SOLSTÍCIO DE INVERNO
Hoje é o dia mais curto do ano, amanhã o solstício de inverno
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Por esta altura do ano as noites são maiores do que os dias e hoje é mesmo o dia mais pequeno do ano, este ano. Aconchegue-se esta noite, porque amanhã começa o inverno.
CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images
Autor Vera Novais
Nos dias que antecedem o Natal muitas pessoas andam preocupadas com o sítio onde podem deixar as crianças durante as férias, com o que será a ceia ou com os presentes que ainda têm para comprar. Mas lá porque os dias são mais curtos, não se apoquente, as noites são mais longas para compensar. E as noites também trazem surpresas.
O dia 21 de dezembro é efetivamente o dia mais curto do ano, o Sol nasce às 7h51 e põe-se às 17h18 (hora de Lisboa). Mas o solstício de inverno só chega na madrugada de dia 22, às 4h48 (no continente), segundo o Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (OAL). Nesse momento marca-se o início do inverno, mas o frio chegou já esta segunda-feira, com as temperaturas mínimas a baixar, e vai prolongar-se durante a quadra natalícia.Pouco antes de entrarmos no inverno (às 4:48) a Lua há de esconder-se, às 4:19 (hora de Lisboa), mas nasce Vénus (às 4:37) na constelação de Virgem.A noite mais longa do ano (por oposição ao dia mais curto) eracelebrada por muitos povos pagãos, fosse para afastar os espíritos mais negros ou para marcar um renascimento (porque a partir daí os dias começam a ficar maiores). As fogueiras, que iluminavam a longa noite, parecia ser um elemento comum. O cristianismo, aproveitando esta época que simbolizava um novo começo na cultura romana, pode ter aproveitado para celebrar o nascimento de Jesus – visto que não existe nenhuma referência bíblica ao dia 25 de dezembro, refere a Time.
O inverno começa às 4:48
Hora de Lisboa
Mas afinal o que é o solstício?
Vamos por partes. O eixo que atravessa a Terra do polo norte ao polo sul, não é vertical (em relação ao Sol e à órbita que o nosso planeta descreve em torno deste) – na verdade, está inclinado 23,5 graus. É esta inclinação (e não a distância ao Sol) que condiciona as estações do ano. Por isso, quando o hemisfério norte está “inclinado para longe do Sol” chegam as estações mais frias e no pico desse afastamento temos o solstício de inverno.
Nesta altura do ano, o Sol está o mais próximo do horizonte possível (não passa sobre a nossa cabeça a meio do dia). E quando atinge o ponto mais alto no céu possível naquele dia – por cima do trópico de Capricórnio -, formam-se as maiores sombras possíveis – devido ao ângulo em que os raios de Sol incidem na Terra.Mas se no hemisfério norte se comemora o solstício de inverno e o dia mais curto do ano, no hemisfério sul celebra-se exatamente o contrário: o solstício de verão e o dia mais longo do ano.
O monumento pré-histórico, Stonehenge, localizado em Wiltshire (Inglaterra) está perfeitamente alinhado com o pôr-do-sol do solstício de inverno. Já New Grange, na Irlanda, e o círculo de Goseck, na Alemanha, estão alinhados com o nascer do Sol desse dia.Os arqueólogos acreditam que o Stonehenge foi construído 2.000 ou 3.000 mil anos antes de Cristo e, aparentemente, o povo que o construiu valorizava mais o solstício de inverno que o de verão. O jornal britânico The Telegraph apresenta uma justificação: era no solstício de inverno que se faziam os sacrifícios animais (e assim já não era preciso alimentar os animais no inverno) e também era por esta altura que o vinho e a cerveja estavam prontos para consumo.
Atualizado às 13h00
Fonte: Observador
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