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quinta-feira, 14 de maio de 2015

AS FARPAS DE MAFALDA CONTINUAM NA ORDEM DO DIA!

banda desenhada

Como a Mafalda nos ensinou a pensar

Política, Direito, Ambientalismo. A vida. Ao fim de cinquenta anos, Mafalda continua a mesma menina de 6 anos reivindicativa que nos faz rir das desgraças. E Quino mantém-na de olhos bem abertos.

Mafalda tem deixado marcas em todas as gerações desde 1964
Quino / Caminito S.A.

  Autor   .Observador
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As histórias da Mafalda não podem começar por “era uma vez”, mesmo que Quino quisesse. É que, ao fim de cinquenta anos de vida, as tiras satíricas da menina de seis anos continuam muito atuais. A provar isso está o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades que o desenhador argentino de 82 anos ganhou ainda no ano passado.
Mafalda detesta sopa, a guerra, as armas e Bond – James Bond. Mas adora Beatles e é uma grande defensora dos direitos humanos. É uma criança de mente aberta e linguagem primorosa, que se rege pela honestidade e um certo – muito – descaramento.
A verdade é que a Mafalda tem deixado marcas em todas as gerações desde 1964. E existem muitas lições de vida a absorver das suas bandas desenhadas. Quais? Estas, por exemplo:
Nunca devemos parar
Ver televisão pode ser deprimente
Tradução livre: “Televisão: Que programa asqueroso. Desculpa-me [televisão], é o costume afinal”

O mundo consegue ser igualmente deprimente
Tradução livre: “E o mundo: Com tantos desgostos o pobre [do planeta, representado pelo globo] enfraquece” 
Por isso, mais vale dosear muito bem o tempo que passamos a pensar nele
Tradução livre: “Bom dia, que mundo temos hoje? O primeiro, o segundo e o terceiro. Se houver liberdade, justiça e essas coisas, despertem-me, seja qual for o mundo”

Ou talvez uma imagem valha mais que mil pensamentos








Tradução livre: “A situação mundial: Papá, que trouxeste? Um monumento à situação internacional?”

Os políticos vão sempre falhar as nossas expectativas

Tradução livre: “E o mundo de Mafalda: Quero felicitar os países que conduzem a política mundial. Assim haja alguma vez motivos para isso”

Se calhar exigimos sempre demais. Crescer é complicado. Muito complicado!

Tradução livre: “Claro, aos dois meses e dentro de um berço não podes ter a mínima ideia de tudo o que acontece no mundo. Claro que não”

O factor surpresa é sempre preferível

Tradução livre: “Vês, pomos a semente, tapamos, regamos um pouco e dentro de algumas meses teremos uma linda planta [pai]”; “Pois, tiveste de me contar o final!”

O conceito de democracia merece uma revisão E o significado de liberdade também.

 “A liberdade que você vende: Mas esta liberdade [a estátua] que você vende não tem chama? Porque só se acende quando carregamos [em castelhano, oprimimos, que tem duplo sentido]. Sim, já me tinha dado conta”Trabalhar para viver ou viver para trabalhar?

 “E vocês, como chegam ao fim das segundas-feiras: Enviamos todos uns dias um pai [para o trabalho] para que o escritório nos devolva isto?”… Até porque pode ser inútil.

Tradução livre: “Desde esta humilde cadeirinha, faço um emotivo apelo à paz mundial!! Parece que hoje em dia o Vaticano, a ONU e a minha cadeirinha têm o mesmo poder”

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