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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

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Diamantes

O fundo do mar esconde os diamantes mais valiosos do mundo

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O fundo do mar esconde muitos tesouros mas talvez o maior de todos tenha sido descoberto pelo grupo De Beers, ao longo da costa da Namíbia, em África. Os diamantes mais valiosos do mundo.
Já foram extraídos cerca de 16 milhões de quilates do mar
Alexandra Wexler/ The Wall Street Journal

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A maior empresa de diamantes do mundo, a De Beers, está a investir milhões de dólares na Debmarine Namibia, uma operação de mineração marinha de diamantes, ao longo da costa de África. É caso para dizer “diamonds are the De Beers best friends“.
A uma dúzia de milhas ao largo da extremidade sudoeste da costa atlântica de África, uma máquina de vácuo de 285 toneladas opera a 120 metros pés abaixo do nível do mar, para encontrar e extrair os diamantes mais valiosos do mundo do fundo do oceano.
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A máquina de 9 milhões de euros faz parte de uma operação única de mineração marinha de diamantes, designada Debmarine Namibia. Trata-se de uma aventura conjunta entre a De Beers, uma unidade da Anglo American e o governo da Namíbia. A mina marinha emergiu como um veículo raro de receitas nos mercados de matérias-primas, que estão a definhar nos dias de hoje.
A remota e ‘secreta’ operação, descoberta pelo The Wall Street Journal, só é acessível a partir de uma viagem, de 30 minutos, de helicóptero desde Oranjemund, uma cidade construída para os trabalhadores da indústria de mineração de diamantes e para as suas famílias, na zona de Sperrgebiet — “Forbidden Area” — onde uma vez se extraiu uma pá cheia de diamantes das dunas.
A Anglo American, outra empresa de mineração, está a cortar custos, descarregando a maioria dos seus ativos e despedindo mais de metade dos seus funcionários. Mas a De Beers está a investir na cada vez mais lucrativa operação marítima de mineração, que está a render alguns diamantes da melhor qualidade do mundo. Operações como a Debmarine destacam como o iminente encerramento das minas mais antigas e a iminente escassez de diamantes estão a forçar os mineiros a explorar novas tecnologias e reservas.
Não metemos o pé no acelerador de qualquer investimento”, afirma BruceCleaver, o chefe-executivo da De Beers.
Para a expansão submarina, o grupo conta ainda o navio SS Nujoma, no valor de 166 milhões de dólares, mandado fazer para a operação, que chegou à Cidade do Cabo, a partir da Noruega, em agosto. De Beers diz que o barco irá praticamente duplicar o número de pedras preciosas descobertas por dia, no fundo do mar.
Como há pouca perturbação, a De Beers diz que o impacto ambiental é pequeno comparado com a mineração em terra.
Não transformamos quilómetros e quilómetros de área no mar. Os nossos fundos marinhos recuperam — não é uma destruição total” disse Jan Nel, gerente de operações da Debmarine. “Nós não usamos químicos e devolvemos todos os materiais, exceto os diamantes”.
Mas muitos questionam a prática e os seus efeitos sobre um ecossistema relativamente inexplorado. “Não há muito conhecimento sobre o impacto destas técnicas” argumenta Emily Jeffers, advogada do Center for Biological Diversity.
Sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre o fundo do oceano”, diz Jeffers.
Os navios da Debmarine empregam tecnologia de muitas indústrias diferentes — desde a perfuração de petróleo até à conservação de fruta — para criar um sistema único de exploração mineira marinha de diamantes. A bordo dos navios seguem máquinas de recuperação de diamantes, que moem as rochas, do fundo do mar, com esferas de aço. Para cada 180 toneladas moídas, é quase recuperada uma mão-cheia de diamantes.
Na sala de recuperação de alta segurança — onde os diamantes e outras pedras passam por máquinas de raios X — os funcionários têm de passar um cartão e a sua impressão digital pelo leitor, para conseguirem entrar e são rigorosamente revistados à saída.
Os diamantes são finalmente colocados num recipiente selado, semelhante a uma lata de sopa, e guardados num cofre. Um helicóptero, algumas vezes por semana, leva os diamantes para Windhoek, a capital da Namíbia, para analisar a sua pureza e classificá-los.
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Até agora, as operações da De Beers na Namíbia minaram cerca de 16 milhões de quilates no mar e cerca de 6 milhões na terra. A Debmarina acredita que no mar, existe pelo menos a mesma quantidade de diamantes já extraída da terra.
Debmarine tem uma licença de mineração exclusiva para perto de 2.300 milhas quadradas de área offshore e tem explorado menos de 3% dessa área. O grupo acredita que pelo menos um quarto da área tem diamantes, o que deve levar cerca de 50 anos a extrair, disse Jan Nel.
Fonte: Observador

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