Nefertiti. Estamos mais perto da descoberta do século?
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A pequena sala do sarcófago de Tutankhamen tem ligação a duas salas secretas. Se numa dessas câmaras estiver o túmulo da rainha egípcia será "a descoberta do século", diz o ministro das Antiguidades.
Nefertiti, a bela rainha egípcia
Sean Gallup/Getty Images
Por trás de um grande homem existe sempre uma grande mulher. E esse pode ser o caso de Tutankhamon e da madrasta Nefertiti, ainda que mais de três mil anos depois de terem morrido. A análise de radar do túmulo do faraó, coordenada pelo arqueólogo britânico Nicolas Reeves, mostrou com 90% de certeza que existem duas câmaras secretas, noticiou a CNN. Aumenta assim a probabilidade de “atrás” (ou melhor, ao lado) do sarcófago de Tutankhamon estar escondido o túmulo da antiga rainha egípcia.
A análise de radar pode continuar no final do mês para determinar o tamanho das câmaras e a grossura da parede, refere, citado pela CNN, Mamdouh El Damati, ministro egípcio para as Antiguidades, garantindo que as escavações não vão avançar enquanto não houver certeza absoluta de que as câmaras existem. Para o ministro o mais importante é preservar a integridade do túmulo de Tutankhamon, descoberto por Howard Carter em 1922.
O ministro diz que a análise da parede norte também revelou que a sala não está absolutamente vazia: foi detetada a presença de materiais metálicos e orgânicos, segundo o relatório do especialista japonês Hirokatsu Watanabe, que fez a análise com o radar. Mas acrescenta que, embora acredite que possa existir um elemento feminino da realeza numa dessas câmaras, duvida que seja a Nefertiti. Kia, a alegada mãe de Tutankhamon, é uma das hipóteses colocada pelo ministro.
Túmulo de Tutankhamon mostrando as duas possíveis câmaras secretas – Theban Mapping Project
Outros especialistas já tiveram oportunidade de analisar o relatório, referiu o National Geographic, como Remy Hiramoto, consultor da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para o Egyptian Coffins Project. “Valida a hipótese inicial de que existe uma câmara ou cavidade de ocorrência não-natural do outro lado da parede”, disse Remy Hiramoto. “Baseado nos dados, há um espaço vazio e há, definitivamente, alguma coisa dentro desse espaço vazio.”
Quer a sala tenha o túmulo de Nefertiti ou não, o ministro do Turismo egípcio, Hisham Zaazou, encara esta descoberta com grande otimismo, porque a câmara terá certamente tesouros valiosos, noticiou o ABC.
Para Nicolas Reeves o tamanho da câmara onde descansa o jovem rei, falecido com 19 anos, é “menor do que o apropriado” para um rei egípcio, e poderá não ser mais do que uma extensão da câmara da rainha. As imagens de alta resolução publicadas no ano passado, mostram que poderão existir nas paredes portas para câmaras escondidas.
Nefertiti, cujo nome significa “chegou uma bonita mulher”, governou o Egito o lado do marido Amenhotep IV, mas desapareceu misteriosamente. Há quem acredite que ela terá morrido nessa altura, outros que passou a governar com outro nome. Tutankhamon, também apelidado de rei Tut, morreu cedo e foi um faraó de reduzida importância, mas o seu túmulo está entre os mais impressionantes para arqueólogos, pois foi o túmulo mais bem preservado alguma vez descoberto.
Independentemente do que seja encontrado atrás daquelas paredes, mudará para sempre a história do reinado de Tutankhamon. “Faz-nos voltar a olhar para tudo”, disse, citada pelo National Geographic, Kara Cooney, uma egiptóloga na Universidade da Califórnia, em Los Angeles que tem feito muito trabalho sobre a XVIII dinastia, o período de governo do rei Tut. “Tem de se olhar para o sarcófago, para o túmulo, para as estátuas. Tudo sobre este período tem de ser reavaliado.”
Fonte: Observador
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