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quinta-feira, 2 de abril de 2015

A RESPOSTA BRANDA ACALMA A IRA E TRANFORMA O AMOR A JESUS

DE ONDE ADVÊM TODAS AS GUERRAS?

 “De onde vem a guerra, senão de vossas concupiscências?”.
Quando alguém fica tomado de cólera por qualquer contrariedade, pensa encontrar alívio e paz desafogando sua raiva com atos ou, ao menos, com palavras.
É um engano porque, depois desse desabafo, ficará muito mais perturbado do que antes.
Quem deseja conservar-se em paz contínua, procure jamais estar de mau humor.
 
Percebendo estar dominado por ele, procure libertar-se imediatamente e não o deixe dormir consigo nem uma noite, distraindo-se com alguma leitura, um canto piedoso, ou a conversa agradável de algum amigo.
Diz a sagrada Escritura: “É no coração dos insensatos que reside a irritação”. A cólera no coração dos insensatos, que pouco amam a Jesus Cristo, encontra morada por muito tempo.
Mas no coração daqueles que amam a Jesus Cristo, se por acaso entrar, é logo expulsa e não permanece. Quem ama a Jesus de coração, nunca está de mau humor.
Não querendo senão o que Deus quer, sempre tem tudo o que quer e por isso se encontra sempre tranquilo e sempre o mesmo. A vontade de Deus o tranquiliza em todas as dificuldades que acontecem, e por isso demonstra para com todos uma total mansidão.
Essa mansidão não pode ser encontrada sem um grande amor a Jesus Cristo. De fato, percebe-se que nunca somos mais delicados e mansos com os outros, do que quando sentimos maior ternura a Jesus Cristo.
Por não experimentarmos sempre essa ternura, é preciso que na oração mental nos preparemos para sofrer as contrariedades que nos possam sobrevir.
Assim fizeram os santos e ficaram prontos para receber com paciência e mansidão as ofensas, os insultos e as mágoas.
No momento em que somos atingidos pelos insultos do próximo, se não estivermos preparados, dificilmente saberemos o que fazer para não sermos vencidos pela raiva.

A paixão nos fará razoável rebater com atrevimento de quem nos maltrata sem razão. Mas diz São João Crisóstomo que não é um meio adequado para apagar um fogo aceso no coração do próximo, usar fogo de uma resposta ressentida, que mais o inflama: “Fogo não se apaga com fogo”.
- Mas não é justo – diria alguém – usar delicadeza e mansidão com um atrevido que nos ofende sem razão.
- “É preciso usar de mansidão – responde São Francisco de Sales – não só com a razão, mas também contra a razão”.
Nesses casos é preciso responder com uma palavra branda: esse é o meio de apagar o fogo: “A resposta mansa aplaca a ira”. Mas, quando nosso ânimo está agitado, o melhor é calar-se.
Diz São Bernardo: “A vista ofuscada pela raiva não enxerga direito”. Os olhos ofuscados pela ira já não veem o que é justo ou injusto.
A paixão é como um véu colocado diante dos olhos não nos permitindo distinguir o certo do errado. “É necessário fazer contrato com a língua, de não falar quando o meu coração estiver agitado”.
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Fonte: retirado do livro “A prática do amor a Jesus Cristo” de Santo Afonso de Ligório.

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