Beleza quase paradisíaca
Elas têm diferentes formatos, tamanhos e tonalidades: algumas suavemente rosadas, outras, intensamente rubras ou resplandecentes como ouro. E compõem um lindo conjunto, que adquire cores muito variadas segundo o local, a perspectiva ou a iluminação do dia.
Tão maravilhosa cena, porém, não dura muito... Logo as folhas que irradiavam aquele glorioso esplendor são levadas ao léu por uma súbita rajada de vento ou secam e caem, para depois - como tudo na vida - desaparecerem.
Se no auge de sua magnificência uma dessas árvores, carregada de estupenda folhagem, fosse capaz de pensar, ao sentir uma brisa intensa e rápida a sacudir-lhe os ramos, poderia se perguntar:
- Será sinal da tempestade que se aproxima?
O vento frio, ainda suave, indica que a frágil vida das formosas folhinhas outonais está chegando ao fim... Em pouco tempo ele se transforma em uma forte ventania, que agita a árvore, sem interrupção, durante vários minutos.
Inicia-se, então, a segunda etapa do espetáculo, que já não tem mais por cenário as alturas admiráveis dos galhos, mas o prosaico solo. Ali aquelas folhas de feéricas cores, desligadas do tronco que as alimentava e as mantinha com vida, ornam nobremente a grama, compondo sobre ela um tapete de singular colorido. Dir-se-ia que elas aproveitam seus últimos haustos de vida para concluir a missão que Deus lhes dera: irradiar, no fim de sua existência, uma forma de beleza quase paradisíaca que, sob certo aspecto, supera à da primavera.
(Revista Arautos do Evangelho, Abril/2015, n. 160, pp. 50-51).
Sem comentários:
Enviar um comentário