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Plinio Corrêa de Oliveira – líder católico brasileiro
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A elevação de São Pio X à honra dos altares teve um significado todo especial, na época difícil que o mundo atravessa.
Muito se procurou deformar a fisionomia do grande Pontífice, para mostrar apenas o aspecto manso, humilde e simples, desprezando a sua energia sem limites, a sua decisão inflexível, o seu zelo heróico e inquebrantável pela pureza da doutrina.
Chegaram mesmo a fazer de São Pio X a figura de um bonachão simplório, ao agrado dos liberais, dos desfibrados e dos sentimentais.
Contudo, no santo Pontífice é preciso não separar, nem preterir uma a favor de outra, as duas qualidades, que são, aliás, as qualidades de todo e qualquer bom católico: a suavidade e a fortaleza.
Suavidade, que não deve ser a pieguice mórbida das sensibilidades descontroladas, mas que é antes de mais nada o domínio absoluto da razão sobre as paixões, sobre as idiossincrasias, sobre os afetos, sobre todos os movimentos da parte inferior da natureza humana.
Fortaleza, que não deve ser a brutalidade estúpida dos bandidos e dos tiranos, mas a determinação inabalável de cumprir o dever, custe o que custar.
E assim Fortaleza e Suavidade não se excluem nem se opõem, mas se completam e se harmonizam.
São Pio X realizou maravilhosamente, em sua vida, a síntese destes dois aspectos do Catolicismo.
Acolhedor e afável para os bons e os verdadeiramente arrependidos, foi o martelo inexorável das heresias, não regateando os golpes com que feriu os propagandistas do erro.
E é este mesmo Papa doce e amável quem acumula, em suas encíclicas, as expressões duras e contundentes contra os semeadores da mentira e da discórdia.
E ainda aí havia suavidade, a inenarrável suavidade do pastor que, por amor de suas ovelhas, acomete corajosa e intrepidamente, sem cuidar de si, a matilha dos lobos esfaimados.
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As taras acumuladas durante o século XIX vieram abrolhar neste tumor maligno do modernismo, feito de impressionismos vagos, de exaltações suspeitas, de sentimentalismos adocicados, de um filantropismo naturalista e de um irracionalismo sensualista.
Mas, sobretudo, o modernismo, por sua própria natureza, se apresentava com esta nota inédita:
Era a primeira heresia que não abria luta declarada contra a doutrina oficial, mas se confundia habilmente em manejos tortuosos, procurando aninhar-se jeitosamente no seio da Igreja.
Pois bem. Foi São Pio X quem, de espada em punho, saiu
a desentocar a serpente, para tocá-la donde ela não
queria sair.
Entretanto, embora ferido de morte, o modernismo ainda continua a existir por aí, procurando sempre empestar os ambientes católicos.
Certas mofas, que de vez em quando se ouvem, contra o raciocínio discursivo e contra o valor da apologética, não tem outra origem.
Certo gongorismo intelectual, que consiste em jogar jeitosamente com o valor das ideias, burlando-lhes o sentido tradicional, tudo consistindo em divagações imprecisas, cheias de vaidade e pobres de verdade, com aparências de profundidade, e não passando de escamoteação, também vem daí.
Esta incoerência em que se diluem os conceitos mais elementares, que se pode notar tantas vezes, ainda é modernismo.
E, principalmente, tanto laxismo, que corre mundo sob capa de caridade, não passa de autentico modernismo.
Portanto, nada mais a tempo do que canonização de São Pio X, a fim de que as virtudes do grande Papa sejam um estímulo e exemplo para os que combatem os erros da era presente.
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.Excerto de “O Legionário”, n° 488, 18 de janeiro de 1942, pág. 1
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