Lembra-se da fotografia daquela rapariga afegã de olhos verdes, refugiada no Paquistão, que vimos pela primeira vez na revista americana "National Geographic", em junho de 1985, e milhões de vezes nos últimos 30 anos? Crescemos sem saber o nome da menina que afinal se chamava Sharbat Gula, mas nunca mais esquecemos o nome do homem que a fotografou: Steve McCurry.
Gula foi ceifada de pai e mãe aos seis anos durante um bombardeamento soviético, invasor que se instalou no Afeganistão em 1979, matou dois milhões de pessoas e fez quatro milhões de refugiados. O Mundo nunca mais esqueceu o olhar dela mas no mundo dela pouco mudou. Sobreviveu apenas.
O menino que vê na fotografia pode ser a infeliz repetição da história. A imagem foi divulgada esta semana, mas é de 2012. Foi captada na fronteira da Síria com a Turquia pelo fotojornalista Osman Sagirli, e partilhada no Twitter pela fotógrafa paquistanesa Nadia Abu Shaban. A criança, de nome Hudek, teria então quatro anos, perdera o pai no atentado à bomba em Amã e a mãe e os irmãos fugiram para um campo na Turquia.
Dificilmente voltaremos a esquecer-nos do seu olhar assustado e dos seus curtos braços a renderem-se no ar confundindo uma câmara fotográfica com uma arma de fogo. "A imagem mais triste do dia", sentenciaram as redes sociais, onde a fotografia rapidamente haveria de tornar-se viral. Mas na Síria, onde uma guerra civil encetada há quatro anos já matou 215 mil pessoas (mais de dez mil crianças) e fez sete milhões de refugiados, nada parece estar à beira de melhorar.
Há dois anos, em agosto de 2013, quando a guerra passou a ser química - quem não se lembra das imagens de centenas de corpos amontoados, mortos por asfixia? -, aquele povo encheu-se de esperança: pensava que a partir dali o Mundo não poderia continuar mudo e quedo, e que a comunidade internacional teria de intervir para travar o massacre. O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a anunciar a intervenção, mas até hoje nada aconteceu. Muitos alistaram-se no Estado Islâmico e os que ficaram alimentam-se de lixo e plantas. Onde estará Hudek daqui a 30 anos?
O menino que vê na fotografia pode ser a infeliz repetição da história. A imagem foi divulgada esta semana, mas é de 2012. Foi captada na fronteira da Síria com a Turquia pelo fotojornalista Osman Sagirli, e partilhada no Twitter pela fotógrafa paquistanesa Nadia Abu Shaban. A criança, de nome Hudek, teria então quatro anos, perdera o pai no atentado à bomba em Amã e a mãe e os irmãos fugiram para um campo na Turquia.
Dificilmente voltaremos a esquecer-nos do seu olhar assustado e dos seus curtos braços a renderem-se no ar confundindo uma câmara fotográfica com uma arma de fogo. "A imagem mais triste do dia", sentenciaram as redes sociais, onde a fotografia rapidamente haveria de tornar-se viral. Mas na Síria, onde uma guerra civil encetada há quatro anos já matou 215 mil pessoas (mais de dez mil crianças) e fez sete milhões de refugiados, nada parece estar à beira de melhorar.
Há dois anos, em agosto de 2013, quando a guerra passou a ser química - quem não se lembra das imagens de centenas de corpos amontoados, mortos por asfixia? -, aquele povo encheu-se de esperança: pensava que a partir dali o Mundo não poderia continuar mudo e quedo, e que a comunidade internacional teria de intervir para travar o massacre. O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a anunciar a intervenção, mas até hoje nada aconteceu. Muitos alistaram-se no Estado Islâmico e os que ficaram alimentam-se de lixo e plantas. Onde estará Hudek daqui a 30 anos?
ONDE ESTAREMOS NÓS DAQUI A TRINTA ANOS? O HOMEM DESTRUIR-SE -Á E DESTRUIRÁ A TERRA QUE LHE FOI DADA PELO CRIADOR! |
Sem comentários:
Enviar um comentário