Ennio Morricone dirige estreia mundial de missa dedicada ao papa Francisco
O compositor italiano Ennio Morricone, distinguido com um Óscar honorário pela sua carreira em 2007, dirige esta quarta-feira a estreia mundial da missa que concebeu para marcar o 200.º centenário da restauração dos Jesuítas (1814-2014), tendo-a dedicado ao papa Francisco.
A Companhia de Jesus, que encomendou a obra, anunciou que o compositor de 86 anos vai conduzir a "Missa Papae Francisci. Anno duecentesimo a Societate Restituta" na igreja-mãe dos Jesuítas, no centro histórico de Roma, dirigindo a Orquestra Roma Sinfonietta e os coros da Academia de Santa Cecília e do Teatro dell'Opera.
A composição é uma homenagem ao papa, personalidade «excecional, pela simplicidade e por uma ideia de poder da Igreja que está a eliminar», de «um leigo que teve uma educação católica, que não vai à missa e que, quando jovem, rezava o terço pelos mortos na guerra», afirmou Morricone.
«É uma cruz que toca. Não penso que exista algo precedente do género: dois trompetes com duas composições diversas, uma trompa que emite um som baixo, leve, e a verticalidade da orquestra. Ao final, a cruz ganha forma e criam-se doze sons diferentes, como os múltiplos de três. Escrevi a pensar na Trindade», explicou. A partitura da introdução da missa mostra o desenho de uma cruz.
Ennio Morricone | D.R
Ennio Morricone dedica também a obra à sua mulher, Maria, que «há muitos anos» lhe pedia uma missa.
Ao longo da carreira, o autor, que concluiu recentemente um conjunto de concertos em 22 cidades europeias, reunindo mais de 150 mil espetadores, compôs a banda sonora de películas vencedoras de Óscares, incluindo "A missão", sobre a vida de missionários jesuítas na América do Sul, tema que esta missa evoca no início e ao fim.
Morricone, que em 2010 participou na assembleia plenária do Pontifício Conselho da Cultura, começa em janeiro de 2016 uma nova série de concertos, intitulada "The 60 years of music world tour".
Fonte: Pastoral da Cultura
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