26 DE NOVEMBRO DE 2015
1830: A medalha milagrosa em uma Paris em chamas |
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O ano de 1830 foi perigoso para a França. Paris estava em crise. A Revolução de Julho tinha destituído o monarca e deixado à deriva os trabalhadores desempregados e furiosos, que organizaram mais de 4.000 barricadas pela cidade.
Foi naquele ano que Nossa Senhora apareceu para a jovem noviça Catherine Labouré na capela das Filhas da Caridade, na Rue de Bac, em Paris.
As três aparições testemunhadas por Catherine originaram a devoção popular pela medalha milagrosa. Na segunda dessas aparições, Maria se revelou sobre um globo com raios de luz que irradiavam de suas mãos. Em torno de Maria, em forma oval, apareciam as palavras “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Na visão de Catherine, o verso dessa imagem mostrava a letra “M”, encimada por uma cruz, e, abaixo, dois corações. O Sagrado Coração de Jesus estava coroado por espinhos; o Imaculado Coração de Maria estava cercado por rosas e trespassado por uma espada.
Catherine relatou que Nossa Senhora a tinha instruído a mandar fazer uma medalha baseada nessa visão, prometendo abundantes graças para todos os que a usassem com confiança. Dois anos depois, uma avassaladora epidemia de cólera arrancou a vida de mais de 20.000 parisienses. As irmãs distribuíram a medalha milagrosa e logo começaram a ser relatados vários casos de cura, bem como de proteção contra a doença.
A medalha de Maria também desatou alguns eventos surpreendentes. Oito anos após a epidemia, a capela da Rue de Bac voltou a receber aparições. A Mãe de Deus apareceu desta vez para a irmã Justine Busqueyburu, confiando a ela o Escapulário Verde do seu Coração Imaculado para a conversão dos pecadores, em particular dos que não têm fé.
Dois anos depois, o banqueiro francês Alphonse Ratisbonne, ateu, membro de uma destacada família judaica, se converteu ao catolicismo. Ratisbonne tinha visitado Roma usando por brincadeira a medalha milagrosa. Ao visitar a famosa igreja barroca de Sant’Andrea delle Fratte, em 20 de janeiro de 1842, recebeu ele próprio uma aparição de Maria. Ratisbonne se converteu ali mesmo.
“Ele não conseguia explicar como tinha passado do lado direito da igreja para o altar lateral oposto… Tudo o que ele sabia era que, de repente, estava de joelhos perto daquele altar. No começo, conseguiu ver claramente a Rainha do Céu em todo o esplendor da sua beleza imaculada, mas não pôde continuar olhando para o brilho daquela luz. Por três vezes tentou olhar novamente para a Mãe de Misericórdia; por três vezes foi incapaz de levantar os olhos para além das mãos abençoadas de Maria, da qual fluía, em raios luminosos, uma torrente de graças”.
Alphonse Ratisbonne se tornou sacerdote jesuíta e fundou mais tarde a congregação religiosa dos Padres e Irmãs de Sião em Jerusalém.
Catherine Labouré morreu mais de trinta anos depois, ainda como freira de clausura no convento de Paris. Seus restos mortais foram encontrados incorruptos em 1933. Ela foi canonizada em 1947 pelo papa Pio XII.
Fonte: Aleteia
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