A LUZ DE BELÉM PARA O MUNDO: VINDA DOS MAGOS!

 

Ofereçamos a Deus mais que «retalhos do tempo»: Com o papa na rota da luz de Belém para o mundo    «Também na nossa vida há muitas estrelas, luzes que brilham e orientam. Cabe a nós escolher quais seguir. Há luzes intermitentes, que vão e vêm, como as pequenas satisfações da vida: mesmo sendo boas, não chegam, porque duram pouco e não deixam a paz que procuramos. Há depois as luzes ilusórias da ribalta, do dinheiro e do sucesso, que prometem tudo e já: são sedutoras, mas com a sua intensidade cegam e fazem passar dos sonhos de glória à escuridão mais densa. Os magos, ao contrário, convidam a seguir uma luz estável e gentil, que não se desvanece, porque não é deste mundo: vem do céu e resplandece no coração.» Saiba mais Também na nossa vida há muitas estrelas, luzes que brilham e orientam. Cabe a nós escolher quais seguir. Há luzes intermitentes, que vão e vêm, como as pequenas satisfações da vida: mesmo sendo boas, não chegam, porque duram pouco e não deixam a paz que procuramos. Há depois as luzes ilusórias da ribalta, do dinheiro e do sucesso, que prometem tudo e já: são sedutoras, mas com a sua intensidade cegam e fazem passar dos sonhos de glória à escuridão mais densa. Os magos, ao contrário, convidam a seguir uma luz estável e gentil, que não se desvanece, porque não é deste mundo: vem do céu e resplandece no coração. Esta luz verdadeira é a luz do Senhor, ou melhor, é o Senhor. Ele é a nossa luz: uma luz que não encandeia, mas acompanha e dá uma alegria única. Esta luz é para todos e chama cada um: podemos assim sentir dirigido a nós o convite de hoje do profeta Isaías: «Erguei-vos, revesti-vos de luz». No início de cada dia podemos acolher este convite: ergue-te, revesti-te de luz, segue hoje, entre as tantas estrelas cadentes do mundo, a estrela luminosa de Jesus. Seguindo-a, teremos a alegria, como acontece aos magos, que «ao ver a estrela, sentiram uma grande alegria»; porque onde há Deus há alegria. Quem encontrou Jesus experimentou o milagre da luz que rasga as trevas e conhece esta luz que ilumina e brilha. Desejaria, com muito respeito, convidar todos a não ter medo desta luz e a abrirem-se ao Senhor. Sobretudo desejaria dizer a quem perdeu a força de procurar, a quem, dominado pela obscuridade da vida, extinguiu o desejo: «Coragem, a luz de Jesus sabe vencer as trevas mais negras». Ergue-te, coragem! Como encontrar esta luz divina? Sigamos o exemplo dos magos, que o Evangelho descreve sempre em movimento. Quem quer a luz, com efeito, sai de si e procura: não fica fechado, parado a olhar o que acontece à volta, mas coloca em jogo a própria vida. A vida cristã é um caminho contínuo, feito de esperança e de procura; um caminho que, como o dos magos, prossegue mesmo quando a estrela desaparece momentaneamente da visão. Neste caminho há também ardis que devem ser evitados: os mexericos superficiais e mundanos, que travam o passo; os caprichos paralisantes do egoísmo; os buracos do pessimismo, que aprisionam a esperança. (…) Não basta saber que Deus nasceu, se não se faz com Ele Natal no coração (…). Os magos fizeram-no: encontrado o Menino, «prostraram-se e adoram-no». Não ficaram apenas a olhar, não disseram só uma oração de circunstância (…), mas adoram-no: entraram numa comunhão pessoal de amor com Jesus. Depois deram-lhe ouro, incenso e mirra, ou seja, os seus bens mais preciosos. Aprendamos dos magos a não dedicar a Jesus só os retalhos do tempo e alguns pensamentos de vez em quando, de outro modo não teremos a sua luz. Como os magos, coloquemo-nos a caminho, revistamo-nos de luz seguindo a estrela de Jesus, e adoremos o Senhor com todo o nosso ser.                                    Papa Francisco  Excertos da intervenção antes da oração do Angelus, 6.1.2017, Vaticano Trad. / edição: Rui Jorge Martins  Fonte: Pastoral da Cultura-Publicado em 06.01.2017