Aqueles que zombam de Nosso Senhor merecem um testemunho? Veja aqui
Porque
Jesus Cristo habita silencioso e como
que impassível quando é insultado no
Sacramento de
seu amor?
seu amor?
Primeiro, porque, para os ímpios,
como para os bons, a Eucaristia é “Mistério de Fé”, e os insultos de um ímpio
não são razão para lhe fazer ver Aquele que ousa ultrajar.
Se assim fosse, bastaria
insultá-lo no Santíssimo Sacramento para descobrir milagrosamente a Jesus Cristo
e vê-lo com seus olhos. A impiedade obteria milagres, e, certamente, o que
seria
mais insensato?
mais insensato?
E, ademais, estes ímpios, estes
sacrílegos, merecem ver Aquele cuja visão os
converteria?
É ao amor, e não ao ódio, que o Divino
Salvador se manifestaria se quisesse se manifestar:
Diante de Pilatos, de Herodes, dos
fariseus, dos blasfemadores e dos executores, Jesus se calava, e se
calará até o fim dos séculos. O próprio silêncio é uma punição:
endurece, extingue um último resto de fé, impede o remorso.
O ímpio que insulta o Santíssimo
Sacramento faz como os judeus sobre o Calvário, clamando ao Filho de Deus
suspenso numa Cruz para salvá-los: “Ó, tu, que destróis o templo e o reconstrói
em três dias, desce da cruz…!”
E acrescentavam: “Ele salvou a
outros, e não pode salvar-se a si mesmo…! Se tu és o Filho de Deus, desce da
Cruz e nós acreditaremos em ti…!” E Jesus não desceu da Cruz, e
não disse outra coisa senão esta divina palavra, que converteu o bom ladrão:
“Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!”.
Os protestantes, incrédulos, sacrílegos, dizem como os judeus:
“Tu que fazes milagres, tu que a
Igreja diz ser o seu Deus, mostra-te então a nosso olhar, se tu estás
verdadeiramente lá…! Se tu és o Cristo, se tu estás realmente presente nesta
hóstia, sai do véu do teu Sacramento! Deixa-te ver… e acreditaremos em ti…” E
como no calvário, Jesus se cala.
Não, a blasfêmia não é o
caminho que conduz à fé; e os que ultrajam Jesus na Eucaristia se enganam
terrivelmente se imaginam que a simples visão do Salvador bastaria para
convertê-los.
Teriam temor, o que poderia bastar
para salvá-los, e isto seria tudo. Porém, uma vez passado o susto, ficariam mais
furiosos, e buscariam, no arsenal da
ciência moderna, maneiras de explicar naturalmente este “fenômeno
singular”, esta “ilusão de ótica”, esta “alucinação dos sentidos”, etc.
A fé não é filha do terror,
e menos ainda da impiedade: é uma graça que não germina senão nos corações
puros, sinceros e humildes.
Os milagres não são suficientes
para converter. Vede Caifás, vede os fariseus. “ Este homem faz milagres, dizem
uns aos outros, nós não podemos negar.”
Pode-se dizer o mesmo de todos os
perseguidores, desde de os dos apóstolos até o dos nossos mártires
contemporâneos; foram testemunhas de vários prodígios… Eles se
converteram?
Portanto, Nosso Senhor habita e deve
habitar impassível em face daqueles que o ultrajam no Santíssimo Sacramento. Ele
é paciente com eles, como com todos os outros pecadores, porque a eternidade lhe
pertence.
Seus
inimigos não podem escapar de Sua terrível justiça: por que, pois, se
apressar?
Ele é o Deus das misericórdias, que quer
não a morte, mas a conversão do pecador; e deixa ordinariamente aos pobres tolos
que o insultem o tempo para se converter.
Fonte: “Presença real e os milagres
eucarísticos” – Mons. de Ségur.
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