Cuidar do planeta como nossa casa comum
29 de fevereiro de 2016 • 12h00 • Atualizado em 29/02/2016 • 12h09
Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, a Campanha da Fraternidade 2016 convida católicos a refletirem sobre o meio ambiente. Em entrevista ao Programa Pai Eterno nesta segunda-feira, 29, o professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e do Instituto Federal de Goiás (IFG), Antônio Pasqualeto, falou sobre a relevância do tema ser discutido pela Igreja na sociedade.
Talitta Di Martino: Qual a importância do debate sobre o saneamento básico, proposto pela Campanha da Fraternidade?
Profº Antônio Pasqualeto: A Campanha da Fraternidade traz a tona um problema muito grave no país. Nós temos mais de 100 milhões de brasileiros que não tem acesso ao saneamento. Quando se fala em saneamento básico, está se referindo a tratamento de água, esgoto e o tratamento dos resíduos sólidos. Hoje já se fala em saneamento ambiental, o que envolve outras questões relativas à saúde pública e qualidade do ar. Então, de certa forma a Campanha da Fraternidade traz a tona de novo a questão ambiental.
Talitta Di Martino: É uma forma também de trabalhar a questão da saúde pública?
Profº Antônio Pasqualeto: Certamente. Um real que não é investido em saneamento básico, como consequência nós temos que investir cinco reais em saúde pública. Então, é um custo muito caro para o Estado quando ele não faz a gestão apropriada e não aplica os recursos no saneamento básico. Muitas das doenças são veiculadas principalmente pela água, seja pela água que não é tratada e chega às residências, seja pelo esgoto que escoa a céu aberto, seja pelos resíduos sólidos, que muitas vezes servem de hospedeiros para vetores, que são os que propagam os vírus e as bactérias no ambiente. A maioria dos municípios ainda despeja no século XXI resíduos sólidos expostos a luz do sol, sem tratamento adequado.
Talitta Di Martino: E esse é o motivo de tantas doenças novas?
Profº Antônio Pasqualeto: Nós almejamos ser um país de primeiro mundo, mas nós temos sequelas de país de terceiro mundo. Embora não sejamos a sétima economia do planeta, nossos indicadores de qualidade de vida nos colocam entre os países mais pobres do planeta e isso é muito ruim, pois indicadores básicos de qualidade de vida incluem basicamente, como pré-requisito, a educação, a segurança, e outros fatores. Entretanto, saúde pública é obrigação do Estado, e é uma necessidade para a população.
Talitta Di Martino: Qual é o papel do cidadão, principalmente dos cristãos, neste processo de cuidar do saneamento básico e também do meio ambiente?
Profº Antônio Pasqualeto: O Papa Francisco, de forma muito feliz, deixa claro que este planeta é nossa casa comum, portanto, nós vivemos em um grande ecossistema, que poderíamos dizer que é a biosfera, ou seja, um ente vivo, que é a nossa casa, e tudo que nós fizermos a este planeta Terra, ele retorna a nós. A nossa casa comum, que seria o planeta Terra, tem recursos que precisam obviamente ser extraídos de forma que sejam mantidos para a população futura também. A ganancia do ser humano faz com que se queira usufruir tudo na nossa geração. Com isso, nós excedemos a capacidade do nosso planeta em duas vezes e meia. Dessa forma, nosso planeta vai se exaurir e nós não vamos conter a temperatura que está se elevando. Então, o papel do indivíduo é pensar que ele é um inquilino do planeta Terra. Sendo assim, deve ter a responsabilidade de usufruir dela de tal forma que ele devolva aos seus filhos e netos em igual ou melhor estado em relação àquele que está recebendo.
Fonte: Pai Eterno
NOTA DA AUTORA:
Todos nós, seja em que país for, devemos zelar pelas mais pequenas coisas, mesmo à nossa volta!
Nema, escrava de Maria
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