Leitura: "Fátima no mundo - Álbum de viagem" [Imagens]
«Impressionou-me como o impacto da imagem reúne tanto consenso pelo mundo fora. Todos são unânimes em dizer como aquela imagem tão simples, misteriosamente, arrasta multidões, e não só católicos, todo o tipo de cristãos e de praticantes de outras religiões, mesmo não crentes, um fenómeno», sublinha o autor, Manuel Arouca.
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Maui, Havai
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
«Nesta ilha luxuriante, rasgada pelas cascatas, pensamos em tudo menos em encontrar a devoção a Nossa Senhora de Fátima, Para mim, era sobretudo um cenário exótico para filmes e séries de TV. Voei, com o meu filho Domingos, já a seguir as pisadas do pai, de Los Angeles para Maui. (...)
Rapidamente me deixei envolver pela marca de Nossa Senhora de Fátima. Ela é o grande elo de união da comunidade lusa, maioritariamente de origem madeirense, na qual praticamente já fala a língua de Camões. Na sua maioria capatazes, eram a correia de transmissão entre os patrões ingleses e os trabalhadores locais. E no parque mais famoso da cidade lá está um nicho em honra de Nossa Senhora de Fátima, Mas o que nos espanta é uma igreja, que lhe é dedicada, erguida na encosta de um monte exuberante, como nos conta, de uma forma serena, a milagrada Ava Carmichael, conhecedora de episódios extraordinários e que tem uma história dramática. (...)
Trata-se de uma igreja cheia de histórias fabulosas. Primeiro, pela sua própria construção, no século XIX. Situada num local de difícil acesso, foram estranhos fenómenos naturais que trouxeram os materiais de construção necessários para a edificação do templo. Nos anos 1950, estava praticamente desativada quando ali chegou um padre belga, de nome Jean-Marie Sisterman, da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, e a dedicou a Nossa Senhora de Fátima. Vivia-se uma grande tensão com a Rússia comunista e ateia, era a Guerra Fria. E o apelo consistia na mensagem de Fátima e na conversão da Rússia. Isso levou as pessoas da ilha, traumatizadas pela Segunda Guerra Mundial, a rezarem diariamente na capela. Esta, mais do que ter sido restaurada, como que renasceu" É muita a devoção e ali senti-me como um peregrino no meio daquela natureza que beija um pouco do céu.»
Soweto, África do Sul
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
«Quando a Cristina me disse que existia uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima no Soweto, não acreditei. Mesmo cético, recomendei-lhe que avançasse na pesquisa. Foi assim que se entrou em contacto com o padre Jean-Marie. Pelo seu testemunho, troca de "emails", telefonemas, começámos a não ter dúvidas de que algo de extraordinário se passava ali, no Soweto, um bairro problemático e conflituoso. As informações foram-nos chegando e refletiam uma organização que nos suscitava uma grande curiosidade. (...)
Na igreja de Nossa Senhora de Fátima esconderam-se e abrigaram-se muitos ativistas, aquando da luta contra o "apartheid". E, também fruto do inspirado padre Jean-Marie, há toda uma obra social e cultural que vai afastando os jovens de uma vida de drogas e doutros perigos. Num bairro problemático, como já referimos, Nossa Senhora de Fátima é espelho de amor, acolhimento, alegria e esperança. Uma espiritualidade em constante crescimento. E a procissão com a imagem de Nossa Senhora de Fátima é de uma contagiante alegria e fé.»
Fronteira com a Coreia do Norte, Coreia do Sul
In "Fátima no mundo"
Manuel Arouca
«Vêm muitos peregrinos coreanos a Fátima e isso despertou a nossa curiosidade. Quisemos saber porquê... Através do Apostolado Mundial de Fátima soubemos que se ia construir, na Coreia do Sul, um santuário, na fronteira com a Coreia do Norte. A grande razão estava na mensagem de paz e da conversão do comunismo ateu. Essa é uma das grandes forças, na Coreia do Sul, de tanta fé em Nossa Senhora de Fátima. E enquanto se vai preparando essa obra de muita fé e esperança, realiza-se uma missa junto da fronteira com a imagem de Nossa Senhora. Não podíamos faltar. (...)
Primeiro, um grande número de camionetas, cheias de peregrinos, que partem de Seul para a fronteira com a Coreia do Norte, zona de conflito e alto risco, onde se realiza uma ampla eucaristia, que tem como rainha Nossa Senhora de Fátima. (...) Os rostos, os lenços, os cânticos, a emoção, deixam-nos arrepiados. Depois, obtivemos o testemunho muito forte de um peregrino que, por ser protestante, chegava a atirar pedras à imagem de Nossa Senhora, mas que por via daquela imagem tão misteriosa, que representa o amor de Nossa Senhora, o seu coração rasga-se e sente finalmente a conversão e o amor de Deus.»
Edição: SNPC
Publicado em 29.03.2017
Publicado em 29.03.2017
Fonte: Pastoral da Cultura
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