Nossa primeira obrigação para com Deus é
adorá-Lo e honrá-Lo.
É preceito da
própria lei natural que todo inferior deve homenagem a seu superior.
E quanto maior a
dignidade deste, tanto maiores devem ser as honras que se lhes prestam. Daí
resulta que, sendo Deus de majestade infinita, homenagens infinitas Lhe devemos.
Infelizes que
somos! Onde encontraremos oferenda digna de nosso Criador? Passei vós em revista
todas as criaturas do Universo: coisa alguma encontrareis digna
d’Ele.
Ah! é que uma
oferenda digna de Deus não pode ser senão o próprio Deus.
Necessário é que Aquele,
que está sentado no trono de Sua Majestade, desça para oferecer-se como vítima
sobre os nossos altares, a fim de que a homenagem corresponda perfeitamente à
Excelência de sua grandeza infinita.
Isto é o que se
realiza na Santa Missa, pela qual Deus é adorado na medida que
merece, porque é adorado por Deus mesmo, isto é, por Jesus que, pondo-se sobre
o altar em estado de vítima, adora a Santíssima Trindade por um ato de inefável
dependência e tanto quanto Ela merece.
E de tal modo que
todas as outras homenagens que Lhe possam prestar as criaturas, comparadas a
essa humilhação de Jesus, desaparecem como as estrelas em presença do
sol.
Conta-se de uma
santa alma que, totalmente abrasada de amor a Deus, traduzia em mil desejos o
ardor de sua ternura:
“Ah! meu
Deus, dizia ela, quisera ter tantos corações e tantas línguas como há
de folhas nas árvores, de átomos no ar e de gotas d´água, para vos
amar e louvar como mereceis.
Oh! Se eu tivesse em meu poder todas se
consumissem de amor por vós, contanto que eu vos amasse mais que todas juntas,
mais que todos os Anjos, os Santos e todo o Paraíso!” Certo dia em que tal desejo repetia com
mais fervor do que nunca, ouviu o Senhor responder-lhe:
“Consola-te, minha
filha, pois com uma só Missa que participas com devoção, dás-me toda esta glória
que me desejas, e ainda mais infinitamente.”
Admirai-vos talvez esta
afirmação?
Não tendes motivo,
pois visto nosso boníssimo Jesus ser não somente Homem, mas Deus verdadeiro e
Todo-Poderoso, quando Ele se aniquila sobre o altar, dá com este ato homenagem e
adoração infinitas à Santíssima Trindade.
Deste modo que
nós, que concorremos com Ele no oferecimento deste grande Sacrifício, damos
também de nossa parte, a Deus, honra e homenagem infinitas. Oh! Que coisa
sublime! Digamos uma vez ainda, pois importantíssimo é sabê-lo: sim, assistindo à Santa Missa, prestamos a Deus adoração, honra e
homenagem infinitas.
Deixai, aqui,
empolgar-vos de admiração, e reconhecei que é absolutamente verdade dizer que,
ao assistirmos com devoção à Santa Missa, damos a Deus mais glória, do que lhe
dão, com suas adorações, todos os Anjos e todos os Santos juntos: pois,
definitivamente, eles são apenas simples criaturas e, portanto, suas homenagens
são limitadas e curtas.
Na Santa Missa, porém,
Jesus se aniquila e esta humilhação é de valor e mérito
infinitos.
Por conseguinte, a
homenagem e a honra que por meio d´Ele prestamos a Deus na Santa Missa, são
homenagem e amor infinitos.
Sendo assim, como
quitaremos bem a nossa primeira dívida com Deus, assistindo à Santa Missa! Ó mundo obcecado, quando abrirás os
olhos para compreender verdade tão importante.
E vós cristãos negligentes,
tereis ainda a coragem de dizer: “Uma missa a mais, uma missa a menos, pouco
importa”? Que triste cegueira!
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Fonte:
retirado do livro “As Excelências da Santa Missa” de São Leonardo de Porto
Maurício.
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