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sexta-feira, 1 de julho de 2016

O MEU E O TEU CORAÇÃO SÃO GRANDES PORQUE FEITOS POR DEUS!

Um coração maravilhoso

 
«Acredito que um dia, o teu dia, meu Deus, avançarei para ti com passos titubeantes, com todas as minhas lágrimas na palma da mão, mas também com este coração maravilhoso que nos deste, este coração demasiado grande para nós porque é feito para ti.»
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«Acredito que um dia, o teu dia, meu Deus, avançarei para ti com passos titubeantes, com todas as minhas lágrimas na palma da mão, mas também com este coração maravilhoso que nos deste, este coração demasiado grande para nós porque é feito para ti.»
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração...» Todos recordamos este apelo do Deuteronómio (6,5), o quinto livro da Bíblia. O Catecismo da Igreja Católica explica que «a tradição espiritual da Igreja insiste também no coração no sentido bíblico de "fundo do ser" em que a pessoa se decide ou não por Deus» (n. 368).
O profeta Jeremias, por seu lado, estava certo de que Deus quer «escrever a sua lei no coração» dos homens (31,33). O "coração" não é reduzível, portanto, ao sentimento, mas é, na prática, a nossa consciência, a nossa alma, aberta ao infinito, ao eterno, ao mistério divino.
É isto que exprime sugestivamente Jacques Leclerq (1891-1971), teólogo moralista belga, precursor do Concílio Vaticano II, nas palavras intensas e espirituais que citámos acima.
Na Bíblia denuncia-se o coração «endurecido», quase petrificado, que não pode, por isso, dilatar-se a abraçar Deus, os grandes horizontes, o respiro da beleza e da verdade. Repete-se muitas vezes a célebre frase dos "Pensamentos" de Pascal: «O coração tem as suas razões que a razão não conhece» (n. 277). A vastidão e a liberdade da alma humana não se comprimem na, ainda que gloriosa, caixa craniana.
Diante de Cristo, «manso e humilde de coração», tomamos a oração de um conhecido escritor sueco, Pär Lagerkvist (1891-1974):              
 «Tem-me, Senhor, com a tua mão misteriosa e não me abandones. Conduz-me sobre luminosas pontes que atravessam o vertiginoso abismo, onde reténs prisioneira a treva».
 Card. Gianfranco Ravasi 
In "Avvenire" 
Trad.: Rui Jorge Martins 
Fonte: Pastoral da Cultura-Publicado em 01.07.2016


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