Responsável pela Comunicação do Vaticano escreve livro sobre videojogos e suas oportunidades
«É um livro pensado para responder às exigências de todos aqueles que sentem a necessidade de compreender o que são os videojogos. Pais, educadores, apaixonados e também detratores por vezes não têm os instrumentos para exprimir melhor as suas posições ou perceber as de outros: tanto os medos como os entusiasmos podem beneficiar de uma contextualização, de um horizonte teórico que esclareça os primeiros e justifique os segundos, tornando mais produtiva os debates sobre um meio de potencialidades extraordinárias», declarou o co-autor, padre Dario Viganò.
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Sabe-se, prosseguiu o sacerdote, que «o tema da desumanização, ou da alienação de si mesmo e do mundo real é sem dúvida recorrente na literatura relativa aos efeitos dos videojogos, ainda que esse processo resulte da degeneração de um mecanismo bem conhecido de todos os estudiosos de meios de comunicação de massa, do cinema à televisão».
«Podemos dizer que o prazer de se identificar com uma realidade diferente do nosso quotidiano, ainda que extrema, perturbadora, portadora de valores que conflituam com os nossos, é parte integrante da história do homem; pensemos na tragédia grega, nas narrativas de histórias antigas ou gestas heroicas dos antigos. Mas então por que é que os videojogos são muitas vezes demonizados como perigosos?», questionou.
Os videojogos têm uma multiplicidade de aplicações positivas no viver social, a começar pelo âmbito médico, no contexto da utilização na luta contra algumas patologias graves, como acontece com jogos educacionais para apoiar as crianças doentes de cancro na sua relação mais eficaz com a doença. Também são conhecidos os contributos de alguns jogos para a investigação da doença de Alzheimer, através da recolha de informações sobre comportamentos e desvios nos casos de demência.
«Não é o momento de nos assustarmos perante o que é novo, em vez disso devemos tomar consciência da mudança e aprender a governá-la. Em palavras pobres, os videojogos são um entretenimento para metade da população italiana; sendo assim, porque não pensar em promover produtos e projetos "videolúdicos" que possam ampliar as fronteiras da narrativa, das histórias contadas, não só como função educativa, mas também de integração de ideias e criatividade local, histórias que valorizam o nosso território, a nossa memória, a nossa ideia de futuro?», perguntou o sacerdote.
As opções em matéria de política pública e as estratégias de responsabilidade social das empresas «devem fazer com que a mudança seja governada da melhor forma, que a inovação estimule a realização de valores compartilhados, de equidade e inclusão social, de desenvolvimento sustentável, de partilha e tolerância recíproca», concluiu Dario Viganò.
Massimo Giraldi, Sergio Perugini
In "SIR"
Edição: SNPC
Fonte: Pastoral de Cultura-Publicado em 15.03.2017
In "SIR"
Edição: SNPC
Fonte: Pastoral de Cultura-Publicado em 15.03.2017
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