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quinta-feira, 30 de março de 2017

FÁTIMA ALTAR DO MUNDO! IMAGEM DE MARIA PEREGRINA ATÉ AOS CONFINS DA TERRA!

Leitura: "Fátima no mundo - Álbum de viagem" [Imagens]

  
«Impressionou-me como o impacto da imagem reúne tanto consenso pelo mundo fora. Todos são unânimes em dizer como aquela imagem tão simples, misteriosamente, arrasta multidões, e não só católicos, todo o tipo de cristãos e de praticantes de outras religiões, mesmo não crentes, um fenómeno», sublinha o autor, Manuel Arouca.
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«Esta aventura com Nossa Senhora de Fátima pelo mundo teve início em 1997 quando, pela primeira vez, peregrinei a pé para Fátima. Fi-lo por mera curiosidade e experiência. Calcei uns ténis. Puseram-me um terço nas mãos. Nem sabia rezar a Ave-Maria e a Santa Maria completas. A primeira sensação, inesquecível, for ao pormo-nos a caminho. Olho para trás e de repente o meu vasto mundo de preocupações ficou a uma imensa distância. Uma sensação libertadora. E abriu espaço no meu coração a ser tocado por Deus através de Nossa Senhora. O que depois senti ao longo da caminhada não o consigo explicar por palavras. A minha vida mudou.»

Começa nestes passos peregrinantes a caminho da Cova da Iria o documentário "Fátima no mundo" (2011), exibido nos cinemas e transmitido na televisão, que o seu autor, Manuel Arouca, autor de 15 livros, 10 telenovelas, cinco séries televisivas e quatro documentários, passou para o livro com o mesmo nome, recentemente editado pela Oficina do Livro.
Ao lado de Manuel, no filme, e nas fotografias que são o coração do livro, esteve a mulher, Cristina, que com ele partilhou «uma forte conversão»: «Foi após a minha primeira peregrinação a Fátima que, depois de cinco anos casados pelo civil, casámos pela Igreja. Já tínhamos dois filhos e veio uma terceira. No fundo, a realização deste documentário seria como uma peregrinação pelo mundo, nos braços de Nossa Senhora, por nos ter juntado na fé.
A pesquisa começou em 2007, com o apoio do Santuário de Fátima. Perceberam que «o grande motor de arranque para a devoção pelo mundo fora foi a primeira saída da Imagem Peregrina. Uma das protagonistas ainda estava viva, a Dona Maria Teresa Vilas Boas», escreve Manuel Arouca.
Observa o autor: «Impressionou-me como o impacto da imagem reúne tanto consenso pelo mundo fora. Todos são unânimes em dizer como aquela imagem tão simples, misteriosamente, arrasta multidões, e não só católicos, todo o tipo de cristãos e de praticantes de outras religiões, mesmo não crentes, um fenómeno». O documentário e os seus participantes receberam o elogio do papa Francisco.
«Ao percorrer os vários continentes para recolher testemunhos marcantes na identidade de tantos locais, comunidades e vidas de homens e mulheres dos quatro cantos da Terra, Manuel Arouca capta histórias de conversão relacionadas com Nossa Senhora de Fátima», sublinha a jornalista Aura Miguel no prefácio. Este álbum de viagem «revela a criatividade de tantos, tão diferentes, que aceitam este abraço de amor, tão maternal e acolhedor».
"Locais de devoção", "Procissões", "Personagens com grande carisma" e "Milagres e outras histórias extraordinárias" constituem os capítulos deste livro, que conduz o leitor a locais como Maui (Havai), Soweto (África do Sul), Brasil, fronteira entre Coreia do Norte e do Sul, Hong Kong, Goa, Itália, Polónia, República Checa, EUA, Viena e Londres, e evoca personalidades como o padre Pio e Corazón Aquino.

Maui, Havai
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
«Nesta ilha luxuriante, rasgada pelas cascatas, pensamos em tudo menos em encontrar a devoção a Nossa Senhora de Fátima, Para mim, era sobretudo um cenário exótico para filmes e séries de TV. Voei, com o meu filho Domingos, já a seguir as pisadas do pai, de Los Angeles para Maui. (...)
Rapidamente me deixei envolver pela marca de Nossa Senhora de Fátima. Ela é o grande elo de união da comunidade lusa, maioritariamente de origem madeirense, na qual praticamente já fala a língua de Camões. Na sua maioria capatazes, eram a correia de transmissão entre os patrões ingleses e os trabalhadores locais. E no parque mais famoso da cidade lá está um nicho em honra de Nossa Senhora de Fátima, Mas o que nos espanta é uma igreja, que lhe é dedicada, erguida na encosta de um monte exuberante, como nos conta, de uma forma serena, a milagrada Ava Carmichael, conhecedora de episódios extraordinários e que tem uma história dramática. (...)
Trata-se de uma igreja cheia de histórias fabulosas. Primeiro, pela sua própria construção, no século XIX. Situada num local de difícil acesso, foram estranhos fenómenos naturais que trouxeram os materiais de construção necessários para a edificação do templo. Nos anos 1950, estava praticamente desativada quando ali chegou um padre belga, de nome Jean-Marie Sisterman, da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, e a dedicou a Nossa Senhora de Fátima. Vivia-se uma grande tensão com a Rússia comunista e ateia, era a Guerra Fria. E o apelo consistia na mensagem de Fátima e na conversão da Rússia. Isso levou as pessoas da ilha, traumatizadas pela Segunda Guerra Mundial, a rezarem diariamente na capela. Esta, mais do que ter sido restaurada, como que renasceu" É muita a devoção e ali senti-me como um peregrino no meio daquela natureza que beija um pouco do céu.»
Soweto, África do Sul
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
«Quando a Cristina me disse que existia uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima no Soweto, não acreditei. Mesmo cético, recomendei-lhe que avançasse na pesquisa. Foi assim que se entrou em contacto com o padre Jean-Marie. Pelo seu testemunho, troca de "emails", telefonemas, começámos a não ter dúvidas de que algo de extraordinário se passava ali, no Soweto, um bairro problemático e conflituoso. As informações foram-nos chegando e refletiam uma organização que nos suscitava uma grande curiosidade. (...)
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Na igreja de Nossa Senhora de Fátima esconderam-se e abrigaram-se muitos ativistas, aquando da luta contra o "apartheid". E, também fruto do inspirado padre Jean-Marie, há toda uma obra social e cultural que vai afastando os jovens de uma vida de drogas e doutros perigos. Num bairro problemático, como já referimos, Nossa Senhora de Fátima é espelho de amor, acolhimento, alegria e esperança. Uma espiritualidade em constante crescimento. E a procissão com a imagem de Nossa Senhora de Fátima é de uma contagiante alegria e fé.»
Fronteira com a Coreia do Norte, Coreia do Sul
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca

«Vêm muitos peregrinos coreanos a Fátima e isso despertou a nossa curiosidade. Quisemos saber porquê... Através do Apostolado Mundial de Fátima soubemos que se ia construir, na Coreia do Sul, um santuário, na fronteira com a Coreia do Norte. A grande razão estava na mensagem de paz e da conversão do comunismo ateu. Essa é uma das grandes forças, na Coreia do Sul, de tanta fé em Nossa Senhora de Fátima. E enquanto se vai preparando essa obra de muita fé e esperança, realiza-se uma missa junto da fronteira com a imagem de Nossa Senhora. Não podíamos faltar. (...)
Primeiro, um grande número de camionetas, cheias de peregrinos, que partem de Seul para a fronteira com a Coreia do Norte, zona de conflito e alto risco, onde se realiza uma ampla eucaristia, que tem como rainha Nossa Senhora de Fátima. (...) Os rostos, os lenços, os cânticos, a emoção, deixam-nos arrepiados. Depois, obtivemos o testemunho muito forte de um peregrino que, por ser protestante, chegava a atirar pedras à imagem de Nossa Senhora, mas que por via daquela imagem tão misteriosa, que representa o amor de Nossa Senhora, o seu coração rasga-se e sente finalmente a conversão e o amor de Deus.»

Edição: SNPC 
Publicado em 29.03.2017
Fonte: Pastoral da Cultura

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