Igreja confirma milagre eucarístico na Polónia
Hóstia milagrosa na Polónia é um tecido do coração humano.
O milagre de Legnica ocorreu durante uma Eucaristia dominical no santuário de S. Tiago. Num comunicado especial, o bispo Zbigniew Kiernikowski informou os fiéis de que naquele local ocorrera um evento com "sinais de um milagre eucarístico".
Este refere-se a uma hóstia que, no dia 25 de Dezembro de 2013, caiu ao padre no pavimento durante a distribuição da comunhão. Foi recolhida e colocada num recipiente com água. Ao fim de alguns dias apareceu nela uma coloração vermelha.
O então bispo foi informado da ocorrência e nomeou uma comissão com vista à observação do fenómeno. Por fim, foi separado um fragmento de matéria vermelha. Este foi entregue ao departamento de medicina legal.
Um fragmento do coração?
Depois de realizadas as análises, o departamento escreveu que "na imagem histopatológica foram encontrados fragmentos de tecidos contendo partes fragmentadas do músculo esquelético. A totalidade da amostra é mais parecida com o miocárdio" com alterações que "frequentemente acompanham a agonia". Os estudos genéticos apontam para tecidos de origem humana." Em Janeiro de 2016, a descrição do assunto foi apresentada pelo bispo Kiernikowski à Congregação para a Doutrina da Fé.
"De acordo com as recomendações da Santa Sé, recomendo ao pároco Andrzej Ziombra que prepare um local adequado para a exposição da Relíquia de modo a que os fiéis a possam venerar" - pode ler-se no comunicado.
Na conferência de imprensa participaram o pároco da paróquia de S. Tiago, o Pe. Prof. Andrzej Ziombra, a professora de medicina e cardiologia Barbara Engel, o oficial do Tribunal Eclesiástico Pe. Prof. Tadeusz Dąbski o diretor espiritual do Seminário Maior Pe. Prof. Krzysztof Wiśniewski.
Revelação de pormenores
Pe. Waldemar Wesołowski, relações públicas da diocese de Legnica:
- A presente conferência de imprensa encontra-se relacionada com o evento com características de milagre eucarístico que ocorreu aqui, em Legnica, na paróquia de S. Tiago. Esta já foi referida no comunicado do bispo lido durante a Missa. Os eventos mais importantes já estão contidos nesse comunicado. Hoje tentaremos apresentar os pormenores, a cronologia dos exames médicos e também tocar as questões espirituais e teológicas.
- O evento ocorreu no dia 25 de Dezembro de 2013, durante a celebração da festa do Nascimento do Senhor, no santuário de S. Tiago, referiu o pároco.
- O sacerdote que distribuía a comunhão deixou, sem querer, cair uma hóstia consagrada no chão. De acordo com as indicações, colocámos a hóstia consagrada num cálice com água. Um dos sacerdotes, durante a celebração da Eucaristia, reparou numa coloração em um quinto desta hóstia. Informámos o bispo e aguardámos duas semanas. Ao fim desse tempo, reparámos que parte da hóstia não colorida caiu para o fundo e desfez-se totalmente. A parte colorida boiava na água. O bispo convocou uma comissão com vista ao esclarecimento deste acontecimento. A comissão mandou analisar o material no dia 27 de Janeiro de 2014. Foi recolhido o material. Em seguida, retirou-se o fragmento colorido, colocou-se num corporal e guardou-se no sacrário, onde permanece até hoje.
Opinião de um cardiologista
- Foi recolhido material para análise, no total fizeram-se quinze amostras. Eram, entre outros, fragmentos da hóstia consagrada transformada e líquido do cálice onde esta esteve durante um mês - referiu a cardiologista Barbara Engel. - Recebemos os primeiros resultados em meados de Março. O material era difícil de ser analisado, pois durante um mês esteve num ambiente aquático. Fez-se uma análise histoquímica que devia manchar os fungos na amostra. Os sítios que lembravam fibras do miocardio não ficaram manchados. Manchou-se apenas o micélio que o acompanhava. Contudo, a presença de fungos num ambiente aquático é algo natural, a sua falta seria algo estrango.
Análise do ADN
- Enviámos amostras também para o Departamento de Medicina Legal da Universidade de Medicina da Pomerânia - continuou Engel. - Não era uma amostra fácil para eles, mas inclinam-se para identificá-la como tecido do miocárdio. Fizeram-se, entre outras, análises ao ADN. A conclusão dos investigadores é a seguinte: trata-se de tecido do miocárdio de origem humana. Todas as análises feitas não esclareceram o fenómeno e como este se deu. Muitas das questões dadas pelos cientistas permaneceram sem resposta.
- Tratava-se da obtenção da certeza moral. Esta obtém-se com base em provas e factos. A comissão começou a procurar diferentes pistas e e provas. Tal como a professora referiu, os nossos primeiros passos foram em direção à Universidade de Medicina de Wroclaw - referiu o Pe. Prof. Tadeusz Dąbski, oficial do Tribunal Eclesiástico.
Não são bactérias
- Recolheram o material e realizaram as análises. Estas análises deram-nos a certeza de que não se trata de uma ação de bactérias que provocou a coloração desta hóstia - disse o padre oficial. - Na opinião do Departamento de Medicina Legal de Wroclaw aparece duas vezes a afirmação de que esta imagem não permite tirar as conclusões adequadas. Esta resposta não foi para nós satisfatória. Decidimos perguntar a mais pessoas, a patomorfologistas e morfologistas. Isto deu-nos mais trabalho, tivemos de nos dirigir a outros peritos, da Universidade da Pomerânia, em Szczecin. As análises dos professores de lá deram a certeza de que estas fibras são mais parecidas com tecidos do miocárdio. E aquilo que as envolve é tecido conjuntivo. Esta opinião estará disponível na Cúria Diocesana de Szczecin.
Um coração num momento de agonia
- A imagem nas lâminas histopatológicas e em seguida o tecido analisado com microscópio UV não deixam dúvidas de que temos em mãos tecido do miocárdio num momento de agonia - disse o Pe. Prof. Dąbski. - Continuamos à procura de mais provas e factos. Acabaram de ver há pouco, atrás de mim, fotografias que são muito comoventes. Queremos ler os sinais que nos são dados. É a primeira prova e o primeiro facto com que nos deparámos ao ir de encontro à certeza moral. Não nos esqueçamos de que não se trata de uma hóstia qualquer. É uma hóstia consagrada. Hoje não estamos aqui como cientistas, mas como testemunhas do que foi feito, do que ocorreu. Todos os factos recolhidos dão nos a possibilidade de afirmar que este evento tem características de milagre eucarístico. Mas aguardemos ainda uma decisão da Santa Sé. Não fomos nós que criámos isto. Fizemos as análise necessárias para obter a certeza moral. Sei porque motivo isto durou dois anos: estamos a viver o Ano da Misericórdia. O bispo obteve a certeza moral no Ano da Misericórdia.
"Intervenção divina"
Pe. Krzysztof Wiśniewski:
- Mais do que o aspeto espiritual destaco o aspeto teológico. Para um teólogo, o ponto de partida são os factos. Um teólogo coloca a questão: isto que agora ocorreu, esta mudança, pode ser explicada de outra forma que não uma intervenção sobrenatural? Como a medicina e as ciências exatas estão impotentes, é lógico procurar uma intervenção divina. Outro aspeto de um milagre é a surpresa, as perguntas. A vossa presença hoje aqui é testemunho disso. Todos os milagres são um sinal que quer transmitir a mensagem da salvação. Definimo-lo deste modo, olhando para a Sagrada Escritura. Para afirmar que um evento é um milagre não basta ter a certeza moral de que ocorreu um facto. É necessário ver mais além no evento. Há tantos milagres na Igreja que não se trata de querer mostrar mais um à força. No entanto, se temos este facto, queremos falar sobre ele.
Que frutos?
Os jornalistas fizeram perguntas sobre o comunicado do bispo, a utilização das palavras "sinal extraordinário" e "relíquia". - "Sinal extraordinário", pois iremos analisar o modo como este acontecimento irá influenciar as pessoas - explicou o Pe. Wiśniewski. - Se vai aproximar as pessoas de Cristo, da fé na Eucaristia, se haverá frutos espirituais de mudança, reflexão.
Perguntas da sala: - Os cientistas sabiam o que estavam a analisar?
Pe. oficial: - A professora e o histopatologista que vieram recolher as amostras obviamente sabiam. Os outros que as analisaram não. Mais tarde, a professora foi sozinha com as amostras fazer outras análises, para não sugerir nada aos pesquisadores. Sem a presença do padres.
Porque é que a hóstia caiu?
Mais perguntas dos jornalistas: - Como ocorreu a situação da queda da hóstia?
Pároco: - O sacerdote tinha um certo problema com os dedos, por isso a comunhão caiu sem tocar na língua do fiel. Guardámo-la no sacrário num cálice com água, à espera que se desintegrasse. É surpreendente que a hóstia não se tenha desintegrado totalmente. Normalmente desintegra-se ao fim de dois dias.
No fim da conferência de imprensa, o pároco agradeceu a todos os que se tomaram parte no desenrolar deste acontecimento.
Texto completo em polaco: http://m.wroclaw.wyborcza.pl/…/1,106542,19904362,cud-w-legn…
Fonte: Página do Facebook(Tradução: Mariana Biela)
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