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sexta-feira, 8 de julho de 2016

UM OUTRO NA NOSSA VIDA NA PLANITUDE DO AMOR!

Preciso de ti

 
Sentir a falta é descobrir não um vazio mas uma abertura e uma potencialidade altíssima, a de acolher o outro dentro de si próprio e só assim sentir-se preenchido, feliz, realizado. Esta mesma consideração vale para todo o verdadeiro amor, incluído o místico, que é descoberta da falta de um Outro que seja para ti fonte de plenitude.
«Queres saber quem és para mim. Eis, então: tu és aquela que me impede de me bastar. Tu deste-me a coisa mais preciosa de todas: a falta!»
Christian Bobin é um escritor francês de 65 anos, marcado por uma forte espiritualidade e com obra traduzida em Portugal, embora muito reduzida.
As palavras que hoje citamos constituem provavelmente a substância mais íntima do amor: não é por acaso que são ditas a Ghislaine, a mulher amada.
A autenticidade do amor, o seu grande dom humano e espiritual é precisamente este: fazer-te compreender que precisas do outro, que não te bastas a ti próprio, que a auto  suficiência e o orgulho são ilusões e que o egoísmo é pobreza.
Sentir a falta é descobrir não um vazio mas uma abertura e uma potencialidade altíssima, a de acolher o outro dentro de si próprio e só assim sentir-se preenchido, feliz, realizado.
Esta mesma consideração vale para todo o verdadeiro amor, incluído o místico, que é descoberta da falta de um Outro que seja para ti fonte de plenitude.
Por isso é perigoso o momento em que não se sente falta de ninguém, no convencimento de bastar-se a si mesmo. Esta é a condição da morte do espírito.
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Para quem ama, pelo contrário, a existência torna-se como Bobin a descrevia no romance “Geai”: «A vida é um presente que abro a cada manhã, quando desperto. A vida é um tesouro de que descubro a parte mais bela a cada noite antes de fechar os olhos».
 P. (Card.) Gianfranco Ravasi 
In "Avvenire" 
Trad.: Rui Jorge Martins 
Fonte: Pastoral da Cultura-Publicado em 7.7.2016

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