26 FEVEREIRO, 2016
Das declarações ambíguas e polêmicas.
Por Hermes Rodrigues Nery | FratresInUnum.com
As questões polêmicas não causaram inquietação nos que estão fora da Igreja, pelo contrário, seus conhecidos adversários ficaram satisfeitíssimos com a abordagem de tais declarações, comemoram até, e imediatamente publicaram em seus blogs, jornais e demais periódicos, editoriais elogiosos. A devastação é causada dentro da Igreja, em que, por durante dias consecutivos permanece a discussão sobre o que ele quis dizer exatamente com isso ou aquilo, até que a maioria dos jornais e sites católicos acomodam a situação, buscando de todas as formas dar razão ao que, em certos casos, fica muito difícil defender, especialmente por nós, católicos apostólicos romanos que amamos a Igreja. 
E então, foi doloroso ter visto a sua declaração, no retorno do México à Itália, quando afirmou uma imprecisão histórica ao falar sobre contraceptivos, dando a entender que Paulo VI havia aprovado o uso de anticoncepcionais, no caso das freiras violentadas no Congo Belga, quando, na verdade, o papa Montini jamais fizera aquilo e, pelo contrário, foi categórico em condenar os contraceptivos na Humanae Vitae, alguns anos depois. O engano histórico, tantos dias depois, ainda não foi reparado pela sempre ágil (quando convém) Sala de Imprensa da Santa Sé. E mais: de ter feito questão de se encontrar com o Patriarca Ortodoxo Russo, em Cuba (dias depois, a presidente Dilma Roussef disse ter se sentido honrada com a sua presença no Palácio do Planalto), em que, juntamente com Kiril, reforçou a estratégia geopolítica de Putin (o eixo russo-chinês, do qual a “Pátria Grande” está alinhada, com o internacionalismo de esquerda), isolando ainda mais os greco-católicos ucranianos, e mesmo os católicos russos, afirmando ainda na mesma entrevista que agora seu maior sonho é visitar a China.
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Em um discurso firme, o papa Francisco reiterou que continuará levando à frente a reforma da Igreja Católica e cobrou dos membros da Cúria romana uma “moral ... |
Não foram poucas as mensagens recebidas in box do facebook, de muitas pessoas indagando sobre o que dizer aos catequizandos sobre essa ou aquela declaração, e como se defender daqueles que dizem que estamos querendo ser mais católicos que o próprio papa, quando queremos apenas ensinar o que realmente está no Catecismo da Igreja Católica. E então os rótulos de conservadores, restauracionistas e tudo mais são atirados para todos os cantos, no intuito de frear ou neutralizar os que apenas querem ser fiéis à sã doutrina católica, nesses tempos cada vez mais difíceis, de muita provação. Outro dia, numa visita a uma paróquia, um padre pedindo uma opinião minha sincera sobre determinadas declarações e até atitudes, como aquela de ter aceitado o abominável presente de Evo Morales, com Cristo crucificado numa foice e martelo, a resposta que podemos dizer é da nossa convicção da promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que a Igreja sempre terá a proteção do Espírito Santo, e de que rezamos por Francisco e nos empenhamos em compreender tudo o que está acontecendo. E mesmo assim vieram tantos outros questionamentos. O sacerdote confidenciou que tem sido muito difícil explicar aos fiéis sobre tantas coisas, e que os próprios fiéis, muitos deles bastante simples, sentem que alguma coisa não bate, não encaixa, mas eles não sabem dizer o que afinal acontece. “O fato é – disse-me ele – que a revolução em curso é inevitável, e não sabemos que efeitos terá”. E as declarações dadas “em contas gotas” vão diluindo toda e qualquer resistência, porque esta e outras estratégias, como as apresentadas por Chomsky, dão “mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.” E prosseguiu: “Pois mudanças estão sendo preparadas, desde o primeiro dia, e muitos trabalhando com afoiteza, para que no momento oportuno, os próprios católicos estejam prontos para aceitá-las. Por isso, as declarações ambíguas não parecem ser tão espontâneas assim, mas calculadas, como uma estratégia de gradação, a preparar a revolução, que ninguém sabe exatamente para onde querem levar a Igreja.”
Enquanto isso, continuaremos rezando pelo papa Francisco, como ele nos pediu, desde o primeiro instante.
Fonte: FratresInUnum.com
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