou um movimento inverso: o declínio otomano resultaria antes de os otomanos se terem desviado da essência do islamismo, pelo que havia que arrepiar caminho e regressar à pureza original.
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“A lição”, por Rudolf Ernst (1854-1932)

Invenções do demónio

Busbecq, que estava tão certo do triunfo final dos otomanos, também fornece, inesperadamente, uma das mais plausíveis explicações para o seu atraso: “Ainda não é possível induzi-los a fazerem uso da imprensa nem a instalarem relógios públicos, porque acreditam que as Escrituras, isto é, os seus livros sagrados, deixariam de ser escrituras se fossem impressas, e que se introduzissem relógios públicos a autoridade dos muezzin e dos seus ritos antigos seria prejudicada”.
Para David S. Landes, autor de The wealth and poverty of nations (1998), editado em Portugal pela Gradiva como A riqueza e a pobreza das nações, “a recusa da prensa móvel, que era vista como potencial instrumento de sacrilégio e heresia”, foi “o maior erro do Islão” e “nada fez mais para manter os muçulmanos à margem do fluxo de conhecimento”.
As guildas dos calígrafos denunciaram a prensa móvel como “uma invenção do demónio”, uma acusação em que ao fundamentalismo religioso se aliavam os interesses corporativistas, e só em 1493, meio século depois da invenção por Gutenberg da impressão com caracteres móveis, foi autorizada a primeira tipografia em caracteres latinos, instalada em Constantinopla por judeus sefarditas, fugidos de Espanha e dos seus intolerantes Reis Católicos. Os arménios só obtiveram aprovação para abrir tipografias em 1567 e os gregos apenas em 1627 – e a todas elas foi proibida a impressão em caracteres árabes.
Seria preciso esperar até 1727 para que Ibrahim Müteferrika conseguisse convencer as autoridades religiosas a autorizar a primeira tipografia em caracteres árabes do Império Otomano – com a restrição de não imprimir livros religiosos. A tipografia de Müteferrika imprimiu 17 livros até encerrar em 1742; só em 1784 seria reaberta e só em 1795 surgiria uma segunda tipografia. No início do século XIX começaram a multiplicar-se pelo mundo otomano as tipografias imprimindo em caracteres árabes – mas era tarde para recuperar um atraso de três séculos e meio.
De qualquer forma, a imprensa tem utilidade limitada se não houver liberdade para imprimir o que bem se entender e esta continua a ser cerceada no mundo islâmico.
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“A leitora”, por Rudolf Ernst
Para os clérigos islâmicos, até a instrução militar moderna – vital para que os exércitos otomanos não se tornassem obsoletos face aos exércitos europeus – podia constituir uma infracção aos ensinamentos do Profeta. Foi invocando esse pretexto que a escola de artilharia aberta em 1734 para ensinar as mais modernas práticas europeias foi encerrada, só voltando a abrir em 1754, e, ainda assim, em regime semi-secreto.
Também as reformas da Tanzimat iniciada por Mahmud II em 1839, que incluíam a abolição da escravatura, se depararam com a oposição das autoridades religiosas. O sheikh Jamal, líder dos ulema de Meca, emitiu uma fatwa de significado inequívoco: “A abolição da escravatura é contrária à shari’a sagrada. Também o abandono da nobre vocação da oração em favor do manuseamento de armas de fogo, a permissão às mulheres de andar sem véu, a colocação do divórcio nas mãos das mulheres e outras coisas do mesmo jaez são contrárias à Lei Sagrada […] Assim sendo, os turcos juntaram-se aos infiéis – o seu sangue é corrupto e é legítimo tomar os seus filhos como escravos”.
Quando, “em 1841, o ministro Mustafa Reşid Pasha apresentou ao Conselho Supremo um novo código comercial, derivado quase por inteiro de modelos franceses, os ulema perguntaram-lhe se era conforme à Lei Sagrada. ‘A Lei Sagrada não tem nada a ver com o assunto’, respondeu ele. ‘Blasfémia!’ gritaram os ulema” (Pagden).
A repulsa pela inovação estava inscrita na matriz da sociedade islâmica – não rezava um hadith que “as piores coisas são as que são novidade […] a inovação é um erro e todo o erro conduz ao Fogo do Inferno”?
Perante reacções como as que acima se descrevem, a Sublime Porta não teve outro remédio senão suavizar, limitar ou adiar muitas das reformas propostas. O Império Otomano modernizou-se, mas não o suficiente para acompanhar o ritmo vertiginoso a que as potências europeias evoluíram a partir de Revolução Industrial.

O desprezo pelo resto do mundo

É frequente elogiar o elevado nível de refinamento cultural e científico que as sociedades islâmicas atingiram na Idade Média, por comparação com as sociedades cristãs desse tempo. Mas é preciso considerar que o leque de interesses do mundo islâmico era, por vezes, muito restrito – como escreve Lewis em What went wrong?, entre as poucas obras europeias traduzidas para árabe ou turco até ao século XVIII não há literatura nem livros de filosofia – “tudo o que tinha valor já tinha sido traduzido, como os escritos de Platão e Aristóteles, e os pensamentos subsequentes dos infiéis dificilmente teriam algum valor”. E embora os otomanos tivessem interesse por história, os historiadores muçulmanos “não estavam interessados na história não-muçulmana nem na história pré-muçulmana”.
Boa parte das traduções realizadas até ao século XIX incidiam sobre matérias militares ou com aplicação militar, como a matemática – a ideia era “retirar do infiel apenas o que é útil; não era preciso dar atenção às suas ideias absurdas, tentar compreender a sua literatura inferior ou estudar a sua história desprovida de significado” (Lewis).
De qualquer modo, não existindo imprensa em caracteres árabes, as raras e tardias traduções que se fizeram de obras de autores europeus tinham uma difusão assaz restrita.
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“O erudito”, por Rudolf Ernst

Atrás dos muros do palácio

Muitos dos males do mundo vêm de os ricos e poderosos não fazerem ideia de como vivem as pessoas comuns e os pobres. Se as classes governantes sempre tenderam a isolar-se do “mundo real”, poucas atingiram o grau de alheamento da corte otomana, circunscrita aos seus esplêndidos palácios e jardins, rodeada de servidores e escravos e vivendo na mais completa ociosidade.
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Um harém otomano, por John Frederick Lewis, 1873
O facto de o sultão possuir um vasto número de esposas e concubinas e de, consequentemente, gerar numerosos descendentes, tornava a sucessão num problema mais espinhoso do que nas monarquias europeias. A precedência na sucessão nem sempre era óbvia, as rivalidades eram ferozes e era frequente que uma das primeiras medidas do novo sultão fosse a eliminação (por estrangulamento com um laço de seda) de todos os seus irmãos, por muito novos que fossem, e, por vezes, também das respectivas mães. Porém, uma poda tão drástica podia ameaçar a continuidade da linha dinástica, pelo que Ahmed III (reino: 1703-1730) instituiu a regra de os irmãos do sultão serem mantidos em “prisão domiciliária” na “kafes” (“jaula”), uma secção do palácio permanentemente vigiada.
Esta reclusão em ambiente de luxo e conforto era um procedimento menos cruento que o anterior, mas pôs fim ao costume de atribuir aos jovens príncipes o cargo de governador provincial – o que teve como consequência um ainda maior alheamento do mundo e inexperiência dos candidatos a sultão.
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“Guarda de harém”, por Rudolf Ernst
Como assinala David S. Landes em The wealth and poverty of nations, este “isolamento estupidificante conduziu à impotência intelectual e política. Do século XVII em diante, o futuro sultão era, tipicamente, uma nulidade sem qualquer tipo de educação […] Em torno do vácuo criado no centro, os cortesãos intrigavam e lutavam por ganhar influência. À medida que a burocracia otomana crescia e a papelada se empilhava e os regulamentos se multiplicavam, o Estado via-se obrigado a depender de pessoal não-turco, mesmo ao mais alto nível da administração”.
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“Assassínato no serralho”, por Fernand Cormon, 1874

Uma economia de saque

Em Why the West rules – for now, Ian Morris sugere que a economia otomana assentava no saque e que para a manter a funcionar era necessário que o império fosse adquirindo continuamente novos territórios através da guerra. Foi o que aconteceu até 1683, data que marca a extensão territorial máxima do império. Habitualmente, presume-se que o Império Otomano começou a perder território quando entrou em declínio, mas pode também inverter-se a relação causal: o império entrou em declínio quando deixou de conseguir expandir-se e se viu privado da pilhagem que o sustentava.
A tese já tinha sido explanada em The wealth and poverty of nations, por David S. Landes, para quem a máquina do Estado otomano necessitava de saque ou de terras para alimentar o seu funcionamento e recompensar o seu oficialato: “os otomanos tinham preenchido um vazio de poder e tinham feito o seu caminho através da pilhagem”. Quando a fonte exterior de riqueza secou, restar-lhes-ia viver com a riqueza que produziam.
Ora, na Idade Média, o Levante exportara para a Europa uma vasta gama de produtos, nomeadamente tecidos requintados, tapetes, tapeçarias, faiança e produtos alimentares de luxo, como especiarias, café e açúcar.
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Mas os produtos manufacturados raramente eram produzidos ou comerciados por turcos, já que estes “ergueram a sua sociedade sobre uma divisão étnica do trabalho, um sinal da sua aversão e sobranceria em relação ao comércio e aos ofícios manuais” (Landes), deixando estes nas mãos de judeus e cristãos gregos e arménios.
A partir do século XVI, o cenário alterou-se: os portugueses e, depois, os holandeses curto-circuitaram o comércio das especiarias e perseguiram os comerciantes otomanos no Índico, o café e o açúcar começaram a ser produzidos por mais baixo custo nas colónias europeias no Atlântico e no Novo Mundo e a indústria têxtil europeia aperfeiçoou-se e suplantou a do Levante, que não dispunha de know how nem de capital nem de estabilidade política.
Uma vez que já não havia povos conquistados para extorquir e era incapaz de gerar riqueza no seu território, a única solução que o império otomano encontrou para se financiar foi extorquir os seus próprios súbditos.
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“O cambista”, por Rudolf Ernst

O Estado é a Igreja e a Igreja é o Estado

“Na mundividência muçulmana, não há lugar para o poder legislativo humano e existe apenas uma lei para os crentes: a Sagrada Lei de Deus, promulgada através da revelação. A lei podia ser ampliada e interpretada por meio da tradição e da razão, mas não podia ser mudada e nenhum governante muçulmano podia, em teoria, adicionar ou suprimir uma disposição que fosse” (Lewis). A complexidade crescente da sociedade e da lei islâmica levou ao surgimento dos ulema, os guardiões e intérpretes das tradições religiosas e legais, que eram, ao mesmo tempo, teólogos e juristas. Como observou Voltaire, as interpretações do Alcorão raramente passavam de “uma recomendação para não questionar os sábios”.
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“Oração na mesquita”, por Rudolf Ernst
“O Estado era islâmico e fora, na verdade, criado como um instrumento do Islão pelo seu fundador, pelo que não havia necessidade de qualquer instituição religiosa autónoma. O Estado era a Igreja e a Igreja era o Estado” (Lewis), uma situação que contrasta com a do mundo cristão, onde um dos ensinamentos capitais de Jesus era o da distinção entre Deus e César e entre os deveres do crente para com cada um deles. E se na Idade Média ainda havia no mundo cristão uma forte promiscuidade entre Estado e Igreja e o poder religioso exercia um apertado controlo sobre a sociedade, a secularização foi ganhando terreno – a muito custo e com avanços e recuos. No século XVI os conflitos religiosos na Europa “destituíram [a Igreja] da maior parte da sua autoridade em qualquer reino que não fosse o espiritual” (Pagden) e o Século das Luzes cerceou ainda mais o seu poder.
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“Após a oração”, por Rudolf Ernst
A separação entre religião e política, dos maiores triunfos da civilização ocidental, é visto com horror por alguns dos mais destacados líderes do mundo islâmico: “Sois a nação que em vez de governar pela shari’a de Alá […] preferiu inventar as suas próprias leis, à medida dos seus desejos. Separais a religião da política, contradizendo a natureza pura que afirma a Autoridade Absoluta do Senhor, vosso Criador […] Sois a pior civilização da história da humanidade”.

A acusação não foi proferida por um ulema do século XVII mas por Osama bin Laden e visava os EUA, mas poderia aplicar-se a qualquer outro país ocidental.
Fonte: Observador

O ENIGMA DO MANUSCRITO VOYNICH, QUEM SERÁ O SÁBIO QUE O DESCODIFICARÁ!?

História

Quer comprar o manuscrito Voynich? Talvez consiga ser o primeiro a lê-lo!

Autor


São 170 mil caracteres completamente desconhecidos e 113 desenhos de plantas que ninguém consegue identificar. Falta saber se é realmente uma mensagem em código ou se não passa de um embuste.
Um pormenor de uma página do manuscrito Voynich
Universidade de Yale
Chama-se manuscrito Voynich (ou Codex Voynich), mas há quem lhe atribua um nome mais “carinhoso”: “o livro impossível”, porque até agora ainda ninguém conseguiu decifrar este documento com mais de 500 anos. Mas se quiser ter uma cópia, basta esperar um par de anos, para que a editora Siloé, de Burgos (Espanha), tenha pronto um dos 898 fac-símiles que vai produzir. Entretanto pode começar a juntar os oito mil euros necessários.
O livro terá sido escrito, na Europa central, no final do século XV ou durante o século XVI, mas ninguém sabe ao certo. Talvez até isso esteja escrito no próprio documento, mas até ao momento ainda não foi possível decifrar a língua em que está redigido. Nem o nome do autor é conhecido. Voynich, o nome dado ao manuscrito, é, na verdade, o nome de um alfarrabista polaco-americano – Wilfrid M. Voynich — que comprou o livro em 1912.
Os donos anteriores do manuscrito não são totalmente conhecidos. À partida, terá estado na posse do imperador Rudolph II da Alemanha, depois de o ter, alegadamente, comprado ao astrólogo inglês John Dee. Aparentemente, este astrólogo tinha vários manuscritos de Roger Bacon, um monge inglês renascentista que chegou a ser tido como potencial autor do livro. E Leonardo Da Vinci também. Mas é pouco provável que o tenham sido de facto.
Depois disso, terá andado de mão em mão até chegar a Wilfrid Voynich e ficou na posse da família até a viúva o vender a H. P. Kraus, como conta a biblioteca da Universidade de Yale (Estados Unidos) — Biblioteca Beinecke de Livros e Manuscritos Raros.
Em 1969, Kraus ofereceu o manuscrito à Biblioteca Beinecke, mas o mistério continuou (e continua). Especula-se que o tema do livro possa ser magia ou ciência, porque grande parte das páginas estão ilustradas com motivos botânicos. Mas até isso deixa os investigadores confusos: existem 113 ilustrações de espécies de plantas completamente desconhecidas, aliás, nenhuma das 126 ilustrações pode ser perfeitamente identificada. Por outro lado, nota-se a falta de símbolos e motivos religiosos, tornando impossível ligá-lo a uma religião ou a uma escola de pensamento.
Os desenhos botânicos são uma das seis secções do manuscrito, explica a biblioteca na descrição do documento. As restantes são: desenhos astronómicos e astrológicos, incluindo símbolos do zodíaco; desenhos de nus femininos com abdómenes inchados, imersos em líquido ou interagindo de uma forma estranha com tubos e cápsulas; nove medalhões cosmológicos; mais de 100 espécies de ervas com características medicinais; e, por último, páginas de texto que podem conter receitas [pode conhecer as páginas aqui]. Fala-se de secções para dividir o livro, mas de facto o livro não tem capítulos, nem subtítulos.
Apesar de se saber tão pouco sobre o livro, não quer dizer que ele não tenha sido muito estudado nos últimos 100 anos. Daí que a Universidade do Arizona, graças à datação com radiocarbono, tenha colocado a origem do livro entre 1404 e 1438, segundo Skeptical Inquirer. Sabe-se que o livro tem 246 páginas — 220 das quais ilustradas –, 170 mil carateres e que foi escrito da esquerda para a direita. E que tem alguns dos pormenores curiosos como: tem entre 15 a 25 letras diferentes, tem palavras de 4-5 letras (em média), o texto não tem pontuação e nunca aparece rasurado.
Até os maiores especialistas em mensagens encriptadas foram incapazes de decifrar este código até agora. Talvez por isso haja alguns especialistas que tenham colocado a hipótese de que o manuscrito não passe de um embuste, que as letras não pertençam a nenhuma língua (nem inventada), que os conjuntos de letras não sejam palavras ou mesmo que as plantas desenhadas sejam completamente inventadas.
Pode ser que os fac-similes da editora Siloé venham a demonstrar-se proveitosos para a investigação, já que muito mais pessoas terão acesso a este documento misterioso, refere o jornal espanhol El Mundo. A editora é conhecida por ser uma referência mundial neste tipo de cópias. “Quando quisemos fazer um caderno de apontamentos de Picasso recusaram o nosso pedido argumentado que era tão parecido que poderia roçar a falsificação”, conta o editor da Siloé Juan José García.

Fonte: Observador

terça-feira, 2 de agosto de 2016

SE O MUNDO HUMANO OLHASSE À SUA VOLTA A HUMANIDADE SERIA BEM MELHOR!

Autor



27 fotografias para restaurar a fé na humanidade

O homem que lê para o colega analfabeto, a menina solidária para o professor homossexual, o rapaz que joga com o amigo separados por um vidro. 27 imagens que provam que o mundo não é um lugar mau.

http://observador.pt/2016/08/02/27-fotografias-para-restaurar-a-fe-na-humanidade/

Sejamos como o sol que não visa nenhuma recompensa, nenhum elogio, não espera lucros nem fama, simplesmente brilha! (Autor Desconhecido)

Fonte: Observador

TODOS UNIDOS JAMAIS SEREMOS VENCIDOS! O HIJAB(véu) TORNOU-SE FORMA DE PROTESTO!

Irão

No Irão, os homens usam véu como forma de protesto!



Os homens iranianos resolveram juntar-se ao movimento que luta contra a lei que obriga as mulheres a saírem à rua de véu. Os homens tiram fotos de hijab que são partilhadas nas redes sociais.

As fotografias dos homens a usar o véu estão a ser partilhadas nas redes sociais com a hashtag #MenInHijab.
My Stealthy Freedom/Facebook

Os homens iranianos juntaram um novo adereço ao seu guarda-roupa: o véu. Não se trata de um fenómeno de moda mas de uma forma particular de apoiar o protesto das mulheres contra o uso obrigatório do acessório quando saem à rua.

چالش حجاب اجباري به خانواده ها كشيده شد. 
اين عكس را فرستاده و كوتاه نوشته كه اگر مردان مي خواهند در مورد حجاب اجباري نظر بدهند خوب است محدوديت ما را تجربه كنند. نوشته : جاي ما باشيد هرگز نمي خنديد...
زير سايه ي اجبار...

Nowadays, many families in Iran are joining the #MenInHijab campaign to challenge the foundations of the compulsary veil law. One of our followers who sent us this photo wrote th...e following: "If certain men want to force women to wear the veil, or if they want to make decisions on behalf of women in our society, why don't they try the veil on themselves first to see how it really feels? If these men were in our shoes, I don't think any of them would be smiling under the shackles of obligation"

#مردان_باحجاب
#meninhijab

En français / In French:
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#IRAN #LIBERTE #FURTIVE #FEMININE

Ces jours-ci en Iran de nombreuses familles rejoignent la campagne #MenInHijab contestant les fondements de la loi sur le voile obligatoire. Une de nos abonnées écrit ceci en nous envoyant cette photo : "Si, dans notre société, certains hommes veulent obliger les femmes à porter le voile ou s'ils veulent prendre des décisions à leur place, pourquoi n'essayent-ils pas le voile d'abord sur eux-mêmes pour voir comment ça fait vraiment ? Je ne pense pas qu'un seul d'entre eux sourirait s'ils étaient à notre place, entravés par la contrainte."

#MenInHijab
#HommesEnHijab
#MyStealthyFreedom
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Hijab obrigatório desafio para a família.
Enviou esta foto e escreveu curto homens que, se eles estão sobre o hijab obrigatório pago olha bom é nossas limitações para experimentar por si mesmos. " escrito em algum lugar. Nós não estará rindo...
Sob a sombra de coerção...

Hoje em dia, muitas famílias estão se juntando a ‪#‎meninhijab‬ campanha para desafiar os alicerces da especialização véu lei. Um dos nossos seguidores, que nos enviou esta foto escreveu o seguinte: " se certos homens querem forçar as mulheres a usar o véu, ou, se eles querem tomar decisões em nome das mulheres em nossa sociedade, porque não tentam o véu em si mesmos Primeiro, para ver o que realmente sentem? Se esses homens estavam no nosso lugar, eu não acho que qualquer um deles poderia estar sorrindo sob os grilhões da obrigação "

‫#‏مردان_باحجاب‬
‪#‎meninhijab‬

En Français / em francês:
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‪#‎IRAN‬ ‪#‎LIBERTE‬ ‪#‎FURTIVE‬ ‪#‎FEMININE‬

Estes dias no irão muitas famílias se juntam à campanha ‪#‎meninhijab‬ contestando os fundamentos da lei do véu obrigatório. Um dos nossos show escrito isto nos enviou esta foto: " se, na nossa sociedade, alguns homens querem obrigar as mulheres a usar o véu ou se querem tomar decisões no lugar deles, porque não tentam o véu, em primeiro lugar Sobre si mesmos para ver como isso realmente faz? Eu não acho que apenas um deles a sorrir se estivessem no nosso lugar, prejudicados pelo constrangimento."

O Irão é o único país no mundo que obriga todas as mulheres — iranianas ou não — a usar véu (ou pelo menos a cobrir os cabelos) no seu território, como sinal de respeito em relação ao Islão. A lei foi instituída na sequência da Revolução Iraniana de 1979 e o seu cumprimento passou a ser vigiado pelas autoridades que asseguram que as mulheres se vestem da forma considerada correta na via pública.
Como forma de protesto contra esta lei, surgiu um movimento social na internet chamado My Stealthy Freedom(“a minha liberdade furtiva”, em tradução literal) onde muitas mulheres iranianas partilham fotografias nas redes sociais nas quais não utilizam véu (hijab). Mas apenas o retiram por breves instantes para posar para as fotografias, uma vez que estão proibidas de andar na rua sem hijab.


Finally a positive consequence of Iranian women’s protests to the mandatory veil and their resistance against the Morality Police:
نتیجه ی اعتراض های زنان ایرانی به حجاب اجباری و مقاومت زنان در برابر گشت های ارشاد
مرکز پژوهش‌های مجلس شورای اسلامی ایران به طرح مجلس برای رعایت حجاب ایرادات زیادی گرفته از نمایندگان مجلس خواسته که این ، طرح را مسکوت بگذارند.شاید در طول این سالها این نخستین بار است... که یک نهاد نزدیک به مجلس به نمایندگان هشدار داده که اجرای "طرح صیانت از حریم عفاف و حجاب" بین حکومت و مردم شکاف ایجاد می‌کند و باعث مقاومت مردمی و انتقاد بین المللی از کارنامه حقوق بشر ایران می شود. اگر کوتاه نیاییم و با صدای بلندتر اعتراض کنیم بلاخره صدای مان به آنها تحمیل می شود که هیچ زنی را نمی شود به زور روانه بهشت کرد.
The Research Centre of the Iranian Parliament has announced that there have been numerous obstacles with regards to a recently proposed bill aiming to reinforce compliance with the dress code and has warned the Parliament to suspend the bill. This is arguably the first time that a legal body associated with the Parliament has actually cautioned the MPs not to adopt a more conservative bill on the enforcement of the dress code citing the following reasons: Firstly, such a bill runs the risk of creating a deep chasm between the government and the population. Secondly, (it appears that international pressure has been effective) they have also mentioned that the growing resistance of the population towards to the proposed bill and the international pressure and criticisms should be taken seriously

If we keep on fighting tirelessly and more loudly, our voice will eventually be relayed to their ears. They will eventually understand that they cannot send women to heaven by force. Ver Mais

Finalmente uma consequência positiva de mulheres iranianas é protestos obrigatórios, o véu e a sua resistência contra a moralidade polícia:
Então a objeção de mulheres iranianas em hijab obrigatório e resistência contra mulheres era de ershad
Centro de pesquisa da Assembleia consultiva islâmica do Irã sanções ao parlamento para observar hijab yrạdạt tomado grande parte do conselho de estado quer este, o projecto. Mascotte talvez durante este anos, esta é a primeira vez que uma pessoa tem para perto do conselho de estado anunciou que correr "padrão do soldado ṣyạnt santuário e hijab" entre o governo e o povo crack crescimento e resistência fazendo com que as pessoas e críticas Do Conselho Internacional dos direitos humanos irão é. Se você está curto e voz mais alto nós finalmente diz que a nossa voz ser-lhes-á concedida a qualquer mulher que você não será enviado para o jardim.
O Centro de investigação do parlamento iraniano anunciou que tem havido inúmeros obstáculos com relação à uma proposta recentemente bill com o objetivo de reforçar a conformidade com o dress code e alertou o parlamento para suspender o Bill. Este é sem dúvida a primeira vez que um organismo legal associado com o parlamento tem realmente advertiu os Pms para não adotar um mais conservadora bill na execução da dress code citando as seguintes razões: em primeiro lugar, um tal de Bill corre o risco de criar um profundo Abismo entre o governo e a população. Em segundo lugar, (parece que a pressão internacional tem sido eficaz) eles também mencionou que a crescente resistência da população em direção ao proposto bill e a pressão internacional e críticas devem ser levado a sério.

Se continuar-mos lutando incansavelmente e mais alto, nossa voz acabará por ser transmitida aos seus ouvidos. Acabarão por entender que eles não podem mandar as mulheres pôr o véu pela força.
Antes da revolução liderada pelo Ayatollah Khomeini, a utilização do véu no Irão não era obrigatória. Nas cidades, a maioria das mulheres saíam à rua de cabelo à mostra. O véu era usado sobretudo pelas mulheres das zonas rurais. O movimento “My Stealthy Freedom” pretende devolver às mulheres iranianas o direito à escolha a usar ou não hijab e agora os homens iranianos também se juntaram à causa.

حجاب اجباري ظلمي بزرگ به نيمي از جامعه ايراني و توهيني بزرگ به نيمه ديگر است.

Compulsory veil is an immense cruelty to half of Iran's population while also being a huge insult to the other half.
#مردان_باحجاب
#MenInHijab...

En français / In French:
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#IRAN #LIBERTE #FURTIVE #FEMININE

Le voile obligatoire est d'une cruauté immense pour la moitié de la population iranienne tout en étant aussi une énorme insulte envers l'autre moitié.


#MenInHijab
#HommesEnHijab
#MyStealthyFreedom
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Obrigatório véu é uma imensa crueldade para metade da população do irão e ao mesmo tempo ser um insulto enorme para a outra metade.
‪#‎MenInHijab‬

En Français / em francês:
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‪#‎IRAN‬ ‪#‎LIBERTE‬ ‪#‎FURTIVE‬ ‪#‎FEMININE‬

O véu obrigatório é de uma crueldade imensa para a metade da população iraniana, sendo também um grande insulto para a outra metade.

Como forma de mostrarem solidariedade para com as mulheres, enquanto elas surgem nas imagens sem véu, eles fazem questão de pôr o hijab para tirar a fotografia. Pretendem mostrar desta forma que não concordam com as regras que definem como se devem vestir as mulheres para poderem sair à rua.
Fonte: Observador



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

AS GAFES DO ONTEM E DO HOJE!? NA CATARA DE PEDRO!



O ONTEM!


O terrorismo islâmico e a profecia do Papa Bento XVI


Alguns anos atrás, em Ratisbona, o Papa Bento XVI levantava a sua voz contra a violência no mundo muçulmano. Embora a mídia reprovasse o seu discurso, o tempo tratou de dar-lhe razão. Suas palavras nunca foram tão atuais. O Papa foi um profeta.

No dia 12 de setembro de 2006, durante uma Aula Magna na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, o Papa emérito Bento XVI fazia um dos mais importantes discursos de todo o seu pontificado. Diante de representantes das ciências, ele convidava as diferentes culturas e religiões do mundo a um diálogo entre a fé e a razão, bem como à superação da violência e da coação em matéria religiosa. "Deus não se compraz com o sangue", dizia o Santo Padre, na ocasião, citando um imperador da Idade Média. "Não agir segundo a razão é contrário à natureza de Deus."
Os eventos que vieram em seguida, no entanto, pareciam indicar um desastre. As palavras de Bento XVI foram mal interpretadas no mundo islâmico e, como consequência, extremistas atacaram igrejas na Palestina, uma religiosa italiana foi assassinada na Somália e um padre foi cruelmente decapitado no Iraque: o caos.
Para alguns jornalistas e "especialistas" em religião, não restava dúvidas de que o Papa tinha cometido uma "gafe" – e, até agora, foi mais ou menos essa a imagem que ficou para o mundo. O Papa emérito tinha trocado os pés pelas mãos, causa finita.
Nesta semana, depois de um atentado de radicais muçulmanos à cidade de Paris – que já contabiliza mais de 130 mortos –, foi impossível não lembrar de Ratisbona.
Na verdade, desde o ano passado, com a ascensão do chamado Estado Islâmico, o discurso de Bento XVI começou a ganhar uma atualidade fora do comum, quase profética. Cristãos cruelmente decapitados e crucificados – simplesmente por serem cristãos –, mulheres sequestradas e violentadas sexualmente várias vezes ao dia, crianças mortas sem nenhum sinal de piedade constituem apenas alguns dos itens desse "quadro de horrores" pintado (com sangue) pelos guerreiros do ISIS – um quadro que põe a humanidade em sobressalto e faz de Ratisbona uma mensagem absolutamente obrigatória para os dias de hoje.
Em sua mensagem, o Papa Ratzinger chama o mundo das ciências e das religiões a uma reconciliação. "Fé e razão", diz ele, não são contrárias entre si, mas devem andar juntas. Para provar o seu ponto, Bento cita o início do prólogo do Evangelho de São João, que diz: "No princípio, era o Verbo". Falando da contribuição da filosofia grega para o desenvolvimento do pensamento cristão, ele explica que a palavra "λόγος" ( logos), aqui utilizada pelo Evangelista, significa, literalmente, "razão". Assim, na fé cristã, Deus aparece como a própria Razão, um ente dotado de razoabilidade.
As conclusões desse pensamento, traçadas por um imperador bizantino medieval, Manuel II Paleólogo, são evidentes:
"Não agir segundo a razão ('σὺν λόγω') é contrário à natureza de Deus. A fé é fruto da alma, não do corpo. Por conseguinte, quem desejar conduzir alguém à fé tem necessidade da capacidade de falar bem e de raciocinar corretamente, e não da violência nem da ameaça... Para convencer uma alma racional não é necessário dispor do próprio braço, nem de instrumentos para ferir ou de qualquer outro meio com que se possa ameaçar de morte uma pessoa."
Nisso consiste a essência da fala de Bento XVI, a "afirmação decisiva" de toda a sua argumentação. Para ele e para Manuel II, assim como para todos os cristãos, está bem claro: a fé, separada da razão, conduz ao fundamentalismo e à violência. A pergunta a ser feita é se isso está igualmente claro para os muçulmanos, ou se, ao contrário, a sua visão "absolutamente transcendente" de Deus o destaca de todas e quaisquer categorias humanas, incluindo a própria razoabilidade.
Hoje, com as ameaças do Estado Islâmico tomando proporções mundiais, está mais do que evidente a urgência e a importância de questões como essa serem respondidas. Pessoas no mundo inteiro, intrigadas com o que aconteceu em Paris, estão se perguntando o mesmo. Será o Islã capaz de converter as pessoas pelo simples uso da razão, sem recorrer à força bruta ou à agressão? Será capaz de pregar a sua religião sem "dispor do próprio braço" ou "ameaçar de morte uma pessoa"?
No fundo, dar uma resposta efetiva a tudo isso é uma tarefa que só os muçulmanos podem realmente levar a cabo.
Um mês depois de Ratisbona, de fato, algumas vozes do mundo islâmico chegaram a aceitar o convite do Santo Padre a um diálogo. Cem intelectuais, de diversas partes do mundo, endereçaram-lhe uma carta aberta, na qual respondiam respeitosamente algumas das questões levantadas em seu discurso.
Em 2008, foi a vez do Rei Abdullah, da Arábia Saudita, dar uma resposta às indagações de Bento XVI. "Tragédias que aconteceram na história – disse o monarca árabe, durante um encontro inter-religioso – não foram causadas pela religião, mas pelo extremismo adotado por alguns dos seguidores de cada uma das religiões."
Enquanto isso, todavia, o sangue dos mártires cristãos continua a correr e a clamar por justiça no Oriente Médio. Para resolver a situação e dar um basta à impiedade, não bastam elucubrações teológicas de uns ou um mea culpa de outros. É preciso deter efetivamente a violência perpetrada pelo fundamentalismo islâmico, começando de cima, de onde vêm as ordens para a jihad. Até o momento, porém, não há sequer a mais remota esperança de que isso aconteça.
Às famílias francesas, sofrendo pela perda de seus entes queridos, as nossas mais profundas condolências e orações. Possa a França voltar, depressa, à sua vocação de "filha mais velha da Igreja". Possa a Europa recuperar, o quanto antes, a sua identidade cristã. Antes que seja muito tarde.
Fonte: Padre Paulo Ricardo- Por Equipe Christo Nihil Praeponere
O HOJE


28.07.2016 - Hora desta Atualização - 13h50
No Encontro do voo para cracóvia, diante dos jornalistas bergoglio teve de responder a uma pergunta sobre padre Jacques, o padre francês degolado no altar.
n/d
E realmente fez cair os braços mais uma vez... É deprimente constatar uma tal superficialidade e uma tão obstinada defesa do Islã, ele que sempre é feroz quando ataca a igreja e os cristãos.
Além disso, a sua impreparação e a sua miséria cultural se destacam de forma desconcertante nestas ocasiões...
Quando se trata de fatos ou pedidos que estão fora dos seus esquemas ideológicos, com efeito, antes procura repetir coisas já ditas mil vezes e nunca aprofundadas, nunca objeto de verdadeira e profunda reflexão (" O mundo está em guerra, guerra em pedaços. Houve aquela de 1914, com os seus métodos, e depois a de 1939-45 e agora esta ").
Depois murmura alguma frase de circunstância sobre o episódio específico (" Este Santo padre, morto no momento em que oferecia a oração para a paz ").
Então vem a banalidade "à catalão". Como esta: "o mundo está em guerra porque perdeu a paz".
No final, porém decide sempre a frase com que faz compreender o seu verdadeiro propósito, o que pretende dizer absolutamente. Neste caso queria defender o islã, queria apoiar (com grande desprezo do ridículo) que o Islã não tem nada a ver com o que está acontecendo.
Assim Bergoglio disse textualmente: "uma única palavra, gostaria de dizer para esclarecer: quando falo de guerra quero guerra a sério, não de guerra de religião. Falo de guerras de interesses, por dinheiro, pelos recursos da natureza, pelo domínio dos povos ".
Como qualquer um pode perceber, este absurdo colossal não tem absolutamente nada com o fato em questão.
Aqui há muçulmanos, integrados na Europa, que (sem ser nem pobres, nem marginalizados), Só por ódio ideológico, entraram em uma igreja e degolaram o padre enquanto celebrava a missa.
A tolice dita por bergoglio deriva de uma subcultura marxista (aquela que circula na devastada igreja sul-Americana) que reduz tudo à economia como motor da história.
Ignorante de história (e de teologia) Bergoglio não vê outros motivos das ações humanas que a economia, nunca ouviu falar de um século, o século XX, em que as ideologias devastaram povos inteiros, só pelo veneno da mentira e do ódio (sem qualquer sentido econômico).
É surpreendente que um papa não saiba que o mais forte motivo da história é espiritual. É mesmo por saber que a concepção do homem tenha....
Aliás para o terrorismo islâmico foi demonstrado mil vezes que não há nenhuma causa social e econômica, se não uma sede de domínio e de conquista ideológica que dura há 14 séculos.
Mas Bergoglio quis repetir esta sua treta para defender o islã enquanto em nome dessa religião dos grupos de fanáticos cometem carnificinas e atentados.
Só Bergoglio o ignora. Na verdade, ele hoje chegou a dizer: " Eu não falo de guerra de religião. As religiões, todas as religiões, querem a paz ".
Todas as religiões, querem a paz? Ele nunca olhou o Alcorão? Nunca leu uma história do Islã?
Aquela de Bergoglio é uma negação da evidência. É a clássica mentira da ideologia.
Temos vistos tantos, no século XX, que, cegos pela ideologia, negavam também as evidências mais gritantes... Além disso, a incrível frase de Bergoglio implica que as religiões são todas boas e isto contraria com todo o ensino da igreja e da Sagrada Escritura. Haveria de perguntar-lhe: também as religiões que praticavam sacrifícios humanos queriam a paz?
Aliás Bergoglio não se limitou a dizer essa mentira (ou seja, que "todas as religiões, querem a paz"), Mas acrescentou:  "a guerra a que os outros querem. Entendeu!".
E esta é uma das suas gafes. Porque, se a vontade a guerra são "os outros " estranhos às religiões, isso significaria que estes " outros " seriam os ateus, aqueles que não têm religião.
Mas Bergoglio se guarda bem em atacar, incrédulos, ateus e agnósticos, precisamente nesse mundo tem os seus mais queridos amigos e os seus mais enlouquecidos fãs. Não se lembra de nenhum discurso contra o ateísmo e a incredulidade... Como se vê, pois: um desastre.
Por isso, limito-me a relançar um post de Sandro Magister que precisamente esta manhã voltou a apresentar um texto do jesuíta padre Samir Khalil Samir S.L. Grande perito do Islã e professor do pontifício Instituto Oriental de Roma, que também foi reitor interino.
"Nos anos de Bento XVI foi o islamologo mais escutado no Vaticano", Diz Magister. Mas é óbvio que não é ouvido hoje. Com efeito, o seu texto tem este título: é falso dizer que "O Islã é uma religião de paz".
Parece a exata resposta (antecipadamente) à bergogliata de hoje.
Padre Samir escreve textualmente: " se você continuar a dizer que é o islã é uma religião de paz ', Criamos apenas confusão e mistificação ".
É triste que, neste mundo, à deriva, hoje, também de uma cadeira que deveria dispensar a luz da verdade ', Se propague apenas confusão e mistificação.
Fonte: Rainha Maria