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sábado, 8 de novembro de 2014

O TEMPLO DE SALOMÃO - UMA HISTÓRIA

O Templo de Salomão: uma História
Templo de Salomão
Um templo de nós para Deus; um templo de Deus para nós;
um templo de nós para alguns de nós... 
Um dia o rei Davi, cheio de boa vontade, teve a ideia de construir um templo para Deus. Mas não esperava por esta: Deus agradeceu e disse que não precisava de um templo: "O mundo inteiro é meu, e eu moro onde eu quiser. Os animais são todos meus, e, seu quiser um, escolho do jeito que eu gosto!" O rei Davi ficou confuso, e Deus continuou: "Onde eu quero morar mesmo é no coração de vocês, para serem minha família, meu povo, meus filhos e filhas". E acrescentou: "Eu é quem vou construir uma casa para vocês, um templo para morarmos juntos, vocês se unirem e se reunirem em Meu nome. Vou encarregar o teu filho Salomão de fazer isto".
Davi não chegou a ver o templo que seu filho construiu nem sobrou resto arqueológico da construção. Mas o recado foi muito claro: o templo tinha que ser um presente de Deus para o povo, no meio do qual Ele vive porque há bondade, justiça, solidariedade, busca da partilha dos recursos de vida (veja 2Sam 7,1-17).
Porque era profeta, Salomão erigiu um templo de pedra e de madeira […] para o Deus vivo, que fez o céu e a terra e cuja morada está nos céus. […] Porque pediu Deus que fosse construído um templo? Estava privado de morada? Ouçamos Estêvão no momento do seu martírio: «Foi Salomão que Lhe construiu uma casa mas o Altíssimo não habita em casa erguida pela mão do homem» (Act 7,48). Então porque é que Ele construiu ou mandou construir um templo? Para prefigurar o corpo de Cristo. O primeiro templo era apenas uma sombra (Col 2,17): quando a luz chegou, a sombra retrocedeu. Procuras agora o templo construído por Salomão? É uma ruína que encontras. E porque é este templo uma ruína? Porque a realidade que ele anunciava cumpriu-se. O verdadeiro templo, o corpo do Senhor, também caiu mas levantou-se, e de tal forma que nunca mais poderá voltar a cair.
As religiões desde sempre fazem construções que chamam de templos. As finalidades são variadas. Às vezes, é um simples lugar de reunião da comunidade. Outras vezes, é um lugar sagrado, símbolo da presença de Deus; ou então acham que Deus mora mesmo ali. Pode haver interesses quando, por exemplo, a grandeza de um templo é feita para grupos religiosos disputarem entre si quem é maior. Ou quando o templo, pequeno ou grande, é disfarce para um negócio rendoso no sentido econômico. Jesus já teve problemas desse tipo, ao ver que faziam do Templo um lugar de vendilhões e covil de ladrões (Jo 2,14).
Jesus foi crítico sobre o templo, mas reconheceu que podia ser um espaço de encontro das pessoas e comunidades com a Palavra e os símbolos de Deus. O templo fundamental de Deus somos nós próprios, onde Seu Espírito quer morar. São Paulo resume isso, dizendo: "Vocês são templos de Deus, e o Espírito Santo habita em vocês" (3,16-17; 6,19).
O templo construído de material, para ser de Deus tem que alimentar a misericórdia, o compromisso e a bondade entre as pessoas. A parábola do Bom Samaritano (Lc 10) mostra sacerdotes e levitas que se afastam do templo de Deus, porque se distanciam da misericórdia. Em outras palavras, não basta louvar a Deus; é preciso acolher o seu Amor em nós e assumir as práticas da compaixão e compromisso com o bem dos outros. Assim, o sonho de Jesus era que todos os templos servissem para o encontro com Deus "em espírito e verdade", em atitudes e com gestos concretos (Jo 4,24).
Assim, a história do templo de Salomão ensina que, para ser de Deus, o templo se constroi em favor dos pobres e sofredores, das comunidades que buscam vida de justiça e união, superando desigualdades e discriminação. Ou então será apenas um templo de interesses particulares e privados.

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