Dominicano refugiado dá um testemunho aterrador: “Foi a primeira vez na vida em que eu tive medo”
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O testemunho do pe. Najib Michail, dominicano refugiado no Curdistão iraquiano, arrebatou a imaginação dos participantes da conferência sobre os cristãos do Oriente Médio organizada em 2 de fevereiro em Paris. O sacerdote não hesitou em chamar de “neo-Estado Islâmico” os governos ocidentais que sacrificam as culturas cristãs da Europa ao cederem diante do avanço do islã em seus territórios.
O religioso lamenta profundamente o aumento do número de mesquitas na Europa e, ao mesmo tempo, a transformação de templos cristãos em lugares de culto muçulmano, como é o caso de uma catedral ortodoxa no Iraque – ou, pior ainda, a transformação do mosteiro dominicano de Mossul, onde ele próprio exercia o seu sacerdócio até poucos meses atrás, em uma prisão e local de tortura.
O pe. Najib também denunciou com força a omissão criminosa dos governos:
“Eles poderiam muito bem construir a paz no Oriente Médio em vez de vender armas a bilhões de dólares para os nossos inimigos. Eles não querem. Eles são responsáveis pelo que nos acontece”.
“A primeira vez na vida em que eu tive medo”
Na noite de 6 para 7 de agosto de 2014, cristãos e muçulmanos tiveram que fugir de Qaraqosh para o Curdistão. O pe. Najib dá um testemunho estarrecedor da chegada dos exilados às 5h30 da manhã:
“Quando chegamos à fronteira com o Curdistão, ela estava fechada. Não tínhamos saída. Eu estava em um carro quando, de repente, um homem me disse para olhar para as montanhas. Uma nuvem de carros do Estado Islâmico vinha em nossa direção, na velocidade máxima, brandindo as suas bandeiras negras. Foi a primeira vez na minha vida em que eu realmente tive medo. Eles iam matar todos nós. Fiz a minha última oração e dei a absolvição a todos, inclusive aos muçulmanos! Foi então que o exército curdo milagrosamente apareceu e começou a bombardear as tropas do Estado Islâmico. Víamos as balas passando por cima das nossas cabeças”.
Além de ajudar a salvar a população, o pe. Najib também organizou naquela noite, com o auxílio dos exilados, a salvaguarda de “mais de 3.000 manuscritos dos Padres da Igreja”, alguns do século XIV.
O acolhimento dos que decidiram partir
O pe. Najib também falou sobre o sentimento dos refugiados em Erbil, que não se sentem em casa no Curdistão.
“Eles não encontram trabalho. Os jovem interrompem os estudos e colocam seu futuro em risco. As condições de vida são muito difíceis. Há grupos de 13 pessoas dormindo em quartos de 4 metros quadrados. Nós não podemos abandoná-los. Por que não acolher os que decidiram partir? Os cristãos sabem muito bem se adaptar aonde quer que vão!”.
A pergunta, afinal, é inevitável: como preservar um povo submetido a tais condições desumanas?
Quanto aos muçulmanos radicais que chegam à Europa, a resposta do pe. Najib é clara:
“Mais de 100 textos do alcorão são explicitamente violentos. Precisamos forçar os líderes espirituais muçulmanos a fazer uma exegese e ensinar os seus seguidores a ler e refletir”.
O padre enfatiza com força a necessidade de rezar o rosário pela paz no Oriente Médio. E conclui:
“A boa semente nunca morre. Os cristãos jamais serão exterminados do Oriente”.
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