OS DIAS MINGUAM, AS HORAS REPETEM-SE A UMA VELOCIDADE SEM FREIO!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

PREPARAÇÃO PARA O NATAL! OU PARA A SEGUNDA VINDA DO REI DOS reis!?

Preparação para os Doze Dias do Natal



O mundo parece celebrar o Natal muito antes da data e, quando ela finalmente chega, todos param de celebrá-la. Mas com os cristãos deve ocorrer justamente o contrário. Entenda o porquê, a partir de algumas reflexões de G. K. Chesterton.

Há mais ou menos cem anos, o sempre alegre G. K. Chesterton lamentava-se de duas coisas que são um problema até hoje: primeiro, em sua profissão de escritor, ele tinha de escrever sobre o Natal muito antes de a festa chegar, justamente para que o texto fosse publicado na data certa. Em segundo lugar, o resto do mundo parecia celebrar o Natal muito antes da data e, quando ela finalmente chegava, todos paravam de celebrá-la. Deveria ocorrer justamente o contrário.

Apesar de amarmos o Natal por causa das tradições a ele associadas, esquecemos uma das mais importantes. Durante séculos, as pessoas não celebravam o Natal sem antes se prepararem bem para a data. E quando ela finalmente chegava, comemoravam-na por doze dias seguidos. Fazia-se jejum em preparação, e depois havia muitos dias de festança. Porém, nos últimos anos, apesar das tentativas oficiais de esvaziar completamente o sentido do Natal, a celebração chega a durar um mês inteiro até a data real da festa; então, ela desaparece de uma hora para outra, e todos os rastros da sua presença são apagados.

Durante séculos, as pessoas não celebravam o Natal sem antes se prepararem bem para a data.

Chesterton diz:
Os homens de hoje têm a vaga impressão de que, para ir à festa [de Natal], é preciso chegar logo ao final. Segundo os hábitos comerciais modernos, os preparativos para a festa hão de ser muito compridos, mas a celebração mesma há de ser muito curta. Isso está, obviamente, em clara oposição com os costumes tradicionais, daquela época em que o Natal era uma festa sagrada celebrada por um povo mais simples. Os preparativos assumiam então a forma de um tempo mais austero de Advento, concluído com o jejum na véspera do Natal. Mas, quando enfim chegava a hora, a celebração se estendia por dias a fio após o Dia de Natal. A comemoração se tornava sempre um “feriado prolongado” de pelo menos doze dias de júbilo.

As celebrações do Natal, conclui Chesterton, chegavam às vezes a culminar em excessos, eternizados por um escritor do qual muitos já ouviram falar, William Shakespeare, em sua peça A Décima Segunda Noite. Embora muitos conheçam a peça, poucos entendem o seu significado. Trata-se do décimo segundo dia de Natal, o último dos doze dias de uma grande celebração, que começa com o nascimento de Cristo e termina com a visita dos Três Reis Magos.

Chesterton acha que A Décima Segunda Noite é muito mais importante que o Dia de Ano Novo: 
Enquanto os progressistas querem logo que chegue o Ano Novo, os cristãos devem continuar olhando para trás, para o Natal. É a diferença que há entre olhar para trás, com entusiasmo por algo, e olhar para frente, com seriedade, em direção a nada. As pessoas louvam o futuro porque é vazio e indefinido, e têm medo do passado porque está repleto de coisas reais e vivas.

O mundo moderno, com sua obsessão por ser moderno, isto é, atual, está sempre em guerra com a tradição ou aquilo que entende como “ultrapassado”. Seu lema é “mudança”, mas a única mudança, diz Chesterton, ocorre na “fútil e frívola superfície da sociedade”. Abaixo dela permanecem as mesmas questões, os mesmos conflitos, as mesmas ideias que todos os homens sempre tiveram de encarar, por mais que tentem evitá-las. Mas, mesmo neste nosso mundo complexo, as coisas simples ainda fazem com que os homens se lembrem das permanentes. Uma destas coisas simples é a “prudência do camponês em dias comuns e a alegria dele em dias de festa”. Os pastores sempre compreenderam as coisas antes dos sábios.

Todo ritual aponta para algo além de si mesmo. Nossas imagens de Natal evocam pessoas reais e um fato histórico. Nossos singelos símbolos apontam para uma realidade definitiva. Nossa “alegria ritual” é uma tentativa de expressar uma alegria insondável, que nem mesmo um coro de anjos pôde expressar adequadamente. Nasceu-nos um Salvador. Nunca antes se anunciou melhor notícia, nunca antes houve melhor motivo para fazer festa.

No entanto, é preciso esperar o momento certo. Temos de nos preparar para ele. Aquele que preparou o caminho para o Senhor o fez pregando o arrependimento. Nosso mundo nunca teve tanta necessidade de arrependimento como hoje em dia.

Nasceu-nos um Salvador. Nunca antes se anunciou melhor notícia, nunca antes houve melhor motivo para fazer festa.

Deveríamos viver o Advento como viveríamos a Quaresma. Deveria ser um tempo de oração, de penitência, de preparação. E de mortificação: rezemos cedo e com frequência, façamos jejum de guloseimas, renunciemos a alguma coisa, demos esmola.

Uma forma de penitência, obviamente, é suportar a terrível música de “feriado” que retumba nas caixas de som em todos os lugares públicos durante o mês de dezembro. Não há como escapar dela. Entretanto, quando enfim, e por misericórdia, desligarem as caixas de som, quando o resto do mundo já estiver retirando as decorações, a nossa grande celebração estará apenas começando. E nossa música será também muito melhor.

Fonte:Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere11 de Dezembro de 2019

Conclusão:
Autora
Presentemente para a Sociedade NATAL é snónimo de festas, prendas, ao jeito do homem vestido de vermelho viajando pelos ares até descer às casas para alí entregar as suas prendas!

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Quem não lembra nos tempos da juventude(para os mais velhos) o Hino que nos elevava até às alturas nessa bela noite de Natal?
https://youtu.be/F-aPpJgYqEg - Gloria in Excelcis Deo           FELIZ NATAL!

Para o verdadeiro Cristão jamais deveria esquecer esta grande noite, MÁGICA, ÚNICA E ETERNA, POIS O REI DOS reis SE DEIXOU TORNAR CRIANÇA para elevar o ser humano à grandiosidade de se tornar seu irmão e assim tornar-se flho de DEUS PAI CRIADOR E SENHOR DE TODA A CRIATURA, O SENHOR E ARQUITECTO DE TODA A CRIAÇÃO.
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 DeusPai todo-poderoso Criador do Céu e da Terra
"EU SOU AQUELE QUE SOU" : "EU SOU O PRIMEIRO E ÚLTIMO, NÃO HÁ OUTRO DEUS FORA DE MIM!"... EU SOU O SENHOR QUE FIZ TODAS  AS COISAS, SOZINHO ESTENDI OS CÉUS E FIRMEI A TERRA." (Is. 44) ( O fim aproxima-se sem que nenhum ser debaixo do Céu possa mudar uma só palavra da sentença do CRIADOR!)
Nema, escrava de Maria

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O MUNDO DE PERNAS PARA BAIXO! E OS GRANDES "INSUFLADOS" NO PODER E NA RIQUEZA!



Nossa Mãe Celeste - Livro Azul do MSM-Movimento Mariano
20 de novembro de 1976
O TEMPO DA PURIFICAÇÃO.

“Vós ouvis a minha voz e deixais- vos guiar por Mim, filhos prediletos. Assim, cresce em vós a minha própria vida e vós difundis à vossa volta a minha luz.
Hoje em dia torna-se cada vez mais necessário e urgente difundir no mundo o doce convite da vossa Mãe.
Este mundo afasta-se cada vez mais de Deus e já não dá ouvidos à Palavra do meu Filho Jesus. Assim cai nas trevas da negação de Deus, na enganosa ilusão de poder viver sem Ele.
Chegastes até ao ponto de conseguir construir uma “civilização” apenas humana, fechada obstinadamente a qualquer influxo divino.
Deus, na sua infinita Majestade, não pode fazer outra coisa senão rir desta humanidade que se uniu para se pôr contra Ele.
Assim, o gelo do egoísmo e da soberba se difunde cada vez mais. O ódio prevalece sobre o amor e, todos os dias, faz as suas inúmeras vítimas... Vítimas conhecidas e escondidas, violências contra criaturas indefesas e inocentes, que clamam, a cada instante, por justiça, diante do trono de Deus.
E o pecado invade cada vez mais todas as coisas.
Onde encontrar hoje um lugar sem pecado? Até as casas consagradas ao culto de Deus são profanadas pelos pecados que ali se cometem. Até as pessoas consagradas, os próprios Sacerdotes e Religiosos perdem o sentido do pecado. Alguns deles deixam-se conduzir sacrilegamente por satanás no pensamento, nas palavras e na vida.
Jamais como hoje o demônio vos consegue seduzir. Ele vos seduz com o orgulho e vos leva assim a justificar e a legitimar a desordem moral. Depois das quedas, consegue apagar em vós, as vozes do remorso, que são um verdadeiro dom do Espírito, que vos impele à conversão. Quão numerosos se tornaram hoje os meus pobres filhos que já não se confessam há anos! Estão apodrecidos no pecado e consumidos pela impureza, pelo apego exasperado ao dinheiro e pelo orgulho.
Satanás ergueu agora a sua tenda entre os ministros do Santuário e fez entrar a abominação da desolação no Templo santo de Deus.
É, portanto, necessário que a Mãe vos fale e vos conduza pela mão. É, sobretudo, sua tarefa guiar-vos na luta contra o dragão infernal.
Por isso vos digo: estes são os tempos da purificação, são os tempos em que a Justiça de Deus castigará este mundo rebelde e pervertido para a sua salvação.
A purificação já começou na Igreja: invadida pelo erro, obscurecida por satanás, coberta pelo pecado, traída e violada por alguns dos seus próprios Pastores.
Satanás vos peneira como se faz com o trigo; quanta palha será, em breve, dispersa pelo vento da perseguição!
De ora em diante, a minha presença no meio de vós tornar- se-á mais contínua e clara. Vós mesmos a experimentareis cada vez mais, ao mesmo tempo em que vos chamo de todas as partes do mundo e vos reúno no exército dos meus Sacerdotes, para serdes todos guiados por Mim na batalha que já começou”.
Fonte:
Apostolos Triunfo

terça-feira, 15 de outubro de 2019

O RISCO DOS RISCOS- AO INFINITO PARA ALÉM DO HORIZONTE!

O risco dos riscos

 
«A esperança é uma determinação heroica da alma. A mais alta forma da esperança é o desespero vencido. A esperança é o risco a correr. É, aliás, o risco dos riscos.»
Saiba mais

«Estai sempre pronto a responder a cada um que vos interrogue a razão da esperança que está em vós»: este famoso programa, expresso pela Primeira Carta de S. Pedro (3,15), tem no centro uma virtude teologal que, enquanto tal, é dom divino, mas que é também compromisso operativo do crente.
É isso que nos recordam as palavras acima citadas desse grande escritor católico francês que foi Georges Bernanos (1888-1948), no seu ensaio “A liberdade, para quê?”.
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Podemos aceitar ou não a decepção finita!Mas jamais a
ESPERANÇA infinita! 
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A cada passo dado, mais uma etapa vencida: E ESPERANÇA  alcançada! O Infinito não se alcança... corra, voe nessa ESPERANÇA INFINITA, DIFÍCIL? ....É!  Mas, veja o que S.  Paulo II, dizia no seu drama:«Não há esperança sem medo, como não há medo sem esperança». A esperança do amor Divino que nos mostra o SEU AMOR INFINITO PENETRAR NA NOSSA ESPERANÇA QUE SE TORNOU TRANSCENDENTE NA NOSSA ALMA!
Outro escritor francês, também católico, Charles Péguy, não muitos anos antes, tinha composto todo um poema sobre esta virtude, “O pórtico do mistério da segunda virtude” (1911). Ele recordou o quanto é difícil esperar, enquanto desesperar é a opção mais fácil, deixando-se quase andar à deriva.
É o que também sublinha Bernanos: esperar é, seguramente, um risco, exige coragem, reação, empenho. Mas é só por esta via que se reencontra o sentido perdido da vida, e se faz calar o grito do desespero, que é sinal de morte.
É verdade que este caminho é muitas vezes árduo. Karol Wojtyla, antes ainda de se tornar papa, num seu drama, “A loja do ourives”, declarava: «Não há esperança sem medo, como não há medo sem esperança».
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Por isso, é preciso enfrentar com realismo e determinação o risco da esperança, fazendo dela quase o emblema do cristão que a testemunha num mundo tantas vezes entristecido e subtilmente desesperado, ainda que sob o manto exterior da alegria.
Fonte: Pastoral da Cultura
P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In Avvenire
Trad.: Rui Jorge Martins
Imagem: Chinnapong/Bigstock.com
Publicado em 14.10.2019

O PENSAMENTO E A VIDA DE NEWMAN (canonizado este mês) É UM FAROL PARA O SER HUMANO DE HOJE! CREIA!!!

15 de outubro de 2019

John Henry Newman: A harmonia da diferença


 
«A sua influência foi imensa. Como teólogo, o seu trabalho sobre o desenvolvimento da doutrina mostrou que a nossa compreensão de Deus pode crescer ao longo do tempo, e teve um impacto profundo em pensadores posteriores. Os cristãos, individualmente considerados, encontraram a sua devoção pessoal desafiada e fortalecida pela importância que ele atribuía à voz da consciência. As pessoas de todas as tradições que procuram definir e defender o cristianismo ficaram agradecidas pela maneira como ele reconciliou fé e razão. Aqueles que buscam o divino no que pode parecer um ambiente intelectual cada vez mais hostil encontram nele um poderoso aliado que defendeu a consciência individual contra um relativismo avassalador.» Evocação pelo Príncipe de Gales.
Saiba mais

Quando o Papa Francisco canonizar, amanhã [13 de outubro de 2019], o cardeal John Henry Newman, o primeiro britânico a ser declarado santo em mais de quarenta anos, será motivo de celebração não apenas no Reino Unido, e não apenas para os católicos, mas para todos que apreciam os valores pelos quais ele foi inspirado. Na época em que viveu, Newman defendeu a vida do espírito contra as forças que degradariam a dignidade e o destino humano.

Na época em que alcança a santidade, o seu exemplo é necessário mais do que nunca - pela maneira como, no seu melhor, ele poderia advogar sem acusações, discordar sem desrespeito e, talvez acima de tudo, ver as diferenças como lugares de encontro, em vez de exclusão.
Numa época em que a fé era questionada como nunca o havia sido antes, Newman, um dos maiores teólogos do século XIX, aplicou o seu intelecto a uma das questões mais prementes do nosso tempo: qual deveria ser a relação da fé com uma era cética e secular? O seu envolvimento, primeiro com a teologia anglicana, e, após a sua conversão, com a teologia católica, impressionou até seus oponentes com a sua honestidade destemida, o seu rigor inigualável e a sua originalidade de pensamento.
Quaisquer que sejam as nossas crenças, e independentemente da que seja a nossa tradição, só podemos estar gratos a Newman pelos seus dons, enraizados na sua fé católica, que ele compartilhou com a sociedade em geral: a sua intensa e comovente autobiografia espiritual, e a sua profunda e sentida poesia em “O sonho de Gerontius”, que, com a música de Sir Edward Elgar - outro católico de quem todos os britânicos se podem orgulhar -, deu ao mundo musical uma de suas obras-primas corais mais duradouras.
No auge de “O sonho de Gerontius”, a alma, aproximando-se do paraíso, intui algo da visão divina:
«uma grande misteriosa harmonia:
Inunda-me, como o profundo e solene som
De muitas águas».

A harmonia requer diferença. O conceito está no cerne da teologia cristã no conceito da Trindade. No mesmo poema, Gerontius diz:
«Firmemente e verdadeiramente acredito
Deus é três, e Deus é um».
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O Mistério da Santíssima trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode-se dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo. Foi Jesus sobretudo quem revelou o Pai, Ele como Deus, e o Espírito Santo; isto não foi invenção da Igreja.

Como tal, a diferença não deve ser temida. Newman não apenas provou isso na sua teologia e ilustrou-o na sua poesia, mas também o demonstrou em sua vida. Sob a sua liderança, os católicos tornaram-se parte integrante da sociedade em geral, que por si mesma se tornou ainda mais rica como comunidade de comunidades.
Newman não se envolveu apenas com a Igreja, mas com o mundo. Embora totalmente comprometido com a Igreja pela qual passou por tantas provações intelectuais e espirituais, iniciou um debate aberto entre católicos e outros cristãos, abrindo caminho para posteriores diálogos ecuménicos. Na sua elevação ao cardinalado, em 1879, adotou como moto “Cor ad cor loquitor” (o coração fala ao coração), e os seus diálogos sobre as divisões confessionais, culturais, sociais e económicas estavam enraizadas nessa amizade íntima com Deus.
A sua fé era verdadeiramente católica na medida em que abarcava todos os aspetos da vida. É nesse mesmo espírito que nós, católicos ou não, podemos, na tradição da Igreja cristã ao longo dos tempos, abraçar a perspetiva única, a sabedoria e a intuição específicas, trazidos à nossa experiência universal por esta alma individual. Podemos haurir inspiração dos seus escritos e da sua vida, mesmo quando reconhecemos que, como todas as vidas humanas, foi inevitavelmente imperfeita. O próprio Newman estava ciente dessas falhas, como o orgulho e o estar na defensiva, que não estavam à altura dos seus ideais, mas que, em última análise, o deixaram mais agradecido pela misericórdia de Deus.
A sua influência foi imensa. Como teólogo, o seu trabalho sobre o desenvolvimento da doutrina mostrou que a nossa compreensão de Deus pode crescer ao longo do tempo, e teve um impacto profundo em pensadores posteriores. Os cristãos, individualmente considerados, encontraram a sua devoção pessoal desafiada e fortalecida pela importância que ele atribuía à voz da consciência. As pessoas de todas as tradições que procuram definir e defender o cristianismo ficaram agradecidas pela maneira como ele reconciliou fé e razão. Aqueles que buscam o divino no que pode parecer um ambiente intelectual cada vez mais hostil encontram nele um poderoso aliado que defendeu a consciência individual contra um relativismo avassalador.
E talvez o mais relevante de tudo neste momento, quando testemunhamos demasiados ataques graves pelas forças da intolerância contra comunidades e indivíduos, incluindo muitos católicos, por causa de suas crenças, é o facto de ele ser uma figura que defendia as suas convicções apesar das desvantagens de pertencer a uma religião a cujos fiéis foi negada a participação plena na vida pública. Durante todo o processo de emancipação católica e da restauração da hierarquia da Igreja católica, ele foi o líder que o seu povo, a sua Igreja e os seus tempos precisavam.
A sua capacidade para estabelecer relações pessoais calorosas e amizade generosa é mostrada na sua correspondência. Existem mais de 30 volumes das suas cartas, muitas das quais, evidentemente, não são dirigidas aos colegas intelectuais e líderes proeminentes, mas a familiares, amigos e paroquianos que buscaram a sua sabedoria.
O seu exemplo deixou um legado duradouro. Como educador, o seu trabalho foi profundamente influente em Oxford, Dublin e para além desses centros, enquanto que o seu tratado “A ideia de uma universidade” permanece um texto definidor até hoje. Os seus trabalhos, muitas vezes negligenciados, em prol da educação das crianças são um testemunho do seu compromisso em garantir que pessoas de todas as origens compartilhem as oportunidades que a aprendizagem pode trazer. Como anglicano, guiou a Igreja de volta às suas raízes católicas, e, como católico, estava pronto para aprender com a tradição anglicana, como na promoção do papel dos leigos. Deu à Igreja católica uma confiança renovada ao restabelecer-se numa terra da qual fora arrancada. A comunidade católica na Grã-Bretanha tem hoje uma dívida incalculável pelo seu trabalho incansável, tal como a sociedade britânica tem motivos para agradecer a essa comunidade pela sua contribuição incomensuravelmente valiosa para a vida do nosso país.
Essa confiança foi expressada no seu amor pela paisagem inglesa e pela cultura de seu país natal, para a qual ele contribuiu tão distintamente. No Oratório que estabeleceu em Birmingham, e que agora acolhe um museu dedicado à sua memória, bem como uma ativa comunidade orante, vemos na Inglaterra a realização de uma visão que ele derivou de Roma, que descreveu como «o lugar mais maravilhoso da Terra». Ao trazer a Congregação Oratoriana da Itália para a Inglaterra, Newman procurou compartilhar o seu carisma de educação e serviço.
Amava Oxford, agraciando-a não apenas com sermões apaixonados e eruditos, mas também com a bela igreja anglicana de Littlemore, criada após uma visita formativa a Roma, onde, buscando orientações sobre o seu futuro caminho espiritual, e ponderando o seu relacionamento com a Igreja da Inglaterra e o catolicismo, escreveu seu amado hino "Lead Kindly Light" [Luz terna, suave]. Quando finalmente decidiu deixar a Igreja da Inglaterra, o seu último sermão, ao despedir-se de Littlemore, deixou a assembleia em prantos. Foi intitulado "A despedida de amigos".
À imagem da harmonia divina que Newman expressou de maneira tão eloquente, podemos ver como, no fundo, ao seguirmos com sinceridade e coragem os diferentes caminhos para os quais a consciência nos chama, todas as nossas divisões podem conduzir a uma compreensão maior.
 Fonte: Pastoral da cultura
Sua Alteza Real o Príncipe de Gales
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 14.10.2019

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

QUEM ORA SE SALVA, MAS QUEM NÃO ELEVA AS MÃOS PARA O ALTO SE CONDENA! SERÁ VERDADE!?



AUTOR: REDAÇÃO


Dizendo que a oração é necessária para a salvação, Santo Afonso queria fazer compreender que não se pode deixar de rezar em nenhuma situação da vida, sobretudo nos momentos de prova e dificuldade.
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Santo Afonso Maria de Ligório: bispo e doutor da Igreja 
Celebramos hoje a memória litúrgica de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Igreja, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, padroeiro dos estudantes de Teologia Moral e dos confessores.
Ele é um dos santos mais populares do século XVIII, devido ao seu estilo simples e imediato, e à sua doutrina sobre o Sacramento da Penitência. Num período de grande rigorismo, fruto da influência jansenista, ele recomendava aos confessores administrar esse Sacramento manifestando o abraço jubiloso de Deus Pai, que na sua infinita misericórdia nunca Se cansa de acolher o filho arrependido.
A oração: meio necessário e seguro para alcançar a salvação
A celebração de hoje oferece ocasião de nos determos nos ensinamentos de Santo Afonso sobre a oração, mais do que nunca ricos de alento espiritual. Seu tratado O grande meio da oração, por ele considerado o mais útil de todos os seus escritos, remonta ao ano 1759. De fato, ele descreve a oração como “o meio necessário e seguro para alcançar a salvação e todas as graças das quais precisamos” (Introdução). Nesta frase está sintetizado o modo de Santo Afonso conceber a oração.
Antes de tudo, dizendo que é um meio, ele nos recorda a meta a atingir: Deus criou por amor, para poder nos dar a vida em plenitude; por causa do pecado, porém, esse objetivo, essa vida em plenitude, distanciou-se, por assim dizer – todos nós o sabemos -, e só a graça de Deus pode torná-la acessível. Para explicar essa verdade fundamental e fazer compreender de modo seguro quanto o homem corre o risco efetivo de “perder-se”, Santo Afonso havia cunhado a célebre máxima, muito elementar, que afirma: “Quem reza se salva, quem não reza se condena!”.
A esta frase lapidar acrescentava um comentário: “Resumindo, é muito difícil, até mesmo impossível, salvar-se sem oração […] mas por meio da oração o salvar-se é coisa garantida e facílima” (II, Conclusões). E diz ainda: “Se não rezamos, não temos desculpa, porque a todos é dada a graça de rezar… se não nos salvarmos, será totalmente por nossa culpa, pelo fato de não termos rezado” (Ibidem).
Dizendo que a oração é um meio necessário, Santo Afonso queria fazer compreender que não se pode deixar de rezar em nenhuma situação da vida, sobretudo nos momentos de prova e dificuldade. Devemos sempre bater com confiança à porta do Senhor, certos de que em tudo Ele cuida de seus filhos, de nós. Por isso somos convidados a não ter medo de recorrer a Ele e a apresentar-Lhe confiantemente nossos pedidos, na certeza de obter aquilo de que necessitamos.
O discípulo do Senhor sabe que está sempre exposto à tentação
Caros amigos, esta é a questão central: o que é de fato necessário em minha vida? Respondo com Santo Afonso: “A saúde e todas as graças que precisamos para obtê-la” (Ibidem). Naturalmente, ele não se refere unicamente à saúde do corpo, mas também, e sobretudo, a da alma, que Jesus nos dá. Mais do que qualquer outra coisa, temos necessidade de sua presença libertadora, a qual torna nossa existência verdadeira e plenamente humana, e, por isso, cheia de alegria.
Só por meio da oração podemos acolhê-Lo, acolher sua graça, que, iluminando-nos em qualquer situação, faz-nos discernir o verdadeiro bem e, fortificando-nos, torna eficaz nossa vontade, isto é, dá-lhe a capacidade de realizar o bem conhecido. Amiúde reconhecemos o bem, mas não somos capazes de fazê-lo. Com a oração, conseguimos pô-lo em prática.
O discípulo do Senhor sabe que está sempre exposto à tentação, e não deixa de pedir a ajuda de Deus para vencê-la. Santo Afonso relata o exemplo muito interessante de São Filipe Néri, o qual, logo ao despertar, dizia a Deus: “Senhor, protegei bem Filipe hoje, senão Filipe Vos trairá” (III, 3). Grande realista! Ele pede a Deus que mantenha sua mão pousada sobre ele.
“Se somos pobres, Deus é rico”
Também nós, conscientes de nossa fraqueza, devemos pedir com humildade a ajuda de Deus, confiantes na riqueza de sua misericórdia. Diz Santo Afonso, em outra passagem: “Somos desprovidos de tudo, mas, se rezarmos, deixaremos de ser pobres. Se somos pobres, Deus é rico” (II, 4). E, na trilha de Santo Agostinho, convida todo cristão a não ter medo de obter de Deus, pelas orações, essa força que ele não tem, e da qual necessita para fazer o bem, certo de que o Senhor não nega seu auxílio a quem Lhe pede com humildade (cf. III, 3).
Caros amigos, Santo Afonso nos recorda que a relação com Deus é essencial em nossa vida. Sem ela, falta-nos a relação fundamental, que se efetiva ao falarmos com Ele, na oração pessoal cotidiana e pela participação nos Sacramentos. E, assim, pode crescer em nós essa relação, pode crescer em nós a presença divina que orienta nosso caminhar, o ilumina e o torna seguro e sereno, mesmo em meio às dificuldades e aos perigos. 
Fonte:(Audiência Geral, 1/8/2012 – Tradução: Arautos do Evangelho) –
 (Revista Arautos do Evangelho, Set/2012, n. 129, p. 6 à 8)