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segunda-feira, 20 de julho de 2015

QUANDO A PROTECÇÃO DIVINA NOS ENVOLVE!

Sociedade


Família catarinense salva de enchente por milagre: "Algo nos conduziu aos cinamomos"


"Eu abracei meu filho de 13 anos e disse: 'Agora você já pode ser chamado de homem'"

Uma fileira de cinamomos que por pouco não foram cortados acabou sendo a salvação dos cinco integrantes da família Lauxen, resgatados de helicóptero durante a enchente que assolou nesta semana o município de Saudades, no interior de Santa Catarina.

Família Lauxen resgatada de enchente
Aleteia
Uma fileira de cinamomos que por pouco não foram cortados acabou sendo a salvação dos cinco integrantes da família Lauxen, resgatados de helicóptero durante a violenta enchente que assolou nesta semana o município de Saudades, no interior de Santa Catarina.
 Clairton Lauxen, de 41 anos, o filho Bruno, 13, e o irmão Alexandre, 38, se amarraram com uma corda em um dos cinamomos para não serem levados pela correnteza do rio Saudades, que transbordou com fúria. Na outra árvore ficaram Vanderlei Lauxen, 40 anos, e a esposa Janice. Todos moram na mesma propriedade, onde mantinham um camping que complementava a renda da família, também dedicada à agricultura.

No início da inundação, eles ficaram no chão agarrados às árvores. Quando a água chegou à altura do peito, eles conseguiram subir aos galhos, onde permaneceram durante cerca de duas horas, e ligar para os bombeiros, que precisaram de um helicóptero da Polícia Civil para resgatar a família.
 
Agarrado ao cinamomo, Clair viu sua casa ser levada pela correnteza - a mesma casa que, por pouco, não foi o local escolhido para se protegerem. Ele diz que "algo os conduziu aos cinamomos", que agora não serão mais cortados: em vez disso, receberão placas para recordar o dia em que a vida   venceu a morte.

Vanderlei — A gente começou a erguer as coisas [do camping] porque o rio nunca tinha subido de um determinado ponto. Quando começou a subir mais foi que nós resolvemos ir para o lado das árvores. A água estava abaixo da cintura. Mas a correnteza era tão forte que um tinha que ajudar o outro.

Alexandre — A gente tinha que ficar [agarrado às árvores] só com um pé no chão e depois trocar, pois a correnteza não deixava. Depois foi ficando frio e a água batia no rosto. Colocamos o Bruno nos galhos e conseguimos subir um pouco.

Clairton — Os galhos passavam do lado como uma faca e a água fazia ondas como o mar.

Alexandre — Nós só torcíamos para que não viesse uma árvore grande em nossa direção. Teve uma que passou perto e chegou a afundar no chão.

Clairton — Pensava em sobreviver, porque a nossa família iria acabar. O que passamos aqui ninguém merece! Aqui era uma alegria e agora está assim...

Vanderlei — A gente passou duas horas com a correnteza vindo e ameaçados pelos troncos de árvores. Nós não sabíamos se viria resgate, pois não dava para chegar por causa da correnteza. E conseguir um helicóptero seria difícil.

Clairton — [Quando o helicóptero chegou] o Bruno me disse: "Pai, eu vou jogar bola contigo naquele campo!". Ele passou muita coisa para um menino de 13 anos. Eu o abracei e disse: "Agora você já pode ser chamado de homem".

Alexandre — Temos a vida para construir isso tudo de novo. Estamos vivos para construir. A gente até tinha pensado em cortar essa fileira de árvores, mas agora vamos deixar e colocar uma placa em cada uma delas.

A partir de entrevista feita pelo Diário Catarinense

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