Dezenas de milhares refugiam-se nos esgotos em busca de calor
Desabrigados procuram refúgio nos esgotos de Moscou e São Petersburgo |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
É difícil imaginar a desorganização e o despreparo, que fazem o povo russo padecer insondáveis males.
O comunismo e suas mazelas não foram varridos como deveriam ter sido nas décadas de aparente liberalização e bonança econômica que se seguiram à queda da URSS.
O sistema comunista ainda está em pé na Rússia, produzindo efeitos infernais.
Um deles é a miséria em que vivem milhões de russos, sem propriedade nem liberdade.
Até agora o regime de Putin paliava as situações com a torneira do dinheiro ocidental que chegava por conta do petróleo explorado pelas empresas também ocidentais. Ele comprava até os alimentos básicos que a manutenção do socialismo impedia fossem produzidos em terra russa.
Mas tendo o preço do petróleo descido agora à realidade, o socialismo não produz sequer alimentos suficientes, e o país desaba.
Uma das consequências, entre muitas outras, é que no inverno “muitas pessoas acabam por morrer de frio enquanto dormem. Conheci muitas que morreram”, disse Eva, uma jovem sem-teto, citada pela agência Euronews.
As temperaturas podem rondar os 20 graus negativos no inverno em cidades como Moscou.
Há várias instituições de caridade que tentam ajudar os mais necessitados, porque o governo comunista é incapaz de fazê-lo. Elas gerem abrigos noturnos para quem não tem casa. Trata-se de pessoas que, durante o dia, procuram locais aquecidos, como as estações de trem.
Quem dorme ao relento expõe-se a graves riscos, explica Eva, ela própria sem-abrigo: “Muitas pessoas acabam por morrer de frio enquanto dormem. Conheci muitas que morreram. Eu tenho frio e fome – como sempre!”
Para escapar ao frio, muitos optam por descer aos esgotos das grandes cidades e encostar nos dutos de calor, pois na Rússia o aquecimento é planificado e fornecido pelo Estado. As pessoas não podem ter equipamentos próprios.
Embora não haja números concretos, o Ministério russo da Saúde estima que entre 1,2 e 4 milhões de pessoas não têm onde morar na Rússia. Em Moscou são cerca de 75.000; em São Petersburgo, umas 50.000 pessoas.
No próximo ano completar-se-á um século que Nossa Senhora advertiu o mundo contra a imoralidade e avisou que, em caso de não haver uma reforma dos maus costumes, a Rússia seria o instrumento para punir a humanidade desobediente.
Aí está a Rússia, padecendo ela própria os efeitos punitivos do comunismo!
Quando é que o Papa consagrará a Rússia nas condições imploradas por Nossa Senhora para o mundo ter a paz que Santo Agostinho definiu como “tranquilidade na ordem”?
Fonte:Flagelo russo
Sem comentários:
Enviar um comentário